terça-feira, abril 02, 2013

Rebu no shopping - ANCELMO GOIS

O GLOBO - 02/04

Carolina Coelho Appel acusa o gerente da Gucci, Urias Taques Junior, do shopping Village Mall, no Rio, de segurar violentamente, quinta passada, às 19h30m, os braços de sua filha de quatro anos e dizer, aos berros, que a criança havia roubado o casaco que usava.

A mãe diz que tentou explicar que o casaco havia sido comprado nos EUA.

Segue...
Como o gerente insistia na acusação, Carolina chamou a polícia. As imagens das câmeras de segurança constataram que a menina havia entrado no shopping com o casaco da grife italiana.

O caso foi registrado na 16ª DP.

Superministro
Tem o dedo de Aloizio Mercadante a costura que trouxe o PR de volta ao Ministério dos Transportes.

Crime e castigo
A juíza Alessandra de Araújo Bilac condenou Antônio Francisco Bonfim Lopes, o “Nem”, ex-chefe do tráfico na Rocinha, a 20 anos de reclusão.

Eleição 2014
A Mocidade Independente de Padre Miguel recebeu uma proposta de enredo homenageando mineiros famosos, incluindo Tancredo e seu neto, Aécio Neves.

Pulando a cerca
A Verus, do conglomerado Record, vai lançar no Brasil, no final do mês, o livro “Beauvoir apaixonada”, escrito pela jornalista francesa Irène Frain.

É um romance, baseado em documentos, sobre a louca paixão de Simone de Beauvoir, companheira da vida toda de Jean-Paul Sartre, pelo escritor americano Nelson Algren.

Menina malvada
A polêmica atriz americana Lindsay Lohan, que veio ao Brasil para divulgar uma grife de roupa, quer aproveitar para faturar mais um pouquinho aqui.

Seu agente está oferecendo Lindsay como DJ. O preço? US$ 20 mil.

Bethânia e Tom
Maria Bethânia será a convidada de honra de Vanessa da Mata na estreia nacional do projeto Nívea Viva Tom, dia 9, no Vivo Rio, todo dedicado ao repertório do maestro Tom Jobim.

Troca de bandeira
Marquinhos e Giovanna, mestre-sala e porta-bandeira bicampeões do carnaval com a Unidos da Tijuca, vão desfilar em 2014 pela Vila Isabel.

Passaporte da Cidadania
A Pastoral do Menor lança hoje o projeto Passaporte da Cidadania, que vai usar um ônibus, grafitado por Ziraldo, para tentar reintegrar à sociedade menores e jovens que vivem nas ruas.

O veículo, veja na ilustração, equipado com computador, sala de lanche e chuveiro, vai percorrer bairros do Rio.

Combustível da Alerj
A Assembleia do Rio entregará a gestão do sistema de abastecimento de sua frota à mineira Trivale Administração LTDA, dos irmãos Pajaro.

Um deles, Egton Pajaro Júnior, foi citado no relatório da CPI dos Bingos por envolvimento com... o bicheiro Carlos Cachoeira.

Em tempo...
O edital da Alerj prevê um gasto de R$ 2.656.800 com 966.000 litros de combustível em um ano.

Outra tragédia
Em 1989, no Condomínio Povoado das Canoas, morreram intoxicados com gás no banheiro o arquiteto Joca Serra e sua mulher.

É o condomínio carioca onde, semana passada, ocorreu a mesma tragédia com uma neta de Portinari.

Burocracia doente
Uma senhora chegou, às 8h24m de domingo, com crise de desmaios na unidade da Unimed em Itaipava, RJ. Somente após a longa burocracia para internação, o atendente informou que não havia médico.

Perguntado se antes de cuidar do protocolo não deveria ter avisado sobre a falta de médicos, ele respondeu:

— Não cuido do horário dos médicos.

Viagem ao inferno - JOÃO PEREIRA COUTINHO

FOLHA DE SP - 02/04

As chamas da calúnia nunca se apagam. Elas permanecem como brasas dormentes


O MELHOR do mundo são as crianças, dizia Fernando Pessoa. Ainda bem que o poeta morreu em 1935. Hoje, na era da histeria, quando qualquer adulto é um agressor sexual em potencial, frases dessas poderiam alimentar equívocos.

Um filme dinamarquês, já estreado no Brasil, ajuda a entender por quê. Intitula-se "A Caça", foi dirigido por Thomas Vinterberg (um dos ideólogos estéticos do movimento Dogma 95, juntamente a Lars von Trier) e a história resume-se em breves linhas: Lucas, depois de um casamento desfeito, encontra trabalho como educador de infância.

Lentamente, a vida começa a reerguer-se: ele tem uma nova namorada; o filho reaproxima-se depois do afastamento; os amigos são exemplos de camaradagem "nórdica" em alegres caçadas e alegres bebedeiras.

Mas eis que surge em cena uma criança, Klara, pronta para estragar a festa com os equívocos próprios das crianças. Em casa, Klara encontra imagens pornô no iPad do irmão adolescente. Sinal dos tempos: onde estão as velhas revistas em papel da minha adolescência? Divago.

Certo é que esse encontro será a primeira fagulha do incêndio que virá a seguir. E que tem início na escola, depois de uma birra entre Klara e o professor Lucas, uma dessas birras em que as crianças são pródigas.

Questionada pela diretora da escola a respeito, Klara confessa um episódio "impróprio" que nunca aconteceu com o professor. Usando para o efeito os pormenores gráficos que vira nas fotos.

O incêndio começa e Vinterberg parece reatualizar no filme essa outra "caça" que Arthur Miller apresentou na peça "The Crucible" a respeito das "bruxas" de Salem.

Não apenas ao eleger como palco da tragédia uma pequena comunidade rural (e puritana) que inicia também a sua "caça" ao elemento demoníaco.

Mas ao filmar, com impressionante crueza, os mecanismos clássicos da "histeria contagiosa".

Primeiro, a histeria da diretora da escola, que passa rapidamente da incredulidade para a dúvida; e da dúvida para a certeza; e da certeza para a condenação pura e simples.

Tudo com a ajuda de um "especialista pedagógico" que, obviamente, não é especialista de coisa nenhuma, exceto das suas próprias taras e preconceitos: o interrogatório à criança, na sua aparente doçura, é um dos momentos mais aberrantes de todo o processo.

Quem diria que os velhos inquisidores de Salém regressariam hoje pela porta da "pedagogia" romântica? Ah, os discípulos de Rousseau nunca desiludem.

E, depois da histeria da diretora, o incêndio propaga-se aos pais das restantes crianças, alertados em reunião escolar para a existência de um lobo entre as ovelhas. O que significa que o incêndio também chega às ovelhas, que já apresentam sintomas possíveis/prováveis/óbvios de abuso sexual.

Exatamente como as donzelas falsamente possuídas da peça de Arthur Miller.

Lucas, o professor, não cometeu nenhum crime. Em poucos dias, cometeu vários crimes -e o incêndio atinge finalmente o seu círculo mais restrito. A namorada. O filho. Os amigos, os velhos amigos, que se afastam com o nojo próprio de quem sempre suspeitara de que ele era "diferente", ou seja, "tarado", ou seja, "pedófilo".

O incêndio da calúnia consumiu todos em volta, ou quase: há ainda um amigo que resiste; há ainda o filho que persiste na inocência do pai.

E quando essa inocência é provada e comprovada, nós, testemunhas da destruição metódica de um ser humano, acreditamos com Lucas que as chamas serão apagadas e o inferno chegará ao fim.

Mas essa é a principal e mais inquietante lição do filme de Thomas Vinterberg, um verdadeiro tratado sobre a natureza humana: as chamas da calúnia nunca se apagam. Elas permanecem como brasas dormentes, prontas para serem atiçadas pela mínima brisa.

