quarta-feira, abril 11, 2012

A intervenção - ILIMAR FRANCO


FOLHA DE SP - 11/04/12

Desde ontem, a Secretaria de Relações Institucionais está sob intervenção. O PT colocou uma empresa de gerenciamento de crise, que presta serviços a petistas, para tentar segurar no cargo o subchefe de Assuntos Federativos, Olavo Noleto. Essa empresa produziu um comunicado dizendo: Noleto não será afastado e não ocorreu reunião dele com os ministros Ideli Salvatti e Gilberto Carvalho para tratar do escândalo Cachoeira.

Noleto chorou e disse que sairia
Os ministros Ideli Salvatti e Gilberto Carvalho saíram tensos da reunião com Noleto, na semana passada. Ele disse que conhecia, mas não tinha relações com o contraventor Carlinhos Cachoeira. No entanto, revelou ter conversado recentemente com o número dois da organização, Wladimir Garcez, e lamentou tê-lo feito pelo telefone funcional do Planalto. No meio da reunião, Noleto reconheceu a situação embaraçosa, chorou copiosamente e afirmou que deixaria o cargo para não criar problemas para o governo. Esse era o desfecho até a direção do PT entrar em campo. Noleto, quadro da tendência Construindo Um Novo Brasil, exerce funções na pasta desde 2005, quando Jaques Wagner (governador da Bahia) foi nomeado ministro.

"Noleto nos disse que nunca teve contato com o Cachoeira. Explicou que suas relações com Wladimir Garcez remontam à época em que ele era chefe de gabinete do prefeito de Goiânia e Garcez presidente da Câmara de Vereadores” — Ideli Salvatti, ministra das Relações Institucionais, sobre a reunião com Noleto

MEIA PALAVRA BASTA. A ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) ligou para falar sobre a situação do subchefe de Assuntos Federativos da Presidência da República, Olavo Noleto, e disse: "Não há motivo para qualquer desconfiança. Ele permanece no cargo. Ele só sai se assim o desejar. Existe aí a possibilidade de ele ser candidato a vice-prefeito de Aparecida de Goiânia" (na chapa do atual prefeito Maguito Vilela, do PMDB).

Rápido no gatilho
O corregedor-geral da Câmara, Eduardo da Fonte (PP-PE), criou ontem comissão de sindicância para investigar os deputados com suposto envolvimento com Carlinhos Cachoeira. Hoje, ele vai requerer cópia da investigação para o STF.

Solidários
O PSDB decidiu que vai defender o mandato do deputado Carlos Leréia (GO). Os tucanos confiam no relato do correligionário, de que ele tinha uma relação de amizade e que isso explica os empréstimos que recebeu de Cachoeira.

Apesar do susto, PSD ainda acredita
A despeito da posição assumida pelo procurador-geral eleitoral, Roberto Gurgel, o secretário-geral do PSD, Saulo Queiroz, está otimista quanto à decisão do TSE sobre o direito do partido aos recursos do Fundo Partidário e ao tempo de propaganda na televisão. Ele lembra que no julgamento da criação do partido aconteceu o mesmo. A Procuradoria Eleitoral foi contra, mas a criação do partido foi aprovada no TSE por 6x1.

Desconfiança
O governo está com um pé atrás com o anúncio feito pelo presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), de que vai votar o Código Florestal dia 24. Um ministro disse que antes é preciso saber o texto que será votado e o que será aprovado.

Na História
A presidente Dilma recebeu na Universidade de Harvard quadro que registra a visita de Dom Pedro II, em 1876, àquela instituição. Dilma é o segundo chefe de Estado brasileiro a ir até Harvard durante uma visita oficial aos Estados Unidos.

O MINISTRO Guido Mantega (Fazenda) pediu tempo aos deputados para analisar a proposta de fixar em 7,5% o percentual do PIB destinado à Educação. Ele disse aos deputados que o compromisso de campanha da presidente era de 7%, e não de 10%.

BALOFO. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, é um dos milhares de brasileiros que está acima do peso. Seu índice de massa corporal está em 25,97%, acima dos 25% considerados ideais.

NO BOLSO: O projeto da Lei Seca, que será votado hoje na Câmara, será salgado. Ele prevê que as multas de trânsito vão dobrar de valor. 

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