Vida de fantasia
FOLHA DE SÃO PAULO - 26/12/09
E havia quem sonhasse com o estúdio de Walt Disney. Não com um parque de diversões, como a Disneylândia, que ainda não existia, e muito menos a Disney World, mas com o estúdio mesmo, onde nasciam os grandes personagens, de Pateta ao Zé Carioca e à Maga Patalójika. Bem, um sujeito chamado Roy Disney realizou essa fantasia.
É verdade que ele era sobrinho de Walt e filho de Roy Sr., o irmão encarregado de podar os delírios de Walt alegando que não havia dinheiro. O fato é que Roy Jr., nascido em 1930, teve o estúdio como seu playground e presenciou tudo que aconteceu ali: “Branca de Neve”, “Pinóquio”, “Cinderela”, “Bambi”, “Peter Pan”.
Era o primeiro menino do planeta a conhecer os desenhos que seriam a paixão de milhões. Às vezes, era até chamado para aprová-los, isto quando não o convocavam para servir de modelo para certos movimentos e posições. Pois nem assim Roy Jr. foi feliz: o estúdio era um atroz arranca-rabo entre seu tio e seu pai e, quando ambos morreram, os acionistas se apossaram.
Ele próprio se afastou da empresa em 1977 e só voltou muito depois, como último representante do nome Disney. Morreu outro dia, aos 79 anos, certo de que a vida nas corporações está mais para o João Bafo de Onça do que para o Pluto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário