quarta-feira, dezembro 16, 2009

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

Dilma reclama maior inclusão de países na COP-15

FOLHA DE SÃO PAULO - 16/12/09



Diplomatas, não só do Brasil, comentavam ontem em Copenhague que as críticas da ministra Dilma Rousseff e de ministros da China, Índia e de alguns países africanos a Connie Hedegaard, presidente da COP-15, deixaram-na acuada e com necessidade de mostrar transparência.
Anteontem, representantes daqueles países, tendo à frente a ministra Dilma, chefe da delegação do Brasil, tiveram uma dura reunião com a dinamarquesa Hedegaard.
Em uma mesa com apenas 15 pessoas em uma pequena sala do Bella Center, a ministra brasileira foi a primeira a falar.
Pedindo licença para falar em português, apesar de saber corrigir a intérprete, Dilma iniciou falando em nome dos representantes de países em desenvolvimento ali presentes.
"Queremos o sucesso dessa reunião", afirmou. E pediu que se voltasse a discutir o Protocolo de Kyoto e que houvesse participação no esboço final.
"O documento que será submetido a nossos presidentes e primeiros-ministros não pode ser obra acabada de que não tenhamos discussão antecipada", disse. "Não pode", corrigiu a ministra, quando a tradutora alterou suas palavras.
Com firmeza, e sempre com o mesmo tom de voz, Dilma acrescentou que "não queremos que haja problemas, como boicote, que ameace esta conferência".
"Reiteramos que desejamos sucesso da conferência e, para isso, deve-se assegurar participação efetiva, com transparência e inclusão, seja na discussão e também na elaboração a ser entregue a nossos chefes de Estado. Essas condições interessam a nossas conveniências individuais e vão interessar também à direção da conferência, ok?", disse a ministra.
Ao encerrar, Dilma pediu aos colegas que se manifestassem se tivessem observações.
Connie Hedegaard respondeu que "toda a proposta é garantir inclusão e transparência. Não tenho interesse em não consultar vocês".
O representante da Índia quase se exaltou. "Não tenho mandato para transferir a você a responsabilidade de fazer o acordo", disse.
"Queremos ser parte do esboço final", retrucou um dos africanos.

"Reiteramos que desejamos sucesso da conferência e, para isso, deve-se assegurar participação efetiva, com transparência e inclusão, seja na discussão e também na elaboração a ser entregue a nossos chefes de Estado"

VENTO SEGURO

O primeiro leilão específico para energia eólica no Brasil, realizado na última segunda-feira, deve aquecer o mercado de seguros no país, segundo a corretora Marsh.
A empresa estima que o resultado do leilão poderá contribuir para triplicar a sua carteira de seguros para a construção de parques eólicos.
A Marsh atualmente é responsável pela estruturação dos programas de seguros de cerca de dez plantas em operação e construção nas regiões Norte e Sul.
Ainda incipiente, a energia eólica representa hoje 2% da carteira da corretora no segmento de energia.
Com os novos parques, a modalidade deverá alcançar 6% de participação até o final do próximo ano, de acordo com Marcelo Elias, diretor de infraestrutura da empresa.

Previdência privada cresce 18% no ano até outubro

O mercado de previdência privada começou 2009 preocupado, mas deve fechar o ano otimista. A opinião é de Marco Antônio Rossi, novo presidente da Fenaprevi, entidade que reúne empresas do setor.
Com captação de R$ 29,5 bilhões de janeiro a outubro, o mercado cresceu 18% ante o mesmo período de 2008. "Esperamos fechar o ano com 20% de alta", diz Rossi.
O aquecimento foi puxado pelo VGBL. O tipo de plano que mais cresceu foi o individual, contratado por pessoas físicas.
O resultado só não foi melhor devido ao desempenho dos planos empresarias. As demissões provocadas pela crise contribuíram para a redução nas contribuições para a previdência.
"Além disso, muitas empresas acabaram adiando a decisão da aquisição de novos produtos ou novos investimentos, de conceder novos benefícios a seus funcionários", segundo o presidente da Fenaprevi.
No acumulado deste ano, o plano empresarial alcançou R$ 3,6 bilhões, uma evolução de apenas 1,7% na comparação com o resultado do mesmo período do ano passado.

CEREJA DO BOLO
As frutas frescas, normalmente mais demandadas no período do Ano Novo, passaram a ser muito procuradas na primeira quinzena deste mês, segundo o Walmart. Nos primeiros 14 dias, a rede teve crescimento de mais de 50% no volume de vendas de cerejas ante o mesmo período do ano passado.

TETO
O SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo), que opera com recursos das cadernetas de poupança, deve bater o recorde de R$ 32 bilhões e cerca de 310 mil unidades financiadas em empréstimos para compra da casa própria neste ano, segundo Luiz Antonio França, que foi reeleito presidente da Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança).

MACA
A Federação Brasileira de Hospitais, que representa 4.775 instituições de pequeno e médio porte que destinam um percentual de seus leitos ao SUS, fechou parceria com a operadora Gama Saúde, que reúne 16 mil médicos. A união formou a Rede FBH Gama Saúde, que pretende aumentar o atendimento privado de hospitais associados.

INVESTIMENTO
O investimento da Fundação Telefônica cresceu de R$ 16 milhões em 2008 para R$ 20 milhões neste ano. O programa Pró-Menino fechou o ano com 10.800 crianças e adolescentes atendidos no Estado de São Paulo. A meta inicial era alcançar a marca dos 10 mil beneficiados.

PASSAGEM
O portal de comparação de preços Zura! fechou parceria com o buscador de viagens Mundi, para criar o canal Zura! Turismo, que analisa preços de hospedagens e passagens aéreas.

com JOANA CUNHA e ALESSANDRA KIANEK

O ESGOTO DO BRASIL

ROBERTO DaMATTA

Os verdadeiros filhos do Brasil (Final)

O Globo - 16/12/2009


Na semana passada eu dizia que, no Brasil, o governo administra tanto quanto serve como um instrumento para enriquecer e aristocratizar políticos (e comparsas) que seriam os verdadeiros filhos do Brasil. Por isso, o governo, mesmo querendo revolucionar, conserva; enquanto seus sócios, mesmo agindo fora do mercado e querendo conservar, acabam inovando pelos escândalos que promovem.

A corrupção advinda dos laços pessoais que estruturam a elite dissolve diferenças ideológicas.

Um ponto importante para o entendimento da corrupção à brasileira é que ela vai do estado centralizado e aristocratizado para o mundo empresarial, promovendo distinções que recriam, no mercado, velhos apadrinhamentos.

A famosa impunidade não é uma consequência do ato delituoso, ela faz parte dele. Encaixa-se no cálculo dos riscos, tanto mais baixos quanto mais próximo o negócio estiver dos centros de poder por meio de esquemas desenhados, eis o que enlouquece, pelos seus funcionários mais graduados. No Brasil, o viés hierárquico não condena, protege.

São os altos funcionários que dinamizam o processo por meio de aloprados e cúmplices. Ademais, como o setor público tem muitas nebulosidades, não há como apontar culpados.

As múltiplas polícias, como os impostos embutidos nos produtos que consumimos, por exemplo, existem precisamente para impedir uma clara e decisiva atribuição de responsabilidade.

