terça-feira, junho 23, 2009

AUGUSTO NUNES

SEÇÃO » Direto ao Ponto

O presidente e a mãe de preso

23 de junho de 2009

Tão recorrente quanto tiroteio em faroeste é o diálogo entre o repórter da TV e a mulher que chora na calçada do presídio conflagrado por uma rebelião.

─ A senhora tem parente lá dentro?

─ Meu filho ─ informa a voz aflita. ─ Fez umas besteiras porque andou em má companhia, mas é um menino muito bom.

Vai-se conferir a folha corrida e as besteiras não foram pouca coisa. Homicídio, latrocínio, assalto a mão armada, estupro, tentativa de assassinato, por aí. A mãe não sabe de nada, ou finge que de nada sabe. O filho é um menino muito bom.

Tão recorrente quanto essa conversa em dia de rebelião é a arbitrária absolvição pelo presidente Lula de todos os delinquentes de estimação. Peculato, furto, roubo, lavagem de dinheiro, estelionato, formação de quadrilha, estupro do sigilo bancário, um e outro assassinato de prefeito ─ seja qual for o crime cometido, os autores continuam inocentes. São bons companheiros. São meninos bons. Culpada é a imprensa, que sofre de denuncismo epidêmico e enxerga pecado onde só existe virtude.

José Dirceu, Antonio Palocci, Matilde Ribeiro, Benedita da Silva, Severino Cavalcanti, Jader Barbalho, Renan Calheiros, Fernando Collor, Romero Jucá, todos os mensaleiros, todos os sanguessugas, todos os aloprados, agora José Sarney ─ a lista é tão extensa quanto o prontuário da turma. Lula faz de conta que não sabe de nada.

A diferença entre o presidente e a mulher do presídio é que ela tenta socorrer um criminoso que está no xadrez porque é uma pessoa comum, ele só socorre criminosos que continuam em liberdade porque são pessoas incomuns. O destino transformou-a numa genuína mãe de bandido preso. A esperteza fez Lula virar mãe de bandido solto.

KÁTIA ABREU

A caixa dos grilos e o olho do satélite

Folha de S. Paulo - 23/06/2009


É sempre mais fácil, especialmente na questão ecológica, propor metas utópicas e soluções igualmente inatingíveis

MAL COMPARANDO (como se dizia antigamente), é como se a polícia recebesse a foto de uma cena de crime sem a identificação do criminoso e do local, registrando apenas a hora do flagrante e a área a ser investigada. No caso, um território de 5,1 milhões de quilômetros quadrados de florestas.
Esse é precisamente o caso: as fotos de satélites mostrando a cada dia os desmatamentos e as queimadas da Amazônia revelam o crime, mas não precisam o criminoso. Ou seja, desafiam quem as interpreta a localizá-los numa área de 5,1 milhões de km2. Uma agulha no palheiro.
Para tornar automática essa localização, a vigilância dos satélites precisa dos dados do georreferenciamento, ou seja, a identificação precisa, no solo, das coordenadas geográficas das propriedades da área. Sem esse dado, as fotos de satélites escandalizam genericamente, mas não localizam precisamente onde ocorrem os crimes ambientais, bem como não identificam os responsáveis por tais crimes.
O georreferenciamento é um levantamento topográfico com a especificação da latitude e da longitude que os proprietários precisam obrigatoriamente apresentar para a obtenção do registro em cartório das suas terras na Amazônia. Uma das exigências da legislação aprovada pelo Congresso Nacional a partir da medida provisória 458. Para saber precisamente quem está desmatando ou incendiando, basta pegar a foto do satélite e ir ao cartório conferir o endereço, ou seja, o georreferenciamento.
Se não fosse por outras mil razões que apareceram nas discussões, só esse benefício à otimização da repressão ao desmatamento já justificaria a nova legislação.
No entanto, o interesse pessoal de notórias lideranças ambientalistas, que criam propositalmente tigres de papel para se apresentarem como gladiadores heroicos, ignorou propositalmente esse importante avanço da legislação. É sempre mais fácil, especialmente na questão ecológica, propor metas utópicas e soluções igualmente inatingíveis.
Ou criar propositalmente confusões, como a alegação de que a regularização de terras em discussão beneficiará grileiros. Ora, grileiros -que são criminosos comuns, falsários cínicos- estão foram desse jogo. Eles não têm posse de boa-fé, pelo contrário, apresentam títulos e registros falsificados em cartório, documentos fajutos, papéis envelhecidos artificialmente, como me revelaram outro dia, e tenho repetido, pelo preço da fatura, para delícia da imaginação de alguns interlocutores.
A etimologia da expressão derivaria de grilo, o inseto: o grileiro seria aquele que, para amarelecer e dar a aparência de envelhecimento ao papel, guardava certidões falsas em caixas cheias de grilos... Grileiros fogem do georreferenciamento porque teriam que renunciar à sua documentação falsificada.
Nesse sentido, a regularização fundiária é o primeiro passo para a regularização ambiental.
E como uma coisa puxa outra, vejamos essa campanha açodada de criminalização indiscriminada da produção de carne, que, em vez de penalizar o desmatamento da Amazônia, ameaça, para começo de conversa, inviabilizar exportações nacionais de 5,5 bilhões de dólares (sem falar dos 2,5 bilhões de couros).
A questão começa pela impossibilidade de determinar precisamente a origem da carne, pois boa parte do rebanho nasce numa região, engorda noutra e é abatida numa terceira.
Nunca esqueçamos que está se brincando com a reputação do produto brasileiro que representa 30% das exportações mundiais: de cada 3 kg da carne exportada no mundo, 1 kg é do Brasil. Só na Amazônia são 500 mil produtores e 38 milhões de cabeças, o que representa 20% do rebanho brasileiro.
Por esse motivo, estamos defendendo o desmatamento zero, a consolidação das áreas de produção de alimentos e a atualização da legislação ambiental, sob pena de gerar desemprego e o caos na economia.
Os ambientalistas sensatos, sensíveis à realidade e cada dia mais numerosos, engajam-se cada dez numa linha de combate sistemático ao desmatamento, mas operando uma estratégia de avanços pragmáticos que preservam a produção ecologicamente correta. Tanto atentos à impostura dos grileiros quanto à preocupação de otimizar a vigilância dos satélites.
No mais, é conformar-se, como o "professor de melancolia" do apólogo de Machado de Assis, concluindo ironicamente: "Também já servi de agulha para muita linha ordinária".

OS PEITOS DO SENADO


PARA SENADOR MAMAR

BRASÍLIA - DF

Não tem acordo

CORREIO BRAZILIENSE - 23/06/09

Será perda de tempo a reunião do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e do líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS), hoje, com os líderes de oposição para negociar a aprovação da reforma tributária. Os líderes do PSDB, José Aníbal (SP), do DEM, Ronaldo Caiado (GO), e do PPS, Fernando Coruja (SC), obstruirão a tramitação do projeto de todas as formas possíveis.

O presidente da Comissão Especial que discute a reforma tributária, Antonio Palocci (PT-SP), não faz o menor esforço para levá-la adiante porque isso significa sepultar suas pretensões eleitorais em São Paulo, o estado mais prejudicado com a cobrança do ICMS nos estados de destino das mercadorias. O relatório do deputado Sandro Mabel (PR-GO), cujo lobby a favor da isenção tributária para os produtos da cesta básica dobrou a resistência do governo, é considerado um "monstrengo" pelo tucano José Serra (SP).

Para complicar ainda mais, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), orientou o líder da bancada na Câmara, Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), que faz parte da base, a também entrar em obstrução. O governo tenta votar a reforma a toque de caixa porque a arrecadação federal está caindo.

Fila

Aprovados no Concurso da Câmara dos Deputados vão pegar no pé do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP). Apenas 32 concursados foram convocados até agora (20 analistas de informática legislativa e 12 técnicos em material e patrimônio), enquanto outros 180 aguardam nomeação para vários cargos.

A Câmara já tem:

3.470 servidores concursados,

1.150 funcionários com cargos de natureza especial (CNE) e

11.000 contratados com verba de gabinete.

O número de terceirizados é um mistério.

Fora

Começou a disputa pelo lugar do ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro (PTB), que deve deixar o ministério e ir para o Tribunal de Contas da União (TCU). Os nomes mais cotados são o líder do PT na Câmara, Cândido Vaccarezza (SP), e o deputado Antonio Palocci (SP). O líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB), cotadíssimo para o cargo no palácio do Planalto, prefere comandar a maior bancada da Casa.

Rebelde

O deputado Geraldo Magela (PT-DF) não jogou a toalha na disputa pela vagade candidato do PT ao Governo do Distrito Federal. Está mobilizando as bases para disputar a convenção com o ex-ministro do Esporte Agnelo Queiroz, que deixou o PCdoB para ser candidato petista.

NO CAFEZINHO

Veto/ O deputado estadual Rui Falcão, ex-presidente do PT e cacique da legenda em São Paulo, detonou a proposta de lançamento da candidatura de Ciro Gomes (PSB) ao Palácio dos Bandeirantes, ontem, na reunião do diretório regional do PT. Falou pelo grupo da ex-prefeita Marta Suplicy, que tende a apoiar o prefeito de Osasco, Emídio de Souza. Bem nas pesquisas, o senador Aloizio Mercadante é o nome mais forte para concorrer ao cargo, mas correu da raia. É candidato à reeleição.

Aterrou/ O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, do PMDB, fez um tour de inaugurações de obras de saneamento e urbanização, ontem, em Magé e São Gonçalo, nos fundos da baía de Guanabara - as prefeitas Núbia Cozzalino (PMDB) e Aparecida Panisset (PDT), respectivamente, apóiam sua reeleição. Cabral fechou a agenda anunciando investimentos de R$ 80 milhões no Caminho Niemeyer, em Niterói, administrado por Jorge Roberto Silveira(PDT), outro aliado. Cabral chegou da Suíça domingo à noite, depois de uma semana na Europa.

Mais-valia/ Aagenda trabalhista foi para o espaço no Congresso. O Palácio do Planalto quer engavetar os projetos petistas de redução da jornada de trabalho semanal de 44 para 40 horas, de equiparação das aposentadorias ao salário mínimo e do chamado "fator previdenciário". Até a indexação do reajuste do salário mínimo de 2010 ao PIB está correndo risco. É a crise.

Aiatolá/ O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma aposta de altíssimo risco quando endossou a vitória fraudulenta do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, reeleito. Não foi um gesto gratuito, pois recebeu do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama (foto), um pedido de ajuda na aproximação com a nação islâmica. Mas "o cara" pôs a mão no fogo justo quando o "grande irmão" do Norte resolveu apostar suas fichas na oposição iraniana.

ELIANE CANTANHÊDE

Onipresentes


Folha de S. Paulo - 23/06/2009

De volta à labuta, vejo que o presidente da República está em todas e... falando bobagens, depois que o novo recorde de popularidade lhe subiu à cabeça.

Lula defende: 1) o indefensável Sarney, que não pode ser tratado como "cidadão comum" porque tem, ou tinha, força incomum para empurrar o PMDB para Dilma; 2) o indefensável desmatamento, porque não quer confusão com Blairo Maggi e desmatadores em geral, que costumam ter bons argumentos ($) em eleições. E condena o "denuncismo", como se ele, Lula, e o PT jamais tivessem usado denuncismo nenhum contra ninguém.
Mas Lula não ficou por aí. Atacou também no front externo, ao defender o indefensável regime do aiatolá Ali Khamenei e desqualificar em solo internacional a legítima, aflita e corajosa resistência iraniana como "chororô" de derrotados.
Se defender Sarney e madeireiros tem pelo menos a lógica oportunista da política interna, defender Khamenei e Ahmadinejad não tem lógica, nem graça, nenhuma. E não foi só uma gafe, foi uma agressão gratuita contra a oposição, como se ele, Lula, e o PT jamais tivessem sofrido as dores de ser oposição.
Também vejo que o presidente do Senado está em todas, e a cada dia fica mais claro o quanto ele mandava em Agaciel Maia e em outros burocratas que vendiam atos secretos a peso de ouro, salários ilegais e casas milionárias. O senador Arthur Virgílio decidiu implodir tudo isso.
Sarney já está na história como ex-presidente da República, tri-presidente do Senado, dono do Maranhão e arrendatário do Amapá.
Poderia no final da carreira sacudir o patrimonialismo e arejar a alma oligarca, aliviando o erário do peso de cunhadas, sobrinhos, primos, apadrinhados e mordomos particulares, fora os que nunca vai se saber.
E, como são dois senadores Sarney (um de volta a São Luís), a prática é ao quadrado. Custa caro. Senado, Maranhão e Amapá pagam. E você entra pelo cano.

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ARI CUNHA

Dalmo Dallari e a verdade


Correio Braziliense - 23/06/2009

Funcionários do Senado são acusados de benefícios sigilosos com nomeações. Têm registro na ficha de trabalho. O sigilo fica por conta da Mesa.

Dalmo Dalari, jurista, professor emérito da Faculdade de Direito da USP, juiz permanente do Tribunal dos Povos, observa que “a primeira Constituição, de 1824, dizia que, para ser senador, o cidadão precisava ter uma renda mínima anual de 800 mil réis, uma fortuna. Ou seja, o Senado nasceu para abrigar os oligarcas, que se mantêm lá até hoje”.

O Senado mesclou favorecidos com gente que trabalha. Provocou a confusão. No sigilo do Diário do Congresso falta decisão publicada, recurso usado para criar confusão. Nem precisa sindicância. A Mesa sabe onde estão todos. Se não souber, será culpada por omissão.

A frase que não foi pronunciada

“Terreno político está minado. Quando alguém pisa, é explosão mortífera.”
Senador em conversa particular, fazendo estudo sobre atos sigilosos.


Saúde ausente

Família do general Lourival Lebre Pereira, doente e inerte, requereu remédios caros. Ministério Público aprovou. A Secretaria da Saúde autorizou,em 29 de abril. Providências não foram adotadas.
Para o governador Arruda tomar conhecimento: general Louro foi comandante do Colégio Militar de Brasília e comandante do 59 em Maceió. Hoje está doente, sem movimentos, precisando de remédios caros e exclusivos.

Fundações
Alunos da UnB abriram guerra contra fundações de apoio privado. A universidade sofre na própria carne. É dinheiro não contabilizado que enche bolsas de funcionários e funcionárias. Informa-se que há assinaturas de pessoas não autorizadas a realizar contratos. Reitor José Geraldo suspendeu encontro com estudantes porque não aceitaram discutir o assunto.

