quarta-feira, junho 29, 2011

ILIMAR FRANCO - Segura, peão

Segura, peão
ILIMAR FRANCO
O GLOBO - 29/06/11
 
O ministro Edison Lobão (Minas e Energia) foi integrado à coordenação política do governo. Na segundafeira, estreou na reunião semanal do Planalto e ontem cumpriu sua primeira missão. No fim da tarde, chamou o líder do PMDB, Henrique Alves (RN), o comandante da rebelião dos restos a pagar de 2009, para conversar. Lobão pediu que Alves se alinhasse com a presidente Dilma e argumentou que o governo não pode passar para o mercado uma sinalização de afrouxamento do ajuste fiscal e do controle da inflação.

Eu li nos jornais que vai ter uma rebelião. Mas, em nome da credibilidade do meu governo, eu não vou abrir mão. Não é possível, nós vencemos a crise e precisamos manter a austeridade, senão volta tudo” — Dilma Rousseff, presidente, para senadores aliados

Com companheiros assim não precisa...

A história está sendo contada nos gabinetes do Planalto. Tudo começou com um dossiê do ex-deputado Carlos Abicalil contra a ex-senadora Serys Slhessarenko, ambos petistas, nas eleições de 2010 em Mato Grosso. Para se vingar, Serys teria armado a conversa com o também petista Expedito Veloso, em que ele implica no escândalo dos aloprados Abicalil e o ministro Aloizio Mercadante (Ciência e Tecnologia). A gravação da fala do ex-diretor do BB e atual secretário-adjunto de DesenvolvimentoEconômico do Distrito Federal teria sido feita por um assessor de Serys. Os petistas serviram o prato feito para a oposição.

CHINELADA. 
Ao defender o ministro Aloizio Mercadante (Ciência e Tecnologia) no caso dos aloprados, ontem, no Senado, Francisco
Dornelles (PP-RJ) deu um puxão de orelhas no petista. Dizendo que tinha uma atitude diferente da de Mercadante, bateu: “Vossa
Excelência (na legislatura anterior), sem que existisse qualquer prova, subiu na tribuna e pediu a cassação do mandato de dois
senadores e o afastamento da presidência de um dos senadores”. Dornelles foi muito cumprimentado.

Olimpíadas
Com sabatina no Senado marcada para terça-feira, Márcio Fortes, indicado para a presidência da Autoridade Pública Olímpica (APO), circulava ontem pela Casa em busca de apoio dos senadores.

Tenho a força

O líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), refutou tese governista de que a oposição pretendia parar o país explorando o caso dos aloprados: “Somos tão poucos, somos frágeis, somos impotentes”.

Pisando em ovos

Depois de colocar na pauta a PEC 300, que cria um piso nacional para policiais e bombeiros, e se estranhar com a presidente Dilma, o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), diz agora que é preciso arranjar uma fonte de financiamento para a proposta. A orientação da presidente Dilma para seus líderes: a PEC 300 não pode passar de jeito algum. Se for aprovada, cria uma despesa de R$ 46 bilhões para os estados.

Na corrida
Os candidatos com mais apoio na disputa pela vaga no TCU, que será aberta em setembro com a aposentadoria do ministro Ubiratan Aguiar, são os deputados Átila Lins (PMDBAM) e Jovair Arantes (PTB-GO).

Norma

Não é apenas a MP das obras da Copa e das Olimpíadas que cria o Regime Diferenciado de Contratações (RDC). Os ministros do governo Dilma têm feito consultas informais sistemáticas ao TCU.

 MOTIVO. Sobre a disputa no PV, políticos experientes do Congresso dizem que a briga é pelo controle do Fundo Partidário. O PV recebeu no ano passado R$ 7 milhões e, neste, já entraram R$ 5,7 milhões.
 O LEITOR Marcio Candau escreve para lembrar que, antes de José Graziano na FAO, o médico Marcolino Gomes Candau foi diretor-geral da OMS de 53 a 73.
● HOMENAGEM. A torre de escritórios que surgirá com a implosão de um antigo moinho no porto do Rio, ocorrida no domingo, vai se chamar Ed. Port Corporate Luiz Paulo Conde, ex-prefeito do Rio.

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