Prevalece o credo, ainda não politizado, segundo o qual, o que é de todos não é de ninguém. Em tal oceano administrativo vale tudo, exceto a condenação dos culpados.

Se o estado republicano tem muitos funcionários profissionais nomeados sine ira et studio — sem favor ou perseguição, como diz Weber — não se pode esquecer que ele foi construído sobre uma base hierárquica e aristocrática. As repúblicas de 1889 em diante mudaram o Brasil política e legalmente, mas não o transformaram social e culturalmente. Não redefiniram seus códigos de comportamento e sistema de valores e não prepararam a sociedade para as mudanças mais radicais que o estado realizava no papel.

A maior delas é justamente a da igualdade perante a lei que até hoje não temos aquilatado plenamente, donde sua surpresa e incômodo. Pois como os mensalões escancaram, o sistema administrativo tem uma hierarquia.

Numa era de preocupações financeiras na qual a moeda, o mercado, o cálculo entre despesa e receita são atores centrais, o Ministério da Fazenda, as estatais e o Banco Central, e não mais o Ministério do Planejamento, são superiores. Mas se eventualmente o político englobar o econômico, como pode ocorrer, um órgão políticoadministrativo terá supremacia.

Não é por acaso que os mensalões estão ligados a secretários de governo e à Casa (in)Civil. Na teoria dominante e até o Plano Real, não seria a sociedade o motor de transformação do sistema, mas o estado, por meio dos seus salvadores e letrados situados acima da história e das leis por eles promulgadas. Esses são os verdadeiros filhos do Brasil.

Dir-se-ia que há uma contradição, pois os eleitos podem ser pobres e pouco instruídos, como o Lula. O sistema contempla o cravo, mas não esquece a ferradura. Existe sem dúvida — se não o caso Arruda não seria tão abjeto — uma vertente igualitária.

Nela, cabem as pessoas que se fizeram a si mesmas como o Lula e muitos outros, negando um destino social supostamente predeterminado (sendo pobres cairiam nos braços da bandidagem...); mas — e esse é ponto — há uma dimensão hierárquica dominante, cuja chave-mestra é o controle de um estado republicano que opera aristocraticamente. Aí está o paradoxo! Esse estado visto como transformador é o primeiro a instalar o eleito num palácio que ele — mesmo no papel de renunciante e salvador da pátria — recusa. Morando em palácio, tendo voz final para todos os assuntos, ilhado por pedidos de favores de todos os quilates porque tudo, no Brasil, é juridicamente estrangulado, realizando um governo de coalizão, ele entra no clube.

Vira o filho do Brasil! Mas a última que morre (será que morre?) é a esperança. Se planos para um retrocesso estatizante estão em curso, a economia, apesar dos impostos, da incompetência administrativa lulista e dos desperdícios, segue seu curso, os casos de corrupção pressionam no sentido da igualdade.

Pois quanto mais confiamos na economia e, com ela, na nossa capacidade de planificar o futuro e de consumir responsavelmente, exercendo a nossa singularidade de gostar disso ou daquilo livremente, maior a nossa decepção com as formas reacionárias ou corruptas de fazer “política”.

O Brasil vive hoje uma abismal dissonância entre uma economia recuperada e um universo político sem ética. Não há mais inflação, mas há corrupção. O termo é perfeito. Há um lado podre ou que apodrece em todos os governos e que precisa ser erradicado.

É muito difícil transgredir com a economia e com os impostos abusivos que pagamos mas, na política, vivemos num mundo de mentiras.

Na economia, o discurso é óbvio: bancos, lojas e empresas, governo, querem lucrar. Mas na política, todos dizem trabalhar para o povo mas o que vemos é o contrário. Os verdadeiros filhos do Brasil são os pais da centralização administrativa, os patrões das regras do jogo, os que legislam em causa própria e por isso não vão presos. O articulista Elio Gaspari está certo: ladrão só tem medo de cadeia! Mas com um detalhe.

Neste Brasil, onde os eleitos enriquecem por meio da política e viram filhos do Brasil, ninguém é preso!

SONIA RACY - DIRETO DA FONTE

Articulação saúde

O ESTADO DE SÃO PAULO - 16/12/09



Dentro de alguns anos, se tudo der certo, o Brasil não precisará mais importar remédio contra artrite. De olho nas "articulações" da população, José Gomes Temporão trouxe a novidade da China: a brasileira EMS assinou, com a chinesa Shangai Biomabs, acordo de transferência de tecnologia.
Algo como 850 mil pessoas sofrem da doença no País.

Articulação 2

Temporão aproveitou para convidar seu colega Chen Zhu para conhecer de perto o funcionamento do SUS.
O ministro aceitou. Afinal, a China está em meio a uma polêmica reforma do seu sistema de saúde.

Alerta vermelho

Enquanto governo, parlamentares e ambientalistas estão em Copenhague, o pessoal ligado ao meio ambiente que ficou no Brasil foi surpreendido ontem. É possível que o Código Florestal seja votado ainda hoje na Comissão de Meio Ambiente da Câmara.
Era o que articulava, no fim do dia, o interino da comissão, Marcos Montes - uma vez que seu presidente também está também viajando.

Não há vagas

Cada país terá direito a quatro crachás para a reunião final de Copenhague, na sexta. Pelo Brasil, além de Lula e Dilma, lá estão Celso Amorim, Carlos Minc e o ministro do Depto. de Meio Ambiente do Itamaraty, Luiz Alberto Figueiredo.
Quem fica de fora?

Opção sustentável

Marina Silva viajou fora do bonde do Senado para Copenhague, não tendo direito a diárias nem a hotel. Se hospeda em apê emprestado pela ONG norueguesa Rainforest Foundation.

Duas rodas

Seis meses depois de comprar da fabricante de motocicletas Kasinski, a CR Zongshen conseguiu aprovação da Suframa e agora vai fabricar... bicicletas.
Conta com a experiência do pai do sócio brasileiro, Claudio Rosa - ex-campeão brasileiro de ciclismo.

Suspense

Silvio Santos já tem presente para o aniversário de 80 anos, ano que vem. Um longa para chamar de seu.

Roupa nova

A Associação Comercial revela hoje: as compras a vista, em São Paulo, cresceram 7% na primeira quinzena de dezembro.
Destaque? Em tempos de Noel, roupas e sapatos.

Desceu quadrado

Fernando Botero andou causando no mundo das artes. O pintor colombiano, que não participa do júri, desdenhou publicamente selecionados do prêmio que leva o seu nome.
Resultado? Cancelamento do prêmio, que daria US$ 50 mil a jovens artistas.

Língua "plesa"

Publicidade em gibis da Turma da Mônica está sendo considerada abusiva e agora é alvo de investigação da Promotoria da Infância e da Juventude do Estado.
Advogados da editora e da empresa de Mauricio de Sousa se reuniram no Ministério Público para discutir um acordo.

Bye, bye Brasil

E Serra perde sua secretária de Relações Externas, Helena Gasparian. Que vai para Londres ocupar posto na Embaixada brasileira.

