sábado, setembro 25, 2010

RENATA LO PRETE - PAINEL DA FOLHA

Encastelado
RENATA LO PRETE
FOLHA DE SÃO PAULO - 25/09/10

Com o julgamento da Lei da Ficha Limpa comprometido pela retirada da candidatura de Joaquim Roriz (PSC-DF), o Supremo Tribunal Federal enfrenta a ressaca de dois longos dias de votação que deram em nada e expuseram não apenas a divisão do tribunal como a falta de liderança do presidente, Cezar Peluso.
Ministros atribuem a Peluso boa parte da responsabilidade pelo placar de 5 a 5, que deixou o assunto em suspenso a uma semana da eleição. Há quem chame de "blefe" o movimento do presidente, já durante a leitura do primeiro voto, para descartar a lei como um todo sob a alegação de falha do Congresso.

Desandou Para colegas, o gesto de Peluso teria contribuído para impedir a construção de uma maioria.
Será? Alguns acham que o STF ainda poderia, na próxima semana, chegar a uma espécie de aval conjunto, definido em reunião administrativa, para que Peluso dê o "voto de minerva". Ele o usaria para endossar a tese, defendida pelo TSE, de que a Ficha Limpa vale este ano.
Salada de frutas Frase colhida ontem no Twitter: "Nesta eleição já tinha a Mulher Pêra, a Mulher Melancia e a Mulher Melão. Agora o Roriz acaba de inventar a Mulher Laranja".
Como? Petistas admitem que Dilma Rousseff escorregou na resposta sobre o aborto no debate da CNBB. Depois de dizer que, pessoalmente, não é favorável ao aborto, encerrou: "Considero também que a legislação vigente já prevê os casos em que o aborto é factível. E não, não, não sei se acho que seria necessário ampliar estes casos. Não vejo muito sentido."
Triunvirato Remanescentes do que se convencionou a chamar de "turma da Dilma", o ex-prefeito de BH Fernando Pimentel, o ex-assessor da Casa Civil Giles Azevedo e Alessandro Teixeira, da Apex, se reuniram no início da semana. Na pauta, o futuro em caso de vitória.

MPB Versão adaptada de "Brasil Pandeiro", composição de Assis Valente imortalizada pelos Novos Baianos, embala a partir de hoje a propaganda de José Serra na TV com o refrão: "Brasil, pra cuidar da nossa gente vou de Serra presidente".
Reciclagem Só 190 das 423 zonas eleitorais do Estado de São Paulo contarão no dia 3 com os novos modelos de urnas eletrônicas recém-entregues à Justiça. O TRE reaproveitará versões produzidas em 2000, 2004 e 2008 em 45 mil seções de votação.
Corrida Houve preocupação em cartórios porque parte dos equipamentos remanejados só chegou esta semana para recarga e lacre. A empresa contratada pelo TSE concluiu a produção do último lote de máquinas novas na segunda. Cada urna custou R$ 1.100 e está equipada com sistema pioneiro de transmissão de dados.
No papel A Imprensa Oficial de SP produziu 13,8 milhões de cédulas que serão usadas na eleição nos casos de panes em urnas. Detalhe: também foram impressas 4,8 milhões para um eventual segundo turno.
Recado dado A cúpula do PMDB é só sorrisos: depois de tudo o que se disse a respeito da reputação do partido, peemedebistas se regozijam de não terem dado trabalho à campanha de Dilma.
Ingratidão A adesão de deputados do PMDB paulista à presidenciável do PT irritou os tucanos, que identificam nos materiais de propaganda dos "neodilmistas" obras afiançadas por José Serra (PSDB) quando governador.
com LETÍCIA SANDER e FABIO ZAMBELI
tiroteio

"Estabeleceu-se uma instabilidade jurídica tal que um homem que já foi quatro vezes governador desistiu de concorrer."
DO ADVOGADO ANTONIO CARLOS DE ALMEIDA CASTRO, o Kakay, a respeito do impasse noSupremo Tribunal Federal em torno da aplicabilidade da Lei da Ficha Limpa já nas eleições deste ano e da consequente retirada da candidatura de Joaquim Roriz (PSC-DF), que escalou a mulher para substituí-lo.
contraponto

Homens de branco
Na plateia do debate Folha/Rede TV! entre os candidatos à Presidência da República, duas semanas atrás, Geraldo Alckmin (PSDB) e Arlindo Chinaglia (PT) se cumprimentaram efusivamente. Diante da reação de surpresa de seus respectivos correligionários, ambos trataram de se explicar. Chinaglia, radiologista de formação, foi o primeiro:
-Somos amigos, independentemente de cores políticas.
Alckmin, anestesista, procurou relativizar:
-Foi abraço de médico pra médico, coisa de colegas...

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