terça-feira, janeiro 21, 2014

Haja cimento e tijolo - ANCELMO GOIS


O GLOBO - 21/01

A prefeitura do Rio licenciou para construção quase 6 milhões (5,95) de metros quadrados, ano passado. Um aumento de 15% em relação a 2012. É um marco histórico. Supera, pela primeira vez, o índice de 1982: 5,85 milhões de metros quadrados.

Ou seja...
Só agora, passados mais de 30 anos, o Rio passa a ter um nível de construção igual ao dos anos 1980. A crise começou com o fechamento do BNH (que levou à expansão das favelas) e o esvaziamento econômico da cidade.

Ipanema contra Putin
Antes mesmo de chegar ao Brasil para promover a Copa de 2018, o presidente Vladimir Putin será alvo de protestos contra as leis homofóbicas aprovadas na Rússia. É que a Anistia Internacional vai promover, dia 2, uma revoada de balões em Ipanema, denunciando o preconceito aos LGBTs na Rússia.

Planeta bola...
Aliás, veja por que o planeta estará de olho no Brasil a partir de 12 de junho, quando começa a Copa. Segundo o jornal “O sol”, dos vinte programas mais vistos, em 2013, na TV portuguesa, 19 eram sobre futebol. A única exceção da lista foi “Gabriela”, com Juliana Paes.

No mais
José Sarney escreveu um artigo sobre sua dor “com o massacre com a nossa terra, que está havendo na mídia nacional”. Num trecho, diz que a imprensa só mostra palafitas e miséria no Maranhão, esquecendo a Baixada Fluminense, a Favela da Maré, no Rio, e o Centro de São Paulo. Só que a Favela da Maré tem um IDH de 0,722 (dado do ano 2000). Na época, o IDH do Maranhão era pior, 0,636.

Ai, meu bolso
Ontem, no Chile, o economista brasileiro José Roberto Afonso, especialista em contas públicas, num seminário da Cepal, estimou que em 2013 a carga tributária global no Brasil saltou de 37,1 para, no mínimo, 37,5% do PIB.

Outra do Zé....
Considerando só países emergentes, o que Índia, Indonésia, Turquia e Brasil têm em comum em 2014? São países com dívidas e indicadores fiscais não muito favoráveis, além de eleições presidenciais neste ano.

Versão eletrônica
Alex Pasternark, baterista da banda americana Lemonade, gosta tanto do Brasil que adotou o codinome Malandro para lançar remixes de música brasileira. Em São Paulo para badalar a sua festa Bananas, ele remixou “Girassol”, de Alceu Valença.

Os cabelos da mulata
O selo Primeira Pessoa/Sextante, que já lançou as histórias de empresários como Eike Batista e o trio de donos da AB InBev, prepara agora um livro sobre o “Beleza Natural”. O grupo atende 100 mil clientes por mês, a grande maioria mulheres negras e mulatas, com cabelos cacheados. A autora será a coleguinha Liana Melo.

O Cristo amarelo
Este quadro representando a Ressurreição de Cristo, de Mário Mendonça, pintor carioca especializado em arte sacra e que este ano completa 80 anos, vai ser exposto em seis igrejas da cidade, começando pela Matriz da Ressurreição, em Copacabana, no dia 29. O destino final da pintura (2,03m x 1,45m) é o Santuário do Cristo Redentor do Corcovado, a partir do Domingo de Páscoa.

Dzi Croquetes na Sapucaí
Símbolo da vanguarda dos anos de 1970, os Dzi Croquetes serão revividos no desfile da Mocidade Independente de Padre Miguel. Ciro Barcelos, o caçula dos integrantes originais dos Dzi, estará à frente do grupo em uma alegoria. Como se sabe, o enredo homenageia o carnavalesco Fernando Pinto, que também fez parte da turma liderada por Lenny Dale.

Apagão telefônico
Uma semana depois do apagão de luz, provocado por incêndio em bueiro em Ipanema, telefones da Oi estão mudos em vários pontos do bairro. “Quem liga para Osteria Dell’Angolo não consegue completar a ligação”, reclama Luciano Pessina, sócio do lugar.

A partilha
Um escritório de advocacia em Brasília foi contratado para preparar o divórcio de um empresário mineiro que reside na capital federal. Avaliado em R$ 200 milhões, o patrimônio do casal está bloqueado a pedido de uma amante dele. Com a atual esposa ele não tem filhos. Já com a amante, tem quatro.

Ponto Final
O frustrado rolezinho no Shopping Leblon, domingo, contou com a presença do protético Eron Morais de Melo, 32 anos, vestido de Batman, o mesmo que deu um colorido às manifestações de junho. Aliás, Eron foi parar na semana passada no “Le Monde”. O jornalão francês diz que o Batman “foi um dos símbolos das mais importantes manifestações no Brasil desde 1992”. E conclui: “O povo foi para as ruas protestando contra o custo de vida, o subdesenvolvimento dos serviços públicos e a corrupção política.”

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