RIO DE JANEIRO - Começa sempre com a descoberta de um caco de osso num ermo qualquer. Não parece ter pertencido a uma vaca, nem a ninguém conhecido na região. Trâmites depois, o osso cai em mãos hábeis, que o identificam como um fóssil, parte de um dinossauro que viveu ali há 100 milhões de anos. Pela sua composição, estabelecida por tomografia computadorizada, pode-se reconstituir o bicho inteiro – idade, gênero, seus hábitos pessoais, sua preferência por rúcula ou agrião, se aceitaria um pterodáctilo como genro etc.
Durante muito tempo, todos os dinossauros que conhecemos eram indivíduos com oito metros de comprimento, da ponta do focinho ao fim da cauda, por cerca de três de altura, e grandes o suficiente para nos assombrar, vide Godzilla. Mas empalideceram diante dos formidáveis tiranossauros de 13 metros de comprimento por quase 5 de altura que apareceram depois, e dos quais há um exemplar em exibição na Quinta da Boa Vista.
Pois até estes já foram para a segunda divisão, com a recente descoberta, na região de Presidente Prudente (SP), de um colossal titanossauro de 25 metros de comprimento por 8 de altura. E ninguém pode afirmar que ele será o maior que já existiu.
Algo semelhante acontece com as investigações sobre os nossos políticos, empreiteiros e operadores acusados de corrupção. O mensalão, por exemplo. Quando surgiu, em 2005, parecia enorme. Em 2014, o petrolão, a Operação Lava Jato, a apreensão de documentos, as prisões preventivas e as delações premiadas reduziram o mensalão àquele primeiro e singelo dinossaurinho.
As investigações continuam, agora em muito mais frentes. E, com o que se diz que a polícia, a Justiça e a Receita Federal, o Ministério Público e o STF têm a apresentar, o próprio petrolão, que equivale ao titanossauro, arrisca-se a parecer um camundongo.
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