domingo, outubro 03, 2010

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

Fatia da TAM é maior no setor corporativo
MARIA CRISTINA FRIAS

FOLHA DE SÃO PAULO - 03/10/10

A disputa entre TAM e Gol por liderança no mercado doméstico está longe de se repetir no segmento corporativo.
Elas dividem o mercado geral com 42,2% e 40,69% respectivamente, mas dentre os clientes empresariais, a TAM tem 46,99% da preferência, e a Gol, 36,65%.
Os dados sobre gastos com viagens corporativas são de estudo da Abracorp (associação de agências) relativo ao primeiro semestre.
A entidade, criada no início do ano, reúne 27 agências que atendem grandes empresas e que representam 45% do segmento de viagens corporativas. Juntas, venderam R$ 3,35 milhões em passagens, hotéis e outros produtos no primeiro semestre.
De todas as viagens realizadas no Brasil, de 75% a 80% são a negócios.
Em terceiro lugar na preferência das empresas, vem a Azul (4,25%). Como proporção à oferta de assentos, dentre as menores, o destaque é para a Avianca e para a Trip, que exibem uma participação no mercado corporativo superior a sua participação no mercado total. "Avianca e Trip estão atraindo as empresas", diz Faustino Pereira, presidente da Abracorp.
Os destinos mais vendidos pelas agências são Rio, Brasília e São Paulo, no doméstico, e Buenos Aires, Paris e Nova York no internacional. Nas viagens ao exterior, a TAM tem 25% da oferta de assentos no mercado internacional a partir do Brasil e 18,8% de participação na venda de associadas Abracorp.

DEZ ANOS DE EMPREENDEDORISMO

"DESAFIOS MUDAM"
Fábio Barbosa, presidente do Santander, destaca na Endeavor o apoio a iniciativas que vão se sustentar, gerar renda e criar empregos.
"Vemos empreededores com boas ideias que se materializam, mas à medida que as empresas crescem, os desafios são diferentes do momento de formação da empresa", diz.
Com foco na transparência e em contas auditadas, mesmo os pequenos mostram que empresas podem ser saudáveis e cumprir obrigações tributárias, afirma.
Além de propostas para negócios, o tema entra nas conversas que empreendedores têm com conselheiros, como Barbosa. As empresas querem apoiar outras iniciativas de boa governança e contas auditadas, observa.
O curioso é, segundo Barbosa, que se viu alta de projetos que atuam para a classe média. "É reflexo do que acontece no país, com maior crescimento da classe C."

MÃOS À OBRA
Em 2000, quando a palavra empreendedorismo era pouco conhecida no Brasil, a Endeavor iniciou operações no país. Apoiava três empreendedores que empregavam menos de cem pessoas, com a ajuda de poucas grandes empresas que davam conselhos. Chega aos dez anos com apoio a 91 empreendedores de vários segmentos, que em 2009 geraram mais de R$ 2 bilhões em receita, com mais de 20 mil empregos. O Instituto Empreender Endeavor foi criado com a Endeavor Initiative, organização internacional que promove empreendedorismo. "O tema hoje está na agenda da população", diz Rodrigo Teles, presidente.

"ORGANIZAÇÃO É ÍMPAR"
"Endeavor é uma ONG de organização ímpar, conduzida por jovens determinados e muito preparados", afirma Pedro Passos, um dos presidentes do conselho de administração e um dos fundadores da Natura.
"É gostoso poder colaborar. Tem uma rede de voluntários muito significativa e uma seleção de projetos muito rigorosa e competitiva."
Oferece, porém, oportunidade a todos, diz. "Ajudamos na preparação dos candidatos na seleção. Buscamos entender o negócio, as influências..."
Às vezes algumas pessoas saem do processo para se candidatar depois, mais fortalecidas.
Muitas empresas podem aprender como identificar um empreendedor, diz Passos, que dá dicas a quem seleciona: "identificar a energia, o brilho, a capacidade de liderar."

Na Colômbia
A Braskem inaugura, na próxima quinta-feira, seu escritório na Colômbia. Até o final deste ano, a empresa também abrirá uma unidade em Lima, no Peru, onde planeja produzir polietileno, e em Cingapura.

Novo visual
A C&A fechará para reforma hoje sua loja no Shopping Iguatemi, em São Paulo. A unidade será reaberta com conceito de "flagship", diferente das demais lojas da marca no mundo. Será inaugurada no dia 21.

Participação em grupo que estuda acidentes é alvo de discussão

O Gepac (Grupo de Estudos Permanentes de Acidentes de Consumo), da Secretaria de Direito Econômico, ganhou três novos membros em setembro: Anvisa, Inmetro e Denatran.
O grupo, porém, não abriu cadeira para fabricantes de produtos, o que é questionado por alguns juristas.
"Sem essa participação, surgem diretrizes contrárias às possibilidades técnicas das empresas", diz Ricardo Motta, do Viseu Advogados.
A limitação dos membros do grupo aos órgãos do governo, porém, é adequada para Maria Helena Bragaglia, do Demarest e Almeida.
"O objetivo é identificar os problemas e impedir que se mantenham. Isso não significa que não haja diálogo", diz.
A competência do grupo é alcançada com a ajuda dos órgãos técnicos, segundo Amaury Oliva, coordenador do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor da Secretaria.
A participação dos fabricantes, para Maximilian Paschoal, do Pinheiro Neto, enriquece a discussão e não afeta a isenção das decisões. "Eles fornecem dados técnicos, que faltam ao governo."
com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK, FLÁVIA MARCONDES e MARIANA BARBOSA

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