segunda-feira, junho 07, 2010

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

Clubes de investimentos crescem 91% neste ano e número de cotistas diminui 
Maria Cristina Frias

Folha de S.Paulo - 07/06/2010

A criação de clubes de investimentos quase dobrou no início deste ano na comparação com o ano passado.

De janeiro a abril, foram criados 216 clubes, com aumento de 91% sobre igual período de 2009, segundo dados da BM&FBovespa. Esse número, porém, está aquém do registrado em 2008, quando foram abertos 370 clubes.

Os números são um claro sinal da entrada de pequenos investidores na Bolsa, segundo analistas.

"Cerca de 25% das pessoas físicas aplicam na Bolsa via clubes", diz Felipe Bichara, da Banif Corretora.

O atual sobe e desce da Bovespa -reflexo do enfraquecimento da economia europeia- não tem influenciado a decisão das pessoas.

"Quem entra em um clube não tem o conceito de especulação. Ele quer comprar uma ação e ganhar dinheiro com o tempo", diz Bichara.

A tendência é de aumento do número de clubes, segundo Mônica Saccarelli, da Link Trade. "A participação da pessoa física na Bolsa ainda é muito pequena", diz ela.

Apesar do aumento do número de clubes, eles estão sendo formados por menos pessoas (veja quadro). Para analistas, esse movimento revela que cada vez mais os clubes estão sendo constituídos por amigos ou familiares.

"Cerca de 70% deles têm menos de 50 cotistas, sendo que a legislação permite até 150", afirma Bichara.

Além disso, as regras para a formação do clube ficaram mais rígidas. "Antes vinham sendo comercializados como um fundo. E a finalidade não é essa", diz Saccarelli.
Mudança de Marcha
O novo presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Cledorvino Belini, diz que vai manter as expectativas de produção e vendas para 2010, apesar da recente perda de fôlego do mercado.

A entidade estima produção de cerca de 3,39 milhões de unidades para este ano e vendas de aproximadamente 3,4 milhões.

Os cálculos, segundo Belini, já contemplavam a queda resultante do fim do benefício do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) reduzido.

Em maio, as vendas de automóveis comerciais leves caíram na comparação com o mês anterior, segundo dados preliminares que podem sofrer reajuste nesta semana, após a consolidação dos números feita pela Anfavea.

Em abril, os estoques das montadoras tiveram aumento de 20%.

"A princípio não temos nenhuma mudança de previsão. Os números permanecem", diz.
Empresa alemã conclui compra de fornecedor do setor férreo 
A GMH Brasil, subsidiária alemã, concluiu a compra de 100% das ações e dos ativos da MWL Eixos e Rodas, fornecedora para fabricantes de trens. O valor da aquisição foi de US$ 80 milhões (cerca de R$ 149 milhões). A compra já foi aprovada pelo Cade. Após o fechamento da operação, a GMH Brasil será incorporada à MWL. O grupo GMH, que ainda não possuía participação acionária em empresas no Mercosul, pretende expandir os negócios no Brasil, onde o setor férreo está em grande expansão.
Reforço no exterior 1
O Ministério das Relações Exteriores quer reforçar a sua presença comercial fora do país, com a abertura de escritórios em cidades-chave para as relações com o Brasil. Na lista, estão novos endereços na Turquia, na China, em Hong Kong e no Vietnã.
Reforço no exterior 2"Reativamos 19 Secoms [Setor de Promoção Comercial] neste ano, como os de Roma e Beirute. Hoje são 84 em 70 países", afirma Norton Rapesta, diretor do Departamento de Promoção Comercial e Investimentos do ministério. O Secom é uma espécie de escritório comercial em embaixadas ou consulados brasileiros.
A Vinda de Berlusconi 
Depois de alguns adiamentos, o premiê italiano, Sivio Berlusconi, virá no dia 29, a São Paulo, para se encontrar com o presidente Lula. Ele trará uma comitiva de executivos, dentre eles os presidentes da TIM e da Tecnimont (de informatização e engenharia civil). Na pauta de negócios, encontros com os setores de máquinas e equipamentos, têxtil, agrícola, plástico, náutico, de vidro e de alimentos, entre outros. "Como o Brasil está em ótima fase, o otimismo do empresário sobe. Não foi sempre assim o interesse na Itália", diz Giovanni Sacchi, presidente do Instituto Italiano para o Comércio Exterior. De janeiro a abril deste ano, foram US$ 10 bilhões de intercâmbio entre Itália e Brasil. Em 2009, as exportações brasileiras caíram 36%. O deficit comercial da balança em relação à Itália é de mais de US$ 300 milhões.

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