Governo fraco
Última vez que pedras no Rio rolaram dos morros soterrando casas, foi no governo Carlos Lacerda. De helicópteros, engenheiros indicavam aos que estavam nos morros apoiando as pedras com concreto, em trabalho difícil e técnico. Nunca mais houve acidentes.
O que vemos é falta de ação do governo do Rio. Desde aquela época nenhuma providência foi adotada para evitar desastres.

Roriz
Ex-governador do Distrito Federal e fundador do PT em Goiás, Joaquim Roriz participa da jogada política do próximo pleito. Está tomando chegada. Confia na simpatia do povo para chegar lá.
Difícil é estar sem horário na televisão. No palanque, ninguém o vence em contato direto com o eleitorado.

“Nhenhenhém”
Jorge Bastos Moreno inventou coluna tendo como título expressão usada pelo presidente Fernando Henrique. Comenta sobre todos os fatos da política e sociedade. Com humor, conta histórias que faziam falta, depois do susto que seu coração pregou nos amigos.

Fome
Relatório da FAO dá conta de que o mundo terá mais de 1 bilhão de desnutridos. A parte maior da fome fica nas cidades. Há possibilidade de a estatística mudar se houver o regresso ao campo. Dados oficiais.

Obras
O trabalho na EPTG está adiantado. Chegando ao Guará, a coisa enrolou. Obras são muitas ao mesmo tempo e motoristas nervosos perdem paciência sem respeitar quem está trabalhando.

História de Brasília

Das cidades-satélites, a mais presente à posse do presidente Jânio Quadros foi Taguatinga. Isso prova que a cidade não está obedecendo ao planejamento, e o povo está revoltado. (Publicado em 2/2/1961)

MERVAL PEREIRA

Momento de decisão


O Globo - 23/06/2009


A crise do Senado deixou de ser apenas um caso de desmandos administrativos para se transformar em uma crise institucional, na qual um dos poderes da República encontra-se em xeque, completamente imobilizado pela falta de credibilidade política e sem perspectivas de uma saída honrosa, pois os principais envolvidos nos desmandos são intocáveis, membros de uma alta casta política que não compreendeu ainda que o tempo do nepotismo e do corporativismo deveria ter sido deixado para trás.

E não compreendeu por uma boa razão: mesmo com toda grita da opinião pública, mesmo com todas as denúncias dos meios de comunicação, eles continuam detendo o poder de decisão, e não apenas no Senado, mas na política brasileira.

Um país que fica nas mãos de um partido como o PMDB, cuja fortaleza política está justamente nesse tráfico de influência, nessa troca de favores que enfraquece o Legislativo, mas fortalece posições individuais de políticos, não pode ter um equilíbrio de poderes que fortaleça a democracia.

Um país que tem um presidente da República que usa sua altíssima popularidade para dar mau exemplo para os que o têm como um ídolo, que se julga no direito de absolver dos pecados seus aliados apenas para garantir apoios políticos, sem se preocupar com o enfraquecimento dos poderes das República ou, talvez, levando justamente a isso para se fortalecer cada vez mais do ponto de vista pessoal, enfraquecendo as instituições, está mal encaminhado.

A sessão de ontem do Senado foi emblemática da situação que vivemos, e mostrou que a corporação é suprapartidária.

A patética defesa corporativista do senador tucano do Amapá Papaléo Paes, explicando que não tem condições de permanecer mais dias em Brasília trabalhando porque fica preocupado em “abandonar” sua família em Macapá e não tem dinheiro para trazê-la para Brasília — falou até de um papagaio, que não sei se é verdadeiro ou metafórico — ou os discursos atabalhoados do senador Mão Santa, são a explicitação de um país arcaico, que se recusa a desaparecer e que está fortemente arraigado no plenário do Senado, que se nega em sua maioria a encarar o grave problema institucional que está vivendo.

A indignação do senador Arthur Virgílio com indicações de chantagem por parte da máquina administrativa que domina o Senado há quinze anos teve a solidariedade dos de sempre, onde se destacaram os senadores Pedro Simon e Cristovam Buarque, este também ameaçado por essa elite burocrática que está prestes a perder o poder.

Talvez nunca antes neste país tenha acontecido um entendimento tão forte entre elites que anteriormente se opunham, mas chegaram a um acordo de convivência pacífica e interdependência que garante a sobrevivência de ambas.

A nova elite, representada pela chegada de Lula ao poder e que o sociólogo Chico Oliveira, fundador do PT e hoje um dissidente do partido, chamou de “a nova classe”, está hoje unida à velha elite política representada pelas oligarquias que tomaram conta do Senado.

Esse fenômeno político já foi analisado aqui em diversas ocasiões. A aristocracia sindical acaba rapidamente criando nichos coloniais dentro do Estado, segundo observações do professor de História Contemporânea da UFRJ, Francisco Carlos Teixeira.

O objetivo deles não seria político no sentido de um projeto de Estado, mas setorial, e nisso coincidem com os oligarcas políticos, que também estão mantendo seu quinhão de poder nas negociações pontuais que fazem com o governo.

