sábado, dezembro 31, 2011

Nada a perder - ILIMAR FRANCO

O GLOBO - 31/12/11

O lançamento do nome do senador Demóstenes Torres (DEM-GO) para presidente da República é um balão de ensaio útil para o partido. Se crescer até 2014, ótimo, senão, torna o partido mais forte para negociar apoio a outro candidato. A estratégia, no entanto, não é consenso no DEM. Há quem veja constrangimento com os tucanos, principalmente em Minas. O partido faz o mesmo em São Paulo, com a pré-candidatura de Rodrigo Garcia.

Tudo ou nada

Esquálido depois do ataque especulativo do PSD, o DEM vai apostar tudo nas eleições do ano que vem. O partido tem nomes competitivos para disputar a eleição em Aracaju (SE), Campo Grande (MS), Macapá (AP), Salvador (BA), Recife (PE), Fortaleza (CE), Vila Velha (ES), Feira de Santana (BA) e Pelotas (RS). Se sobreviver às eleições municipais do próximo ano, a estratégia do partido será lançar grifes derrotadas para o Senado e para governos estaduais, como Marco Maciel (PE), Heráclito Fortes (PI) e Paulo Souto (BA), para a Câmara dos Deputados, com o intuito de puxar outros nomes e eleger uma bancada razoável.

O debate acerca da saída de Rodrigo Neves será travado no Diretório Estadual, e não no de Niterói” — Luiz Sérgio, presidente do PT-RJ, sobre a pressão para que Neves deixe a Secretaria estadual de Assistência Social antes das prévias para a prefeitura de Niterói.

ESVAZIADA. Apesar de considerarem que a ministra Izabella Teixeira (Meio Ambiente) fez uma boa gestão, a avaliação de ambientalistas é que ela não tem força política no governo. O exemplo mais forte foi a sanção, pela presidente Dilma, de lei que tira poderes do Ibama, apesar dos apelos da ministra para que fossem vetados artigos da proposta. A lei foi assinada por Dilma no momento em que Izabella estava em viagem à África.

Tête-à-tête 1
Ao avistar o presidente do PP, senador Francisco Dornelles (RJ), no coquetel no Alvorada, a presidente Dilma disparou: “Preciso falar com você”. Os dois se afastaram, para curiosidade dos demais, e conversaram por uns 15 minutos.

Tête-à-tête 2
Dornelles diz que foram “só dois minutos”. E que o assunto foi a redistribuição dos royalties do petróleo. “Ela quer encontrar uma solução e acha que, passado 2011, vai dar para negociar com mais tranquilidade”, afirmou o senador.

O fator Pimentel
A permanência do ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento) no governo divide os aliados. Um grupo apoia a presidente Dilma e afirma que ela tinha que dar um basta na queda de ministros, senão ficaria sempre a reboque da imprensa. Já outra parte se ressente e reclama de tratamento diferenciado por ele ser do PT. Pimentel é o primeiro ministro atingido por denúncias que é da cota pessoal de Dilma, não de Lula.

Militância verde
Empenhada em um movimento suprapartidário, a ex-senadora Marina Silva tem evitado falar na criação de um novo partido porque quer que a nova sigla, capitaneada por ela, surja de um movimento de base, e não de cima para baixo.

Palanques
Sem um nome forte que unifique a base aliada ao governo federal, a tendência em São Paulo é a pulverização de candidaturas no primeiro turno, para a prefeitura, apesar do esforço em contrário feito pelo expresidente Lula.

PASSANDO O CHAPÉU. O PSDB entra em 2012 com uma dívida de R$ 10 milhões referente à campanha eleitoral de 2010.

ALIMENTANDO
 sua fama de hipocondríaco, o exgovernador José Serra diz que ganhou, de Natal, uma lupa, “para ajudar a ler bulas de remédios”.

O DEPUTADO
 Tiririca (PR-SP) enviou ofício ao prefeito do Rio, Eduardo Paes, mostrando preocupação com o projeto de revitalização da Praça Onze, que reduziria o espaço para a instalação de circos.

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