Existem muitos projetos no setor de infraestrutura, prontos ou em fase de acabamento, a serem licitados
A condução de uma política econômica não pode se compor de departamentos estanques. Não se toma uma medida para surtir um determinado efeito apenas a partir do esgotamento de ações anteriores.
São processos que se entrelaçam para gerar empregos e renda de forma contínua. Nem sempre funciona, mas é imperioso tentar.
No momento, a economia brasileira ainda está presa ao atoleiro fiscal da estagnação — dois anos em que a expansão do PIB não se afastou do 1%, e o terceiro, o atual, cujas projeções são até mais pessimistas. Daí a relevância da reforma da Previdência, a primeira de outras.
Mas a retomada do crescimento também precisa de medidas de indução, no momento certo, sem voluntarismos —, como infelizmente ocorreu no passado, a partir do segundo mandato de Lula e durante o período de Dilma, sua sucessora. A expansão obtida desta forma sempre tem fôlego curto, é o chamado “voo de galinha”, de baixa altitude.
O avanço da reforma, essencial para melhorar as expectativas dos agentes econômicos, prepara o terreno para a retomada dos investimentos, alavanca eficaz para a aceleração do crescimento.
E como política econômica não constitui áreas estanques, há diversos projetos, em várias etapas de montagem para serem oferecidos ao setor privado, na forma de concessões. Alguns até já o foram.
Há diversos de importância no setor de infraestrutura, um segmento em que existem inúmeras carências. É vital para não apenas ajudar na retomada, em função da demanda e da renda que as obras geram, mas também para dar sustentação ao crescimento ao se desobstruírem gargalos no escoamento da produção.
O Ministério da Infraestrutura estima que, na área de logística, serão repassados ao setor privado, até 2022, projetos que representarão investimentos de R$ 208 bilhões, grande parte em rodovias.
Mesmo antes de a reforma da Previdência sinalizar que pode tramitar sem maiores obstáculos no Congresso — o primeiro turno foi vencido na Câmara sem desidratações desestabilizadoras — foi leiloada a concessão de 12 aeroportos e da Ferrovia Norte-Sul (Tocantins-São Paulo). Um bom sinal.
Até 2022, uma leva cobiçada de aeroportos vai a leilão, incluindo o Santos Dumont (RJ) e Congonhas (SP), na mais rentável rota do país, a ponte aérea. A estimativa é que os terminais gerem R$ 10,2 bilhões em investimentos.
O ministro Tarcísio Gomes de Freitas, em função do desanuviamento do horizonte, causado pelo bom início de tramitação da reforma na Câmara, acredita que grupos estrangeiros terão presença forte nas licitações.
Afastar o alto risco de insolvência do Estado é garantia de estabilidade, um dos aspectos que mais preocupam os empreendedores. A prova está aí.
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