sexta-feira, julho 05, 2013

Dilma vai para as ruas - ILIMAR FRANCO

O GLOBO - 05/07

A presidente Dilma vai intensificar anúncios de pequenas e grandes obras/programas e as viagens para os estados. Seus conselheiros concluíram que, para superar a crise, Dilma precisa "ir para a rua e conversar com a população". Na reunião em que essa conduta foi aprovada, ministros lembraram que essa foi a receita do ex-presidente Lula para enfrentar e superar a crise do mensalão.

Lula e o carteiraço
Amigo do ex-presidente Lula, o deputado Devanir Ribeiro (PT-SP) está impressionado com a proliferação da frase "o Lula falou". Assíduo frequentador das reuniões do Instituto Lula, relata que nunca o ouviu defender a redução de ministérios como saída para a crise. "Tenho conversado com ele. Nunca ouvi isso da boca dele ou das pessoas mais próximas", afirma. Crítico da gestão política do governo Dilma, em sua relação com o PT e os aliados, o petista diz que "tem sempre alguém tentando adivinhar o que o Lula pensa". E que ele não precisa mandar recados para a presidente nem de intermediários: "O Lula tem linha direta com a Dilma".



"Não pode fazer reunião ministerial de jeito nenhum, porque a fotografia é muito ruim para o governo"
Aloizio Mercadante Ministro da Educação e conselheiro político da presidente Dilma

"Quero meu"
Petistas, na reunião da Executiva, criticaram a comunicação do governo por desprezar as redes sociais. O eufemismo é usado por quem defende que o governo Dilma dê dinheiro público para páginas na internet não noticiosas e de baixa audiência, que são alinhadas com o petismo.

Que fazer?
O ministro Aldo Rebelo (Esporte) está na marca do pênalti. O Brasil recebeu, da Fifa, 50 mil ingressos da Copa de 2014, destinados aos contemplados pela Bolsa Família e indígenas. Sua tarefa é encontrar uma regra transparente para fazer esta distribuição. O risco é de gol contra caso os políticos pressionem para distribuí-los para a companheirada e afins.

Afinando a viola
Os líderes do PT, José Guimarães, e do PMDB, Eduardo Cunha, acertaram o apoio ao "plebiscito, mas só em 2014" num jantar, na quarta-feira, na casa do presidente da Câmara, Henrique Alves, com a presença do vice Michel Temer e do deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP).

Dilma estende a mão para Temer
A presidente Dilma, em conversa na noite de anteontem, pediu para o vice Michel Temer assumir a "coordenação política" do processo de discussão do plebiscito e da reforma política. Ela procura, assim, redimir-se de não ter acionado seu vice no início do processo. A tarefa de Temer é conversar com os aliados e a oposição para contornar a crise e reduzir a tensão no Congresso.

De um lado, o apocalipse
O presidente do PSDB mineiro, Marcus Pestana, sentencia: "EikeX despencando, pedágios incendiados, rodovias bloqueadas, polícias acuadas, presidente sem comando, derretendo, base em rebelião, não é um quadro confortável".

De outro, missão cumprida
Mesmo que o plebiscito não saia, os estrategistas do Planalto comemoram. Na ótica deles, a presidente Dilma sai como quem defendeu que o povo fizesse a reforma política, enquanto o Congresso, como quem não quis levá-la adiante.

A ministra Ideli Salvatti fez um apelo emocionado, na reunião do PT, para que durante a eleição para a presidência do partido os petistas não se dividam.

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