quarta-feira, janeiro 09, 2013

Redes sociais: muita mudança pela frente - ROBERTA ROSSETTO

BRASIL ECONÔMICO - 09/01


Costumamos olhar para as redes sociais como um espaço “de internet” onde tudo é gratuito. Assistimos vídeos no Youtube de graça. Postamos fotos da família e conversamos com amigos distantes pelo Facebook, de graça.

No LinkedIn, disponibilizamos nossos currículos para quem quer que seja, em qualquer parte do mundo. Sim, sem custo. Mas essas plataformas são empresas, precisam ser sustentáveis e gerar lucro. E é o que estão tentando fazer, desesperadamente.

Digo desesperadamente porque, quem acompanha as redes sabe que há informes constantes de alterações sendo feitas nas plataformas - todas com o intuito final de fazer dinheiro. Algumas vezes, o informe é "desinformado", porque aquelas mudanças não eram nem víaveis, pra começo de conversa.

O Instagram, plataforma para compartilhar fotos comprada pelo Facebook, passou por isso. Veio a público para dizer que as fotos ali compartilhadas pelos usuários poderiam ser comercializadas, sem pagamento a seus autores e sem mesmo avisar que as mesmas seriam usadas. Ah, claro, como se não houvesse direito autoral e direito de imagem.

Como se as regras do jogo pudessem ser mudadas, no meio da partida, sem que os jogadores reclamassem. Obviamente houve reclamação, a nível mundial, e os executivos do Instagram voltaram atrás.

Constantes também são as mudanças no Facebook. Até pouco tempo atrás, os anúncios apareciam apenas na tela do computador, do lado direto. Eles agora aparecem como posts pagos, na forma de conteúdo, em meio às postagens de amigos e familiares.

Os anúncios também começam a migrar para os smartphones e demais dispositivos móveis - não ter publicidade nesses aparelhos era o maior dos problemas apontados pelos especialistas para justificar a baixa receita do Facebook.

Algumas mudanças parecem coisa tola, como os botões "permito" e "não permito" (acesso a informações sobre o usuário) do Facebook, que deixaram de existir em alguns jogos.

Agora, a pessoa nem sabe que, ao jogar, está permitindo que a empresa que desenvolveu o jogo tenha acesso a suas informações pessoais. Isso é algo que o Facebook já tem acesso, claro.

O Facebook tem acesso a todo tipo de informação sobre seus usuários: o que eles "curtem", os interesses, os produtos mais procurados, as palavras mais usadas em comentários e mensagens. Especula-se que o Face está caminhando para se tornar uma empresa de venda de informações, uma empresa de Social CRM.

Hoje, ainda baseada na venda de anúncios, é certo que a ela consegue traçar um perfil fiel de seus usuários - parte disso já disponível aos anunciantes quando vão segmentar o público a quem se dirige seus anúncios.

Recentemente, o Face anunciou um serviço de vagas e currículos, tentando roubar mercado da rede social LinkedIn, que vive desse tipo de receita. No próprio LinkedIn, que no BR ultrapassa 10 milhões de usuários, há também mudanças. Os usuários, por exemplo, foram surpreendidos com blogs de executivos e políticos famosos - blogs já existentes que o Linked-in trouxe pra dentro de casa.

A ideia é aumentar a audiência da rede, atraindo para ali gente que quer um conteúdo profissional capaz de ajudar no desenvolvimento de suas carreiras. 2013 está ainda começando. Mas uma coisa é certa: em relação às redes sociais, haverá muitas surpresas pela frente.

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