quarta-feira, maio 12, 2010

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

Indústria naval do Uruguai busca investidor no Brasil 
Maria Cristina Frias

Folha de S.Paulo - 12/05/2010

O Cluster Naval de Montevidéu, um grupo formado por cerca de 40 empresas do setor, deve iniciar, nas próximas semanas, a prospecção de investidores brasileiros interessados em se instalar e desenvolver atividades relacionadas à indústria naval no Uruguai.

"A capacidade de produção da indústria naval do Brasil está comprometida até 2020, com pré-sal e outros projetos. Existe uma demanda muito grande a ser suprida e não faz sentido buscar isso na Ásia, se podemos ter parceiros vizinhos", afirma Felipe Ferreira Silva, sócio do escritório Emerenciano, Baggio e Associados.

Na carteira de encomendas dos estaleiros hoje há 52 navios petroleiros para a Transpetro, dez para a PDVSA, quatro navios porta-conteineres e dois graneleiros para a Vale, 19 navios de apoio marítimo, 18 rebocadores de apoio portuário, 27 embarcações para navegação de rios e lagos, entre outros, segundo o Sinaval (Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval).

Segundo a entidade, diante das demandas do pré-sal, as necessidades de transporte e plataforma aumentarão muito. Ainda há estimativas de demanda por 28 sondas de perfuração de petróleo. São estimadas até 2020 as demandas de cerca de 120 plataformas, 200 navios de apoio e 70 petroleiros do tipo EBN, além de outros.

O governo uruguaio, em documento assinado por seu ministro da Indústria, Roberto Kreimerman, na última semana, concedeu a um escritório brasileiro -o Emerenciano- a representação do Cluster de Montevidéu no país.
Vidro Leve
A fabricante de embalagens de vidro Owens-Illinois investiu R$ 72 milhões em máquinas e equipamentos nas fábricas de São Paulo e do Rio de Janeiro para produzir a linha Leve+Verde, que será de 18% a 25% menos pesada que outras embalagens feitas com a mesma matéria-prima, segundo a empresa. "As embalagens não irão sofrer mudanças de característica nem de qualidade. Vamos conseguir economizar matéria-prima e energia", diz Rodney Montenegro, presidente da Owens-Illinois no Brasil. Na Austrália, onde a nova linha foi lançada exclusivamente para garrafas de vinho, a empresa obteve redução de 20% no consumo de energia e uma economia de mais de 11 mil toneladas de CO2. No Brasil, os custos devem permanecer basicamente os mesmos, devido aos investimentos em tecnologia, segundo Montenegro. Até o final deste ano, a meta da companhia é passar cerca de 60% das linhas existentes para a nova tecnologia, afirma Montenegro.
Tratores Na África
Após o encontro do presidente Lula com ministros africanos, já foi marcada reunião para a semana que vem do vice-presidente do BNDES, Armando Mariante, com o presidente do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD). O objetivo é estudar como efetuar operações de financiamento para a venda de tratores e máquinas agrícolas brasileiras ao continente. O principal desafio é encontrar mecanismos para que o BAD e outras instituições atuem como garantidores das operações.
"Feitas para Durar"
Abilio Diniz, todos os vice-presidentes e a diretoria-executiva do Pão de Açúcar estarão em Boulder, no Colorado (EUA), na terça e na quarta-feira da semana que vem, com Jim Collins. Diniz é fã do consultor, autor do livro "Built to Last" ("Feitas para Durar", na tradução da editora Rocco), que também vem aconselhando o empresário brasileiro Jorge Paulo Lemann, desde a união com os belgas na Interbrew. Collins é conhecido por seu método "socrático": faz perguntas duras que os executivos normalmente não se fazem.
Amor Líquido
O novo livro do sociólogo Zygmunt Bauman "Capitalismo Parasitário" (ed. Zahar, 92 págs.) aborda fatos e comportamentos diversos, aparentemente desconexos como crediários, cartões de crédito, anorexia, bulimia e crise. Na obra, Bauman aplica o conceito de modernidade líquida e de fragilidade das relações, descrito em outro livro seu, "Amor Líquido", publicado no Brasil pela mesma editora.
Bula 1
Sem citar o volume de investimentos que pretende fazer no Brasil, a farmacêutica MSD (nome da Merck no Brasil) colocou o país entre as prioridades no caminho para ser líder global no setor. Ontem, em apresentação de seu plano de negócios, em Nova Jersey, nos EUA, a empresa anunciou que os mercados emergentes representarão, até 2013, mais de 25% de sua receita com medicamentos e vacinas.
Bula 2
Segundo Stefan Oschmann, presidente da MSD para mercados emergentes, esses países, "com suas necessidades médicas não atendidas e seu crescimento econômico, comandarão o crescimento global da indústria e da MSD na próxima década". "Quase 90% do crescimento farmacêutico virá dos mercados emergentes."
Pelos Tubos
O Grupo Vipal, que anunciou recentemente a construção de uma fábrica de pneus novos, se prepara para entrar no mercado de tubos e conexões, por meio de sua divisão de plásticos. A Vipal já operava no segmento de PVC, na produção de portas sanfonadas e forros. O investimento inicial será de R$ 30 milhões na readequação de algumas de suas unidades fabris.
Juventude
O ex-presidente argentino Fernando de la Rúa e o ex-ministro das Relações Exteriores no governo de FHC Celso Lafer se reúnem amanhã na BM&FBovespa. Na pauta, o futuro das relações entre os dois países vizinhos. O evento, promovido pelo Ação Jovem do Mercado Financeiro e de Capitais, é gratuito e aberto ao público.

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