Lente de aumento

O TCU decidiu: fará auditoria na Secretaria Especial de Portos da Presidência.
Não quer perder de vista R$ 492 milhões liberados para obras em portos e dragagem incluídas no PAC.

Volta, Felipão

Estrela do jantar da Câmara de Comércio Portuguesa, anteontem, na Hípica Paulista, Luiz Felipe Scolari foi atropelado por empresários querendo autógrafos - ou lhe pedindo que reassuma a seleção de Portugal.
No meio do salão, ao lado de Miguel Jorge, José Sérgio Gabrielli desabafou: anda tão ocupado com reuniões e inaugurações que mal tem tempo de cuidar da Petrobrás.
E, ao lado de Aloizio Mercadante e João Paulo Cunha, Antonio Palocci nem piscava quando indagado sobre entrar na disputa em São Paulo. Só sorria.

NA FRENTE

José Alencar sanciona, hoje, projeto de lei de Marcelo Itagiba fixando 18 de março como o dia da migração judaica para o Brasil.

André Esteves, do Pactual, fez festa de fim de ano no Rio, sábado. Com direito a hospedagem de sócios e diretores no Fasano. Incluindo os "com- teto" na capital carioca Elena Landau e Persio Arida

João Walter Toscano foi selecionado pelo Museu de Arte do Centro Pompidou para integrar o acervo permanente.

Fernando Scherer, o Xuxa, deve sair empregado do reality A Fazenda. Como comentarista olímpico da Record.

Clientes da classe executiva da TAM terão lugar em fila especial na migração do aeroporto de Heathrow, em Londres. Target? Menos estresse.

Com Dom Pérignon safra 2000, Davide Marcovitch recebe, hoje, Luziah Hennessy para jantar pilotado pelo chefe Laurent Suaudeau.

Gloria Coelho brinda parceria com a marca inglesa Butler & Wilson. Hoje, nos Jardins.

Miguel Falabella aderiu ao Twitter. Abriu seu perfil sábado e já tem 10 mil seguidores. Luciano Huck que se cuide.

José Roberto Arruda não pediu, mas Papai Noel vai dar assim mesmo. Ele poderá comer sozinhos todos os panetones que comprou para o Natal.

FERNANDO RODRIGUES

Cenário sem decantação

FOLHA DE SÃO PAULO - 16/12/09

BRASÍLIA - Há várias equações em análise na formação das chapas presidenciais. Agora está abalado o acordo pré-nupcial entre PT e PMDB, mas na aliança de oposição há também mais dúvidas que certezas. A decantação do cenário só se dará a partir de março.
No caso do condomínio petista-peemedebista, o desempenho de Dilma Rousseff nas pesquisas é vital para a definição dos acionistas majoritários desse projeto.
Se a candidata de Lula não decolar, reduzem-se as chances de o PMDB embarcar. O oposto também vale, com uma diferença: talvez nesse caso o PT passe a não desejar a adesão incondicional dos peemedebistas -afinal, não terá mais interesse em dar de mão beijada a vaga de vice-presidente.
O mais provável é Dilma não disparar (é muito desconhecida) nem empacar (Lula vai alavancá-la). Nas previsões dos estudos qualitativos do marketing petista, a aposta é a candidata ficar na redondeza dos 25% das intenções de voto no primeiro trimestre de 2010. Se for assim, o cenário continuará incerto.
Tudo se arrastará até junho, prazo final para os partidos firmarem compromisso eleitoral.
No PSDB, nada indica haver força para Aécio Neves suplantar José Serra. Este é o favorito para ser o candidato a presidente tucano.
Com uma grande dúvida: o que ocorrerá no cenário hipotético (hoje improvável) de Dilma Rousseff realmente se transformar em franca favorita já em março?
Serra terá de enfrentar seu notório temor pelo fracasso. Se for conservador, optando por tentar se reeleger ao governo de São Paulo, destruirá o PSDB. Aécio seria "convocado" para perder. Tudo registrado, tucanos e petistas terão muitas emoções até saberem qual será o desfecho possível para 2010.

A saída de José Roberto Arruda extirpou a valentia do DEM. Catatônica, a sigla digere seu mensalão.

GOSTOSA

JANIO DE FREITAS

Meios insucessos

FOLHA DE SÃO PAULO - 16/12/09



Às vezes, atenção e acaso intercedem contra o jogo de Lula; o que aconteceu com frequência incomum nos últimos dias

NADA DO QUE Lula faz ou diz é o que é. Quem duvide disso e não do próprio pode recordar a campanha eleitoral de Lula contra a política econômica de Fernando Henrique, nem precisa ir às "bravatas". Há sempre um propósito alheio ao dito ou ao feito, uma artimanha, um subterfúgio, uma manipulação utilitária do outro, e sobretudo dos outros. Quase sempre com êxito, facilitado, também quase sempre, pelos meios de comunicação levados por seus primeiros impulsos. Às vezes, porém, atenção e acaso intercedem contra o jogo de Lula. O que aconteceu, com frequência incomum, nos últimos dias.
Lula já falou vezes incontáveis "ao povo" sem recorrer ao chamado baixo calão. Sabe muito bem que a sua comunicação "popular" não precisa disso. Ao fazê-lo no Maranhão, em discurso sem importância alguma, a gratuidade do recurso mal teve tempo de provocar curiosidade. Lula deu logo a pista, ao criticar a imprensa que faz exatamente o que ele mais deseja: "Amanhã os jornais vão dizer "Lula falou palavrão", os comentaristas vão dizer (...)" -era isso que queria, já provocava com ares de desafio.
Lula jogou mais uma vez na surpresa, mas foi o surpreendido. Ou porque os jornais atentassem para o truque, ou porque a vulgaridade transforma o palavrão em palavrinha. "O Globo" até já causou um terremoto na memória do sempre elegante Roberto Marinho, com a mesma palavra de Lula usada em volumosa manchete de primeira página. Mas, como a maior qualidade de Lula é ter a companhia de uma sorte incomum, sua frustração ficou reduzida.
A utilidade do palavrão seria provocar um pequeno escândalo e desviar o interesse jornalístico por um assunto muito desgastante. É que o IBGE está obrigado, no governo Lula, a mandar para a Presidência da República, antes de divulgar, todas as pesquisas e os estudos. Com isso, o governo tem tempo, em casos negativos, de preparar evasivas, neutralizar o Congresso e buscar a colaboração dos seus nos meios de comunicação. Na véspera da viagem, a Presidência foi informada de que tudo o que Lula, Guido Mantega, Henrique Meirelles e Dilma Rousseff estavam dizendo sobre retomada da atividade econômica, PIB, comparações com o exterior -assuntos prioritários nas últimas semanas- reduzia-se a inverdades.
Entrou a sorte: jornais, TV e rádios foram muito comedidos no noticiário sobre o fracasso deste ano tão louvado, inclusive por terem embarcado, como sempre, nas interessadas declarações oficiais e nas previsões, todas erradas, dos seus economistas e acadêmicos habituais. E, claro, nas mesmas páginas e programas em que esses oráculos eram desmentidos, lá estavam eles mesmos entrevistados para novas previsões.
Mas, ao menos até ontem, ninguém promoveu a "chefia" de Dilma Rousseff na delegação brasileira em Copenhague. Sua posição sobre os problemas das hidrelétricas no rio Madeira há muito a isolaram de qualquer suposição de interesse seu, por mínimo que fosse, em clima, ambiente, preservação amazônica, e que tais e quintais. Dilma Rousseff foi mandada a Copenhague para liderar, não a delegação, mas as fotos de primeira página e os vídeos de telejornais. Não funcionou. Marina Silva continua detentora do tema mais atual.
Por fim, não resultou bem, no primeiro momento, a terceira artimanha de Lula nos últimos dias. O pedido de uma lista tríplice do PMDB para escolher o vice na chapa de Dilma é, claro, o primeiro passo para impor o nome preferido. Seja obtendo sua inclusão entre os três, seja manobrando para excluí-los e entrar com o desejado como proposta conciliadora. Lula ainda tem o que pagar pelos acordos, com participação até da embaixadora dos EUA em 2002, que entregaram o Banco Central e a plena independência de ação a Henrique Meirelles.

