Processos de cliente contra construtoras sobem em SP
MARIA CRISTINA FRIAS
FOLHA DE SÃO PAULO - 27/03/11
O aquecimento no setor imobiliário em São Paulo veio acompanhado de uma expansão de quase 400% no número de ações judiciais contra construtoras e incorporadoras desde 2008.
Quase 700 processos foram distribuídos em 2010 contra cinco grandes empresas do ramo na capital, segundo estudo do Tapai Advogados, com base em dados do Tribunal de Justiça. Abrangem diferentes instâncias. Ainda cabe recurso.
"A concorrência entre as empresas faz com que lancem empreedimentos sem saber se conseguirão cumprir prazos", diz Marcelo Tapai, sócio do escritório.
Entre as mais citadas no estudo estão Tenda, Gafisa, MRV, Cyrela e Ecoesfera, nesta ordem.
Gafisa e Tenda, que afirmam não reconhecer o resultado da pesquisa, informam que "a dinâmica é constante. Há um número de processos encerrados mês a mês".
Para a Cyrela, o tamanho da empresa deve ser ponderado. "O número de ações é inexpressivo face ao número de clientes e obras."
A Ecosesfera afirma que seus "casos de atrasos não diferem do que tem ocorrido no setor" e cita a falta de mão de obra e o excesso de chuvas nos últimos meses. "Os contratos foram renegociados com sucesso e os clientes informados do novo cronograma de entrega."
A MRV informa que passou a realizar ação "preventiva" para detectar e corrigir reclamações antes de os casos serem levados à Justiça.
CÉU DE BRIGADEIRO NO INTERIOR
A Azul Linhas Aéreas atingiu 70% de participação dos embarques no aeroporto de Viracopos, em Campinas, SP, em fevereiro, segundo a Infraero.
Com pouco mais de dois anos de existência, a companhia aérea tem aumentado a sua presença nos voos a partir do aeroporto.
Em 2009, a empresa detinha 36% de participação no mercado e, no ano passado, a marca foi de 52%.
A companhia terá novos destinos, com saídas diárias de Viracopos.
Palmas, no Tocantins, e Juazeiro do Norte, no Ceará, são as últimas cidades definidas pela Azul. Jatos da Embraer vão decolar para esses municípios em junho. Voos para Uberaba, Araçatuba e Presidente Prudente já estavam previstos para ter início no dia 15 de abril.
Outro aeroporto que possa oferecer crescimento como o de Viracopos?
"Nenhum se comparará ao de Campinas", diz Pedro Janot, presidente da Azul. "Teremos um grande centro de distribuição de voos em Viracopos e outros "mínis", como BH, Rio e Porto Alegre."
O QUE ESTOU LENDO
Samuel Pessoa, sócio da Tendências Consultoria
"Reflexões sobre um Século Esquecido: 1901-2000" (ed. Objetiva, 2010), de Tony Judt, está entre as leituras de Samuel Pessoa, pesquisador associado do Ibre-FGV.
"O tema recorrente, ao menos dos primeiros oito ensaios, é como os intelectuais digeriram ao longo do século 20 a experiência do socialismo real", diz o economista.
Sócio da Tendências Consultoria, Pessoa também se dedica a ler "Padre Guilherme Pompeu de Almeida" (ed. Mameluco), de Jorge Caldeira, sobre um empresário paulista do século 17, cuja riqueza não se originava da agricultura.
"Trabalho monumental que, em conjunto com o primeiro volume, "Mulheres no Caminho da Prata", serve como um grande estudo de caso para a síntese da história econômica", afirma.
INDEPENDÊNCIA TUPINIQUIM
O Brasil é o quinto melhor país da América Latina para a realização de investimentos, segundo levantamento da Universidade de Miami.
A nota recebida pelo país, que poderia variar entre zero e quatro, foi 2,97.
O estudo classifica o Judiciário brasileiro como "bastante independente" e critica a atitude de legisladores que "votam a favor do governo federal em troca da aprovação de suas emendas individuais".
Chile, República Dominicana, Uruguai e Costa Rica são os mais atraentes para investidores estrangeiros, de acordo com a pesquisa.
Argentina e Venezuela receberam as duas piores notas entre os 18 países avaliados na região.
O levantamento levou em conta seis itens, como autonomia das instituições financeiras, equilíbrio entre os três poderes e comprometimento dos países latino-americanos com acordos internacionais.
Respostas de 150 especialistas a um questionário do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) sobre como os governos da região elegem suas prioridades também foram incluídas.
com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK e VITOR SION
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