quarta-feira, fevereiro 15, 2012

Sinuca de bico - ILIMAR FRANCO

COM FERNANDA KRAKOVICS



A decisão de José Serra de reavaliar uma candidatura à prefeitura de São Paulo embola o jogo. Um dirigente do PSD resume: “Vai ser um inferno”. Isso porque as conversas entre Gilberto Kassab e o PT estão avançadas em torno da candidatura de Fernando Haddad. O prefeito de São Paulo disse a pessoas próximas que, a essa altura do campeonato, se sentiria “desobrigado” de apoiar Serra, embora essa não seja uma decisão fácil. No cálculo de Kassab, também está o cenário nacional.

Mantega: risco calculado
O PT do Senado forçou uma barra e acabou convencendo o Planalto de que seria melhor o ministro Guido Mantega (Fazenda) ir espontaneamente à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). A estratégia reflete o perfil do novo líder do PT, senador Walter Pinheiro (BA), que sempre foi contra a blindagem de ministros. Com a desculpa do carnaval e da reunião do G-20, no México, dias 25 e 26, Mantega só irá à CAE no dia 13 de março. Até lá, o governo espera que as denúncias contra o ex-presidente da Casa da Moeda Luiz Felipe Denucci tenham esfriado. O temor do governo é que um desempenho ruim afete os mercados.

“O Brasil está na contramão. Enquanto a Europa enfrenta recessão e os EUA, baixa recuperação, o Brasil vai voltar a crescer” — Guido Mantega, ministro da Fazenda, na reunião do Conselho Político

ELE É O CARA. Depois de ouvirem a presidente Dilma garantir, na reunião do Conselho Político, isenção nas eleições municipais deste ano, líderes da base na Câmara queriam saber, em almoço na casa do líder do PMDB, Henrique Alves (RN), se o ex-presidente Lula dará tratamento igual a todos os aliados, ou se vai privilegiar os candidatos do PT. Mais do que Dilma, Lula será o grande cabo eleitoral das eleições.

Convênios
Os líderes da base pediram ao governo ontem, na reunião do Conselho Político, a aceleração das transferências de recursos para os municípios, já que, por causa das eleições, o prazo final é junho por exigência da legislação eleitoral.

Paciência
Como se não bastasse a irritação com o governo, os líderes do PR levaram ontem um chá de cadeira da ministra Ideli Salvatti. Quando ela ia conversar com eles, Dilma a chamou para receber o primeiro-ministro da Finlândia.

Gerentona
A presidente Dilma disse ontem aos líderes da base que a dicotomia entre técnico e político em seu governo é uma falsa questão. A presidente refutou a imagem de que que tem um perfil puramente técnico, afirmando que, no final, toda decisão é política. Ela disse ainda que sua prioridade é a eficiência da gestão, principalmente nas áreas de Saúde e Educação, e defendeu o desaparelhamento do Estado.

Batata assando
Questionado ontem pelos líderes da base se já havia acertado com o presidente da Câmara a sessão de discussão do Funpresp, o líder do governo, Cândido Vaccarezza , respondeu: “O problema do Marco Maia é o Palácio, não sou eu”.

Outro lado
O líder do governo, Cândido Vaccarezza (PT-SP), diz que é amigo do presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine. Vaccarezza e o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), afirmam ainda que a bancada petista está pacificada.

CONSTERNAÇÃO. Na reunião do Conselho Político, a presidente Dilma pediu um minuto de silêncio devido à morte de Marcelo, 13 anos, filho do presidente da Embratur, Flávio Dino.

VAREJO. Do líder do PTB, deputado Jovair Arantes (GO), sobre a presidência da Conab: “O PTB só tem dois cargos. Se quiserem pegar um, como fica?”.

A PRESIDENTE Dilma resolveu voltar para a base de Aratu, na Bahia, no carnaval, porque gostou da estrutura do local, apesar de ficar mais exposta do que no Centro de Lançamentos da Barreira do Inferno, no Rio Grande do Norte, onde foi em 2011.
FERNANDA KRAKOVICS

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