A “colonização” das estruturas do Estado acontece nesse tipo de governo de coalizão, e a disputa no Senado é o reflexo da disputa pelo poder entre os grupos do PMDB e do PT, que ocupam amplos espaços no Estado e utilizam uma ação política típica do sindicalismo, segundo Francisco Carlos Teixeira.

Essa “negociação para resultados” os torna disponíveis para acordos que representem “uma doação ou aquisição de alguma fatia do butim”.

Esses entrechoques de interesses fisiológicos, no entanto, não levam até o momento a uma ruptura entre PT e PMDB porque o projeto político montado pelo presidente Lula depende dessa união, e sempre que está ameaçado ele entra com sua força política para defender o aliado.

Foi assim quando mandou o PT apoiar o senador Renan Calheiros no escândalo do pagamento de pensão à amante com dinheiro de uma empreiteira, e assim também aconteceu agora com a defesa pública que fez de Sarney, tratandoo como um político acima das críticas.

A união tácita entre as nova e velha elites é, segundo definição do cientista político Leôncio Martins Rodrigues, professor aposentado da USP, em entrevista ao Estadão, a explicação para a série de escândalos que está surgindo no Senado desde a eleição pela terceira vez de José Sarney para a presidência da Casa. O senador nomeou Agaciel Maia para a direção da Casa e o manteve no cargo nas três vezes em que a presidiu.

O senador Simon sutilmente sublinhou esse aval de Sarney ao homem que comandou os desmandos administrativos que geraram, entre outros desatinos, os “decretos secretos”.

O senador Arthur Virgílio pediu a punição de Agaciel Maia e seus “padrinhos”, e Cristovam chegou a sugerir que Sarney se licenciasse da presidência do Senado enquanto durassem as investigações.

Podemos estar vivendo um momento de decisão. O choque entre o novo e o arcaico está sendo transmitido ao vivo para todo o país.

Vendo aquelas tristes figuras posando de pais da pátria e insistindo em defender seus privilégios, fica difícil, no entanto, acreditar que sairemos de mais essa crise renovados

BONS COMPANHEIROS


INFORME JB

Sem CPI, Gabrielli já contra-ataca

Leandro Mazzini

JORNAL DO BRASIL - 23/06/09

Devagar, devagar, com discursos moralizantes aqui e ali, o Senado vai engavetando a CPI da Petrobras. Ninguém mais toca no assunto. Mas o presidente da petroleira, José Sérgio Gabrielli, tem discurso para neutralizar eventuais ataques. Mandou preparar estudo. Diz que a manutenção da média de US$ 42,4 para o barril até 2013 fará com que a Petrobras tenha que financiar apenas US$ 30 bilhões do seu plano de investimento de US$ 174,4 bilhões para os próximos cinco anos – a estatal já tem US$ 12,5 bi do BNDES, US$ 8,5 bi de bancos internacionais e US$ 10 bi do Banco de Desenvolvimento da China. Se o alvo da oposição é gastança, Gabrielli tem na manga parte do contra-ataque.

Maioridade Batendo asas

O PSDB chegou à maioridade. Faz 21 anos. Hoje promove jantar num restaurante no setor de clubes e, amanhã, o Congresso realiza sessão solene comemorativa.

Dos grão-tucanos, só Aécio Neves e José Serra compareçam. Mas nada confirmado. FHC não vem porque está no exterior.

Lula lá e cá

O presidente Lula viaja segunda que vem, à noite, para a Líbia. Participará da reunião da Cúpula Africana. Volta na quarta e depois parte, domingo, para a França, onde recebe prêmio pelo combate à pobreza.

Tô na rede

O presidente está animado com a equipe que faz o blog. Tem estreia para fim de julho. Isso vai facilitar seu contato com a imprensa, acredita o Planalto. Só este ano, deu cerca de 150 entrevistas.

Já era

O PDT reuniu a Executiva ontem para debater a reforma política. Queria entrada na pauta para este ano. Mas não vai gritar porque sabe que será voto vencido.

Índio quer carinho

Por falar no PDT, o partido cobra do Ministério da Justiça esclarecimentos sobre denúncia de tortura a índios tupinambás pela PF na Bahia.

Ele vem aí

Engana-se quem pensa derrotado o ex-senador de Brasília Luiz Estêvão. Ontem, brindava um almoço efusivamente com três amigos no Restaurante Piantella.

Garotinho reloaded

Anthony Garotinho filiou-se ontem com pompa ao PR, em evento na ABI, no Rio. E, como o Informe já revelara, vai apoiar Dilma Rousseff ano que vem.

É guerra

O Cade e a AGU podem começar um conflito. A procuradoria do Cade perdeu a exclusividade na representação do órgão nos tribunais de Brasília, o que é visto no setor como uma afronta à independência do órgão.

É guerra 2

O procurador-geral federal Marcelo Siqueira vem centralizando a atuação das autarquias nos tribunais superiores na AGU.

