domingo, maio 17, 2009

BRASÍLIA - DF

O FATOR PAIM

CORREIO BRAZILIENSE - 17/05/09

Dos males, o menor. Para não ver derrubado o veto que travou a vinculação das aposentadorias ao salário mínimo, o governo vai ceder ainda mais na negociação de uma versão mais branda do projeto do senador Paulo Paim (PT-RS), que acaba com o fator previdenciário. A ideia é dar mais uma redução na base de cálculo desse fator e, assim, permitir um alivio no bolso dos aposentados. Assim, o governo espera dar um discurso para a sua base não comprometer tanto o caixa da Previdência. Afinal, dizem os técnicos, dar uma aliviada no fator previdenciário sai mais barato do que o impacto imediato de R$ 15 bilhões nos cofres, caso o Congresso derrube o veto. Também não está descartada uma conversa franca com o senador Paulo Paim para que ele dê uma força ao Poder Executivo. Afinal, é ele quem tem mobilizado os aposentados nas duas frentes, seja pelo fim do fator previdenciário, seja pela vinculação das aposentadorias ao salário mínimo.

Prevenir, que nada

Depois de liberar, há três semanas, R$ 300 milhões remediar o flagelo das vítimas de enchentes e da estiagem, o Executivo cancelou R$ 136 milhões destinados a obras preventivas de desastres, no orçamento da Secretaria Nacional de Defesa Civil. O corte foi feito por um decreto de 11 de maio, que remanejou parte dos recursos para o custeio da máquina do Ministério da Integração Nacional.

E o dinheiro encolheu

Vem confusão na Comissão Mista de Orçamento. Por causa da crise econômica, o relator do Orçamento de 2010, deputado Geraldo Magela (PT-DF), pretende reduzir de R$ 10 milhões para R$ 8 milhões o limite que cada deputado pode usar para suas emendas individuais à proposta orçamentária do ano eleitoral. Ele é o entrevistado de hoje do programa Brasília-DF no site www.correiobraziliense.com.br. 

Chapéu

Diante dos minguados repasses do Fundo de Participação dos Estados (FPE), governos estaduais acentuaram a cobrança ao Ministério da Fazenda pelo pagamento de R$ 1,3 bilhão em compensações daLei Kandir referentes a 2007. O governo havia se comprometido a honrar a dívida caso registrasse superávit no ano passado. "O superávit foi de R$ 29 bilhões e até agora não se pagou um centavo", protesta o deputado Nárcio Rodrigues (PSDB-MG), um dos porta-vozes do pleito. 

Maldade na roda

A retirada das assinaturas da CPI da Petrobras pedida em 2007 deixou alguns políticos com a pulga atrás da orelha: há quem considere que foi mais fácil acabar com a CPI porque a investigação mexeria na Transpetro, ocupada pelo ex-senador Sérgio Machado, do PMDB. Quanto à outra CPI da Petrobras, que espeta o PT e a Agência Nacional do Petróleo (ANP), dirigida pelo PCdoB, as assinaturas caíam a conta-gotas.

Cabem mais dois?

PSDB e PPS pediram ao DEM para embarcar na chamada Caravana da Transparência. Ambos gostaram da repercussão das três vistorias em obras do PAC promovidas pelos democratas nas últimas semanas. Avaliaram que serviu para colocar uma interrogação sobre a alardeada eficiência da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.

No cafezinho 

E Gabrielli se lixou

No início deste mês, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, faltou à maior feira de petróleo do mundo, a Offshore Technology Conference, em Houston, no Texas, onde a empresa receberia um prêmio da Chevron. Os diretores alegaram medo da gripe suína. Agora, com a CPI da Petrobras no seu encalço, Gabrielli, para usar o termo da moda, se lixou para a gripe. Passa uns dias em Pequim e segue para Nova York, onde é homenageado num jantar a US$ 800,00 por cabeça. Tempo suficiente para pensar no que fazer, enquanto a turma da política age na linha de frente anti-CPI. 

Relações

O PMDB fez o seguinte balanço de seu casamento com o PT e o governo: a convivência com o presidente Lula é maravilhosa. Com a ministra Dilma Rousseff, idem. Mas, com o PT, vai aos trancos e barrancos. Moral da história: ou o PT cede nos estados ou vai perder o apoio dos peemedebistas. A vida é feita de escolhas.

Adeus, Anexo 5

Concebida para abrigar um memorial à história da Câmara, a construção do Anexo 5 está entre os investimentos sacrificados no pacote de economias a ser anunciado pela Mesa Diretora da Casa. O projeto de ampliação do Anexo 4, porém, será tocado com 5% do orçamento previsto para que possa sair do papel em 2010. O edifício, conhecido pelas venezianas amarelas, abriga hoje a maioria dos gabinetes.

Pop star. Para alguns

Dedicado ao lobby em favor do futebol essa semana em Brasília, o presidente do Flamengo, Márcio Braga, não teve sossego na Câmara. Os parlamentares flamenguistas faziam rodinhas em torno dele para tirar fotos. Sérgio Barradas Carneiro, que, apesar de baiano torce para o time carioca, colocou para tocar o hino rubro-negro na maior altura. Os botafoguenses passaram pelos dois com uma cara de "urgh". 

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