ARI CUNHA

Precatórios sem ordem

CORREIO BRAZILIENSE - 16/12/09

A Ordem dos Advogados do Brasil fica apreensiva com decisão pagando fora de ordem os precatórios devidos pelo governo. O assunto abre leque de surpresa ao ser criada situação que desfaz tudo que se pode comparar com justiça romana. Foi a maneira encontrada para que fossem respeitados os direitos dos cidadãos, mesmo os perseguidos pelo imperador. Supremo Tribunal Federal foi chamado a ser o árbitro diante da situação de calamidade em que ficará o pagamento dos precatórios. A ordem de chegada sempre foi aceita. No início, o pagamento era de uma vez. Depois, foi criada mensalidade, para que o governo pudesse exercer seu dever. A situação é anômala e o poder de amizade vai influir em favor dos devedores amigos.

A frase que foi pronunciada
“Mãe, Papai Noel sobe a escadinha para roubar?”
Pedro Mendes, 5 anos, vendo a decoração nos prédios de Brasília

Aquecimento
Muitos anos atrás, os países ricos destruíram árvores dos países cheios de selvas no mundo. Recolheram madeira de lei, venderam caro e formaram gabinetes de governos e pessoas ricas com os melhores lambris que até hoje enaltecem os aplicadores. O Universo hoje enfrenta dificuldades, sentindo o aquecimento do planeta. Forma-se a briga. Anos de discussão e não se decide a participação na reconstrução do mundo.

Bernardo Sayão
Desbravador do sertão, a 60 anos morria Bernardo Sayão. Brasília parou. Árvore enorme da Amazônia matou o homem do trabalho. 2010 será o ano de lembranças do homem de botas e camisas que fundou cidades e foi chamado por Juscelino para construir o impossível que deu certo.

Dois lados
Todos os dias surgem declarações de autoridades. O ministro da Justiça alega que crime contra a humanidade não tem vencimento. Jornais, revistas e televisões estão sempre falando do que aconteceu ao tempo dos militares. Foram mortos muitos guerrilheiros. A moeda tem duas faces. Só está revelada uma. Falta saber dos militares e familiares que foram mortos de maneira bárbara. Esse é um levantamento que não pode ser esquecido.

Trem-bala é mito
Construir trem-bala ligando o Rio a São Paulo é um desmantelo. Locomotivas e vagões há nas prateleiras para vender. Equipamento eletrônico, que é desenhado para cada caso, custa o que só governo pode pagar. Linha suspensa, sensores de tempo, vento e chuva são dirigidos da central de computadores. O piloto é obediente ao mando dos salões onde estão as máquinas. O Nordeste fica longe, tem mais facilidade para atuação. Depois disso, será possível se pensar numa distância de 400km e 900m acima do mar.

Verduras
Em pleno Distrito Federal ocorre fato horrível com verduras. Há chácaras que cuidam da produção se livrando de todos os males da saúde. Detalhe é que lavam as verduras em riacho contaminado em Ceilândia, e a vida de todos os usuários está em perigo. Falta orientação mais positiva e penalidade aos irresponsáveis.

Greve na polícia

Não é salário a razão principal da greve na Polícia Civil. O desejo é por maior número de viaturas e pessoal habilitado para o exercício da profissão com respeito e dignidade.

Paz
Tem dado resultado a implantação de Unidades Pacificadoras em comunidades cariocas. Com a proximidade dos Jogos Olímpicos, o ministro Tarso Genro implanta o Pronasci Olímpico, que vai incrementar os projetos já em andamento. Há perspectiva de investimento para a bolsa de formação de policiais.

Dor
Adelmir Santana sugeriu ao ministro Temporão que o Ministério da Saúde compre medicamentos em grande escala pelo Registro Nacional de Preços. O que não dá é ver centenas de milhares de brasileiros morrerem precocemente aguardando solução na Justiça, afirmou o senador. Além de administrar doença grave e pagar impostos, há que se proteger contra o descaso.

Transparente
Toda a mobilização para encontrar petróleo será compensada. Até onde só tenha água. É que a senadora Rosalba Ciarlini quer aproveitar os poços onde não há o ouro negro. A água é fundamental para melhorar a vida de comunidades carentes. No projeto que apresentou, a senadora sugere que toda a descoberta da água seja comunicada à Agência Nacional de Águas e à de Agência Nacional Petróleo.

História de Brasília
Muita gente que pensa agradar ao ministro da Justiça o está chamando de Oscar Pedrosa D’Horta. Fiquem sabendo que ele não tem nada com esse D, e prefere ser chamado por seu nome verdadeiro, Oscar Pedrosa Horta. (Publicado em 19/2/1961)

GOSTOSA

PAINEL DA FOLHA

O alvo

RENATA LO PRETE

FOLHA DE SÃO PAULO - 16/12/09


No instante em que foi atingido por Ciro Gomes (PSB-CE), Eduardo Cunha (PMDB-RJ) defendia não só o naco do Rio nos royalties do pré-sal como o interesse imediato do Planalto, rifando opção de partilha mais atraente para Estados não produtores.
Ao mesmo tempo, quando diz não ser "mais possível que todas as questões centrais da República sejam objeto da deliberação unipessoal (...) do eminente deputado", Ciro vocaliza inconformismo do próprio Lula, que mais de uma vez sentiu a faca de Cunha no pescoço. Quem conhece bem o presidente afirma que o visível aumento de poder de Cunha na atual gestão da Câmara ajuda a explicar a má vontade de Lula com a ideia de Michel Temer (PMDB-SP) ser vice de Dilma.




Artilharia 1. O autor da emenda da partilha alternativa, Ibsen Pinheiro (PMDB-RS), disparou: "Quando cheguei a esta Casa a figura central era Ulysses Guimarães. Temo que, de hoje em diante, seja Eduardo Cunha".

Artilharia 2. Depois, mirou no líder Henrique Alves (RN): "O Rio Grande do Norte passaria de R$ 156 mi para R$ 1,3 bi. Quero poupar o líder do meu partido de chegar a Natal e ter de explicar que está negando apoio a esta emenda".

Ordem unida. A despeito do lobby empresarial e da expectativa alimentada pelo governo de uma ou outra dissidência, a oposição votou em bloco contra a entrada da Venezuela no Mercosul.

