terça-feira, setembro 08, 2009

TODA MÍDIA

EUA, não

NELSON DE SÁ

FOLHA DE SÃO PAULO - 08/09/09

A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, enviou mensagem, postada pelo blog de Sérgio Dávila, saudando a "liderança ao redor do mundo" e prometendo "aprofundar nossa parceria".
Mas o Sete de Setembro era de outra parceria, com a França. Na manchete do UOL, "parceria militar". Do "Jornal Nacional", "acordo militar". Folha Online, "parceria estratégica". Reuters Brasil, para uma "indústria aeronáutica conjunta".
Na França, manchete no "Le Figaro", "Brasil decide comprar aviões de combate Rafale". No alto das buscas de notícias pelo Google Actualités, "O Brasil deve comprar 36 Rafale. A França, 12 aviões brasileiros KC390". Repercutiu por "Le Monde", que já vinha prenunciando o acordo, "Libération", a France Presse, que entrevistou Lula, e demais.
Vence a francesa Dassault, perde a Boeing, dos EUA.

NO BAZAR GLOBAL
O "New York Times" destacou, com eco por "Figaro", agência Xinhua e outros, que o "Papel dos EUA como maior vendedor de armas cresce, apesar da recessão". Em 2008 o país respondeu por 68% do "bazar global de armas", com US$ 37,8 bilhões do total de US$ 55,2 bilhões.
Das vendas americanas, US$ 29,6 bilhões foram para emergentes como os Emirados Árabes Unidos, a Arábia Saudita -e o Brasil.

SEM DUOPÓLIO
O "Financial Times" deu editorial dizendo que a vitória da Boeing sobre a europeia Airbus, na Organização Mundial de Comércio, "esclarece quais subsídios são vetados pela OMC" e serve de guia aos "países que esperam quebrar o duopólio transatlântico, como China e Brasil".
A Embraer, diz a Dow Jones, já estuda com fornecedores sua "próxima geração", de "aeronaves comerciais maiores" que a "família E".

DILMA E AS OUTRAS
O correspondente do "FT" em São Paulo, Jonathan Wheatley, falou longamente com a ministra Dilma Rousseff, sobre o pré-sal. Postada na íntegra, a transcrição mostra um debate aberto e às vezes brusco entre o jornalista e a ministra, questionada seguidamente sobre a redução do papel das "outras companhias de petróleo", em relação à Petrobras. Na reportagem editada, o enunciado evita Dilma e destaca "Críticos avisam que plano de petróleo do Brasil vai desanimar investidores".

O ÓLEO CONTINUA
O programa de fim de semana do "Wall Street Journal", na Fox News, saudou o renascimento do "Big Oil". No caso, do petróleo como fonte de energia, com o poço encontrado pela BP no Golfo do México, "as descobertas tremendas na costa do Brasil" e o investimento bilionário feito pela Petrochina na "areia de piche" do Canadá.

"FOLLOW THE OIL"
Gideon Rachman, colunista de política externa do "FT", notou como chineses, russos e agora americanos não saem mais de Angola e como também "os brasileiros são cada vez mais populares", para concluir o que é preciso para entender "a realidade crua da diplomacia", adaptando uma tirada do cinema: "follow the oil", siga o petróleo.

SETE DE SETEMBRO LÁ
chinadaily.com.cn

Com novo artigo de Lula e vários textos sobre os vínculos bilaterais, da tecnologia espacial ao comércio e à defesa, o "China Daily" publicou "especial" de duas páginas para marcar os "35 anos de relações diplomáticas". Inclusive anúncios de Vale, Banco do Brasil, Weg e outras

AO SUL DO RIO GRANDE
guardian.co.uk
Stone e Chávez no filme
Na home do UOL, "Hugo Chávez puxa aplausos para Oliver Stone" no festival de Veneza. Por "NYT" e outros, com AP, "Chávez pisa no tapete vermelho com Stone".
Em artigo no "Guardian", o diretor lembrou outros filmes seus no "quintal", como "Salvador", e postou trecho de "South of the Border" em que diz que "pela primeira vez na história da América Latina", com Chávez, Lula e outros que ouviu, "a região inteira pode sair do controle econômico dos EUA".

A MARÉ MUDOU
observer.guardian.co.uk

Em artigo anteontem no inglês "Observer", junto à reportagem "Maré se volta contra "guerra às drogas" dos EUA", FHC escreve que "é hora de admitir o óbvio: a "guerra às drogas" fracassou" na América Latina

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