quarta-feira, janeiro 02, 2013

FLÁVIA OLIVEIRA - NEGÓCIOS & CIA

O GLOBO - 02/01


Segurança
A Vault, de blindagens e sistemas de segurança, só com projetos eletrônicos cresceu 25% este ano. No Rio, é grande a demanda por proteção contra balas perdidas. Em São Paulo, há preocupação com arrastões em condomínios de luxo. Vai investir R$ 1 milhão em 2013. Espera avançar 35%.

Cartilha
O Ministério do Turismo começa a distribuir este mês o Passaporte Verde em hostels de todo o país. É uma cartilha com orientações sobre turismo consciente e consumo responsável. A Federação dos Albergues vai receber 18.700 exemplares.

Correspondência
A Câmara de Comércio França-Brasil trocou mais de 20 mil toneladas de correspondências em 2012. Sinal de alta nas transações entre os dois países. Nos 116 eventos do ano, passaram seis mil empresários.

De peso
A Odebrecht Infraestrutura investiu R$ 27 milhões num par de gruas para as obras da hidrelétrica Teles Pires (PA-MT). Uma delas tem 79 metros; é capaz de içar 60 toneladas. É a maior do tipo na América Latina.

Acordo
O MBC, Movimento Brasil Competitivo, fechou com o BNDES. Levarão o programa de modernização da gestão pública a cidades do Norte e do Nordeste do país.

Em busca de mão de obra. Qualificada
A agenda de feiras e eventos esportivos em todo o país torna urgente a qualificação, até 2015, de 6,1 milhões de trabalhadores que já estão em atividades técnicas hoje. O recorte inédito do Mapa do Trabalho Industrial 2012, feito pelo Senai, mostra que, apesar dos percalços da produção no ano passado, a procura por profissionais bem qualificados está alta em todos os setores-chaves. Só na construção civil, 500 mil pessoas devem passar por treinamentos. Sinal evidente da demanda aquecida, graças às obras de infraestrutura. Algumas profissões são consideradas “coringas”, por serem demandadas tanto em períodos de crescimento quanto de retração. É o caso do mecânico de manutenção de máquinas industriais (veja o quadro abaixo). Em tempos de expansão, garante a produção; na recessão, segura os gastos com aquisição de equipamentos. O profissional é requisitado nos setores de cosméticos, vestuário, veículos leves e madeira e mobiliário. Em 2012, foram gerados 113.117 empregos na indústria para as 15 funções listadas. São dois terços (64,6%) da geração de vagas do setor.

As profissões coringas da indústria
1. Mecânico de manutenção
2. Operador de máquina de usinagem CNC
3. Montador de veículos
4. Trabalhadores de soldagem e corte
5. Operador de máquinas e instalações de produtos farmacêuticos
6. Cosméticos
7. Trabalhador de embalagem e etiquetagem
8. Técnicos químicos Operadores de máquina de costura para peças de roupas
9. Desenhistas e modelistas
10. Alimentadores de linhas
de produção
11. Auxiliar de produção
e expedição
12. Operadores de máquinas de desdobramento de madeiras
13. Operadores de máquinas
de madeira
14. Marceneiros FONTE: Senai

Livre Mercado
A venda de cervejas especiais dobrou (+104%) no Pão de Açúcar, no Natal. Já a de espumantes subiu 22%. Na Assaí, atacadista do mesmo grupo, a procura por produtos natalinos subiu 25%.

O Vigilantes do Peso emagreceu 1,079 milhão de pessoas em 2012. Foram 30% mais que em 2011.

A Rio Negócios vai premiar os finalistas do Latin America Startup Challenge 2012. Os cinco ganharão escritórios no Rio por um ano. Quer atrair empresas de tecnologia.

A Degusto apresenta no Rio, este mês, coquetéis de cachaça da Engenho Santo Mario (SP). Investimento de R$ 250 mil, deve elevar receitas em 15% em um ano.

O Mega Polo Moda (SP) cresceu 8,87% até novembro de 2012. Para 2013, prevê alta de 12% nas vendas.

RENEGOCIAÇAO DE DÍVIDAS SERÁ PRIORIDADE NA FAZENDA CARIOCA
Titular da pasta explica projeto de refinanciamento que deve ser sancionado por Paes este mês. Créditos tributários em atraso passam de R$ 8 bi.