Energia limpa

O Rio recebe hoje grandes nomes do setor de energia para discutir a redução de emissão de poluentes e o combate ao aquecimento global, na primeira edição do seminário Clean Power Day no Brasil, realizado pela Alstom.

Fala, ministra

A ministra Nilcéia Freire, da Secretaria de Mulheres, diz que não foi desconvidada por Lula para a última viagem oficial.

CARLOS HEITOR CONY

A moça e o analista

FOLHA DE SÃO PAULO - 23/06/09

Tinha 35 anos de idade e oito de análise. Trocara cinco vezes de analista por diferentes razões. Um deles só se alimentava com arroz integral e quis obrigá-la a tanto, outro deu em cima dela, e ela deu em cima de um outro, que não lhe de bola. Não era fiel aos analistas, mas fiel à instituição.

No início, era o pai que pagava as sessões, por isso mesmo era nele que ela descarregava 99% de seus problemas. Aos 28 anos, descolou o primeiro emprego (recepcionista de uma companhia aérea) e fez questão de cumprir a regra elementar da terapia: quem paga o pecado é o pecador. Cortou cinema, só não cortou as sessões de análise. Até que, na altura do quinto analista, topou com um que só ouvia canto gregoriano e voava em asa-delta.

Uma noite, o analista convidou-a a tomar alguma coisa em seu apartamento. Deslumbrada e a fim, ela penetrou no apartamento onde havia uma enorme asa-delta em cima de uma enorme cama. Não entendeu direito, mas o analista serviu-lhe uísque de 12 anos e botou para tocar CDs incrementados com hinos litúrgicos gravados pelos monges da abadia de Solésmes.

Era dose. Ela confessou que estava apaixonada pelo analista, o qual também declarou que estava a fim, mas invocou a ética profissional: havia um problema.

A moça, que havia superado todos os problemas com os analistas pretéritos, quis saber qual era o grilo. O analista apontou a asa-delta em cima da cama: é ela!

Assombrada, a moça perguntou quem era ”ela”. O analista confessou que se apaixonara pela asa-delta, fazia amor com ela todas as noites. No dia em que a traísse, ela o mataria numa tarde de verão, ali mesmo, entre a praia do Pepino e a pedra da Gávea. E ele morreria como morrem os amantes insaciados, metade céu, metade mar.

GOSTOSA


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ANCELMO GÓIS

PORTÃO DE EMBARQUE

O GLOBO - 23/06/09

Ontem, apesar do estresse de passageiros com o fechamento de alguns aeroportos, por causa do céu fechado, sobrou tempo para uma cena de humor.
Veja o diálogo entre um funcionário já impaciente no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, e um carioca gaiato na terceira tentativa de passar pelos raios X sem a máquina apitar:
– Senhor, olhe de novo nos bolsos, veja se não ficou um relógio, uma carteira com metal...
– Mérrmão, não tenho nada disso, sou um “dalit”.
EU EXPLICO...
“Dalit”, no sistema de castas da Índia, como mostra a novela “Caminho das Índias”, é uma espécie de... cocô do cavalo do bandido, como se diz em Frei Paulo.
MESTRE OSCAR
Deu no site do “New York Times” que a italiana Gucci se inspirou na arquitetura do nosso Oscar Niemeyer para fazer sua coleção masculina.
BOI VOADOR
Veja só. O MP do Pará pediu esclarecimentos aos supermercados ingleses que comprariam carne do Brasil de fazendas que foram desmatadas.
Por motivo igual, o MP denunciou 69 supermercados e outras empresas grandonas como colaboradores do crime ambiental.
NO MAIS
Hoje, como grandes corporações são ultrassensíveis à questão do meio ambiente, ações cinematográficas do MP ou do Greenpeace funcionam mais para conter o desmatamento que muitas brigas de Carlos Minc.
‘LULA ÉS EL CARA’
Dias atrás, no Peru, duas brasileiras foram paradas na Praça das Armas, em Cusco, por meninas de 8 anos que, ao verem sua nacionalidade, exclamaram:
– Brasil, capital Brasília! Lula tiene nueve dedos!
TENTE INVERTER...
Será que a garotada de 8 anos da praça de Morro Agudo sabe quem é o presidente do Peru?
MARTELO BATIDO
Vai ser no Brasil a reunião dos países Bric em 2010.
O OUTRO LADO
O ex-procurador-geral de Justiça Marfan Vieira nega que tenha havido qualquer ato secreto em sua gestão. Diz que os atos divulgados ontem pelo sucessor foram aprovados para publicação nos dias 8 e 9 de janeiro:
– A demora na publicação é responsabilidade do atual chefe, empossado em 17 de janeiro.
JOGO PESADO
Uma ameaça passada ao Disque Denúncia levou Wadih Damous, presidente da OAB-RJ, a andar com seguranças. No fim de maio, ele foi avisado de um plano para matá-lo.
ARTHUR SENDAS
O julgamento do assassinato do empresário Arthur Sendas está marcado para hoje, às 12h, no 1º Tribunal do Júri do Rio.
Sendas foi baleado em outubro de 2008, e o motorista Roberto Costa Júnior é o acusado.
CADÊ O MEU?
Depois dos escoteiros, que levam seu qualquer sobre a renda dos jogos, agora é o Sindicato dos Atletas de Futebol do Rio que tenta impugnar o edital de privatização do Maracanã.
A entidade enviou ofício ao governo, ao TCE e ao MP para reclamar da omissão, no edital, de seus 2% das bilheterias.