A sequência final, que naturalmente não revelo aqui, é talvez o melhor momento do filme ao ilustrar de forma agônica como o inferno é a única eternidade garantida.

O melhor do mundo são as crianças? Acredito que sim. Mas o poeta poderia ter escrito antes que o pior do mundo são os adultos.

Ou, como Arthur Miller explica na sua peça, que não existe maior medo do que o ódio dos homens com medo.

O primeiro embate - VLADIMIR SAFATLE

FOLHA DE SP - 02/04

Os embates em torno da presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara talvez sejam o primeiro capítulo de um novo eixo na política brasileira.

A maneira aguerrida com que o deputado Marco Feliciano e seus correligionários ocupam espaço em uma comissão criada exatamente para nos defender de pessoas como eles mostra a importância que dão para a possibilidade de bloquear os debates a respeito da modernização dos costumes na sociedade brasileira. Pois, tal como seus congêneres norte-americanos, apoiados pelo mesmo círculo de igrejas pentecostais, eles apostam na transformação dos conflitos sobre costumes na pauta política central. Uma aposta assumida como missão.

Durante os últimos anos, o conservadorismo nacional organizou-se politicamente sob a égide do consórcio PSDB-DEM. Havia, no entanto, um problema de base. O eleitor tucano orgânico é alguém conservador na economia, conservador na política, mas que gosta de se ver como liberal nos costumes. Quando o consórcio tentou absorver a pauta do conservadorismo dos costumes (por meio das campanhas de José Serra), a quantidade de curtos-circuitos foi tão grande que o projeto foi abortado. Mesmo lideranças como FHC se mostraram desconfortáveis nesse cenário.

Porém ficava claro, desde então, que havia espaço para uma agremiação triplamente conservadora na política brasileira. Ela teria como alicerce os setores mais reacionários das igrejas, com suas bases populares, podendo se aliar aos interesses do agronegócio, contrariados pelo discurso ecológico das "elites liberais". Tal agremiação irá se formar, cedo ou tarde.

Nesse sentido, o conflito em torno dos direitos dos homossexuais deixou, há muito, de ser algo de interesse restrito. Ele se tornou a ponta de lança de uma profunda discussão a respeito do modelo de sociedade que queremos.

A luta dos homossexuais por respeito e reconhecimento institucional pleno é, atualmente, o setor mais avançado da defesa por uma sociedade radicalmente igualitária e livre da colonização teológica de suas estruturas sociais. Por isso, ela tem a capacidade de recolocar em cena as clivagens que sempre foram o motor dos embates políticos.

A história tem um peculiar jogo por meio do qual ela encarna os processos de transformação global em lutas que, aparentemente, visam apenas a defesa de interesses particulares.

Ao exigir respeito e reconhecimento, os homossexuais fazem mais do que defender seus interesses. Eles confrontam a sociedade com seu núcleo duro de desigualdade e exclusão. Por isso, sua luta pode ter um forte poder indutor de transformações globais.

'Home office', uma tendência irreversível - SÉRGIO AMAD COSTA

O ESTADÃO - 02/04

Recentemente, a Yahoo, uma das maiores empresas da internet no mundo, decidiu acabar com o chamado home office para os próprios funcionários. Alegou a presidente da organização que trabalhar em casa gera prejuízos na agilidade e na qualidade dos serviços. A notícia logo se espalhou e uma pergunta veio a lume: será esse o sinal de que o trabalho a distância deixa de ser uma tendência?

O que ocorreu naquela empresa, a meu ver, é algo pontual, específico ao momento por que ela está passando para a sua reestruturação. O home office, não tenho dúvida, veio para ficar. Pesquisas revelam isso. Trata-se de uma tendência irreversível, pois seu uso se dá por razões de ordem econômica e ela é propiciada pelo desenvolvimento da tecnologia da comunicação.

A utilização do trabalho a distância é movida por razões econômicas, por vários motivos. Cito três. Um é que o home office possibilita reduzir o espaço físico da empresa, cujo custo do imóvel se torna mais elevado a cada ano, além de esse espaço ficar ocioso em boa parte do tempo - das 8.640 horas do ano, muitas empresas usam, em seu espaço físico, apenas cerca de 40% delas com os seus profissionais; os 60% restantes são as horas noturnas, os fins de semana e os feriados.

Outro motivo que mostra a razão econômica para o uso do home office está ligado à questão da mobilidade dos profissionais, no deslocamento de casa para a empresa. A economia se dá com o transporte e o tempo gasto no trânsito. Finalmente, há a globalização, que já exige o trabalho a distância entre membros de uma mesma equipe de profissionais atuando simultaneamente em diferentes regiões, aculturando-os a trabalhar dessa forma, economizando tempo, transportes e hospedagens para se encontrarem.

Estamos, porém, no começo do processo de home office e as empresas devem tomar alguns cuidados na sua utilização, para que seus resultados sejam produtivos. Cuidados são necessários com a tecnologia utilizada e com a aculturação dos profissionais para trabalharem a distância.

Quanto à tecnologia, ela já possibilita esse novo modo de trabalho, de forma relativamente produtiva, para os ocupantes de alguns cargos não operacionais. Para trabalhar a distância são necessários equipamentos que deem conforto ao profissional, para ele ser produtivo, principalmente na hora de se comunicar com colegas e participar de uma equipe remota. Atualmente, esses equipamentos ainda são caros e não são confortáveis em termos de visualização por seus usuários. Entretanto, num futuro muito breve nós estaremos com câmeras de telepresença acionadas da residência do profissional para a sede da empresa, a um baixo custo e com o conforto necessário para que o trabalho seja ainda mais produtivo. Além disso, os hologramas facilitarão ainda mais essa comunicação.

No que concerne à aculturação do profissional ao home office, a empresa precisa treinar o seu colaborador para que ele consiga ser produtivo trabalhando em casa. É necessário conscientizá-lo de que ele precisa mostrar aos outros moradores da casa que ele está lá trabalhando, e não está de folga. É preciso arrumar um espaço físico fixo na residência que seja o seu local de trabalho. E, finalmente, ter muita disciplina para cumprir o horário das atividades, dando conta da agenda de compromissos.

Cientes dos cuidados acima mencionados e de que o home office está num processo irreversível, várias empresas de ponta no País - muitas delas multinacionais - já estão determinando, para os ocupantes de cerca de 30% de seus cargos, que trabalhem na forma de home office uma ou duas vezes por semana. Estão, aos poucos, aculturando seus colaboradores a essa nova modalidade de trabalho. É uma maneira adequada para não perder o "trem da história".

Com o desenvolvimento tecnológico da comunicação, num futuro muito próximo não fará mais sentido, para muitos profissionais, ir até a empresa para trabalhar. A utilização do home office será inexorável.

O país imaginário de Cristina Kirchner - RODRIGO BOTERO MONTOYA

O GLOBO - 02/04
Os regimes autoritários terminam criando um mundo de sonho, ao qual só chegam boas notícias. Diz-se que, durante a ditadura de Oliveira Salazar, seu círculo íntimo mandava imprimir um diário com um único exemplar, para que o líder do Estado Novo pudesse apreciar o progresso de Portugal. Os aduladores de Cristina Kirchner desenharam uma variante não menos engenhosa. Uma vez consolidado o controle político do organismo oficial de estatísticas, falsificam-se os índices de maneira vergonhosa para que produzam os resultados que a presidente deseja.

O problema da inflação é resolvido com a divulgação de um aumento de preços de cerca de um terço do real. Persegue-se judicialmente quem produz cifras de inflação fidedignas. Ao mentir acerca da inflação, o governo colhe dividendos adicionais. O PIB aparece maior que de fato é e a proporção de pobres aparece menor. Obtém-se um ganho fiscal ao fraudar os detentores de títulos soberanos indexados à taxa de inflação. No entanto, o uso sistemático da mentira como ferramenta de governo apresenta alguns inconvenientes, como o desprestígio internacional e a perda generalizada de credibilidade.

