segunda-feira, junho 10, 2013

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO


FOLHA DE SP - 10/06

Intenção de compra cai ao nível de setembro de 2009
A propensão ao consumo do paulistano caiu 8,3% em maio, ante o mesmo período do ano anterior, e atingiu o menor patamar desde setembro de 2009, de acordo com índice da FercomercioSP que varia de 0 a 200.

O indicador ficou em 128,2 pontos --valores acima de cem significam que a população está satisfeita.

O declínio da intenção de compra é decorrentes da alta dos preços, segundo Guilherme Dietze, assessor econômico da entidade.

"A inflação pode estar em 6,5%, mas a específica de alimentos e bebidas chega a quase 14%. Isso tem um impacto muito grande nas famílias, principalmente nas de baixa renda", afirma Dietze.

"O crescimento dos preços corrói o poder de compra e a população adota uma posição mais defensiva."

Na tentativa de manter o padrão de consumo de bens básicos, os paulistanos estão recorrendo ao crédito para complementar a renda, diz.

Em abril, o endividamento na cidade aumentou cinco pontos percentuais na comparação com março, também de acordo com levantamento da FecomercioSP.

"A sorte é que temos quase pleno emprego, o que permite que a inadimplência fique baixa", acrescenta.

Com menor possibilidade de adquirir novos bens, a população diminuiu o gasto com produtos mais caros.

Entre os subitens que compõem o índice de intenção de consumo, o "momento para [bens] duráveis" registrou queda de 9,7% na comparação com maio de 2012.

O nível de compras atual recebeu avaliação ainda pior, com 94,2 pontos --retração de 11,7%.

Foram entrevistadas cerca de 2.000 pessoas na cidade de São Paulo.

COMPARADOR DE RENTABILIDADE
A XP Investimentos lança uma plataforma de renda fixa, que, semelhante ao home broker na negociação de ações pela internet, permite comparar a rentabilidade de vários produtos e comprar títulos públicos e privados.

Além disso, o cliente poderá acompanhar diariamente os seus investimentos, como em um extrato.

"Para renda fixa, não tinha cotação. Precisava ligar para um por um, era difícil comparar", diz Guilherme Benchimol, fundador e CEO da XP Investimentos.

"Fornecedores de todo tipo de produto, como LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) e debêntures diversas, estão ali. Isso é inédito no país. O cliente compara e, ao apertar um botão, já pode transacionar."

A plataforma dá transparência ao investidor pessoa física, defende. A ferramenta começou na última terça-feira, e o número de contas abertas na semana passada dobrou, afirma. A XP encerrou 2012 com 60 mil clientes.

"A meta é dobrar a base neste ano. No início de 2012, buscávamos entre R$ 70 milhões e R$ 80 milhões ao mês. Hoje, são quase R$ 500 milhões mensais."

Taxas de juros para instituições financeiras no país sobem 10%
Com os juros em baixo patamar no primeiro trimestre deste ano, as taxas de seguros para instituições financeiras cresceram 10%, ante o mesmo período de 2012, segundo a corretora Marsh.

"Quanto menores forem os juros, menor será a rentabilidades dos bancos, que precisarão assumir riscos maiores, de forma mais agressiva, para conseguirem a rentabilidade de que necessitam", afirma o diretor-executivo da empresa, Eduardo Takahashi.

"As operadoras acabam tendo de se proteger", diz.

"A alta da Selic pode trazer um alívio nesse sentido, mas, normalmente, quando se emite um seguro, não se faz uma análise econômica muito profunda. O principal item levado em consideração é o histórico das instituições financeiras", acrescenta.

Dos 20 países analisados pela corretora, nove registraram alta nas taxas de seguros, outros nove permaneceram estáveis e apenas dois tiveram queda (na Índia, a retração chegou a 10%, nos Emirados Árabes, a 20%).

Na Europa, a tendência foi de alta. "As instituições financeiras da região continuam enfrentando dificuldades, e os temores sobre a economia local geram preocupação entre as seguradoras."

CAÇA-TALENTOS
Em oito anos, a participação da América Latina no Page Group, multinacional de recrutamento, passou de 1% para 14%.

"O mundo está mudando e tentamos acompanhá-lo. Diversificamos nossa atuação e crescemos em regiões que não eram tradicionais para nós, como Ásia e América Latina", diz a diretora global de RH do grupo, Kate Chapman, que esteve no Brasil.

A executiva, porém, afirma que o market share da empresa no país poderia ser maior, especialmente em São Paulo.

"Conforme qualificamos profissionais, temos um maior potencial de expandir a marca."

INDENIZAÇÃO GARANTIDA
Dois seguros de responsabilidade civil começam a ganhar espaço no Brasil com o crescimento dos setores de animais domésticos e de pesquisas laboratoriais.

Um deles, da Chubb, é para os testes clínicos em seres humanos, ou "Clinical Trail", como é conhecido. A modalidade ampara os desenvolvedores do estudo por eventuais danos corporais causados aos voluntários.

"O Brasil faz 60% das pesquisas laboratoriais da América Latina e possui 600 laboratórios. A demanda por esse tipo de proteção aumenta no país", diz Acacio Queiroz, CEO da Chubb.

O outro, da AIG, é para animais de estimação. Criado para cães e gatos, a apólice garante indenização ao dono em caso de morte acidental do animal e cobre danos físicos e materiais contra terceiros.

"O seguro irá proteger o dono dos altos custos de possíveis indenizações e de serviços emergenciais", diz Henrique Faria, da AIG.

Cães de algumas raças, como pit bull, porém, não são aceitos na apólice.

REPASSE ENERGÉTICO
A cessão de excedentes de energia elétrica proporcionará contratos de maior duração entre o mercado livre (formado por grandes consumidores) e as geradoras, de acordo com a Anace (associação dos consumidores).

"Com a permissão de negociar o que não foi utilizado, o consumidor não ficará exposto a uma possível volatilidade do setor. Isso favorece a confecção de contratos mais longos", afirma Carlos Faria, presidente da Anace.

Uma portaria do Ministério de Minas e Energia criou o modelo que entra em vigor em fevereiro de 2014.

"Com a portaria, os contratos de longo prazo deverão crescer 20%", diz Faria.

O repasse do insumo energético trará também maior liquidez ao setor, conforme Marcello Mello, CEO da Brixx.

"A medida nos possibilitará oferecer o excedente ao mercado com um valor justo e negociar conforme o interesse de cada um."

Lupa... Um grupo de trabalho começará nesta semana a fiscalizar se empreendimentos imobiliários construídos no litoral cearense possuem licenças ambientais em dia.

...imobiliária A mobilização é do Ministério Público Federal no Ceará e da Polícia Federal, em parceria com órgãos da área ambiental, com o intuito de flagrar irregularidades.

Prejuízo... Uma audiência pública na Câmara dos Deputados vai debater, no próximo dia 12, o desperdício de energia eólica por falta de linhas de transmissão em parques do país, como na Bahia, no Ceará e no Rio Grande do Norte.

...eólico Foram convidados representantes do Ministério de Minas e Energia, da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), da Chesf (Companhia Hidro Elétrica do São Francisco) e do Ministério Público Federal.

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