COISAS DA POLÍTICA

Reforma é a palavra mágica no Senado

Tales Faria

JORNAL DO BRASIL - 23/06/09

Estava na cara que uma hora essa briga no Senado ia parar de ser coisa entre governo e oposição, ou uma briga do PMDB contra o DEM e o PSDB. Bastava olhar a lista de presidentes e primeiros-secretários da Casa nos ultimos 10 anos – período em que foram gestados e executados os escandalosos atos secretos da Mesa Diretora – para ver que os três partidos dividiram o poder por ali, com umas lasquinhas para o PT e o PTB. E que, sendo assim, logo parariam de tratar o tema como uma guerra entre eles. Afinal, estão todos os partidos, de uma forma ou de outra, envolvidos.

Tanto que o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio Netto (AM), foi à tribuna cobrar providências do presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), mas evitou transformar o assunto em coisa partidária. Tomando como mote o fato de o peemedebista José Sarney estar na berlinda, a coluna foi ouvir os presidentes do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), e do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE). Perguntou aos dois se eles acham que Sarney deve renunciar.

Rodrigo Maia: – Estou longe desse negócio de Fora, Sarney!. Não concordo. Acho que não adianta tirar o cabeça para diminuir a pressão da sociedade. O que ocorreu no Senado foi fruto de falhas estruturais, da falta e controle sobre a burocracia. Essa é a questão que deve ser atacada. Tive uma longa conversa com o senador Heráclito Fortes (PI), que é do meu partido e o primeiro-secretário da Casa. Ele está encarregado de apresentar o relatório sobre os tais atos secretos. E disse-me que irá propor uma grande reforma estrutural como solução para o problema.

Sérgio Guerra: – Tirar o Sarney não é solução de coisa alguma. Só temos agora uma saída, que é promover uma profunda reforma no Senado, enxugando pela metade seus custos, sua burocracia. Chega de tapar o sol com a peneira. Temos que reformar tudo por lá, pois só assim voltaremos a ter um clima razoável para votações. Quanto ao Sarney, o regime no Senado é presidencialista. Cabe a ele conduzir esse processo de reforma da Casa, e pronto.

Dito isso, a coluna quis saber a versão deles sobre como surgiu o problema dos atos secretos. Se a culpa não era do PMDB. Mas os dois presidentes de partido, muito embora até gostassem de dar uma fisgada nos peemedebistas, preferiram amenizar.

Rodrigo Maia: – Olha, não dá para falar de pessoas. Os nomes serão levantados, e os responsáveis devem ser punidos. Realmente o PMDB talvez tenha uma parcela de culpa. Mas a verdade é que as decisões sobre esse tema não foram isoladas, nem se restringiram a um senador somente, nem a um só partido. Temos que reconhecer que todos os partidos tiveram sua participação. E delegou-se poder demais à burocracia. Agora o jeito é pensar na solução do problema, e ela passa pela reforma do Senado. Deve-se buscar responsáveis, puni-los, mas é imprescindível mexer na estrutura.

Sérgio Guerra: – O PMDB tem tido, de fato, muita influência sobre o Senado nos últimos anos. Mas, neste caso, não podemos pensar partidariamente. O grupo que produziu estes atos secretos é um grupo suprapartidário, multipartidário. Um grupo que vem vencendo todas as eleições há anos e anos. Uns partidos têm mais gente nesse grupo, outros têm menos, mas o fato é que todos estão lá. Como costuma dizer o senador Marco Maciel (DEM-PE), não devemos fulanizar esse assunto. Acho que o caso começou por brigas internas. Mas não sei se foi briga no PMDB, ou do PMDB com o PT. Ou se foi mais embaixo, uma briga entre burocratas disputando poder. Alguém levantou um pequeno caso contra o outro, e isso jogou luz sobre uma área de sombra que não comportava nenhuma transparência. Acho que foi isso que fez surgir o escândalo. Darcy Ribeiro dizia que o Senado é o céu. Talvez tenha dito isso porque aqui tudo era permitido. Como no céu, pode-se qualquer coisa. Podia-se. Porque está na hora de mudar.

Pois é, caro leitor, deu para notar como eles estão afinados? Nada de guerra entre DEM, PMDB, PSDB, PT e PTB nesse assunto. As cúpulas partidárias concluíram que chegou a hora de baixar a bola, pararem com as acusações mútuas e procurarem uma solução que satisfaça à sociedade. Acham que essa solução pode ser uma reforma profunda no Senado. Resta saber se os possíveis punidos deixarão a poeira baixar, ou vão jogar o lixo no ventilador.