Na medida em que o governo opta por crer em suas próprias mentiras, e atua em função desse autoengano, entra no reino da fantasia. O discurso esquizofrênico se converte em verdade oficial. Cristina Kirchner constrói um relato fictício da história da Argentina e o proclama ante auditórios selecionados para que a aplaudam. Como adverte um de seus colaboradores mais próximos: "À presidente não se fala. Se escuta." Suas entrevistas coletivas são um monólogo. Quando pontifica sobre temas econômicos, pode dizer qualquer disparate, como quando anuncia que o índice de preços ao consumidor dos Estados Unidos não inclui alimentos nem gasolina. Por estar acostumada ao aplauso incondicional, suas atuações no exterior acabam sendo desconcertantes. Seu comportamento na Escola de Governo Kennedy da Universidade de Harvard produziu estupor entre os americanos e vergonha entre os latino-americanos.

A condução econômica consiste numa mescla de rentismo de amigos e capitalismo de Estado, com alta dose de intervencionismo discricionário e corrupção. A presidente se tornou adepta de usar o imperativo "exproprie-se" sem ordem judicial ou indenização. A combinação de prepotência e inépcia gerencial converte as empresas estatizadas em máquinas de destruição de valor. As Aerolíneas Argentinas acumulam prejuízos da ordem de US$ 2 milhões diários. Depois de confiscar o investimento da Repsol na empresa petrolífera nacional, o valor da YPF se reduziu em 60%.

A Argentina não merece esse estilo de governo. A governadora do Banco Central declara que a emissão monetária não produz inflação. E o secretário de Comércio anuncia que prefere a arbitrariedade a regras claras. Como consequência, tanto o investimento estrangeiro como o dos argentinos fogem de semelhante condução da política econômica. Os fatos são teimosos. A dura realidade vai rumo a uma colisão com a visão surrealista imaginada por Cristina Kirchner.

As eleições no Quênia - GILLES LAPOUGE

O Estado de S.Paulo - 02/04

O Quênia, principal potência da África Oriental (entre a Etiópia, a Somália e o Oceano Índico a leste, Uganda a oeste e Tanzânia ao sul), tem um novo presidente, Uhuru Kenyatta, eleito num escrutínio democrático, considerado tão idôneo que mesmo o seu adversário, o ex-premiê Raila Odinga, depois de alguns resmungos, aceitou a derrota.

Um belo exemplo de democracia, tanto mais que a África não é a campeã do mundo em termos de legalidade republicana. Mas Kenyatta, o novo presidente desse país, do qual outrora Hemingway e Karen Blixen falaram tão bem (As Neves do Kilimanjaro e Entre Dois Amores), tem algumas características singulares.

Em primeiro lugar, ele nasceu em 1961, ou seja, dois antes de o Quênia, ex-colônia britânica, alcançar sua independência. Além disso, é filho do primeiro presidente do Quênia, Jomo Kenyatta, o "pai da independência". Aliás, foi na esperança dessa independência que seus pais lhe deram o nome Uhuru, que na língua local significa "liberdade".

Assim, muitos sinais favoráveis acompanham essa eleição e isso é bom porque o país necessita de calma. Ainda está marcado e de certa maneira martirizado pelos tumultos que ocorreram após a eleição presidencial precedente, em 2007 (que resultaram em mil mortos e 600 mil pessoas expulsas de suas casas).

Dizem que o novo presidente tem um inconveniente. Não gosta muito de trabalhar. Um defeito compensado por muitas virtudes: ele é brilhante. E é um homem simples, próximo do povo, voltado para os cidadãos em situação de miséria. Em sua campanha eleitoral Uhuru dirigiu-se em primeiro lugar à grande maioria pobre do país. O que lhe confere mais crédito, já que sua família é uma das mais ricas do continente, de acordo com a revista Forbes.

A família Kenyatta acumulou um império de meio bilhão de dólares nos setores de mídia, finanças e agricultura. Os inimigos políticos afirmam que a família conseguiu adquirir imensa quantidade de terras agrícolas, a preço baixo, pelos britânicos no momento da independência.

Uhuru Kenyatta teria um outro inconveniente nessas eleições, acusado duramente de alguns atos. Ele teria tido um papel importante na onda de violência que explodiu na eleição de 2007. Uma ação por crimes contra a humanidade foi impetrada no Tribunal Penal Internacional e o processo deve ser iniciado em julho em Haia.

Em princípio.

Essas suspeitas não atrapalharam sua disputa pelo poder. Segundo analistas, foi o contrário, pois os quenianos desconfiam e muito do Ocidente, do qual o Tribunal de Haia constitui nesse caso a imagem e o símbolo.

Assim, Uhuru Kenyatta soube explorar a herança de seu pai: em 1963, Jomo Kenyatta foi o homem que pôs fim à colonização. Em 2013, seu filho começará as manobras que poderão criar os "neocolonizadores", restabelecendo seus antigos privilégios.

Por que nada acontece no País? - ARNALDO JABOR

O Estado de S.Paulo - 02/04

Não são as décadas que nos transformam; são os fatos. Eles cavam buracos no tempo e criam caminhos que não podemos prever. Há épocas lentas, há épocas sangrentas, épocas eufóricas e ingênuas, há épocas que parecem ataques epiléticos da história.

Antigamente, achávamos que os fatos nos levariam a um futuro harmônico, que a vida era uma linha reta que ia desde os macacos até o paraíso cristão ou socialista ou, recentemente, ao fim da história.

Hoje vivemos em um labirinto de boas e más notícias, uma teia do homem aranha, um deserto do Iraque de ideias, um vazio de estupidez islâmica, um tempo de terrores como nos pesadelos de ficção científica. Antes, sonhávamos com o futuro; hoje, temos pavor de que ele chegue.

Na década de 60, ainda se comemorava a paz depois da guerra mundial, com euforia democrática movida pela prosperidade do capitalismo.

O mundo era dos jovens, era o oásis do pós-guerra. Havia o Vietnã, guerra fria, mas o clima das cabeças era de alegria. As saias curtas, as pernas de fora, as pílulas anticoncepcionais fazendo o sexo livre, a revolução gráfica desenhando uma vida ideal junto com a publicidade, havia um clima de ousadia, de fé, com a crença de que era simples fazer revoluções, de que o socialismo seria alegre e dançante em Cuba, de que os Beatles e os Rolling Stones nos libertariam para sempre da caretice. Mas, aos poucos, entendemos que o buraco do mundo era mais embaixo, que não bastavam palavras de ordem para vencer o conservadorismo.

Os líderes do sonho começaram a morrer. Guevara saiu de Cuba em busca da utopia e foi denunciado pelos próprios camponeses na Bolívia e morreu como um Cristo desmoralizado na selva.

As boas-novas sempre vinham anuladas por um desastre qualquer. A chegada do homem à Lua aconteceu ao mesmo tempo em que Sharon Tate, mulher de Polanski, grávida, foi morta a punhaladas por um bando de hippies enlouquecidos. A paz, o amor e a flor foram virando rancor, medo, ódio.

Aqui, a guerrilha urbana conseguiu seu maior feito - o rapto do embaixador americano Elbrick -, um gol de placa igual ao milésimo gol de Pelé no dia 19 de novembro de 69, junto também com a chegada do Médici ao poder, com sua cara de vampiro deprimido, enquanto o Marighella morria em São Paulo, enquanto os Beatles se separavam com a declaração de John Lennon de que o sonho tinha acabado.

Tudo ao mesmo tempo.

Aí, nada mais parou de acontecer no chamado "milagre brasileiro"; a burguesia enchendo a barriga de dinheiro em São Paulo e a violência militar e guerrilheira rolando solta; porrada e grana, enquanto a Transamazônica destruía a floresta, enquanto Leila Diniz morria num deserto da Índia, na queda de um Boeing japonês.

