segunda-feira, junho 18, 2012

Criatura sem criador - VERA MAGALHÃES - PAINEL


FOLHA DE SP - 18/06


O novo Datafolha alimentará na campanha de José Serra dilema que já preocupa seus principais estrategistas: o grau de associação da candidatura tucana à gestão de Gilberto Kassab, sobretudo na TV. Nada menos que 80% dos eleitores afirmam esperar do novo prefeito ações diferentes das do atual. Com rejeição em índices críticos, Kassab deseja que o tucano defenda seu legado. A tendência, contudo, é que Serra cole em Geraldo Alckmin e evite a figura do prefeito na TV.

Fadiga A influência do ex-presidente Lula, principal arma de Haddad, aponta tendência de declínio desde janeiro, com queda de dez pontos no período. Mas o percentual dos que sabem que o petista apoia o ex-ministro da Educação é de 28%, o que mostra que o padrinho ainda tem prestígio a transferir.

Espólio Com superexposição na Rede Record, mas prestes a enfrentar um período sem tela, a expectativa dos adversários é que Celso Russomanno (PRB) desidrate após o inicio da campanha. A dúvida é qual candidato se beneficiará desses votos.

Religião Enquanto a associação entre Russomanno e a Record parece ter impulsionado a votação do candidato do PRB entre os evangélicos, segmento em que empata com José Serra, a proximidade de Gabriel Chalita com a Igreja Católica não beneficia o peemedebista, que pontua nesse segmento os mesmos 6% da pesquisa Datafolha.

Fora do ar Aliados do PT dizem que a secretaria do Ministério das Cidades dada a Paulo Maluf faz parte de um acordo tácito para que o ex-prefeito fique fora da propaganda eleitoral na TV. Petistas temem que a imagem do deputado federal, associada ao candidato Haddad, neutralize o efeito Erundina.

Quem dá mais? Parlamentares do PP, partido de Paulo Maluf, garantem que PSDB e PT prometeram cargos ao ex-prefeito em troca de apoio na eleição municipal à Prefeitura de São Paulo.

Antecipado A diferença, nas palavras de um cacique pepista, é que o partido da presidente Dilma Rousseff "pagou à vista" e os tucanos sinalizaram que só negociariam postos com o ex-prefeito após o resultado da disputa.

Bê-a-bá 1 O setorial jurídico do PT planeja distribuir aos candidatos do partido às eleições de 2012 uma cartilha com as principais diferenças entre o mensalão da legenda e o mineiro. A ideia é vacinar os filiados para os ataques dos adversários durante a corrida municipal.

Bê-a-bá 2 Na análise comparativa, o PT destaca fatos do mensalão envolvendo o governo de Eduardo Azeredo e lembra que os ministros do Supremo Tribunal Federal José Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Eros Grau, já aposentado da corte, rejeitaram a denúncia contra o tucano.

Alfinetada A Associação dos Delegados de Polícia Federal afirma, em nota que será divulgada hoje, que a defesa do desembargador Tourinho Neto da anulação da Operação Monte Carlo contribui para a imagem de "tolerância" de parte do Judiciário com a criminalidade no país.

Veja bem Em ofício encaminhado a Neto, o juiz responsável pela operação, Paulo Augusto Moreira Lima, rebate a tese de escutas ilegais ao dizer que as interceptações telefônicas só ocorreram após "aprofundamento das investigações iniciais''.

Greve geral Servidores do Arquivo Nacional, responsáveis por implementar a Lei de Acesso à Informação, vão parar hoje. Na lista de reivindicações, está um plano de carreira para o órgão.

com FÁBIO ZAMBELI e ANDRÉIA SADI

tiroteio

Como o PSDB é parlamentarista na raiz, o chapão construirá, já na campanha municipal, uma coalizão para governar.

DO DEPUTADO WALTER FELDMAN (PSDB-SP), defendendo a ampla coligação proporcional com aliados de José Serra, objeto de polêmica entre os tucanos.

contraponto

Fala, garoto!

Na véspera da realização dos seminários de discussão da Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, o ministro da Previdência, Garibaldi Alves (PMDB-RN), explicava a um grupo de jornalistas como seria sua participação no painel "Direitos Humanos e Sustentabilidade", em parceria com a ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário (PT-RS). Preocupado com a abrangência do tema e o formato da entrevista, Garibaldi desabafou:

- É aquele formato Altas Horas. A plateia toda em volta e as vítimas no centro. E, nesse caso, a vítima sou eu!

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