NELSON DE SÁ
FOLHA DE SÃO PAULO - 08/12/09
A se dar crédito aos números, a aprovação de Lula segue alta. E foi pesquisa feita sob impacto do apagão, "notícia mais lembrada" pelos entrevistados.
Uma explicação pode estar na "Newsweek" desta semana, sob o enunciado "Como o Brasil controlou a desigualdade". O país virou "parâmetro no esforço global para diminuir a diferença entre ricos e pobres". E "não é só que os pobres vivem situação melhor: o Brasil se destaca porque seus pobres estão subindo mais rapidamente que qualquer outra classe social. A desigualdade caiu 5,5% desde 2003".
Mais à frente, "apesar de China e Índia estarem crescendo mais, estão se tornando mais desiguais, o que leva especialistas a olharem o Brasil como um modelo para a guerra contra a pobreza". E por aí vai, creditando à "chegada da esquerda ao poder", com Bolsa Família, mais presença do Estado etc.
A "Newsweek" ecoa a "Economist" anterior, sob o título "Lições do Brasil, China e Índia". Em suma, "por unidade de crescimento, o Brasil cortou sua taxa de pobreza cinco vezes mais que China e Índia. Como ele conseguiu ir tão bem?" Bolsa Família etc.
A diferença é que a "Economist" fecha dizendo que "os dois asiáticos poderiam aprender com o Brasil", mas também o Brasil precisa de "crescimento maior", como conquistaram a China e a Índia.
AGORA, PETROPOTÊNCIA
Ecoou do "ex-blog de Cesar Maia" ao UOL a reportagem de Juan Forero, em alto de página ontem no "Washington Post", "Brasil se prepara para extração maciça de petróleo".
Em destaque, logo abaixo, "Estatal Petrobras está prestes a se tornar um ator global maior". Na legenda da foto de um estaleiro em Angra dos Reis, no Rio, "operários estão construindo enormes plataformas de petróleo". Na tradução da BBC, "tudo neste estaleiro é colossal. Os bilhões, os quatro mil trabalhadores, as plataformas de dez andares. Assim é também o desafio da Petrobras: desenvolver campos em mar profundo que catapultarão o país ao ranking das petropotências".
CHINA-BRASIL
Colunista do estatal "China Daily", o brasileiro Marcos Fava Neves escreveu ontem sobre este ano em que cresceu "muito" a relação político-econômica entre os dois. Ele listou dez ideias sobre temas importantes para os próximos dez anos, para a "ponte China-Brasil", entre elas uma atenção maior ao "mercado consumidor interno", em expansão, e às "fusões industriais".
AOS EUA
Do economista Jeffrey Sachs para Clóvis Rossi, em sua coluna na Folha Online: "Vocês precisam mandar os economistas brasileiros para ajudar Washington".
AO BRASIL
No iG, Guilherme Barros posta que "Múltis procuram executivos para o Brasil". E que o economista Persio Arida volta em janeiro, após anos em Londres.
O RISCO DO FRACASSO
Começou Copenhague, com "chamados urgentes por ação" e "alertas contra o fracasso", nas manchetes de "New York Times" e outros. Nos despachos da Reuters, "ONU defende hipótese de aquecimento" ou, pior ainda, "defende achados do painel climático da ONU".
O site da "Economist", sob a manchete "Em busca de harmonia", avisou que "a concordância é quase universal de que as negociações não alcançarão novo protocolo". Podem desenhar as "linhas gerais sobre as questões mais importantes", para acordo em 2010. "Mas Copenhague pode render muito menos que isso."
OBAMA CONTRA...
O "NYT" deu em editorial que "ninguém deve esperar um acordo", mas saudou que os EUA tenham apresentado meta, "embora a aprovação no Senado seja muito difícil", com oposição de republicanos e democratas conservadores. Saudou também que tanto americanos como europeus já aceitem pagar "preço justo" para que países emergentes reduzam emissões.
O CONGRESSO
O "Wall Street Journal" adiantou na manchete que a agência ambiental, apesar do lobby empresarial, anunciaria que o dióxido de carbono é agora um "poluente perigoso" - o que permite ao governo limitar emissões. Fim do dia e o "Financial Times" destacou que "grandes empresários e republicanos já questionam a decisão tomada via regulação e não legislação".
Nenhum comentário:
Postar um comentário