sábado, janeiro 02, 2010

ARI CUNHA

Trotes e vírus

CORREIO BRAZILIENSE - 02/01/10


No início de Brasília, a criançada não tinha lá muito o que fazer. Uma das diversões era trote por telefone. Eram ingênuos e alegres. Nada das maldades de usar serviços de emergência. Hoje são piadas velhas, mas na década de 70 os mais velhos caíam em todas. Tem vidro verde? Quando tiver maduro eu compro. Tem um carro gelo aí? Então deve ter derretido. O máximo que o interlocutor sentia era raiva. Alguns até riam. Atualmente os trotes telefônicos foram substituídos por vírus no e-mail. Nada ingênuos e causam prejuízos incalculáveis. Abrir uma correspondência de estranhos pode fazer que todas as fotos, filmes, músicas do computador desapareçam. As mensagens levam à curiosidade. Sexo, fortuna, mensagens carinhosas. Abra esse arquivo. Veja a nossa foto. Mensagens para você. Leia-me. Carta de amor. Teste de QI. Tudo cilada. Cuidado. (Circe Cunha)


A frase que não foi pronunciada

“Votar mal é a melhor maneira de jogar fora o dinheiro pago nos impostos.”
Myrtes Maya, preparando a comida do Leão




Estradas
» Aristides Junior, da Polícia Rodoviária Federal, prevê que o feriado do ano- novo terá acidentes. A chuva continua e o movimento aumenta. No Natal foram 477 acidentes com 30 mortes. Em 2008, na mesma época, foram 538 acidentes com 27 mortos.

Moeda
» Notas de R$10 e R$ 1 não são mais emitidas pelo Banco Central. Mas, se estiverem malconservadas, podem ser trocadas nos bancos. Por enquanto continuam valendo no mercado. Já as de R$ 50 e R$ 100 são as mais falsificadas. No Brasil não há o hábito de usar uma caneta própria para identificar notas falsas. Há casos até de caixas eletrônicos que emitiram essas cédulas.

Integração
» Especialistas iniciam um projeto para criar pela internet um sistema de cadastro nacional de informações sobre documentos perdidos ou roubados. O Ministério da Justiça coordena o programa. Ideia simples.

Tudo errado
» A meta não deveria ser só reduzir a emissão de gases do efeito estufa. O certo seria também triplicar a emissão de oxigênio. Assim, cada árvore derrubada teria que ser compensada com o plantio de três em área próxima. O espetáculo do crescimento seria verde.

Concurso
» Das 360 mil vagas no serviço público, 77 mil já foram autorizadas. Não importa que seja ano eleitoral. Até 1º de julho, o resultado deve ser publicado no Diário Oficial. O problema é quando todo o aparato é criado apenas para formar um cadastro de reserva. É bom ficar de olho. No mais, vale o estudo e o progresso.

Meu rei
» Bahia é o melhor destino turístico do Brasil. O dado é resultado de pesquisa do Ministério do Turismo. Salvador, Ilhéus, Porto Seguro e a Chapada Diamantina são os pontos prediletos. O presidente Lula acatou a pesquisa. Hoje ele está em uma base da Marinha no litoral baiano, em Aratu. Volta a trabalhar no dia 11.

Extinta
» Decisão já assinada pelo presidente determina a extinção da Administração Regional da Funai em 17 localidades do país. Surpresa geral para seus dirigentes. Pernambuco tem a terceira maior população indígena do Brasil. Tem também projetos importantes que foram subitamente interrompidos. O decreto 7.056 não é em vão. A estrutura será repensada e fortalecida.

Pela paz
» Depois das barbáries cometidas por quilombolas do Suriname a brasileiros, o Brasil pensa em uma integração maior com aquele país. É assim que se governa pela paz. As cenas de terror foram intensas. Mas serviram para chamar a atenção para o descaso nas fronteiras. É preciso intensificar o trabalho nas bordas do Brasil. Sempre com o objetivo pacificador. Isso, se não houver interesse em ampliar o terror que traz uma guerra.

Detrito Federal
» A política é mesmo um carnaval. Foram R$ 3 milhões do GDF empregados no carnaval da Beija-Flor. Na passarela do samba, o tema será Brasília. Uma aniversariante que não está no melhor dos seus dias. Vamos ver quanto vale o aplauso ou quanto foi gasto pela vaia.



História de Brasília

O jeep azul 1-68-30, pertencente a um engenheiro da Novacap, foi roubado da porta do cinema. Imediatamente, seu proprietário comunicou-se com a polícia, que não pôde dar caça ao ladrão sob a alegação de que não tinha viatura para isso. (Publicado em 22/2/1961)

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