quarta-feira, fevereiro 16, 2011

ILIMAR FRANCO

A posição de Paes
ILIMAR FRANCO
O GLOBO - 16/02/11

Vai ser quente a reunião hoje com a presidente Dilma Rousseff para tratar das Olimpíadas de 2016. O prefeito do Rio, Eduardo Paes, diz que “o governo importou o modelo de Londres” sem considerar que a Inglaterra é um Estado unitário, e o Brasil, uma federação. Sua avaliação é que “a Autoridade Pública Olímpica não vai funcionar” e que “o governo federal tem que ter um braço
executivo (seja uma empresa ou um ministério)”. 

Fica combinado assim
Sobre a organização para as Olimpíadas de 2016, a assessoria do ministro Orlando Silva (Esporte) reagiu, dizendo que a criação da empresa Brasil 2016 não é ideia dele, mas do ministro Paulo Bernardo (Comunicações). No Congresso, os políticos dizem que o Palácio do Planalto age insuflado pelo PT, que não se conforma que um aliado, de um pequeno partido, coordene investimentos
em infraestrutura de cerca de R$ 30 bilhões. O novelo será desfeito hoje em reunião que contará também com o governador Sérgio Cabral (RJ). A disposição do governo federal é enquadrar o prefeito Eduardo Paes, e este, a despeito de suas opiniões, diz: “Vou acatar o que a presidente Dilma deliberar.” 

TCU QUER MAIS PODER. Com 120 engenheiros no seu quadro de funcionários, o TCU vai fazer concurso este ano para contratar mais 60 engenheiros. O presidente do Tribunal, Benjamin Zymler, diz que com esse reforço a fiscalização vai começar a avaliar também “a qualidade das obras públicas no país”. Hoje, a investigação do tribunal se limita a verificar se a obra respeita a legislação vigente e se os preços praticados são os de mercado.

Na hora do lanche
Antonio Palocci é o mais assíduo nos almoços da presidente Dilma Rousseff. Ela come nos dias úteis no Planalto e acaba fazendo uma reunião. Sentam à mesa também Gilberto Carvalho, Helena Chagas e José Eduardo Cardozo.

Redes sociais
Foi criada ontem uma comissão no Palácio do Planalto para criar um mecanismo de interação permanente da Presidência da República com a sociedade via internet. A proposta tem que estar pronta e testada após o carnaval.

Congresso de fora
Na votação do salário mínimo, o PPS vai tentar retirar hoje do texto do projeto o artigo que estabelece que os próximos reajustes serão estabelecidos por decreto pelo Poder Executivo. O partido afirma que a medida é inconstitucional e ameaça recorrer ao STF. “A política salarial é de iniciativa do Executivo, mas é feita por projeto de lei a ser discutido pelo Congresso”, afirma o presidente do PPS, deputado Roberto Freire (SP).

Dissidente
A bancada do PT na Câmara terá um dissidente na votação do mínimo: Eudes Xavier (CE). Sobre eventual punição, um integrante da tendência Construindo um Novo Brasil, majoritária no partido, responde: “Ele será tratado a pão e água.”

Na onda
O PSDB do Senado se reuniu ontem e enquadrou o senador Aécio Neves (MG), que vinha defendendo R$ 560 para o mínimo. Ele foi convencido de que pega mal não votar nos R$ 600 defendidos por José Serra na eleição presidencial.

 CHAMOU A ATENÇÃO de um assessor da presidente Dilma a ausência da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) em debate sobre o mínimo, com a tucana Marisa Serrano (MS), em rádio de audiência nacional. 
 A SENADORA Ana Amélia (PP-RS) está pautando o petista Paulo Paim (PT-RS) no mínimo. Ele tem dito que não pode votar num valor menor que o dela. 
 O PSOL quer um reajuste do salário mínimo para R$ 700. O deputado Ivan Valente (PSOL-SP) sentencia: “É o único partido que mantém a sua coerência na defesa de um aumento significativo para o mínimo.”

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