E assim fomos seguindo, com o progressivo fechamento da esperança, com os fatos ficando menores, mais episódicos, com as tragédias virando chanchadas e as alegrias murchando em melancolia. Era como se a grande História estivesse impedida e só as pequenas bobagens pudessem acontecer, prenunciando um futuro de inanidades, de irrelevâncias.

Nos anos 70, no Brasil, veio o misticismo laico da contracultura e as desgraças psiquiátricas causadas pela ditadura, enquanto um desastre de avião nos Andes provocava um banquete canibal na neve, Allende caía morto e subia o assassino Pinochet.

O fato mais importante foi a crise de petróleo em 73, com a Opep inaugurando a guerra fria entre o Oriente e o Ocidente, a mãe dos homens-bomba que até hoje nos assolam.

E assim fomos indo. Lembro-me do Tancredo no hospital e do sorriso deslumbrado dos médicos de Brasília, amparando o presidente como um boneco de ventríloquo para a opinião pública. "Vai morrer!" - arrepiei-me. O jaquetão do Sarney, deslumbrado e contristado, me arrepiou. A foto sorridente de Collor, na capa da Veja, com o título Caçador de Marajás, me deu pavor. Depois FHC e Lula (Se FHC não tivesse vencido, onde estaríamos hoje?).

E agora, que arrepio é este que sinto?

Estamos assistindo a uma nítida deterioração das instituições, quando ninguém teme mais nada, pois todos descobriram que delitos e corrupção "não têm bronca", não têm "pobrema". Como disse Lula uma vez: "Dossiê?... Ah, o povo pensa que é doce de batata..."

Este governo está desmoralizando os fatos. Os acontecimentos não acontecem, se diluem, morrem. Dilma anuncia medidas modernizantes, aeroportos, estradas de ferro, hidrovias, infraestrutura - mas tudo morre na praia; a burocracia sindicalista não permite.

Até aquele Paulinho da Força (com vários processos) consegue paralisar a reforma portuária... É espantoso.

Estive há pouco na Europa. Todos os países estão desesperados por problemas insolúveis. Espanha com 25 por cento de desempregados, a Itália com um ridículo palhaço levado a sério, a Holanda (até ela) está sem caixa, a América sob chantagem da direita, a Coreia um país psicótico sob um gordo louco, a primavera árabe morta e por aí vai...

Na imprensa mundial o Brasil é tratado como uma ex-esperança, atual vexame. Até o drama de Chipre vai nos beneficiar com ingresso de capitais. Estamos jogando fora a imensa sorte que temos, por causa de imbecis com dogmas vergonhosos que não existem mais. Estamos antes do muro de Berlim. Esses canalhas desprezam a sociedade e acham que o Estado tem de nos tutelar.

Mas, até quando esse "chove-não-molha" vai aguentar?

Por que a besta do Brasil não prospera, por que continua atrás dos Brics, atrás da América Latina, por que até a Petrobrás caiu para a metade, saqueada pela porcada magra sindicalista? Por quê? Temos grana entrando, temos um governo com maioria total no Legislativo, sem oposição, sem nada. Por que não vamos para frente? Por quê, porra? Os diagnósticos são iguais no mundo todo: uma presidente rachada ao meio por fissuras ideológicas e dominada pela fome eleitoral do PT, a fim de virar um partido mexicano como o PRI. Os europeus têm inveja e desprezo por nós, porque eles querem sair da crise e não conseguem e nós temos tudo para nos salvar e não queremos...

Algo muito ruim cozinha em banho-maria nosso progresso. Há alguma coisa "não-acontecendo" no Brasil que me dá arrepios.

A regra do jogo - ILIMAR FRANCO

O GLOBO - 02/04

Os partidos aliados se curvaram à presidente Dilma nas recentes mudanças em ministérios. Foram nomeados os nomes da preferência dela mesmo que não fossem os escolhidos em seus partidos. Um integrante do núcleo do governo explica: desde que a presidente Dilma abraçou a tese da faxina, ela não pode correr qualquer risco e precisa escolher ministros que resistam a uma devassa.

O mundo da lua e a vida real
Falar mal do PMDB é um esporte nacional. Mas, desde a redemocratização (1985), todos os presidentes, que concluíram seus mandatos, tiveram o apoio do partido. No governo FH, os tucanos o esnobavam, mas sem seu voto não haveria Plano Real. O ex-ministro Ciro Gomes (PSB) fala mal, mas seu irmão, Cid, governa o Ceará com apoio do partido. No governo Lula, os petistas fizeram beicinho, mas quando veio o mensalão foram para debaixo de sua saia. O ex-presidente Collor (como Marina Silva agora) achou que poderia governar sem partidos, inclusive sem o PMDB, e sofreu impeachment. A vida é implacável com os que fogem da realidade.

Frase
"O PMDB é o partido de maior capilaridade. Quem quiser governar com estabilidade precisa de seu apoio. E ainda o tratam como uma Geni"
Paulo Kramer cientista político

Mutirão pelos direitos humanos
O governo tem urgência em aprovar na Câmara projeto de combate à tortura, prática ainda recorrente no país, que permite peritos inspecionar todas as instituições carcerárias do país, sem qualquer tipo de autorização prévia.

O recado
Na última conversa que tiveram com o presidente Lula, o governador Sérgio Cabral (RJ) e o prefeito do Rio, Eduardo Paes (foto), perguntaram: O PT tem um projeto nacional ou quer eleger o governador do Rio? Paes acrescenta: "O Rio é o único estado em que a presidente vai vir passear, o governador e o prefeito vão esperar por ela sorridentes".

O PR se rendeu
A cúpula do PR resistiu o quanto pôde. Mas quando se deu conta que esta seria a única forma de ter de volta o Ministério dos Transportes, conformou-se com a preferência da presidente Dilma pelo nome do ex-senador César Borges.

Quem te viu, quem te vê
A atuação do ex-presidente Lula defendendo empresas brasileiras no exterior não conta com a recriminação do presidente do DEM, senador José Agripino (RN). Ele cita o ex-presidente americano Bill Clinton, contratado pelo grupo americano Laureate. Mas, no caso de Lula, não resiste à ironia: "Na oposição, sempre criticou as elites, agora presta serviços a essa mesma elite."

Reação à receita liberal
Reação do presidente do PP, senador Francisco Dornelles (RJ), à receita dos economistas que sugerem combater a inflação com desemprego: "Eles raciocinam com o desemprego do filho do vizinho, não com o do seu próprio filho."

Na corrida à vaga do STF
O presidente do TJ paulista, desembargador Ivan Sartori, rejeita qualquer influência do governador Geraldo Alckmin na sua carreira. Explica que foi eleito presidente do tribunal pelo voto dos demais desembargadores. Sobre o STF: silêncio.

O candidato do PSDB à presidência,...
O candidato do PSDB à presidência, senador Aécio Neves (MG), almoçou ontem no Rio com o ex-prefeito Cesar Maia (DEM). Conversaram sobre 2014.

SEGURANDO O CARNÊ - MÔNICA BERGAMO

FOLHA DE SP - 02/04

Pelo terceiro mês seguido houve diminuição no Índice de Intenção de Consumo das Famílias, medido pela Fecomercio. Em março, a queda foi de 4,3% em comparação a fevereiro -e de 9% em relação ao mesmo período de 2012. É o menor registro desde setembro de 2009.

SEGURANDO O CARNÊ 2
Segundo a Fecomercio, a retração mostra que, mesmo com a queda dos juros, os consumidores estão cautelosos em contrair dívidas por causa dos aumentos dos preços e do receio de perderem os empregos. Para a pesquisa, a ser divulgada hoje, foram ouvidas 2.200 pessoas.