Virada. A AGU conseguiu derrubar ontem a ação de improbidade do Ministério Público em Rondônia contra o presidente do Ibama, Roberto Messias, pela concessão de licença para a construção das usinas do Rio Madeira.

Metamorfose. Expoente maior da bancada ruralista, a senadora Kátia Abreu (DEM-TO) apareceu na conferência do clima, em Copenhage, convertida à causa da preservação do meio ambiente.

Drenagem. A Procuradoria Geral da República se movimenta no Congresso na tentativa de ficar com R$ 50 milhões originalmente destinados, no Orçamento do próximo ano, ao Conselho Nacional do Ministério Público.

Conexões 1.
No malote apreendido pela Polícia Federal contendo Sedex com dinheiro vivo, que segundo o gravador-geral Durval Barbosa seria endereçado a José Roberto Arruda, peritos também encontraram documentos com dados bancários da empreiteira Erguisa e seus braços operacionais em Angola.

Conexões 2. Uma das suas supostas sócias no país africano é a Guerner Participações, cujo dono, Jorge Guerner, é marido da promotora Deborah Guerner. Ela é acusada por Durval de integrar um esquema nos contratos de lixo, com a anuência de Arruda.

Conexões 3. A Erguisa tem sede em São Paulo, mas toca obras no Distrito Federal, inclusive em parceria com empresa do vice-governador, Paulo Octávio (DEM).

Se ela dança... O cantor mineiro Di Brasil virou presença constante em reuniões de autoridades em Brasília. Depois de ter animado festa de Lula no Alvorada, ele foi a atração de evento promovido pelo ministro do Supremo José Antonio Dias Toffoli.

...eu danço. Di Brasil é exímio imitador de Lula. Numa performance no Alvorada, o chefe de gabinete do presidente, Gilberto Carvalho, brincou: "Se eu recebesse um telefonema seu com uma ordem, cumpria na hora!".

Escala. Lula agendou nova visita a São Bernardo do Campo, onde esteve em novembro para pré-estreia de de sua cinebiografia. No dia 29, ele acompanhará o prefeito Luiz Marinho (PT) na inauguração de uma unidade de saúde. Ainda não foi decidido se esticará o Ano Novo no ABC.

com SÍLVIO NAVARRO e LETÍCIA SANDER

Tiroteio

O Lula quer uma lista tríplice? Tudo bem, pode anotar aí: os nomes são Michel, Temer e Lulia.

Do deputado HENRIQUE EDUARDO ALVES, citando o nome completo do presidente da Câmara em resposta à sugestão de que o PMDB apresente várias opções para a escolha do vice de Dilma.

Contraponto

Espécie em extinção No domingo à noite em Copenhague, um grupo de brasileiros ouviu apresentação de John Holdren, assessor da Casa Branca para os temas de clima e energia, permeada de menções elogiosas a Barack Obama. Logo depois, foi a vez de Carlos Minc. O ministro, porém, não se referiu a Lula, destacando apenas sua própria atuação.
Na plateia, um dos brasileiros viu Tião Viana (PT-AC) cutucar Blairo Maggi (PR-MT):
-Puxa, ele nem citou o Lula...- lamentou o senador.
O governador não se espantou:
-Deixa... Afinal, ele é o nosso Minc Leão Dourado!

BRASÍLIA -DF

Apagão aéreo


Correio Braziliense - 16/12/2009




O ministro da Defesa, Nelson Jobim, resolveu entrar em campo para evitar um apagão aéreo na Copa de 2014, com o colapso dos principais aeroportos do país, principalmente Brasília, Galeão e Cumbica. O risco é real porque muitas das obras de expansão estão paralisadas ou nem sequer foram iniciadas por causa de rescisão de contratos irregulares ou suspensão de licitações. Há um deficit de 38% na infraestrutura portuária no Brasil. Ontem, em audiência pública na Comissão da Amazônia, Integração Nacional e Desenvolvimento Regional da Câmara, Jobim anunciou investimentos de R$ 4,614 bilhões nos aeroportos das 16 cidades-sedes da Copa.

***
Estima-se que a circulação de passageiros na Copa de 2014 chegará a 2,7 milhões. Segundo Jobim, serão dois meses de pico. Os investimentos planejados pela Infraero serão suficientes para atender uma demanda de até 171,8 milhões de passageiros por ano. A Copa vai gerar um movimento de 157,7 milhões de passageiros. Pelas regras do jogo — a Lei de Licitações (8666/93) —, realizar as obras a tempo é uma missão quase impossível. Por isso, Jobim pretende adotar mecanismos semelhantes ao da Petrobras para contratá-las. Precisa de aprovação do Congresso.

Sutileza

Parlamentares governistas que acompanham a Conferência do Clima de Copenhague fizeram ressalvas à negativa da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, à proposta de que o Brasil contribua com US$ 1 bilhão para um fundo de combate à mudança climática. Avaliam que ela exagerou no tom ao dizer que a quantia não faria “nem cosquinha”.

Fogo amigo

A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), desautorizou o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc (PV), publicamente, na Conferência de Copenhague. O troco veio na Câmara, onde o líder do PV, Edson Duarte, criticou o desempenho “pífio” da ministra e disse que o presidente Luiz Inácio lula da Silva antecipou a ida à conferência devido “ao desastre do caráter eleitoreiro da missão chefiada por Dilma”. “Não estava preparada para a missão. Colocou o Brasil em uma situação de isolamento extremamente perigosa”, disparou.

Infraestrutura

O relator-geral Geraldo Magela (PT-DF) anunciou ontem que acredita na aprovação do Orçamento da União de 2010 ainda este ano. Os investimentos nas áreas de Minas e Energia, Comunicações e Transportes chegarão a R$ 115 bilhões

Incentivo



Novo marco regulatório de incentivo à cultura: o ministro da pasta, Juca Ferreira (foto), apresenta hoje, à Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados, o projeto de lei que substituirá a Lei Rouanet (Lei nº 8.313/1991) nas áreas de fomento e incentivo à cultura e à arte. O texto foi muito discutido nos meios artísticos, mas não está livre de polêmica. A ideia é desconcentrar a produção cultural do eixo Rio-São Paulo.

Verde



A senadora Kátia Abreu (foto), do DEM-TO, presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), virou defensora da Amazônia na Conferência do Clima, em Copenhague, na Dinamarca. Além de defender serviços ambientais e recompensas econômicas para os produtores rurais brasileiros, a senadora sustentou que o agronegócio está deixando de produzir alimentos, gerar riquezas, divisas e empregos, para preservar o meio ambiente. “O Brasil está efetivamente abrindo mão de terras produtivas em favor da preservação ambiental. Temos a segunda floresta nativa do mundo quase que integralmente preservada. Nós acreditamos no desmatamento zero já, imediatamente”, afirmou.

Gula/ Parte da bancada do Nordeste chorava as pitangas, ontem, pela frustrada insistência em aprovar a emenda do deputado Ibsen Pinheiro. Para levar a proposta adiante, os nordestinos sacrificaram a emenda do deputado Júlio César (DEM-PI), mais moderada, a qual, passaram a julgar, sofreria menor resistência dos estados produtores.