GOSTOSA DO TEMPO ANTIGO


PAINEL DA FOLHA

Escalada do segredo

RENATA LO PRETE

FOLHA DE SÃO PAULO - 23/06/09

O exame dos atos secretos do Senado revela que esse expediente ganhou força em 2003, quando José Sarney (PMDB-AP) assumiu a presidência pela segunda vez e Agaciel Maia acumulava oito anos na direção-geral. Foram 24 boletins engavetados. Um novo salto se deu em 2006 (53 boletins escondidos), durante a presidência de Renan Calheiros (PMDB-AL).
Desde então, o número de boletins mantidos em segredo se multiplicou: foram 65 em 2007 e 96 (muitos deles com mais de um ato) em 2008, já na gestão de Garibaldi Alves (PMDB-RN). A explosão no ano passado coincide com o surgimento das primeiras revelações sobre o modus operandi de Agaciel.

Vapt-vupt - A comissão de sindicância encarregada de apontar responsabilidades pelos atos secretos terá quatro dias para ouvir funcionários, analisar mais de 600 decisões sigilosas e indicar quem deverá responder a inquérito administrativo.

Eu não - Por meio de seu advogado, Antonio Carlos de Almeida Castro, o ex-diretor de RH João Carlos Zoghbi diz que nunca assinou atos secretos, limitando-se a cumprir ordens de Agaciel sobre o que deveria ou não ser publicado.

Bolsa de apostas - Dois nomes na mesa de Sarney para substituir Alexandre Gazineo na direção-geral: Armando Rollemberg, antigo colaborador do peemedebista, e Sérgio Penna, atual chefe de gabinete do presidente do Senado.

Afinidades 1 - A discriminação das despesas com a verba indenizatória revelou pagamento de R$ 8 mil de ACM Júnior (DEM-BA) à Abaeté Aerotáxi. Nas campanhas de 2002 e de 2006, a empresa fez doações para o filho do senador, o deputado ACM Neto.

Afinidades 2 - Sob o título ‘A maior festa popular do Brasil’, o Blog da Petrobras destaca que a estatal patrocina neste ano o São João em 81 cidades do Nordeste. São 55 na Bahia e 20 em Sergipe, Estados governados, respectivamente, pelos petistas Jaques Wagner e Marcelo Déda.

Fogo no ninho - A denúncia de caixa dois na campanha de Beto Richa expôs o racha do PSDB no Paraná. O ex-coordenador financeiro da campanha do prefeito de Curitiba exibiu ontem um vídeo no qual um dos denunciantes insinua que o senador Álvaro Dias, também tucano, estaria por trás da revelação. Richa e Dias postulam a candidatura ao governo em 2010.

Sabe com quem... - Monica Monteiro, ex-namorada do ministro José Múcio (Relações Institucionais) que trabalha com produção de vídeos, vai se tornando lenda entre as agências publicitárias com contas na Esplanada.

...está falando? - Um vencedor de licitação define o método de Monica para oferecer às agências os serviços de sua empresa como ‘pé na porta’. Se necessário, avoca o nome do ex-namorado. O estilo gerou atrito recente com a número dois do Ministério da Saúde, Márcia Bassit.

Mão do gato 1 - No mesmo dia em que José Genoino deu parecer contrário ao terceiro mandato, petistas pressionaram a Força Sindical, ligada ao PDT, a defender a tese no documento do congresso dos metalúrgicos de SP.

Mão do gato 2 - A Força registrou que ‘se for válido constitucionalmente, se for viável politicamente e se for aceito pelo presidente, os metalúrgicos apoiariam’. Depois do monte de ‘se’, o texto fala em ‘alternância de governo’. No congresso da CUT, central petista, a proposta do terceiro mandato foi a plenário. Recebeu um único voto favorável.

Tiroteio

Atos secretos não são novidade na República. Afinal, o ministro Nelson Jobim se vangloriou de ter, como constituinte, inserido artigos secretos na nossa Carta Magna.
Do deputado CHICO ALENCAR (PSOL-RJ), sobre o escândalo no Senado.

Vai que é tua - Lula levou Dilma Rousseff a tiracolo ao dar entrevista para emissora de rádio do Paraná. Quando o apresentador lhe perguntou sobre o PAC, o presidente aproveitou a deixa e passou a palavra à ministra-candidata.

Contraponto

Genérico

Dias depois de a corrente majoritária do PT, Construindo um Novo Brasil, lançar o nome do ex-senador José Eduardo Dutra, hoje à frente da BR Distribuidora, para ocupar a presidência do partido, o deputado petista José Eduardo Cardozo foi abordado no Salão Verde da Câmara por um entusiasmado correligionário:
-Meus parabéns! Finalmente vamos estar juntos!
Cardozo, também cotado para disputar a presidência, só que por outra corrente, a Mensagem ao Partido, percebeu a confusão e respondeu com bom humor:
-Tudo bem, não tem problema. Pelo menos podemos afirmar que um Zé Eduardo será presidente do PT!