SOB NOVA DIREÇÃO
O gabinete do senador José Sarney (PMDB-AP) virou ponto de peregrinação. O corredor anda cheio de servidores que batem à porta do ex-presidente do Senado para reclamar das medidas adotadas pelo seu sucessor, Renan Calheiros (PMDB-AL), especialmente médicos e funcionários que perderam cargos e funções.

Mas Sarney já avisou que não quer se meter nos assuntos administrativos da Casa.

HERANÇA
Propostas para declarar Pelé o Patrono do Futebol Brasileiro e para criar o Dia Nacional da Igreja O Brasil para Cristo estão na lista de 169 projetos de lei herdados pela recém-criada Comissão de Cultura da Câmara, presidida pela deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ). Os textos antes tramitavam na Comissão de Educação.

A TANGA DO QUEIROZ
O estilista Mário Queiroz, que deixou a SFPW há um ano, abrirá a Dragão Fashion Week, de 13 a 18 de abril, em Fortaleza (CE). "Vou lançar uma linha de moda praia, para homem e para mulher", explica. Ele promete peças pequenas e ousadas. "Não vou fazer sungão para homem", avisa.

VIP DO VIP
O ator Bruno Gagliasso circulou pelo festival de rock Lollapalooza, anteontem, com um crachá de produção. E assistiu ao show do Planet Hemp, ao lado da mulher, Giovanna Ewbank, no cercadinho em frente ao palco Butantã, reservado apenas para fotógrafos e pessoas que trabalhavam no evento.

NA LAMA
Já a atriz Mariana Ximenes deixou o camarote da Geo Eventos para assistir a apresentação do Black Keys, no sábado, no meio da galera.

EU VOS DECLARO
A atriz Leandra Leal chamou a atenção no festival de rock. Ela e o namorado, o empresário Alexandre Youssef, passaram a usar aliança na mão esquerda.

DEU ROCK
Na festa do Lollapalooza no Cine Joia, na sexta, Lindsay Lohan tentou entrar no camarim do Hot Chip, dizendo conhecer a banda, mas os artistas não permitiram. Sua passagem pelo festival também foi tumultuada. Ficou pouco no camarote, em meio ao empurra-empurra entre fotógrafos e seguranças. Foi expulsa dos bastidores do show do The Killers.

AMIGAS DE MESA
Na festa da revista "Billboard Brasil", na quinta, Lindsay e a modelo Michella Cruz trocaram confidências em lugar inusitado: debaixo da mesa do DJ. A atriz tentava se esconder dos fotógrafos.

"Lindsay queria dançar, me perguntou o que fazer na cidade e tentei convencê-la a sair, mas ela não podia. Expulsou todo mundo, menos a mim", conta a modelo. "Deve ser difícil pra ela."

SIGNIFICA? Ronnie Von fez ensaio inspirado em Hebe, com quem ficou 20 anos sem conversar 'por uma fofoca que não fiz', para a 'Lola'; à revista ele fala sobre seu programa na TV: 'Sou sexagenário, não posso me travestir de teen'

PÁSCOA DO ROCK, BEBÊ
Os atores Bruno Gagliasso, Giovanna Ewbank e Fernanda Rodrigues, o chef Alex Atala e a top Lea T. circularam pelo camarote VIP no último dia do Lollapalooza, anteontem, no Jockey de SP. A atriz Antonia Morais, filha de Glória Pires, e a apresentadora Carol Ribeiro assistiram aos shows do festival na sexta.

CURTO-CIRCUITO
Gui Amabis faz show do álbum "Trabalhos Carnívoros", hoje, às 23h30, no Mundo Pensante. 18 anos.

O Festival Sesc Melhores Filmes, que homenageará Carlos Reichenbach, será aberto amanhã, às 20h30, no Cinesesc.

A exposição "8 Meninas" será inaugurada, hoje, às 19h30, na galeria DOC.

Carol Bezerra faz show em homenagem a Elis Regina, com participação de Jair Rodrigues, às 21h, no MuBE Nova Cultural. Livre.

A Schutz e a AmfAR promovem festa para convidados no Baretto, na quinta.

O documentário "Elena", de Petra Costa, ganhou o prêmio de melhor filme no Festival Films de Femmes.

À milanesa - SONIA RACY

O ESTADÃO - 02/04

Paulo Szot, premiado barítono, estreou no mitológico Teatro Scala, de Milão, semana passada. Interpretando um personagem quase 30 anos mais velho, na ópera A Dog’s Heart, do russo Alexander Raskatov. O cantor, que faz rasante no Brasil em julho – e vai ganhar homenagem da New York Philharmonic este ano –, falou com a coluna por telefone.

Como está sendo se apresentar no Scala, de Milão, um dos teatros mais importantes do mundo?

Milão tem tanta história. Estou muito feliz, é a primeira vez que me apresento lá. Para qualquer cantor de ópera, é um sonho, o que sempre imaginei.

Como foi a preparação para essa ópera?

É uma peça muito difícil, contemporânea. O compositor estava nos ensaios. Tive de treinar efeitos vocais que nunca tinha feito. Mas vem sendo muito interessante e inovador. É estimulante para um artista fazer algo novo. Tenho 43 anos e estou interpretando um personagem de quase 70, um cientista maluco.

Tem planos de vir ao Brasil?

Eu vou cantar com a Orquestra Sinfônica Brasileira, no Rio de Janeiro, em julho. Por enquanto, é isso.

Acha que o público de ópera no Brasil vem aumentando?

Desde que comecei a cantar óperas, percebi um movimento favorável do público em relação a elas. As óperas do Teatro Municipal, por exemplo, sempre estão lotadas. O que acontece, às vezes, são problemas de gestão. É difícil seguir uma linha artística na programação. Tem muita coisa boa acontecendo.

O que achou da escolha de John Neschling para dirigir o Teatro Municipal?

Fiquei contente. Ele sempre vem com resultados positivos, sabe conduzir reformas. Sou um grande admirador dele.

O que tem no seu iPod hoje?

Amo música popular e jazz. Mas, pela falta de tempo, por estar estudando sempre, levo no meu iPod a trilha que estou ensaiando. A música é meu trabalho. No tempo livre, sempre busco um pouco de silêncio. /MARILIA NEUSTEIN

Das artes
Fernanda Feitosa, criadora da SP-Arte, fez as contas. Durante esta semana da feira – que abre com coquetel na quarta à noite – vão acontecer 59 eventos. Serão, ao todo, 9 jantares, 7 brunches, 20 exposições, 13 visitas guiadas a ateliês e 3 festas grandes.

Vai dar conta? “Claro”, afirma ela. Tudo com o objetivo de fazer crescer o mercado brasileiro, que hoje responde por somente 1% do mundial.

Arte 2
Nem bem começou a semana de arte e chegam rumores sobre a Arte-Rio. Fala-se sobre a saída de um dos quatro sócios.

Arte 3
E quem aterrissa hoje para a SP-Arte é Bernard Fornas, presidente mundial da Cartier e conhecido colecionador.

Dolce vita
Vistos no Fasano do Rio, este feriado, Carlinhos Cachoeira e sua Andressa. Na piscina, de boné e óculos escuros, o contraventor passou quase despercebido. Bem como no jantar de sexta-feira santa, no Fasano Al Mare.

Bad girl
O que levou a John John a associar sua imagem a Lindsay Lohan? “Nós a convidamos para conhecer a marca, dada sua personalidade divertida e descontraída. Achamos que seria interessante trazê-la”, explica Marcio Camargo, do Grupo Restoque.

Bad girl 2
A atriz americana foi internada três vezes em clínicas de reabilitação, acusada de roubar um colar em joalheria e condenada a prestar 480 horas de serviço comunitário.

