quarta-feira, fevereiro 02, 2011

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

Varejo teme desabastecimento e pede importado no setor têxtil
MARIA CRISTINA FRIAS
FOLHA DE SÃO PAULO - 02/02/11

Em preparação para a chegada do inverno, o setor têxtil começa a se preocupar com o abastecimento.
A produção de sintéticos e tecidos para costura de casacos esportivos não deve acompanhar por muito tempo o crescimento do consumo no Brasil, segundo a ABVTEX (associação do varejo têxtil), que reúne as grandes redes do país.
"Jeans, malharia e tricô nós até temos. O sintético, para produzir jaquetas, é o mais crítico", diz Sylvio Mandel, presidente da entidade.
Há um descompasso entre o crescimento do varejo e o da indústria, segundo Mandel. "A expectativa de alta do PIB em 2010 é de 7,5% enquanto o volume de vendas do varejo avançou 11,9% de janeiro a novembro."
Medidas protecionistas, como a elevação de barreiras a importados, agravam a questão, segundo Mandel, que se prepara para levar a Brasília pedido para que o governo não dificulte a entrada de itens estrangeiros.
"A indústria local não consegue dar conta, temos que completar com importado. Se aumentar os impostos, quem sente é o consumidor."
A Abit, que representa a indústria nacional, discorda. "Não somos contra o mercado livre e o comércio internacional, desde que sejam mantidas condições adequadas de concorrência", diz Fernando Pimentel, da Abit.
"O Brasil não pode ser condescendente com quem faz dumping, como a China, ou que não cumpram padrões ambientais e trabalhistas."

Encontro... 
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, visita a Fiesp na segunda-feira. Na pauta, a possibilidade de maior poder de decisão da pasta que, em muitos casos, depende da atuação de outros ministérios.

...por autonomia 
A dependência acaba travando ações efetivas para a indústria, segundo a Fiesp. A entidade quer pedir aumento do orçamento para o órgão e maior poder à Secex (Secretaria de Comércio Exterior).

Imposto... 
A Secretaria da Fazenda fixou em R$ 60 milhões o limite para o apoio financeiro de empresas a programas que preveem incentivo a projetos credenciados pelo governo do Estado em 2011.

...reutilizado 
A medida alcança potencial de 280 mil empresas que poderão destinar até 3% do ICMS devido para patrocínio de programas culturais e esportivos.

Pequenas... 
A Febraban aumentou em 50% o espaço destinado a pequenas empresas na próxima edição do Congresso e Exposição de Tecnologia da Informação das Instituições Financeiras, que vai acontecer em junho.

...e tecnológicas 
Nos próximos meses, a instituição selecionará 24 empresas de pequeno porte do setor de TI para receberem subsídios e se apresentarem no evento.

Política... "Os investimentos no país poderiam ser bem maiores se não fossem as burocracias que existem na importação de máquinas e equipamentos", afirma Roberto Segatto, presidente da Abracex (Associação Brasileira de Comércio Exterior).

...industrial
 
O novo governo, segundo Segatto, precisa ter uma política industrial e uma de comércio exterior. "Com máquinas modernas, o país poderia produzir mais barato e exportar mais."

METRO QUADRADO TUPINIQUIM
Com promessa de ampliar investimentos no Brasil neste ano, além de outros países da região, a consultoria imobiliária Cushman & Wakefield registrou em 2010 um avanço dos aluguéis de escritório de primeira linha, com destaque para o Rio.
A ideia é aproveitar um cenário de crescimento que tem sido comum entre emergentes, como Brasil e China, que contribuíram para avanço geral.
"São Paulo está crescendo enquanto Nova York está saindo da recessão", diz John Santora -presidente mundial de clientes corporativos e investidores da Cushman- que desembarcou ontem em São Paulo, com James Underhill, presidente para as Américas.
Os preços de locação no Rio ficaram acima de Nova York, fato nunca antes registrado pela Cushman.
A média da região mais valorizada de São Paulo, a Faria Lima, fechou em US$ 80,4/ m2/ mês.

SAQUE SOLAR

A Perto, que fabrica equipamentos para bancos e comércios, como caixas eletrônicos, acaba de desenvolver um terminal de autoatendimento que funciona com energia solar.
O equipamento foi desenvolvido especialmente para o mercado indiano.
"É ideal para ser usado em países onde há muita queda de energia elétrica e grandes regiões rurais, como Índia, África, Paquistão e outros do continente asiático", afirma Thomas Elbling, presidente da companhia.
O painel solar irá alimentar gradualmente uma bateria, de carro ou de motocicleta, que será acionada quando o terminal estiver em uso. A operação de maior gasto de energia é o saque.
O terminal será apresentado em março na Cebit, feira de tecnologia, que acontece na Alemanha.
Para este ano, a Perto prevê faturamento de cerca de R$ 320 milhões.

MAIS DE US$ 10 BI EM 2016
Os gastos dos turistas estrangeiros no Brasil deverão superar os US$ 10 bilhões em 2016, devido aos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, afirma a Crowe Horwath RCS.
A partir de 2011, o aumento será de ao menos US$ 600 milhões por ano, segundo a consultoria. Em 2016, o valor chegaria a US$ 10,6 bilhões.
Outra projeção, chamada de "otimista" pela própria empresa, indica que os gastos dos estrangeiros no ano da Olimpíada serão de US$ 15,5 bilhões.
Além de sediar o maior evento esportivo do mundo em 2016, a realização da Copa do Mundo também contribuirá para atrair turistas, afirma a consultoria.
Em 2010, os estrangeiros gastaram US$ 5,9 bilhões com turismo no Brasil, 11% a mais que no ano anterior.
O resultado foi o pior crescimento do setor nos últimos oito anos, sem contar a queda de 2008 para 2009, devido à crise econômica mundial.

Pano 
As vendas do segmento de cama, mesa e banho em janeiro foram 1,5% superiores às registradas no mesmo mês de 2010, na região da rua 25 de Março, segundo o Sindicato do Comércio Atacadista de Tecidos de São Paulo.

Força...
As inscrições para a terceira temporada do programa "10.000 Mulheres", da Goldman Sachs, terminam na próxima segunda-feira, em São Paulo. Serão oferecidas cem vagas gratuitamente às mulheres empreendedoras.

...feminina 
O curso foi desenvolvido a partir de uma pesquisa que relacionou a maior participação das mulheres no mercado de trabalho com uma expansão de 9,1% do PIB per capita até 2030.

Com Joana Cunha, Alessandra Kianek e Vitor Sion

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