sábado, julho 06, 2013

Simpatia quase amor - ILIMAR FRANCO

O GLOBO - 06/07

Orientada por seus conselheiros, a presidente Dilma, nos discursos da Lei dos Portos e do Plano para o Semiárido, deixou de lado a sisudez habitual e distribuiu chamegos. Citando seus nomes, agradeceu a contribuição de 20 deputados federais, oito senadores, nove ministros, nove governadores e até do prefeito ACM Neto, eleito pela oposição. Nunca tantos fizeram tanto num governo.

O mundo de Dilma
Reunida com líderes petistas, ontem, a presidente Dilma sustentou que todo o discurso relativo ao descontrole das contas públicas e à volta da inflação é papo furado da oposição. Ela afirmou que a curva de preços está dentro da meta, e que os adversários usam a questão econômica para desgastar seu governo. Sobre os gastos elevados do governo, Dilma falou, em determinado momento: "Quando FH deixou o governo, a dívida pública chegava a 60% do PIB. No governo Lula, foi reduzida para 45% do PIB e, na minha gestão, já está em 36% do PIB." Sinalizou que não deve reduzir o número de ministérios e que não pretende fazer mudanças imediatas no governo.


"Qualquer ato contrário à moralidade tem a nossa reprovação. Compartilhamos com a defesa do zelo no uso dos recursos públicos"
Leonel Munhoz Presidente do Sindicato dos Auditores do TCU, sobre o auxílio-refeição dos ministros do Tribunal

Uns são mais petistas que outros
Alguns deputados do PT não ficaram sabendo da reunião da bancada com a presidente Dilma, no Planalto. Surpreendidos, ouviram que foi chamada a "coordenação": 17 parlamentares que são vice-líderes ou presidem comissões.

Medindo a pressão
A eventual candidatura do deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) ao governo do Rio será testada em pesquisa patrocinada por uma das forças tradicionais do estado. Querem conhecer o potencial de um candidato da linha, digamos, "dane-se", e seu efeito sobre as demais candidaturas. Para a prefeitura do Rio, em 2010, ele fez 28% dos votos.

Na vanguarda
Antes que o PMDB defendesse publicamente a redução dos ministérios, a tese foi sustentada veementemente, em sucessivas reuniões com a presidente Dilma, pelo ministro Aloizio Mercadante, um dos conselheiros do Planalto.

Queda de braço
Os auditores do TCU estão em guerra contra o senador Fernando Collor (PTB-AL). Ele fez emendas à LDO que transferem do TCU para o Congresso a decisão sobre a concessão de medidas cautelares. E, também, responsabiliza-os por prejuízos com a eventual suspensão de contratos suspeitos de irregularidades. Os auditores acusam Collor de tentar amordaçá-los.

Plataforma de oposição
Candidato a presidente do PT, o deputado Paulo Teixeira (SP) defende uma direção coletiva, aproximação com os movimentos sociais e maior diálogo com o governo Dilma. E alerta que o "Volta Lula" não ajuda a enfrentar a crise.

O petismo faz escola
O governador de Goiás, o tucano Marconi Perillo, tem em seu governo 28 secretários e outros 27 órgãos com status de secretaria, chegando ao total de 55, ou seja, 16 a mais do que o número de ministros da presidente Dilma.

O ex-ministro
Franklin Martins está de volta. Sem cargo, ele é presença constante no Planalto nas reuniões para debater como debelar a crise.


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