Candidato favorito à presidência do Senado, José Sarney (PMDB-AP) recorreu a um tema caro à oposição no pacote de promessas apresentado nos últimos dias a DEM e PSDB: comprometeu-se a dificultar a aprovação da inclusão da Venezuela no Mercosul. O aceno foi um dos argumentos usados, especialmente por tucanos, para tentar convencer os que na bancada preferem votar em Tião Viana (PT-AC). Já aprovado na Câmara, o aval ao país de Hugo Chávez depende do Senado. Chegará à Casa com o apoio do PT e será analisado, primeiro, por comissão chefiada por Aloizio Mercadante (PT-SP). O governo tentou manobrar para que lá houvesse a decisão final, sem envio ao plenário, mas não houve acordo. Memória De Sarney, em 21 de dezembro do ano passado: "Se a Venezuela dá seguidas demonstrações de desapreço pela democracia, não faz sentido violar as regras do Mercosul para acolhê-la".
Cabide PSDB, PTB e PR disputam palmo a palmo três secretarias da Mesa do Senado, cujas estruturas reúnem gabinete de luxo e fartura de cargos. De acordo com o regimento, as únicas atribuições das secretarias são "contar votos" quando eles são em cédulas de papel, anotar nomes, organizar listas e fazer leitura das atas das sessões.
Corrente Com os votos do PSDB dados como certos, Roseana Sarney (PMDB-MA) telefonou ontem para alguns senadores "demos" pedindo que, mais do que manifestação de líderes, o partido oficialize o apoio da bancada.
Fio do bigode Diante da ameaça de traições na segunda-feira, coordenadores e aliados da campanha do deputado Michel Temer (PMDB-SP) asseguram que ele terá mais de 300 votos. "No PSDB eu asseguro que ele terá pelo menos 53 dos 56 votos", diz o líder da bancada, José Aníbal (SP), que nega informações sobre dissidentes tucanos.
Murchou O debate que a TV Câmara pretendia realizar entre os quatro candidatos à presidência da Casa acabou virando uma rodada de entrevistas individuais, no dia da eleição, com... representantes dos candidatos.
No mundo da... Líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS) foi visto no Fórum Social Mundial, em Belém. Questionado sobre as articulações governistas nas eleições do Congresso, desculpou-se: afirmou que passou os últimos 20 dias de férias, sem ler jornal.
Business 1 Apesar da crise diplomática, uma delegação de italianos está no Brasil tentando abocanhar parte do contrato do trem-bala entre Rio e São Paulo, uma das estrelas do PAC. Representam as empresas Ansaldo, Italferr e Ferrovie dello Stato -sendo as duas últimas estatais.
Business 2 Os empresários se encontraram ontem com o vice-líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), e ainda iriam ao BNDES e à ANTT (agência de transportes terrestres).
Trégua Depois de se atacarem pela imprensa por causa das demissões no país, Carlos Lupi (Trabalho) e o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, tiveram encontro ontem em Brasília para acertar os ponteiros.
Casa cheia Para o jantar que oferecerá no dia 13 a Dilma Rousseff (Casa Civil), Marta Suplicy (PT) está convidando todos os senadores, deputados federais, estaduais e vereadores do PT de São Paulo, além de prefeitos da região metropolitana.
Dia de fama O governador José Serra (PSDB-SP) sai de férias hoje por uma semana, mas o vice, Alberto Goldman (PSDB), e o presidente da Assembleia, Vaz de Lima (PSDB), viajarão ao Chile. Comandará o Estado por um dia o presidente do Tribunal de Justiça, Roberto Bellocchi.
Tiroteio
"Enquanto o governo não tiver uma política clara para a questão ambiental, continuará batendo cabeça, sem rumo e sem solução." Do deputado RICARDO TRIPOLI (PSDB-SP), sobre a divergência pública dos ministros do Meio Ambiente, Carlos Minc, e da Agricultura, Reinhold Stephanes, em torno da reforma do Código Florestal.
Contraponto
Realpolitik Com uma bancada de quatro senadores, o PR virou um dos alvos da ofensiva do senador José Sarney (PMDB-AP) sobre os votos que foram prometidos a seu concorrente, Tião Viana (PT-AC). No meio da semana, apenas João Ribeiro (TO) mantinha-se fiel ao petista, enquanto Expedito Junior (RO), Magno Malta (ES) e Cesar Borges (BA) inclinavam-se para Sarney. Abordado por um jornalista, Ribeiro prometeu mudar o voto dos colegas: -O sr. não teme ficar sozinho...-, insistiu o repórter. Ao que o senador respondeu: -Meu filho, na vida você até faz sexo sozinho. Mas política sozinho, jamais. |
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