Máquina/ Vitoriosa na eleição do novo comando do PT, a tendência Construindo o Novo Brasil divide-se quanto a quem entregar a secretaria-geral do partido. Uma ala postula o cargo para o líder petista na Assembleia Legislativa de São Paulo, Rui Falcão. Outra, para o líder na Câmara dos Deputados, Cândido Vaccarezza (SP), que já ocupou o cargo.

Lançamentos/ Papa do moderno padrão gráfico e editorial do jornalismo brasileiro, Reynaldo Jardim lança, hoje, no Bar Brahma (201 Sul), o livro Sangradas Escrituras (Editora Starprint). Ex-presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, Audálio Dantas lança mais um livro: O menino Lula (Ediouro), na livraria Saraiva do Pátio Brasil, também a partir das 19h.

Em tempo

Escapamos de uma greve de aeronautas e aeroviários em 23 e 24 de dezembro. Os sindicatos fecharam um acordo com as companhias aéreas ontem. O aumento real foi de 6% nos salários de pilotos, aeromoças e pessoal de terra.

GOSTOSA DO TEMPO ANTIGO

FERNANDO DE BARROS E SILVA

Imagem envenenada


Folha de S. Paulo - 16/12/2009

Lula fita a plateia com a boca aberta, exibindo um sorriso satisfeito. Sua expressão, a meio caminho entre o deboche e o deleite, contrasta com a figura circunspecta de Michel Temer, mãozinhas solenemente cruzadas sobre os joelhos, o olhar cabisbaixo. Ambos estão sentados lado a lado na imagem reveladora que o fotógrafo Alan Marques capturou -publicada ontem, no alto da página A4 da Folha;
O presidente da Câmara tem os lábios cerrados e a fisionomia de certo pesar. Dela, no entanto, se destaca um sorriso amargo, de desprezo e ressentimento, que sua boca escancara ao tentar reprimir.
A franqueza quase pegajosa da risada de Lula acaba denunciando, por contraste, o que há de dissimulado na altivez de Temer. Dele, ACM disse uma vez que parecia um mordomo de filme de terror. Sim, mas a foto também permite a comparação com outro personagem -José Dias, o agregado que vive à custa da família Santiago, no "Dom Casmurro", de Machado de Assis.
Analisando o que essa figura pode nos ensinar do Brasil, o crítico Roberto Schwarz diz, num ensaio célebre ("A Poesia Envenenada de Dom Casmurro"), que a graça de Dias "vem do contraste entre a gravidade vitoriana da pessoa e os cuidados subalternos a que se obriga".
Também Temer, o peemedebista com pose de bacharel e afinidades tucanas, engole a seco as provocações de Lula porque, feitas as contas, não quer perder a sua chance.
Como José Dias, Temer seria o "agregado distinto, que fala, pondera, conta vantagem", mas está "dependendo sempre de acomodações mais ou menos humilhantes".
O PMDB se tornou o grande agregado da política nacional, a sigla-mãe do clientelismo. É fácil rir do teatro da dignidade, do "vazio da respeitabilidade" que suas figuras de proa ostentam. Sim, mas quem salvou Sarney? Falta vontade e coragem para criticar aquele que patrocina relações espúrias de poder em troca da comodidade do mando.

ELIO GASPARI

A censura chegou ao próprio Supremo

FOLHA DE SÃO PAULO - 16/12/09


De duas uma: ou Britto escreveu o que não devia, ou Mendes e Peluso não seguiram o que a corte decidiu

DEPOIS DE preservar a censura prévia imposta ao jornal "O Estado de S. Paulo", em proveito do empreendedor Fernando Sarney, o Supremo Tribunal Federal tem um novo problema para resolver: a censura a si próprio.
Trata-se de uma história que começou em abril quando a corte julgou um pedido do deputado Miro Teixeira, para que se declarasse inconstitucional a Lei de Imprensa da ditadura. A ação foi relatada pelo ministro Carlos Ayres Britto, que votou pela absoluta procedência do pedido. Cinco ministros acompanharam integralmente seu voto e um (Marco Aurélio Mello) votou contra o relatório.
No entendimento de Britto, mandada ao lixo a Lei de Imprensa, todos os abusos e irresponsabilidades dos meios de comunicação deverão ser punidos pelas leis do país e, sempre que o Congresso quiser, legislará sobre esses assuntos.
Pela rotina do tribunal, concluído o julgamento, os ministros reveem seus votos e remetem os textos à secretaria. O relator fica encarregado de redigir uma ementa, que virá a ser a síntese da decisão da corte. O texto da ementa fica à disposição dos demais ministros, caso eles queiram vê-lo antes da divulgação.
A ementa de Carlos Ayres Britto tinha sete vezes o tamanho deste artigo e foi liberada para o público no dia 6 de novembro. Nela, o Supremo Tribunal Federal informou:
"Não há liberdade de imprensa pela metade ou sob as tenazes da censura prévia, inclusive procedente do Poder Judiciário, sob pena de se resvalar para o espaço inconstitucional da prestidigitação jurídica".
Ninguém é obrigado a concordar com a ementa, mas pobre do cidadão que ousar dizer que esse texto não confere com o pensamento da corte.
(A Suprema Corte americana trabalha de maneira diversa e melhor. Lá, depois do julgamento, um dos juízes que votaram com a maioria redige a opinião do grupo. O texto é discutido e negociado, respeitando-se conceitos e até manias. O juiz Harry Blackmun, por exemplo, recusava-se a assinar opiniões onde houvesse a palavra "parâmetro".)
Passados 35 dias da publicação do texto da ementa , deu-se a votação do caso da censura prévia a "O Estado de S. Paulo". Sabia-se, por murmúrios, que vários ministros não reconheciam suas posições naquele texto. Pior: pelos seus votos e pelas suas palavras, pelo menos dois juízes (Gilmar Mendes e Cezar Peluso) votaram apresentando argumentos frontalmente contrários ao conteúdo da ementa.
Chegou-se ao absurdo: o Supremo censura a si próprio.
Se o ministro Carlos Britto redigiu uma ementa que não reflete a opinião da corte, deve ser publicamente denunciado e responsabilizado. Vale lembrar que até hoje essa ementa, mal afamada nos corredores, não sofreu contestação formal. Os ministros que não gostaram do seu texto já tiveram 41 dias para reclamar. (Britto conserva toda a documentação do caso e o STF guarda os vídeos das sessões. )
O Supremo Tribunal não pode funcionar com dois tipos de ementas: as que pegam e as que não pegam. Nesse regime, os ministros desagradados desprezam os textos fornecidos à patuleia e argumentam como se eles não existissem. Ficará difícil exigir que as pessoas acatem o que o tribunal determina se um ou mais ministros desacatam o que decidiram há poucos meses. (Ou desacatam o que a ementa diz que eles decidiram.)

O ESGOTO

MERVAL PEREIRA

Disputa pela esquerda

O GLOBO - 16/12/09


O Lula hoje entrando no seu último ano de mandato estendido é um político em permanente ascensão popular, com uma votação que vai mudando territorialmente ao longo do tempo, até se transformar no principal líder da esquerda brasileira. Lula teve 17% da votação em 1989, 27% em 1994, e 32% em 1998, o que os especialistas chamam de “crescimento endógeno”, agregando os votos da esquerda: os 17% de Lula com os 16% de Brizola, em 1989, somam 33%; em 1994, os 27% do Lula com os 3% do Brizola chegam a 30%; e Brizola e Lula juntos em 1998 recebem 32% dos votos.

