As atenções latino-americanas estão voltadas para os interesses de Cuba, Bolívia, Equador e, sobretudo, Venezuela no encontro Lula-Obama, no sábado, mas Lula vai levar um apelo inesperado de um outro país: a Colômbia. Numa conversa com Lula, o presidente Álvaro Uribe disse que estava preocupado com a guinada de Bush para Obama (e dos republicanos para os democratas), avaliando que os "esquerdistas" Raúl Castro, Evo Morales, Rafael Correa e até Hugo Chávez, tido como o inimigo número 1 de Washington no continente, podem até levar vantagem. Mas e a Colômbia? E ele, Uribe? Na contramão do movimento político da região, Uribe é o "direitista", o contraponto a Chávez, o maior aliado norte-americano e o que embolsou um caminhão de dinheiro de Bush, dando de ombros para os vizinhos para fazer um TLC (Tratado de Livre Comércio) em separado com os EUA -que o Congresso ianque não aprovou. Os "esquerdistas" anti-Bush e antirrepublicanos continuam devolvendo diplomatas norte-americanos e fazendo biquinho, mas todos sabem que Obama, até pela biografia, tem muito mais capacidade para compreender os problemas dos países pobres e negociar com eles. Mas Uribe teme uma inversão da balança: que Obama se aproxime dos outros e corte o "Plan Colômbia" e a suculenta verba que despeja no país sob a rubrica "combate ao narcotráfico". Foi à custa dele, plano, e dela, verba, que Uribe enfraqueceu as Farc, acabou com os sequestros e reuniu condições de ser um dos mais populares presidentes da América do Sul, com índices que rivalizaram com os de Lula quando da libertação espetacular de Ingrid Betancourt. Ele, é claro, não quer perder essa bocona, até porque sonha em conquistar o direito de re-reeleição. E pediu explicitamente a Lula para fazer um "lobby" a favor dele e da Colômbia com Obama. "Não se esqueçam de mim!" |
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