O ano começa com mudança de regras na Secretaria municipal de Fazenda do Rio. Este mês, o prefeito Eduardo Paes deve sancionar a lei de refinanciamento de dívidas de IPTU, ISS e outras taxas. A Câmara aprovou o texto no mês passado. O secretário Marco Aurelio Santos Cardoso detalhou à coluna o pacote de bondades, que prevê até 70% de desconto no pagamento à vista. A prefeitura também pensa em emitir títulos para antecipar receitas. Sub de Eduarda La Rocque, hoje no IPP, o economista assumiu a pasta em agosto.

•No primeiro mandato do prefeito, a preocupação foi o corte de gastos. É hora de aumentar arrecadação?
Não acho que tenha havido mudança de foco. O que houve foi uma necessidade de um ajuste fiscal mais profundo. No início, havia um comprometimento alto com dívidas e despesas obrigatórias. Hoje, somos o governo do Brasil com maior capacidade de investimento e menos dívida. O ajuste fiscal foi alcançado tanto pela receita quanto pelos gastos. A reforma tributária é sequência natural disso.

•Quais são os pontos do pacote de bondades? Quem se beneficia?
As condições financeiras de pagamento de impostos atrasados com a Prefeitura do Rio vigoram desde 1997. Por causa dos juros altos por muito tempo, alguns casos chegaram a valores sem condições de serem pagos. A partir da nova lei, praticaremos uma mora mais em linha com os juros brasileiros. Resolvemos também abrir uma janela para o estoque que cresceu em décadas de taxas altas. A renegociação estará disponível para qualquer contribuinte que tenha dívida tributária com a prefeitura. Haverá descontos sobre multas e moras, de 70%, à vista, e de 50%, parcelado. Serão 120 dias para adesão.

•De quanto é essa dívida?
Na Fazenda, temos aproximadamente R$ 8 bilhões em créditos tributários atrasados. A Procuradoria Geral do Município tem estoque total de dívida ativa de R$ 32 milhões, o que inclui valores com pouca liquidez, como causas antigas.

•E quanto deve ser recuperado?
O município nunca fez esse tipo de programa, mas experiências de outros entes demonstram que, no primeiro ano, é possível triplicar o que se vinha recebendo de atrasados. Aqui são cerca de R$ 600 milhões por ano.

•Há planos de antecipar o recebimento de recursos emitindo títulos?
Observamos o que Minas e São Paulo fizeram em securitização de fluxo de Refis. Nosso projeto tem um capítulo que segue esse exemplo. Dependendo da adesão e do perfil de parcelamento, a prefeitura pode eventualmente fazer uma transação de mercado de capitais para antecipar esse fluxo.

•A revisão do IPTU ficou fora do pacote. Qual o principal problema na arrecadação do imposto?
Como esse é um debate mais sensível, a própria Câmara ponderou que seria pertinente deixá-lo para 2013. A legislação relativa ao IPTU também já tem mais de dez anos. Dá uma série de descontos que faz com que a maioria dos imóveis da base não receba carnê (hoje 40% são cobrados). Essa é a situação mais justa fiscalmente? É eficiente para a economia da cidade? Acho que todas as pessoas, em tese, concordam que não. A expectativa é manter a taxa de investimento de 20% em 2013?
Devemos permanecer no patamar de 16% a 20%. A prefeitura ainda tem um ciclo de construção de infraestrutura grande: BRTs, habitação, expansão de saúde e de educação. Os projetos cabem nessa taxa, conquistada em 2011. Na parte de dívida, até 2009, a prefeitura comprometia até 10% do orçamento. Em 2012, passou a 3%,4%. Também deve manter isso.

•Como avalia a situação do caixa do Rio comparada a outras capitais?
Na parte de dívida, o principal limite que se usa no Brasil é da Lei de Responsabilidade Fiscal. Estamos rodando em 39%,40%. O município de São Paulo roda a 200%. Os estados de Rio e São Paulo a 150%. A cidade do Rio não tem precatório atrasado. Não sei se existe no Brasil governo de porte que possa dizer isso.

•Todos os recursos para os Jogos de 2016 já estão garantidos?
O principal norte que temos em relação às Olimpíadas é tentar concentrar o orçamento público nas obras de legado: transporte, urbanização, drenagem. Esses grandes projetos já estão equacionados e licitados. A Empresa Olímpica Municipal se concentra em mobilizar recursos privados com incentivos públicos.

•O que acontecerá, se uma dessas parcerias não der certo?
Isso está sendo costurado com o rigor e as salvaguardas necessárias. Todas essas parcerias, mesmo as público-privadas, têm premissas de repartição de risco. De qualquer forma, o espaço voluntário de recurso do orçamento da prefeitura é grande. Temos folga fiscal, mas esse não é o cenário, de forma alguma.

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