Mas essa liderança no espectro político de esquerda tem um contra pontono PSDB, a expressão de uma esquerda social-democrata que o derrotou duas vezes no primeiro turno graças à capacidade de Fernando Henrique Cardoso de ampliar sua coalizão partidária para a centro-direita.

O Lula que saiu, portanto, de 17% da votação no primeiro turno em 1989 para 48,5% no primeiro turno da eleição de 2006, e repetiu a mesma votação expressiva do segundo turno de 2002, recebendo mais de 60% dos votos do eleitorado, é um Lula diferente, mas que persegue a liderança da esquerda como um ativo político importante.

Em 1989, quando se identificava como “o candidato da classe trabalhadora”, tinha sua base nesse eleitorado de classe média de esquerda, basicamente nas capitais, e em concentrações industriais, como o Vale do Aço, o Sul Fluminense e a região do ABCD paulista.

E dependia do PT.

Quando se afirma como o principal líder de esquerda, para chegar à Presidência em 2002, tem que fazer o mesmo movimento para a centro-direita já feito pelo PSDB, e acaba indo para o interior do país, tornando-se hegemônico no Nordeste.

Na relação entre o Brasil e os Estados Unidos, o que está havendo é uma disputa de espaço político de influência na América Latina, também a partir da esquerda.

O que há de novidade é que o Brasil já é percebido como mais importante, em certas partes e em certos assuntos na região, do que os Estados Unidos, mesmo que o presidente Barack Obama seja o líder mais popular, suplantando o presidente brasileiro, que é o líder regional mais popular.

O fato de o responsável pela América Latina no Departamento de Estado, Arturo Valenzuela, ter dito que os Estados Unidos não têm nada contra a aproximação do Brasil com o Irã, mas espera que use esse relacionamento político para pressionar aquele país a aceitar as regras internacionais quanto ao uso pacífico da energia nuclear, só mostra que a contrariedade do governo Obama com a proteção diplomática que o governo brasileiro deu ao Irã quando todo mundo Ocidental, mais China e Rússia, o pressionavam, é menor do que a admissão de que o Brasil não é igual à Venezuela ou à Bolívia, países que foram criticados diretamente pela secretária de Estado, Hillary Clinton, justamente pela aproximação com o Irã.

E o Brasil é diferente não apenas por ser o líder regional, com crescente influência na política internacional, mas sobretudo porque Lula é identificado como uma liderança de esquerda não radical e democrática.

Foi Fidel Castro, o ditador cubano, quem dividiu os governantes de esquerda da região em “revolucionários” e “tradicionais”. A esquerda “tradicional”, que teria mais afinidades com a social-democracia europeia, seria representada por políticos como Lula ou Michelle Bachelet, do Chile, ou Tabaré Vázquez, do Uruguai, substituído por outro moderado, o ex-tupamaro José “Pepe” Mujica.

Os “revolucionários” estariam representados por Hugo Chávez, da Venezuela; Evo Morales, da Bolívia; Rafael Correa, do Equador, ou Daniel Ortega, da Nicarágua, e a eles já não bastaria a democracia representativa.

Todos estão envolvidos, de uma maneira ou outra, em ações para ampliar seus poderes. Assim como Manuel Zelaya em Honduras, outro ponto de discórdia entre Estados Unidos e Brasil.

A Lula interessa manter essa dicotomia, desde que seja ele o elo entre os dois lados da esquerda e, muito ao contrário, quanto maior a radicalização de um Hugo Chávez, mais o presidente brasileiro se credencia como o negociador da estabilidade política na região.

Embora a esquerda latinoamericana sempre tenha tido uma relação mais próxima do Partido Democrata, e o senador Barack Obama seja considerado um liberal — o que nos Estados Unidos soa como “de esquerda” —, o governo Lula preferia um futuro presidente republicano, sobretudo por ser menos próximo dos tucanos.

Assim como a relação dos tucanos com o Partido Democrata foi fortalecida pela amizade entre o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o ex-presidente Bill Clinton, uma relação amistosa nasceu entre Lula e Bush. O americano tinha uma relação mais amistosa com o atual presidente brasileiro do que a que teve com Fernando Henrique, que declarou certa vez que sentiu “asco físico” por Bush. Essa rejeição intelectual não aconteceu com Lula, cujo temperamento afável é mais parecido com o do ex-presidente americano.

Por puro pragmatismo, Lula torceu pela reeleição de Bush, e gostaria de ver um republicano na Casa Branca de novo. Para continuar sendo a ponte do governo dos Estados Unidos com os governos de esquerda “revolucionária” da América Latina.

Quanto a Obama, mesmo que tenha sido chamado de “o cara” por ele e ver em sua trajetória política e de vida semelhanças com a sua, Lula acha que ele se cercou muito de assessores de Clinton, especialmente com a nomeação de Hillary para o Departamento de Estado. E acha que a máquina do estado americano já “domou” Obama, a quem considera inexperiente para se impor ao establishment.

Por características da política interna, Obama tem que fazer concessões aos conservadores republicanos, enquanto Lula as faz a políticos da direita fisiológica.

O choque pode ser inevitável, já que a área de política externa é a que Lula reservou para seu governo realizar uma política de viés esquerdista, para compensar a política econômica de continuidade do governo tucano

JOSÉ SIMÃO

Copenhague! Dilma fecha o tempo!

FOLHA DE SÃO PAULO - 16/12/09



Ecotrem da alegria! Só faltou levar o Zina, a Mulata Globeleza e a Geisy da Uniban!

BUEMBA! BUEMBA! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Direto do País da Piada Pronta!
E sabe como se chama o bairro que continua alagado aqui em São Paulo? JARDIM PANTANAL. E o Serra e o Kassab podiam lançar o BALSA FAMÍLIA!
E Copenhague? Minc, Serra, Dilma, Marina. É comitiva ou fuga em massa? Ecotrem da alegria. Só faltou levar a Geisy da Uniban, a Mulata Globeleza e o Zina! E diz que a Dilma gritou tanto que esquentou o tempo. Dilma fecha o tempo em Copenhague! E sabe por que ela gritou? Os países ricos querem que a gente dê dinheiro porque as vacas brasileiras soltam pum. Vaca brasileira não solta pum, solta outra coisa. E vaca brasileira não é poluente, é carnavalesca. Rarará! Mas eles querem nosso dinheiro por causa do pum da vaca. Por isso eu disse que a gente ia acabar pagando imposto. IPUM-VA e IPUM-TU. Você pensa que eu estou brincando?
E agora implicaram com os japoneses. Banho de ofurô esquenta o planeta. Não pode mais. Mas é uma tradição milenar e causa longevidade. Dane-se. Danem-se os humanos. EXTINGAM OS HUMANOS! E em represália a Copenhague eu vou soltar pum, comer bife e passar três horas embaixo do chuveiro. QUENTE! Rarará!
E o Tiger Woods, que está sendo desmoralizado porque tem um monte de amantes? Ridículo. Ele é apenas um grande profissional: não pode ver um buraco que já prepara o taco. Rarará!
E as charges de Copenhague. Essa é do Zedassilva: "Prendemos dois manifestantes: um pinguim e um urso polar". E essa do Tiago Recchia com dois pinguins conversando: "Alguma notícia de Copenhague? Carla Bruni confirmou presença e vai cantar L'Amoreuse". Rarará! É o ecotrem da alegria. É mole? É mole, mas sobe. Ou como disse aquele outro: é mole, mas trisca pra ver o que acontece!
Antitucanês Reloaded, a Missão. Continuo com a minha heroica e mesopotâmica campanha "Morte ao Tucanês". É que em Limiar, no Rio, tem um bar chamado Bambi Vadio. Mais direto, impossível. Viva o antitucanês! Viva o Brasil!
E atenção! Cartilha do Lula. O Orélio do Lula. Mais um verbete pro óbvio lulante. "Temperaturas amenas": companheiro Lula contra o aquecimento global, temperaturas A MENAS! Rarará! O lules é mais fácil que o ingrêis. Nóis sofre, mas nóis goza. Hoje só amanhã!
Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!

