sábado, outubro 12, 2013

A réplica do bom senso - EDSON JOSÉ RAMON

GAZETA DO POVO - PR - 12/10


Há algumas semanas, este espaço foi dedicado à publicação de opiniões a favor e contra o Projeto de Lei 4.330, de autoria do deputado federal Sandro Mabel (PMDB-GO), ora tramitando na Câmara dos Deputados visando estabelecer marcos regimentais para a atividade laboral terceirizada, de vez que a mesma se ampara unicamente em súmula editada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST).

Um dos articulistas, na condição de líder do movimento sindical dos metalúrgicos, obviamente mostrou sua contrariedade ao projeto, alegando que o mesmo permitirá a terceirização total das atividades das empresas e a queda dos rendimentos do trabalhador em até 30%. Além disso, se arvorou a proclamar que esse tipo de contratação só interessa às grandes empresas e multinacionais, repetindo a velha cantilena de que as classes política e patronal estão atrasadas na busca do equilíbrio das relações entre o capital e o trabalho.

O líder sindical em questão parece esquecer, e deve ter razões subliminares para agir dessa forma, que a atividade empresarial é imprescindível para a geração de milhões de empregos, mediante os quais chefes de família conseguem obter a renda necessária para o sustento de seus filhos. Afinal, quem seria responsável pela abertura de empregos, senão o empresário que põe em risco o capital ao enfrentar as sucessivas crises advindas da instabilidade econômica? Seria o caso de transferir ao governo, em seus três níveis, a obrigação de se transformar no grande empregador?

Depois de tantas décadas de debates, é meridiano o reconhecimento dos homens de empresa da prática civilizada da ampliação do diálogo e da modernização do relacionamento entre empregados e empregadores. Não se concebe, portanto, que uma liderança responsável da esfera do trabalho ainda alimente uma visão inteiramente equivocada sobre o empresariado, e a este atribua a invenção de artifícios para precarizar as relações trabalhistas.

O mínimo que se pode dizer, diante de manifestações desse jaez, é que há uma alentada dose de ambiguidade em se persistir no erro calculado de desmerecer a importância do empregador, sem o qual simplesmente não haveria empregados, porquanto é da atividade produtiva das empresas que nasce a necessidade da contratação da mão de obra.

Vale lembrar, ainda, que não passa pelas cogitações de nenhum empresário impregnado de responsabilidade social utilizar os que a ele demandam em busca de desenvolvimento humano como meras peças de uma engrenagem que visa exclusivamente a perpetuação de sistemas medievais já desmoralizados pela história.

Por fim, repensemos valores a ponto de, fraternalmente, induzir o conjunto dos agentes comprometidos com a sociedade moderna e civilizada a encontrar mecanismos que estimulem investimentos empresariais, com o objetivo de trazer benefícios cada vez maiores para toda a sociedade.

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