Bem recebido
O recluso sultão Qaboos bin Said abriu as portas do palácio real, em Omã, para receber Michel Temer. Que entregou carta de Dilma, convidando o governante a visitar o Brasil.

Atenção
Além de recente arrastão em restaurante, a Rua Itacolomi, em Higienópolis, tem sido foco de assaltos a mão armada e roubos de carros.

Do bem
Antonio Matias, Maria Alice Setubal e Gary Stahl, comandam, hoje, o lançamento do Prêmio Itaú-Unicef. Na Fecomercio, em São Paulo.

“Menas” dinheiro
São Paulo sente o impacto da redução das tarifas de energia e do desaquecimento da economia. Segundo Andrea Calabi, secretário da Fazenda do Estado, março fechou com queda de arrecadação de 2,2% na comparação com o mesmo mês de 2012, puxando a média do trimestre para o negativo – menos 0,2%.

Preocupa? “Não, vamos recuperar e cumprir as metas do Orçamento”, prevê.

Bochicho
Nova maldade pelos corredores financeiros de São Paulo: fala-se que a relação de André Esteves com Lula já não é tão boa quanto foi…

Recuperados
Liquidantes do Banco Cruzeiro do Sul e a gestora Verax recuperaram R$ 40 milhões em operações de crédito do fundo exclusivo Tamisa – que serão incorporados à massa falida do banco.

E foram tomadas medidas judiciais para conseguir outros R$ 30 milhões do mesmo fundo.

Longe da trégua - VERA MAGALHÃES - PAINEL

FOLHA DE SP - 02/04

Após pedido encaminhado por Márcio Thomaz Bastos, Joaquim Barbosa aceitou conceder audiência, prevista para ontem, aos defensores dos réus do mensalão no Supremo Tribunal Federal. Barbosa, que não costuma receber advogados, convidou o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, para a reunião. Mas, devido à recusa do presidente da corte em dar mais prazo para análise do acórdão do julgamento, que deve sair na sexta-feira, os criminalistas desistiram do encontro.

Protocolar 1 Durante a conversa com Alfredo Nascimento e Antonio Carlos Rodrigues em que bateu o martelo na ida de César Borges para o Ministério dos Transportes, Dilma Rousseff ligou para o líder do PR na Câmara, Anthony Garotinho (RJ).

Protocolar 2 A presidente perguntou se tinha algo a opor ao nome de Borges. Garotinho reiterou o pleito de que o ministro fosse um deputado, mas não impôs veto.

Cantinho O comando da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), para onde vai o desalojado Paulo Sérgio Passos, está ocupado interinamente desde que o Senado derrubou a recondução de Bernardo Figueiredo ao cargo.

Dieta O general Jorge Fraxe ficará no Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte) e não haverá mudanças na Valec, dois alvos de cobiça do PR.

Duelo Dilma divulgará hoje em Fortaleza ampliação do Bolsa Estiagem e a recurso rápido para obras no Nordeste. Quer se antecipar a Eduardo Campos (PSB-PE), que anistiará pequenos produtores.

Bem básico Entre os artigos que o Congressos incluiu na MP da desoneração da cesta básica estão produtos de higiene, como sabonete, pasta de dente e fio dental. Não houve sucesso itens como com feijoada a vácuo, bicicleta e óculos escuros.

Oremos Contestado no comando da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, Marco Feliciano (PSC-SP) pagou, na rubrica de divulgação de atividade parlamentar, R$ 100 mil de verba do gabinete à gráfica que rodou 12 mil exemplares de livros religiosos de sua autoria.

Outro lado 1 Representante da Soft Editora, de São Paulo, que se identificou como Luiz, nega que o repasse da Câmara tenha sido para pagar os livros. Ele afirma que pela produção de jornais informativos relativos ao trabalho do deputado na Casa.

Outro lado 2 A assessoria do deputado admite que a mesma gráfica pode ter sido usada para os dois trabalhos, mas nega ter utilizado dinheiro público para fins particulares, e sim para a produção do informativos.

Prioridades Feliciano pediu ao ministro Ricardo Lewandowski o adiamento de audiência marcada para o dia 5 no STF no processo em que é acusado de estelionato. Ele alega ter outro compromisso no mesmo dia.

Bumbo Dizendo ser po rtador de "excelente notícia", o presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), vai hoje à TV anunciar a promulgação da PEC das Domésticas. Gravou no domingo.'

Visitas à Folha Abílio Diniz, presidente do Conselho de Administração do Grupo Pão de Açúcar, visitou ontem a Folha, a convite do jornal, onde foi recebido em almoço. Estava com Alessandra Paz e Sérgio Malbergier, assessores de comunicação.

José Américo Dias, presidente da Câmara Municipal de São Paulo, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Jamir Kinoshita, assessor de comunicação.

com FÁBIO ZAMBELI e ANDRÉIA SADI

tiroteio
"Lamento o acórdão do mensalão não ter sido publicado pelo Supremo justamente no 1º de abril, conhecido como Dia da Mentira."
DE LUIZ FERNANDO PACHECO, advogado do deputado José Genoino, sobre a expectativa, não confirmada, de que o texto final do julgamento sairia ontem.

contraponto


Bom dia ministro


Paulo Bernardo (Comunicações) recebeu vários telefonemas na manhã de terça passada, procedentes de números não identificados. Procurado por um amigo de Curitiba, o ministro entendeu a razão das chamadas.

-Deram seu número no ar durante programa de TV aqui. Orientaram os telespectadores a ligar caso tivessem problemas com telefonia...

Quando soube que a ''pegadinha'' foi de telejornal do canal ligado ao ex-aliado Ratinho Júnior (PSC), brincou:

-Pois todos os quatro telespectadores da emissora me ligaram. E antes das 7h!

Porta da modernidade - MIRIAM LEITÃO

O GLOBO - 02/04

A nova lei do emprego doméstico é uma grande oportunidade de mudanças. Não será fácil nem indolor, mas terá profundas repercussões sociais, econômicas, comportamentais, familiares. Demandará muito de todos nós, imporá exigências às políticas públicas. É progresso. Chegou em um momento em que as domésticas podem escolher onde trabalhar.

O número de trabalhadores no emprego doméstico tem caído, e a renda tem aumentado. Sinal de que há mais demanda que oferta dessa mão de obra e novas oportunidades no mercado de trabalho.

Ficará mais caro ter empregado doméstico, mas é um avanço natural. Dar os mesmos direitos a todos os trabalhadores é progresso. Quer que a pessoa trabalhe até mais tarde num dia em que receberá amigos para jantar? Perfeito, a funcionária será paga por hora extra. Quer romper o contrato de trabalho? Perfeito, ela terá o mesmo direito que todos os trabalhadores do mercado formal.

Há uma burocracia infernal no mercado de trabalho. Ótima hora para o governo simplificar. Nas casas, isso é mais urgente porque não há contador. O governo poderia simplificar também a parafernália regulatória para a pessoa jurídica.

Novas oportunidades se abrem em todas as áreas. A família que tem duas empregadas, ou mantém a funcionária em horas excessivas, terá agora de exigir colaboração de todo o grupo familiar.

A revista "Época" fez, há uma semana, uma reportagem sobre "o que as mulheres querem dos homens". No texto sobre a nova divisão de tarefas, o subtítulo é "os homens nunca ajudaram tanto nos afazeres domésticos e no cuidado com os filhos". Na legenda: "Os homens se sentem mais à vontade para ajudar no cuidado com os filhos." Na segunda legenda: "Ele ajuda tanto nas tarefas domésticas que o casal dispensou a empregada." O que me espantou foi a insistência no verbo errado. Quis escrever uma carta para a publicação:

"Querida revista Época, como leitora, assinante e admiradora da publicação, gostaria de lembrar que "ajudar" pressupõe que a obrigação - no cuidado da casa e dos filhos - é da mulher. Isso não faz mais sentido. Portanto, sugiro que da próxima vez que fizerem reportagem tão interessante esqueçam o verbo "ajudar" se forem falar da divisão do trabalho entre pessoas que têm responsabilidades iguais."