JAPA GOSTOSA

RUY CASTRO

A verdadeira escatologia


FOLHA DE SÃO PAULO - 16/12/09


Há 20 anos, em Paris, entrei na livraria Shakespeare & Co. à procura de um livro recém-lançado: Merde!, um dicionário bilíngue francês-inglês, cujo subtítulo dizia: “O francês que nunca nos ensinaram na escola”. Não era um dicionário de palavrões, mas de gírias.

Se havia em Paris uma livraria capaz de ter o livro, só podia ser a Shakespeare & Co., cuja fundadora, a americana Sylvia Beach, publicara o Ulysses, de James Joyce, em 1922, sustentara o irlandês pelos anos que ele levara para escrever o romance e ainda lhe lavava as cuecas. Ao sair, Ulysses teve sua circulação proibida nos EUA por conter meia dúzia de palavrões. A Shakespeare & Co. era avançada, pelo menos no tempo de Sylvia Beach.

Nem tanto em 1989, no bicentenário da Revolução. Como havia duas senhoras no recinto, eu quase sussurrara o título do livro ao ouvido do vendedor, um senhor já entrado em anos. Mas bastou-lhe ouvir a palavra mágica (merde) para começar a vociferar em “franglais”, certamente usando expressões contidas no dicionário. Era óbvio que ele não sabia do livro e interpretou o pedido como um trote de turista ou coisa assim. Pois também me fiz de ofendido e passei anos sem voltar à livraria.

Outro dia, no Maranhão, o presidente Lula falou “merda” duas vezes em rede nacional. E, na minha opinião, sem nenhum problema, exceto por um certo arranhão na compostura inerente ao cargo. Mas quem ainda se surpreende com ele?

Mais grave e, de fato, imoral foi o que antecedeu a palavra chula: “Tem que conversar com quem tem votos”, disse Lula. “Não se trata de ter amigos ou não ter amigos. Não se trata de ter afinidade ideológica ou não ter afinidade ideológica. Se trata de pragmatismo, governança.” Tsk, tsk, tsk.

A “realpolitik” é a verdadeira escatologia.

TODA MÍDIA

Ricos vs. pobres

NELSON DE SÁ

FOLHA DE SÃO PAULO - 16/12/09



"Os maiores atores não estão mais próximos de acertar as disputas entre ricos e pobres que paralisaram as negociações", destacava o "New York Times" na home, no final do dia. "A impaciência está claramente crescendo por aqui."
"Os esforços para unir a ação global parecem ter andado para trás", dizia o "Wall Street Journal". Um novo rascunho circulou, "sem quaisquer metas para emissão e financiamento". O jornal descrevia um ambiente de "profunda desconfiança".
Mas veio a noite e trouxe algum alívio no mesmo "NYT", com o "acordo praticamente fechado para compensar os países que preservem suas florestas", em especial, "florestas tropicais".

MANIPULAÇÃO
No segundo destaque na home da BBC Brasil, a ministra e presidenciável Dilma Rousseff descreveu a reação dos países pobres como "balde de água fria nas tentativas de manipular" um acordo, em "alusão direta" aos países ricos. "Se respeitar os dois caminhos, tudo é possível. Se não respeitar, não vai chegar a nada."
Por outro lado, Míriam Leitão, no Globo Online, postava "ato falho" de Dilma, que pulou um "não" e falou que o ambiente ameaça o desenvolvimento.

EXTERMINADOR
No segundo destaque do G1, uma foto de José Serra com Arnold Schwarzenegger, que foi tirada pela "TV Globo", mas o "JN" evitou reproduzir. "Vim à Dinamarca dizer que o Estado de São Paulo está preparado para ser parte da solução", disse o presidenciável brasileiro. Schwarzenegger chamou-o de "Sierra".

MOTOSSERRA
Também em Copenhague, o governador de Mato Grosso, Blairo Maggi, foi entrevistado longamente pelo site da "Exame", postando que ele "hoje é visto com um convertido à causa ambiental". Teria viajado para "apresentar a estrangeiros" um projeto ambiental na cidade de Cotriguaçu, no Noroeste do Estado.

O SAPO
A AP despachou ontem um vídeo sobre a paralisação nas obras do Arco Metropolitano, o Rodoanel do Rio, "diante da descoberta de um pequeno sapo ameaçado de extinção"

"BACKYARD"
O site da "Foreign Policy" fez um balanço das rusgas entre EUA e Brasil. Começou pela "ameaça" da secretária de Estado, Hillary Clinton, aos países que "flertam com o Irã". Citou que, da parte do Brasil, "ações falam mais alto do que palavras" e o subsecretário Arturo Valenzuela "não foi privilegiado com um encontro com Lula ou com Celso Amorim".
E encerrou avaliando que Clinton foi "pedante e ofensiva, e não ajuda a reverter a sensação de que os EUA só percebem a região como seu quintal. Não é a melhor forma de cortejar aliados". Início da noite, a AP despachou que o Brasil ratificou a Venezuela como membro pleno do Mercosul.

ESTELAR
O Goldman Sachs voltou a dar o real como "a moeda mais valorizada". "Mas por boa razão", diz o "WSJ", citando, do relatório do banco, "a performance estelar em relação a praticamente qualquer outro país no mundo"

JUROS BAIXOS
No topo das buscas por Google News e Yahoo News, ontem à tarde, a venda de títulos do Tesouro do Brasil, que "aproveita o grau de investimento para acessar o mercado de dívida" com os juros mais baixos já oferecidos pelo país. E a procura superou a oferta.

INFOSYS CÁ
No "Times of India", a gigante indiana Infosys anunciou, de Bangalore, a abertura de um centro de desenvolvimento em Belo Horizonte e se disse "inteiramente comprometida com o Brasil".

CONFECOM LÁ
O chinês "Diário do Povo" noticiou a abertura da Conferência Nacional de Comunicação, em Brasília, para "definir políticas públicas", mas com "forte resistência por parte das empresas".