terça-feira, junho 23, 2009

BRASÍLIA - DF

Não tem acordo

CORREIO BRAZILIENSE - 23/06/09

Será perda de tempo a reunião do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e do líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS), hoje, com os líderes de oposição para negociar a aprovação da reforma tributária. Os líderes do PSDB, José Aníbal (SP), do DEM, Ronaldo Caiado (GO), e do PPS, Fernando Coruja (SC), obstruirão a tramitação do projeto de todas as formas possíveis.

O presidente da Comissão Especial que discute a reforma tributária, Antonio Palocci (PT-SP), não faz o menor esforço para levá-la adiante porque isso significa sepultar suas pretensões eleitorais em São Paulo, o estado mais prejudicado com a cobrança do ICMS nos estados de destino das mercadorias. O relatório do deputado Sandro Mabel (PR-GO), cujo lobby a favor da isenção tributária para os produtos da cesta básica dobrou a resistência do governo, é considerado um "monstrengo" pelo tucano José Serra (SP).

Para complicar ainda mais, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), orientou o líder da bancada na Câmara, Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), que faz parte da base, a também entrar em obstrução. O governo tenta votar a reforma a toque de caixa porque a arrecadação federal está caindo.

Fila

Aprovados no Concurso da Câmara dos Deputados vão pegar no pé do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP). Apenas 32 concursados foram convocados até agora (20 analistas de informática legislativa e 12 técnicos em material e patrimônio), enquanto outros 180 aguardam nomeação para vários cargos.

A Câmara já tem:

3.470 servidores concursados,

1.150 funcionários com cargos de natureza especial (CNE) e

11.000 contratados com verba de gabinete.

O número de terceirizados é um mistério.

Fora

Começou a disputa pelo lugar do ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro (PTB), que deve deixar o ministério e ir para o Tribunal de Contas da União (TCU). Os nomes mais cotados são o líder do PT na Câmara, Cândido Vaccarezza (SP), e o deputado Antonio Palocci (SP). O líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB), cotadíssimo para o cargo no palácio do Planalto, prefere comandar a maior bancada da Casa.

Rebelde

O deputado Geraldo Magela (PT-DF) não jogou a toalha na disputa pela vagade candidato do PT ao Governo do Distrito Federal. Está mobilizando as bases para disputar a convenção com o ex-ministro do Esporte Agnelo Queiroz, que deixou o PCdoB para ser candidato petista.

NO CAFEZINHO

Veto/ O deputado estadual Rui Falcão, ex-presidente do PT e cacique da legenda em São Paulo, detonou a proposta de lançamento da candidatura de Ciro Gomes (PSB) ao Palácio dos Bandeirantes, ontem, na reunião do diretório regional do PT. Falou pelo grupo da ex-prefeita Marta Suplicy, que tende a apoiar o prefeito de Osasco, Emídio de Souza. Bem nas pesquisas, o senador Aloizio Mercadante é o nome mais forte para concorrer ao cargo, mas correu da raia. É candidato à reeleição.

Aterrou/ O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, do PMDB, fez um tour de inaugurações de obras de saneamento e urbanização, ontem, em Magé e São Gonçalo, nos fundos da baía de Guanabara - as prefeitas Núbia Cozzalino (PMDB) e Aparecida Panisset (PDT), respectivamente, apóiam sua reeleição. Cabral fechou a agenda anunciando investimentos de R$ 80 milhões no Caminho Niemeyer, em Niterói, administrado por Jorge Roberto Silveira(PDT), outro aliado. Cabral chegou da Suíça domingo à noite, depois de uma semana na Europa.

Mais-valia/ Aagenda trabalhista foi para o espaço no Congresso. O Palácio do Planalto quer engavetar os projetos petistas de redução da jornada de trabalho semanal de 44 para 40 horas, de equiparação das aposentadorias ao salário mínimo e do chamado "fator previdenciário". Até a indexação do reajuste do salário mínimo de 2010 ao PIB está correndo risco. É a crise.

Aiatolá/ O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma aposta de altíssimo risco quando endossou a vitória fraudulenta do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, reeleito. Não foi um gesto gratuito, pois recebeu do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama (foto), um pedido de ajuda na aproximação com a nação islâmica. Mas "o cara" pôs a mão no fogo justo quando o "grande irmão" do Norte resolveu apostar suas fichas na oposição iraniana.

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