sexta-feira, janeiro 24, 2014

Drogas no palanque - BERNARDO MELLO FRANCO - PAINEL

FOLHA DE SP - 24/01

O futuro ministro da Saúde, Arthur Chioro (PT), acusa o governo do PSDB em São Paulo de defender o "projeto da segregação e da indiferença" em relação a usuários de drogas. O tema voltou à arena política ontem, após a ação policial na cracolândia. Em palestra gravada em 2013, Chioro ataca a gestão Geraldo Alckmin e diz que o PT prega "solidariedade e respeito" aos dependentes. "Este é o projeto que mais nos diferencia hoje da prática e do discurso dos governos tucanos."

Flashback A cracolândia já foi tema de disputa eleitoral de 2012, quando o prefeito Fernando Haddad (PT) venceu José Serra (PSDB). Ontem o ministro Alexandre Padilha (Saúde), pré-candidato do PT a governador, visitou a área antes da chegada da polícia.

Não agradou Em privado, aliados de Aécio Neves (PSDB) reclamaram da entrevista de Fernando Henrique Cardoso ao UOL. O ex-presidente disse que a eleição de Eduardo Campos (PSB) também seria boa para o país.

Deixa falar "Ele está numa fase em que pode falar o que pensa com mais liberdade. Mas não é o pensamento do PSDB", disse um tucano.

Nem aí Marina Silva (PSB) não quis comentar e deu ordem para não comentarem a declaração de FHC de que seu objetivo é criar o próprio partido, e não eleger Campos.

Repreensão Aécio se irritou com artigo publicado no site do Instituto Teotônio Vilela, do PSDB. O texto atacava Aloizio Mercadante (PT), recém-alçado à Casa Civil, e sumiu do portal ontem à noite.

Não pode O artigo lembrava o episódio dos aloprados e comparava Mercadante aos antecessores José Dirceu, preso na Papuda, e Erenice Guerra, derrubada sob suspeita de tráfico de influência.

Vacilou Antes de chegar à Suiça, Dilma Rousseff recebeu a informação de que o ministeriável Josué Gomes quer ser candidato a senador pelo PMDB mineiro. Mesmo se o governador Antonio Anastasia (PSDB) concorrer.

Dançou Neste caso, dizem integrantes do governo, a escolha do substituto de Fernando Pimentel (PT) no Ministério do Desenvolvimento voltaria à estaca zero.

Puritanismo Dirigentes do PSB temem nova dor de cabeça com a Rede: o financiamento de campanhas. Pessebistas receberam sinais de que os marineiros aspiram vetar doações de empresas.

Cobras e lagartos O governador Sérgio Cabral (PMDB) tem feito ataques "impublicáveis" ao PT, segundo aliados. Ele diz que o partido não moveu uma palha para barrar a candidatura de Lindbergh Farias no Rio.

Bipolar Depois de anunciar que deixaria o governo em fevereiro, junto com secretários petistas, Cabral agora disse a aliados que só sairá em 3 de abril. Ele afirma que não será pautado pelo PT.

Fora de casa Fernando Collor (PTB-AL) está desatualizado. Ontem, disse no Twitter que se encontraria com Frank Aguiar, "companheiro de PTB". Só que Aguiar deixou a sigla e se filiou ao PMDB há quatro meses.

Visitas à Folha Liliana Ayalde, embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, visitou ontem a Folha, onde foi recebida em almoço. Estava com Dennis Hankins, cônsul-geral em São Paulo, Rakesh Surampudi, adido de imprensa, e William Holton, terceiro-secretário.

Fernando Grella Vieira, secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Fábio Santos e Lucas Tavares, assessores de imprensa.

com ANDRÉIA SADI e BRUNO BOGHOSSIAN

tiroteio
O jogo ainda nem começou e o PSDB já recorreu ao tapetão. Com medo de perder a eleição, tenta desclassificar os adversários.

DE LUIZ ANTÔNIO FLEURY FILHO (PMDB-SP), ex-governador de São Paulo, sobre a ação do PSDB contra Paulo Skaf (PMDB) por campanha antecipada.

Contraponto


Vou de Taques
Após a morte do vice-presidente José Alencar, em 2011, os senadores Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) e Pedro Taques (PDT-MT) combinaram que iriam juntos ao velório, no Palácio do Planalto. Antes, Randolfe participou de uma reunião de seu partido no Congresso. Na saída, foi abordado por Chico Alencar (PSOL-RJ):
-Vamos agora para o velório? -perguntou Alencar.
-Claro. Vamos pegar o Taques e seguimos juntos até o Planalto -respondeu Randolfe.
Confuso com o sotaque do aliado, Alencar respondeu:
-Não precisa ir de táxi, não! Vamos a pé!

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