quinta-feira, novembro 17, 2011

Na corda bamba - ILIMAR FRANCO



O GLOBO - 17/11/11

A presidente Dilma vai aguardar o depoimento do ministro Carlos Lupi (Trabalho) hoje no Senado para decidir seu futuro. A avaliação no Planalto é que, a despeito de sua disposição de ficar, Lupi está cavando a própria cova e perdendo sustentação no seu partido, o PDT. O governo teme pelo desempenho de Lupi, que tem uma queda pela fanfarronice, estilo que já é ruim em situações normais e pode ser fatal em momentos críticos.

O primeiro dilema do PSD
O terceiro maior partido da Câmara, o PSD, termina o ano organizado em 4.600 municípios, com 5.900 vereadores e 560 prefeitos. Mas, em janeiro, vai enfrentar seu primeiro debate interno: participar ou não do Ministério da presidente Dilma. O partido é heterogêneo, mas todos que aderiram à nova sigla procuraram, de alguma forma, se aproximar do governo petista. Mesmo assim, integrantes de sua direção consideram que o partido deve continuar apoiando o governo, mas sem participar do Ministério. Esses dirigentes avaliam que, para crescer, o partido precisa ter maior flexibilidade para fazer alianças nos estados.

"A crise é de confiança” — José Serra, ex-governador de São Paulo, sobre a crise que atinge a Europa

LAVANDO AS MÃOS.
 A expectativa do governador Sérgio Cabral (RJ) sobre a mediação da presidente Dilma no debate dos royalties pode se frustrar. Ontem, para o governador Renato Casagrande (ES), Dilma afirmou que o governo tem dificuldade de patrocinar um entendimento devido à existência de posições radicalizadas. Dilma quer que os estados se entendam. No mais, manifestou-se contra o rompimento dos contratos e declarou serem irreais as projeções do senador Vital do Rêgo (PMDB-PB).

Água fria
O vice-presidente Michel Temer foi ao Espírito Santo, na última sexta-feira, lançar o ex-governador Paulo Hartung (PMDB) para a prefeitura de Vitória mas, chegando lá, ele desconversou. Hartung disse que só vai decidir no ano que vem.

Cotado
O nome mais falado ontem, no Planalto, no caso de queda do ministro do Trabalho, era o do deputado Vieira da Cunha (PDT-RS). Na década de 80, ele foi vice do ex-marido de Dilma, Carlos Araújo, para a prefeitura de Porto Alegre.

Gustavo Franco, a crise e a felicidade
Presidente do Banco Central no governo FH, Gustavo Franco, ao participar de palestra em Portugal sobre o "Índice de Felicidade" promovido pela Fundação Calouste Gulbenkian, afirmou que se ele fosse presidente do Banco do Brasil compraria títulos da dívida europeia. A posição do governo Dilma é que os europeus devem recorrer ao FMI. Essa postura é idêntica à dos europeus na crise que o Brasil enfrentou no governo FH. Seus governos nunca compraram papéis da dívida brasileira.

Tem fila
Apesar de os estados não produtores de petróleo pressionarem para votar a redistribuição dos royalties no dia 30, na Câmara, a prioridade do governo, depois da votação da prorrogação da DRU, é o Orçamento da União.

No ar
Assim como há indefinição da Fifa sobre a meia-entrada para estudantes e a venda de bebida alcoólica nos estádios, proprietários de cadeiras cativas no Maracanã não sabem ainda se poderão usufruir desse direito durante a Copa.

SETE CHAVES. Ao sancionar a criação da Comissão da Verdade, amanhã, a presidente Dilma não vai anunciar o nome de seus integrantes.

O SENADOR Cristovam Buarque (PDT-DF) quer o partido fora do governo e numa posição de independência. Agora, os aliados de Lupi no partido ameaçam apoiar essa linha em caso de demissão.

O COMANDO Militar do Leste quer se retirar do Complexo do Alemão. Seus comandantes dizem que a presença militar está se desgastando e reclamam da tensão diária com os chefes do tráfico para restabelecer o poder na região.

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