terça-feira, janeiro 10, 2012

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

FOLHA DE SP - 10/09/12
'Investidor se preparou para o pior, que não virá'

Já chegou a hora de colocar a sacola no braço e ir às compras? Para Octavio de Barros, diretor do departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco, investidores voltarão mais breve do que se espera às compras. "Prepararam-se para o pior, que não virá. Muitos já começaram a colocar a cabeça para fora da toca", diz o economista.

A afirmação vale para quase todos os ativos: ações, aquisições de empresas, moedas e, sobretudo, papéis de dívida corporativa nos EUA e no Brasil, segundo Barros.

"Não estou, nem de longe, sugerindo recuperação exuberante", frisa. "Apenas percebo indícios claros de alguma restauração na confiança dos mercados, em geral. Por dois fatores: a não recessão nos EUA e a não ruptura na Europa do euro."

Tudo isso não se dará sem turbulências, claro.

"Estou convicto de que a volatilidade vai continuar. Em breve, deveremos ter o rebaixamento de alguns países europeus, o que balança os mercados. Mas o direcional segue de menor pessimismo."

Na crise, a tendência é se colocar na defensiva, lembra ele. Até que se ingresse em uma fase de exaustão.

"O dinheiro já está ansioso para voltar a trabalhar simplesmente porque as crises cansam." Quando vai ocorrer? "Suspeitamos que esse momento de oportunidade de compra não vá demorar muito. Talvez até já tenha começado em alguns mercados, onde podem ser pinçadas ótimas oportunidades", afirma.

"Não estou, nem de longe, sugerindo recuperação exuberante. Apenas percebo indícios claros de alguma restauração na confiança nos mercados. Estou convicto de que a volatilidade vai continuar. Mas o direcional segue de menor pessimismo"

"O pragmatismo dos governos fala mais alto e o dinheiro já está ansioso para voltar a trabalhar simplesmente porque as crises cansam"

Usinas de Angra bateram recorde de geração no ano passado

Com uma reorganização na área de manutenção, as usinas nucleares de Angra 1 e 2 registraram recorde de geração em 2011. Juntas, alcançaram 15,6 milhões de MWh, segundo dados que serão divulgados nesta semana pela estatal responsável, Eletrobras Eletronuclear.

A produção de ambas representou cerca de 3% do total gerado pelo mercado, segundo a CCEE (câmara de comercialização). No Rio, a energia nuclear gerou um terço do consumo do Estado.

O resultado pode ser atribuído à disponibilidade das usinas, que aumentou em 2011, segundo Pedro Figueiredo, diretor de operação da Eletrobras Eletronuclear. O fator de disponibilidade está ligado ao tempo em que a usina esteve disponível para gerar 100% de sua capacidade.

Após modificações nos processos, o intervalo de parada para reabastecimento foi reduzido. "Reorganizamos a área de manutenção e agora começa a dar resultado. A estrutura da manutenção foi unificada para as duas", diz.

Houve também uma troca recente de gerador de vapor. Em 2012, Angra 1 vai operar o ano todo. Angra 2 terá parada, também mais curta.

PREVISÕES EM CHOQUE

A Argentina deve crescer 3,5% neste ano, de acordo com a EIU (Economist Intelligence Unit).

A estimativa é 31,4% inferior à nova previsão do governo argentino, de 5,1%.

Em 2011, Buenos Aires esperava que seu PIB tivesse alta de cerca de 8% neste ano.

Para a consultoria britânica, a Argentina é um dos países mais vulneráveis da América Latina, caso a crise mundial se agrave.

A estabilidade da economia liderada por Cristina Kirchner depende basicamente de Brasil e China, dois de seus principais parceiros comerciais, segundo o estudo.

O governo argentino prevê que a inflação deste ano seja de 9,2%. Esse índice é até 30% mais baixo do que o estimado por analistas independentes do país.

ROLAMENTO DE IPI

A SKF, empresa especializada em rolamentos, que fornece para fabricantes de linha branca, registrou elevação dos pedidos de seus clientes após a desoneração do IPI para o setor.

O presidente da empresa no Brasil, Donizete Santos, estima alta de cerca de 30%.

"Os primeiros sinais de alta na demanda começaram a aparecer após o retorno das fábricas que pararam no final do ano. Estamos reforçando os estoques", diz.

Se a demanda continuar aquecida ao longo do ano, nos patamares que estão operando, a empresa deve estudar a possibilidade de ampliar seus investimentos no Brasil e trazer uma linha dedicada à produção de rolamentos para linha branca, segundo o executivo.

A SKF anunciou recentemente investimentos em sua segunda fábrica no país.

com JOANA CUNHA, VITOR SION e LUCIANA DYNIEWICZ

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