terça-feira, junho 14, 2011

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO


Roupa íntima contra câncer trará perda de R$ 300 mi
MARIA CRISTINA FRIAS
FOLHA DE SÃO PAULO - 14/06/11


O setor têxtil estima prejuízo anual de cerca de R$ 300 milhões, caso seja sancionado pela presidente Dilma o projeto de lei que determina que as roupas íntimas vendidas no país tenham etiquetas com alertas sobre câncer.
O projeto foi aprovado em maio pela Comissão de Constituição eJustiça da Câmara dos Deputados e já havia passado pelo Senado.
O prejuízo calculado pelo setor considera o custo de cada etiqueta (de R$ 0,07 a R$ 0,10) e despesas operacionais, como frete, estoque e impostos recolhidos.
São cerca de 8.000 empresas que fabricam lingeries no país, com produção de cerca de 1 milhão de peças por ano, estima a Abit (associação da indústria têxtil).
"Uma calcinha não pode ser comparada a um cigarro, que é o produto que provoca o mal à saúde. A medida é inócua e cria dificuldades para os fabricantes, além de aumentar o preço ao consumidor final", diz o empresário Ronald Masijah, da Darling, e presidente do Sindivestuário (sindicato da indústria do vestuário).
Para atender a essa determinação, o empresário diz que teria de comprar máquinas para colocar as etiquetas e contratar funcionários.
Oswaldo Oliveira, diretor do grupo Rosset (da marca Valisère), lembra que não há consenso nem no CRM (Conselho Regional de Medicina) sobre as dicas de prevenção.
"O que o projeto faz é impor mais uma penalidade ao setor, que enfrenta dificuldades para ser competitivo."

TERCEIRIZAÇÃO MILIONÁRIA

A IBM Brasil e o grupo Algar fecharam um contrato de serviços com valor superior a R$ 100 milhões.
O acordo, que terá duração de pelo menos dez anos, prevê que a IBM Brasil seja responsável pela administração de recursos humanos, contabilidade e compras de 6 das 16 empresas da Algar.
A intenção do contrato é aumentar os níveis de automatização e padronizar os processos internos da Algar, de acordo com Marcelo Bicalho, um dos vice-presidentes do grupo, que teve faturamento bruto de R$ 3,4 bilhões no ano passado.

ESCRITÓRIO DOURADO

A incorporadora e construtora Bueno Netto investe R$ 300 milhões em um edifício comercial na esquina das avenidas Berrini e Bandeirantes. O empreendimento, com VGV (Valor Geral de Vendas) de R$ 500 milhões, segundo a empresa, terá 68 mil m2 de área construída e 33 andares.
Cerca de 70% das vendas foram feitas no pré-vendas e as obras, no terreno de 11,5 m2, começaram no final de maio. "O edifício será mais do que "AAA", com certificação ambiental Golden Green", diz o presidente Adalberto Bueno Netto.
No local serão erguidas cinco torres, uma delas de salas comerciais e outra residencial, numa incorporação de Cyrella, CCP e Bueno Netto/Bncorp (joint venture com o Bank of America Merrill Lynch).
"Em seis meses, começamos o último prédio."
O edifício, com 20 elevadores, se destaca pela variedade de oferta de espaços, que vão de conjuntos de 366 m2 a 2.350 m2.
"O mercado ainda é favorável para prédios corporativos de alto padrão, em todas as áreas de São Paulo", diz Bueno Netto.
"Houve um claro movimento de regionalização de escritórios, pelo problema do trânsito em São Paulo."

GALPÃO VALORIZADO

O valor do aluguel de galpões em São Paulo é o mais caro da América Latina, segundo estudo da consultoria CB Richard Ellis.
O preço médio do metro quadrado na capital paulista por ano é de US$ 138,59.
O custo da locação de galpões só é maior em Tóquio, Londres e Cingapura, de acordo com a pesquisa.
"Desde 2005, o valor do aluguel do setor cresceu 20% ao ano no Brasil", afirma o diretor da consultoria Marcos Montandon Junior.
A valorização do real e a falta de oferta de novos espaços são os principais motivos para o preço alto, de acordo com Montandon Junior.
"O valor da locação deve subir mais 15% a 20% nos próximos dois anos e depois estabilizar."
Para pagar valores menores, empresas alugam galpões antes do fim das obras, segundo a consultoria.

Carga tributária no Brasil é leve para renda alta, diz estudo
O Brasil tem uma das menores cargas tributárias para pessoas com salários altos (que recebem cerca de US$ 200 mil por ano), de acordo com estudo da rede internacional de consultorias e auditorias UHY.
Dentre os 18 países analisados, o Brasil tem o quarto melhor salário líquido para trabalhadores de renda alta.
Um assalariado desse perfil recebe aqui 74% do seu salário bruto. Em países como Itália e Holanda, esse número fica em torno dos 54%.
O superintendente da UHY Moreira Auditores no Brasil, Paulo Moreira, lembra que a baixa carga tributária sobre pessoas de renda alta atrai mão de obra especializada.
Por outro lado, os assalariados brasileiros de baixa renda recebem 84% de seu salário bruto.

CONCORRÊNCIA DIRETA

A maioria dos pequenos empresários diz concorrer diretamente com médias e grandes empresas, segundo pesquisa do Sebrae-SP.
O estudo aponta que 65% deles dizem acreditar que competem com as maiores.
Desses, 10% se dizem beneficiados pela concorrência, já que são estimulados pela competitividade.
Por outro lado, 33% deles afirmam se sentir prejudicados. Eles apontam o preço mais baixo oferecido pelas grandes empresas como o principal problema na concorrência direta.
Para o estudo, o Sebrae escutou 4.000 pequenos empresários em todo o país.

Plásticos 

Após período de testes na região Sul, a norte-americana Rubbermaid expandirá a sua atuação no Brasil. O carro-chefe é a linha de potes, com encaixe da tampa na base do produto.

Contratação 

O nível de emprego na construção civil cresceu 1,34% no país em abril ante março. No primeiro quadrimestre, o setor contratou 125,2 mil pessoas, alta de 4,4%, mostra o SindusCon-SP.
com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK, VITOR SION, LUCIANA DYNIEWICZ e CLAUDIA ROLLI

Nenhum comentário: