EU VOTO AÉCIO 45
O GLOBO - 21/09
O GLOBO - 21/09
Ao contrário da eleição anterior, em que sua votação era fundamental para determinar se haveria um segundo turno em que ela não concorreria, a hoje candidata do PSB Marina Silva está com um pé no segundo turno contra a presidente Dilma Rousseff, mas vê nos últimos 15 dias de campanha o candidato do PSDB Aécio Neves aproximar-se.
Na eleição de 2010, a votação de quase 20% de Marina foi fundamental para que o tucano José Serra fosse para o segundo turno. Hoje, quem tem cerca de 20% é o candidato do PSDB, mas não há dúvidas de que haverá segundo turno, porque a presidente Dilma está com uma votação abaixo da média do PT nas eleições anteriores.
Diferentemente de outras eleições, hoje existem dois candidatos de oposição disputando vaga do segundo turno, que, juntos, são majoritários. Em 2002 e 2006, a maioria dos adversários de Lula no primeiro turno aderiu à sua candidatura: em 2002, Garotinho, do PSB, teve 17,8% dos votos e Ciro, do PPS, 11,9%; em 2006, foi a vez de Cristovam Buarque, do PDT (2,6%), e Heloisa Helena, do PSOL (6,8%).
Em 2010, Marina, pelo PV, se absteve de apoiar alguém no segundo turno, mas hoje dependerá do apoio do PSDB para vencer a eleição, se for para o segundo turno contra Dilma. Não que os eleitores tucanos não estejam propensos, em sua maioria, a votar nela para derrotar o PT, mas ela precisará de mais que os votos.
Vai ter que negociar um apoio programático para dar segurança ao eleitorado de que terá condições de governar o país. Um acordo em grande estilo com partidos que hoje estão na oposição poderá representar para Marina, num provável segundo turno, o que a Carta aos Brasileiros representou para Lula em 2002.
Antes, porém, precisa chegar na frente de Aécio, e não é à toa que os dois dizem a mesma coisa a esta altura da campanha: não há mais tempo para ser sutil, é preciso ser explícito para que o eleitor entenda logo a mensagem. Por isso, a campanha de Marina decidiu, a partir deste fim de semana, denunciar o que chama de mentiras da campanha de Dilma Rousseff.
E Aécio parte para convencer o eleitor de que votar em Marina é o mesmo que votar no PT. Ao mesmo tempo, dedica-se a Minas, jogando para o eleitor mineiro a responsabilidade de levá-lo à presidência. Acredita que se crescer em Minas, ultrapassando Dilma, aumentará as chances de eleger Pimenta da Veiga governador, e ir para o segundo turno.
Em tese, ele tem também espaço para crescer em São Paulo, onde Marina abriu uma liderança im-plausível e Dilma se mantém bem votada, apesar de o PT estar mal no estado. Na pesquisa recente do Datafolha, a diferença de 20 pontos para Marina reduziu-se para 13; no Ibope, essa distância era de 16 pontos e caiu para 11.
O comando da campanha de Aécio quer chegar a 25% das intenções de votos na última semana da campanha, um crescimento de seis a oito pontos, o que significaria que Marina sairia da casa dos 30% para ficar em empate técnico com o tucano.
Se isso acontecer, segundo o diretor do Datafolha Mauro Paulino, Aécio teria crescido além de seu limite máximo, que hoje é de 21%, e Marina teria caído abaixo de seu piso, que é de 27% segundo o instituto. Assessores de Aécio argumentam que esses limites são móveis, e mudam de acordo com a votação dos candidatos. Portanto, a evolução da campanha é que os dita.
Uma análise da votação por regiões do Datafolha mais recente mostra mudanças significativas na campanha. Na região com o maior número de eleitores, o Sudeste, Dilma conserva os 28% de pesquisas anteriores. Já Marina teve queda de 37% para 33%. Parte dessa queda foi para Aécio, que subiu de 18% para 20%.
No Sul, enquanto Dilma se mantém em 35%, Aécio subiu de 16% para 22%, aumentando mais do que a queda de Marina, que foi de 5 pontos, de 30% para 25%. No Nordeste, a candidata do PT garante grande votação, na casa dos 50%, e Marina continua em segundo com 32%. Aécio cresceu de 5% para 8%.