Crianças mimadas que crescem gritando que a empregada lhes dê tudo na mão, como se inválidas fossem, ou que não sabem manter o mínimo de ordem em seus espaços, terão que mudar os hábitos. A funcionária terá menos tempo, pois terá que se dedicar às questões essenciais.

As políticas públicas terão que aumentar a oferta de creches ou escolas em horário integral. Antes, isso era uma aflição das domésticas. Elas também são mães e precisam deixar seus filhos. Agora, a classe média exigirá creches.

A expressão "ela virou uma pessoa da família" não precisará ser abolida, mas não será mais a desculpa para uma relação ambígua em que não são respeitadas as exigências de remuneração extra para o trabalho extra. Favores, presentes, pequenas concessões não substituem direitos, garantia e remuneração.

Essa lei é o umbral da modernização há muito tempo necessária na cena brasileira. O governo terá de simplificar regras burocráticas. As famílias terão que formalizar relações que hoje são pouco claras. Os maridos trocarão o verbo ajudar por dividir e compartilhar. As crianças terão que ser menos exigentes. As empresas terão que ter políticas corporativas mais flexíveis para que trabalhadores de ambos os sexos possam compatibilizar o cuidado com os filhos e a carreira. Não vai ser fácil para ninguém, mas o Brasil será mais moderno.

FLÁVIA OLIVEIRA NEGÓCIOS & CIA

O GLOBO - 02/04

LIMINAR DOS ROYALTIES ESTÁ FORA DA PAUTA DO STF
Decisão da ministra Cármen Lúcia a favor do Rio não será submetida ao plenário esta semana. Lei antiga é a que vale

O plenário do Supremo Tribunal Federal não vai apreciar esta semana a liminar da ministra Carmén Lúcia, que anulou os efeitos da nova lei de redistribuição dos royalties. A decisão, em benefício de estados produtores, como Rio, Espírito Santo e São Paulo, foi anunciada dia 18, antes da Páscoa. Por causa do recesso do Judiciário para o feriadão, não houve sessão na semana passada. Com isso, a expectativa era que a liminar concedida em ação direta de inconstitucionalidade movida pelo governo Sérgio Cabral, do Rio, fosse submetida aos demais ministros do STF esta semana. Mas o assunto não entrará na pauta. A demora agrada os estados produtores. Como abril começou com a velha Lei do Petróleo (9.478/1997) em vigor, a repartição da renda da produção de óleo e gás no país seguirá a fórmula antiga até junho, quando serão pagos os royalties do quarto mês do ano. Em março, a ANP repassou a União, estados e municípios brasileiros R$ 1,404 bilhão em royalties. O valor é referente à produção de janeiro. O governo do Rio recebeu R$ 264 milhões; o capixaba, R$ 64,5 milhões. Rio Grande do Norte e Bahia ficaram com R$ 23,3 milhões e R$ 20,3 milhões, respectivamente.


135 MUNICÍPIOS PRODUTORES 
O país tem 135 municípios que podem ser classificados como produtores de óleo e gás, segundo a ANP. Do total, 63 são confrontantes, ou seja, têm produção no mar. Quinze deles ficam no Rio.

Aeroporto
A Infraero assina hoje com a GJP Investimentos o contrato de concessão da área que abrigará hotel e centro de negócios no
Santos Dumont, no Rio. O complexo, aporte de R$ 270 milhões, ficará nos antigos prédios da Varig e da Vasp.

Em tempo
O GJP ganhou licitações para construção de hotéis nos aeroportos de Confins (MG), Vitória (ES) e Galeão.

Na estrada
A Previ, fundo de pensão do BB, iniciou ontem road shou dos resultados de 2012. O 19 encontro, no Rio, reuniu 250 participantes. Onze capitais receberão reunião este mês. A fundação soma R$ 166 bi em ativos. Teve superávit de R$ 27,3 bi no ano passado.

P&D
Eletrobras Furnas destinou R$ 102 milhões a projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação em 2012. No 19 bimestre de 2013, gastou mais R$ 28 milhões. Em 14 meses, investiu quase dez vezes o total de 2011.

Energia 1
Angra 1 e Angra 2 bateram 200 milhões de MWh produzidos, em fevereiro. É energia capaz de abastecer o Estado do Rio por 12 anos.

Energia 2
O Cadeg vai elevar em 50% sua capacidade de geração de energia. Investirá R$ 2 milhões em subestações.

DO MAR
A Vix, de moda praia, lança hoje a campanha de inverno. A inspiração foram os paraísos distantes. As fotos, com a modelo Liliani pelas lentes de Dominick Guillemot, estarão em mídias sociais e impressa. Em 250 multimarcas no Brasil, a grife espera elevar em 20% os pontos de venda. Prevê alta de 30% no faturamento. Quer crescer nas regiões Norte e Nordeste.

Hotelaria
Foi de 80,07% a taxa de ocupação na rede hoteleira carioca no feriadão da Páscoa. O índice superou os 76,64% da Semana Santa 2012. Alfredo Lopes, da ABIH-RJ, festejou. É que os hotéis ganharam mil novos quartos e, ainda assim, ficaram mais cheios.

É chocolate
As lojas Cacau Show e Brasil Cacau do Bangu Shopping tiveram filas de 18 metros no fim de semana da Páscoa. As Lojas Americanas reforçaram o estoque com itens de outras filiais. A alta de vendas nas lojas ligadas à data foi de 31%. No Boulevard São Gonçalo as receitas cresceram 20%; no Passeio Shopping, 15%.

DOCE
Carolina Ferraz volta a estrelar campanha do adoçante Zero-Cal. No comercial, que estreia 2ª feira que vem, a atriz apresenta o produto Zero-Cal Sucralose. É um derivado da cana-de-açúcar com sabor doce, mas sem calorias. Durante a gravação, Carolina mostrou conhecimentos técnicos de filmagem e deu sugestões sobre posicionamento das câmeras. A ComunicaFilmes assina.

LONDRINA
A Bisi, marca adolescente, lança hoje a campanha da coleção de inverno. Foi inspirada em Londres. Cartões-postais da capital inglesa, como a Tower Bridge (foto), aparecem nas imagens da fotógrafa Ale Hamdan. Vão circular nas mídias sociais da grife. No fim de semana passado, a rede concluiu obra da loja do Rio Design Barra. É a 1ª de cinco unidades que serão repaginadas. A previsão é de crescimento de 20% nas vendas.

DUAS DÉCADAS
O Shopping Vitória (ES) estreia hoje a campanha para comemorar 20 anos. Felipe Joffily, de “Muita calma nessa horá, dirigiu o comercial para TV. A Cinerama Brasilis produziu. Já a Aquatro Comunicação criou os anúncios para mídia impressa, outdoor e displays do shopping.

Protótipos
A Petrobras vai investir R$ 10 milhões num centro integrado de prototipagem. Fez parceria com PUC-Rio, INT e Onip. Vai projetar e construir protótipos para fornecedores da indústria de óleo e gás. Deve entrar em operação até o fim do ano.

Rendeu
Bateu R$ 222 milhões o faturamento das empresas da Incubadora Coppe/UFRJ em 2012. Foi alta de 22% sobre o ano anterior. Os empreendimentos geraram 1.148 empregos, 218 deles para mestres e doutores.

Crescendo
A Empresa Júnior, da PUC-Rio, prevê faturar 30% a mais este ano. Em 2012, gerou R$ 460 mil em receitas. Quer fechar 2013 com 38 projetos realizados.

Licitação
A eWave (software) fechou com o IBICT. Vai cuidar da área de TI do órgão. É contrato de R$ 2,25 milhões.

