FOLHA DE SP - 07/02
BRASÍLIA - O PIB de 2012 foi pífio, a inflação se assanha e a Petrobras derrete, mas as pessoas gastam e a popularidade de Dilma aumenta. Cadê a oposição? O gato comeu.
O grande ausente da abertura do ano legislativo foi justamente quem mais deveria aparecer: o senador Aécio Neves, tido e havido como pré-candidato tucano à Presidência.
Na eleição de Renan Calheiros à presidência do Senado, ele sumiu, resguardando-se do circo armado pelos tucanos: repudiaram Renan em público e liberaram o voto (secreto) nele por uma vaga na Mesa Diretora.
Está aí parte da explicação para a discrepância entre o resultado oficial e a enquete feita pela Folha no Senado: 56 votaram em Renan, mas só 35 admitem que sim. Já o seu opositor, Pedro Taques, teve 18 votos, mas 24 juram que votaram nele.
Pelo menos seis votos estão voando por aí e, de Aécio, não se ouviu um pio. Como também não se sabe onde ele se meteu durante a leitura da mensagem presidencial ao Congresso. Cabia ao governo enaltecer os feitos e abafar os malfeitos e, à oposição, aproveitar para criticar.
Aécio, porém, não foi visto ouvindo a mensagem nem foi achado para comentá-la. Mesmo na tribuna, coube ao novo líder tucano no Senado, Aloysio Nunes Ferreira, fazer as vezes da oposição. Afinal, que oposição é essa? E que candidato é esse?
Enquanto isso, o governador Eduardo Campos (PSB) foi impecável. Como não tem mandato nem de deputado nem de senador, atuou decisivamente nos bastidores (sem explodir pontes com ninguém) para que o PSB votasse contra Renan no Senado e atraísse a boa marca de 165 votos para Júlio Delgado, seu candidato na Câmara.
As duas eleições colocaram mais tijolos na construção da imagem de Eduardo Campos. Quando os tucanos repetem como papagaios que ele "é governista e não tem condições de competir contra Dilma", leia-se: estão morrendo de medo de uma revoada para a candidatura do PSB.
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