A Região Norte, com o menor eleitorado, registrou as maiores mudanças nos últimos 15 dias: Dilma subiu de 38% para 49%; Marina caiu de 32% para 28%, e Aécio caiu de 14% para 9%. Norte e Nordeste, onde o tucano tem sua pior performance, continuam a ser os bastiões da candidatura Dilma. E Marina segue à frente de Aécio em todas as regiões, mesmo onde está em queda.
Na eleição de 2010, a votação de quase 20% de Marina foi fundamental para que o tucano José Serra fosse para o segundo turno. Hoje, quem tem cerca de 20% é o candidato do PSDB, mas não há dúvidas de que haverá segundo turno, porque a presidente Dilma está com uma votação abaixo da média do PT nas eleições anteriores.
Diferentemente de outras eleições, hoje existem dois candidatos de oposição disputando vaga do segundo turno, que, juntos, são majoritários. Em 2002 e 2006, a maioria dos adversários de Lula no primeiro turno aderiu à sua candidatura: em 2002, Garotinho, do PSB, teve 17,8% dos votos e Ciro, do PPS, 11,9%; em 2006, foi a vez de Cristovam Buarque, do PDT (2,6%), e Heloisa Helena, do PSOL (6,8%).
Em 2010, Marina, pelo PV, se absteve de apoiar alguém no segundo turno, mas hoje dependerá do apoio do PSDB para vencer a eleição, se for para o segundo turno contra Dilma. Não que os eleitores tucanos não estejam propensos, em sua maioria, a votar nela para derrotar o PT, mas ela precisará de mais que os votos.
Vai ter que negociar um apoio programático para dar segurança ao eleitorado de que terá condições de governar o país. Um acordo em grande estilo com partidos que hoje estão na oposição poderá representar para Marina, num provável segundo turno, o que a Carta aos Brasileiros representou para Lula em 2002.
Antes, porém, precisa chegar na frente de Aécio, e não é à toa que os dois dizem a mesma coisa a esta altura da campanha: não há mais tempo para ser sutil, é preciso ser explícito para que o eleitor entenda logo a mensagem. Por isso, a campanha de Marina decidiu, a partir deste fim de semana, denunciar o que chama de mentiras da campanha de Dilma Rousseff.
E Aécio parte para convencer o eleitor de que votar em Marina é o mesmo que votar no PT. Ao mesmo tempo, dedica-se a Minas, jogando para o eleitor mineiro a responsabilidade de levá-lo à presidência. Acredita que se crescer em Minas, ultrapassando Dilma, aumentará as chances de eleger Pimenta da Veiga governador, e ir para o segundo turno.
Em tese, ele tem também espaço para crescer em São Paulo, onde Marina abriu uma liderança im-plausível e Dilma se mantém bem votada, apesar de o PT estar mal no estado. Na pesquisa recente do Datafolha, a diferença de 20 pontos para Marina reduziu-se para 13; no Ibope, essa distância era de 16 pontos e caiu para 11.
O comando da campanha de Aécio quer chegar a 25% das intenções de votos na última semana da campanha, um crescimento de seis a oito pontos, o que significaria que Marina sairia da casa dos 30% para ficar em empate técnico com o tucano.
Se isso acontecer, segundo o diretor do Datafolha Mauro Paulino, Aécio teria crescido além de seu limite máximo, que hoje é de 21%, e Marina teria caído abaixo de seu piso, que é de 27% segundo o instituto. Assessores de Aécio argumentam que esses limites são móveis, e mudam de acordo com a votação dos candidatos. Portanto, a evolução da campanha é que os dita.
Uma análise da votação por regiões do Datafolha mais recente mostra mudanças significativas na campanha. Na região com o maior número de eleitores, o Sudeste, Dilma conserva os 28% de pesquisas anteriores. Já Marina teve queda de 37% para 33%. Parte dessa queda foi para Aécio, que subiu de 18% para 20%.
No Sul, enquanto Dilma se mantém em 35%, Aécio subiu de 16% para 22%, aumentando mais do que a queda de Marina, que foi de 5 pontos, de 30% para 25%. No Nordeste, a candidata do PT garante grande votação, na casa dos 50%, e Marina continua em segundo com 32%. Aécio cresceu de 5% para 8%.
A Região Norte, com o menor eleitorado, registrou as maiores mudanças nos últimos 15 dias: Dilma subiu de 38% para 49%; Marina caiu de 32% para 28%, e Aécio caiu de 14% para 9%. Norte e Nordeste, onde o tucano tem sua pior performance, continuam a ser os bastiões da candidatura Dilma. E Marina segue à frente de Aécio em todas as regiões, mesmo onde está em queda.
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