Livre Mercado
O Hospital São Vicente de Paulo, na Tijuca, vai construir CTI com 20
leitos este ano. Integra investimento de R$ 4,3 milhões previsto para 2013. É alta de 40% sobre 2012.

O Atacadão vai sortear, este mês, três mil vales compras de R$ 300 e dez certificados de ouro de R$ 50 mil. É ação por seus 51 anos. Com 92 lojas, a rede é líder no país.

A Liquigás, de GLP, faz promoção de 60 anos. Até maio, vai distribuir seis mil prêmios em raspadinhas.

A Limppano lança a linha Inspira, de aromatização para banheiros, esta semana. Investiu R$1 milhão.

Espera alta de 20% nas vendas.

A Chineláticos abre hoje a 6ª loja. Aporte de R$ 400 mil, fica no Center Shopping (Jacarepaguá).
A Natura lançou ontem o projeto “Gestos”. Terá vídeos de um minuto mostrando movimentos que podem melhorar a qualidade de vida.

O Ibmec/ RJ promove o workshop Inovação e Criatividade, de 11 a 13 deste mês. O curso abordará conceitos de design thinking.

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

FOLHA DE SP - 02/04

Indústria farmacêutica acompanha disputa nos EUA
O setor farmacêutico brasileiro acompanha uma disputa que chegou à Suprema Corte nos Estados Unidos.

O FTC (Federal Trade Commission, órgão norte-americano responsável pela defesa da concorrência) questiona uma prática que envolve o mercado de medicamentos de marcas e genéricos.

A indústria de remédios de marca, dona das patentes, remunera as concorrentes fabricantes de genéricos para que permaneçam por mais tempo fora do mercado.

O sistema é conhecido como "pay for delay".

O FTC avalia que o atraso na entrada do competidor genérico, que poderia oferecer preços mais baixos, prejudica o consumidor.

Não existe paralelo no Brasil, segundo afirma Nelson Mussolini, presidente-executivo do Sindusfarma (sindicato do segmento).

Os dois lados no país, porém, também estão atentos a possíveis parcerias semelhantes por aqui, de acordo com especialistas.

Por ora, há empresas que antecipam a liberação de suas patentes para um fabricante de genérico com exclusividade, segundo a entidade do setor, a PróGenéricos.

"É tradicional neste setor que a primeira empresa a lançar a cópia ocupe a liderança de vendas", diz Telma Salles, presidente da entidade.

O caso recente mais relevante ocorreu há cerca de três anos, com o medicamento Lípitor, que envolveu Pfizer e Eurofarma, de acordo com a PróGenéricos.

Atualmente, três moléculas de síntese química, cujas patentes expiram ao longo deste ano, possuem "grande potencial" para atrair acordos bilaterais entre laboratórios e genéricos antes da expiração, segundo a entidade.

São elas a ezetimiba, para colesterol, a sirolimus, para transplantados, e a nelfinavir, usada no coquetel para tratar Aids.

Segmento de genéricos cresce menos que o esperado
O setor de genéricos do país cresceu 10,7% em fevereiro, na comparação com o mesmo mês de 2012, de acordo com a PróGenéricos (associação do setor).

Apesar da alta, a taxa ficou abaixo do esperado pela entidade. Em fevereiro do ano passado, a elevação havia sido quase o dobro (24,2%).

"A gente não pode reclamar [da expansão], mas precisamos ampliar o acesso das pessoas aos medicamentos", afirma a presidente da associação, Telma Salles.

A queda no ritmo de crescimento não é decorrente de um amadurecimento do mercado, segundo Salles, mas da "fragilidade econômica" do país e da falta de lançamentos de novos produtos.

Ao todo, 1.140 pedidos de registros de novos genéricos aguardam resposta da Anvisa, de acordo com dados da PróGenéricos. Outros 323 produtos esperam renovação de registros -o mais antigo é de outubro de 2008.

"As empresas precisam renovar o portfólio", diz Salles.

A Anvisa adotou, em março, medidas para agilizar esses processos. Entre elas estão a publicação de um edital de concurso público para contratar mais profissionais e um sistema eletrônico de registro de medicamentos.

Na mesa do restaurante
O preço médio da alimentação fora de casa na hora do almoço é de R$ 27,40 no país, segundo pesquisa da Assert (Associação das Empresas de Alimentação Convênio para o Trabalhador) que será divulgada hoje.

São Paulo é a terceira capital com a refeição mais cara. O custo é de R$ 30,71 -12,1% acima da média nacional.

Belém e Brasília ocupam a dianteira, com R$ 32,37 e R$ 32,23, respectivamente.

"Há ofertas de alimentos mais populares em São Paulo, pois a concorrência é maior", diz o presidente da entidade, Artur Almeida.

"A pesquisa também reflete o resultado do IPCA do ano passado", acrescenta.

A inflação de alimentos e bebidas na capital do Pará foi de 14,32% em 2012. Em São Paulo, ficou em 8,68%.

Ainda na capital paulista, os pratos à la carte foram responsáveis por puxar a média para cima, segundo Almeida. O preço desse tipo de refeição na cidade ficou em torno dos R$ 50,77.

O presidente da associação, porém, frisa que os restaurantes mais caros ficaram de fora da pesquisa, pois não costumam aceitar os cartões de vale-refeição.

O levantamento foi feito com base em dados de 4.440 estabelecimentos do país, em cerca de 40 cidades.

Chamada de emergência
Mais de 13 mil exames de eletrocardiograma realizados pelo Samu, no Brasil, receberam laudos emitidos à distância pela central de telemedicina do HCor (Hospital do Coração) nos últimos três anos.

A parceria do hospital com o Ministério da Saúde (que controla o Samu), permite que diagnósticos sejam feitos por uma equipe médica em até quatro minutos. Do total, 1.418 casos foram de infarto e outros 295 de arritmia.

"O atendimento é praticamente em tempo real e está salvando muitas vidas", diz José Carlos Pachón, cardiologista e um dos responsáveis pelo projeto no HCor.

Banquete oriental
As redes de comida asiática já representam cerca de 20% do faturamento total do setor de franquias, segundo a Associação Brasileira de Franquias (ABF).

Em 2012, a receita desses restaurantes foi de cerca de R$ 20 bilhões. As lojas próprias mais as franqueadas deram um salto de 12.015 unidades, em 2010, para 16.029 no ano passado.

"A opção por uma comida mais nutritiva e menos calórica caiu no gosto do consumidor e a demanda é cada vez maior pela culinária asiática. O mercado tem muito a crescer", diz Ricardo Camargo, diretor-executivo da ABF.

Sem pano... As vendas do segmento atacadista de tecidos registraram queda de 2,7% em março, na comparação com fevereiro, segundo o sindicato do setor do Estado de São Paulo.

Otimismo... A expectativa de renda alemã caiu 2,4 pontos e fechou março em 29,4 (em escala de -100 a 100), de acordo com índice da GfK. O resultado, porém, é considerado bastante alto pela consultoria.

Compromisso... César Alierta, presidente mundial da Telefônica, estará hoje no Brasil para comemorar um ano de consolidação dos produtos da empresa sob a marca comercial Vivo e conhecer a nova sede, no Brooklin.

...pra manga O resultado segue trajetória de queda. Em fevereiro, o índice caiu 3,8% ante janeiro de 2013. O desempenho, de acordo com a entidade, é consequência da situação econômica do país.

...na Alemanha Em janeiro, o indicador havia subido 15 pontos. A expectativa econômica cresceu 3,1 pontos e ficou em 0,6. Foi a primeira vez, desde junho de 2012, que se registrou um número positivo.

...no Brasil O evento, na cidade de São Paulo, terá entre os convidados o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, e o ex-presidente Lula. A Vivo é a líder em números pós-pagos no país e a segunda operadora em pré-pagos.