sábado, maio 08, 2010

PAINEL DA FOLHA

Pronto para sair
RENATA LO PRETE
FOLHA DE SÃO PAULO - 08/05/10

O projeto que cria a polêmica Comissão da Verdade, a ser enviado por Lula ao Congresso na próxima semana, destaca entre os objetivos do grupo a apuração das circunstâncias de episódios de tortura, sequestros e mortes ocorridos durante a ditadura militar (1964-1985). O texto prevê colaboração com a Comissão de Mortos e Desaparecidos do governo federal.
Um dos artigos diz que a Comissão da Verdade não terá caráter "prosecutório". Fica estabelecido também que ela será composta por sete membros, todos indicados pelo presidente da República, com dedicação exclusiva à tarefa e salário de R$ 11 mil.


Em aberto 1. Em resposta ao périplo desta semana de José Serra pelo Rio Grande do Sul, Dilma Rousseff desembarcará no Estado na próxima terça-feira para visitas, em princípio, a Rio Grande e Porto Alegre. No interior, a ex-ministra foi convidada a dar uma palestra no pólo Naval. Na capital gaúcha, participará de um jantar com integrantes de partidos que a apoiam.
Em aberto 2. A grande dúvida é se o PMDB, que deu vários sinais pró-Serra nos últimos dias no Estado, vai aparecer ou não. Quinta-feira à noite, PT, PDT, PSB e PC do B se reuniram para combinar a programação da candidata. O PMDB foi sondado para se juntar ao grupo, mas, na hora H, ninguém apareceu.
Sinceridade. Do deputado Paulo Pimenta (PT-RS), pós-afagos do PMDB gaúcho a Serra: "Isso mostra que o Fogaça nunca vai assumir a campanha da Dilma".
Veja bem. Embora nunca tenha admitido tal tese publicamente, a ala do PT mais próxima ao ex-ministro e candidato Tarso Genro sempre rejeitou a ideia do palanque duplo para Dilma no Estado.
No prejuízo. Cortejado pelo PSDB nacional, que sonha com uma aliança agregadora de tempo de televisão e pensa em fazer de Francisco Dornelles o vice de José Serra, o PP gaúcho sofreu duas perdas recentes no governo da tucana Yeda Crusius. Com a reforma do secretariado para a campanha eleitoral, foi rifado da Casa Civil e da Cultura.
Ofensiva. A cúpula tucana dará início na próxima semana a um movimento nos Estados onde o PP é simpático ao PSDB. Além da região Sul, a ordem é dar atenção especial ao partido em Minas Gerais.
Segue o jogo. Frustradas as negociações com o PT, o pré-candidato ao governo do Paraná Osmar Dias (PDT) já admite sair da disputa e integrar a chapa do tucano Beto Richa. O pedetista tem o nome de seu eventual suplente ao Senado: o empresário João Elísio Ferraz de Campos.
Plano de voo 1. Bem sucedida na operação para fazer de Jarbas Vasconcelos (PMDB) candidato ao governo de Pernambuco, a cúpula tucana agora tenta convencer o ex-governador Roberto Magalhães (DEM) a aceitar a vice na chapa do peemedebista.
Plano de voo 2. Com a recusa do senador Sérgio Guerra (PSDB) em disputar a reeleição, tucanos buscam opção para acompanhar Marco Maciel (DEM) na chapa ao Senado. Entre os cotados, os deputados Raul Jungmann (PPS) e Bruno Araújo (PSDB).
Sem acordo. Após reunião tensa, Fernando Collor (PTB) e Ronaldo Lessa (PDT) decidiram lançar as duas candidaturas em Alagoas.
Em série. A bancada do PSB na Câmara vem sendo alvo de trote. Ontem, deputados do partido foram procurados por um anônimo que pedia ajuda financeira a um suposto filho do colega Fernando Coelho (PE), que na verdade nem filho tem. Na semana passada, algo semelhante ocorreu envolvendo a deputada Lídice da Mata (BA).

com SILVIO NAVARRO e GABRIELA GUERREIRO
Tiroteio 
Nem mesmo instituições como a PF e o Ministério Público convalidam as explicações da Petrobras para acobertar falcatruas. 

Do senador ÁLVARO DIAS (PSDB-PR), integrante da finada CPI da Petrobras, que acusa o governo de inviabilizar os trabalhos da comissão para encobrir, por exemplo, investigações da Polícia Federal que apontam custo adicional de R$ 1,4 bilhão em obras da estatal.
Contraponto 
Olho de sogra Durante visita na segunda passada à Expozebu, no município mineiro de Uberaba, Dilma Rousseff foi abordada pelo ex-senador Wellington Salgado, que chegou para cumprimentá-la acompanhado de duas mulheres.
-Ministra, esta é minha esposa- introduziu o peemedebista, sem indicar a qual das duas se referia.
Sorridente, Dilma dirigiu-se à mais velha:
-Muito prazer!- disse, e deu-lhe um beijo no rosto.
Salgado prontamente corrigiu:
-Ministra, esta é a minha sogra...
Desfeita a confusão, Dilma se despediu, enquanto Salgado, 52, explicava animadamente aos mais próximos:
-Minha esposa é nova, tem 30 anos, mas já tem três filhos comigo. Ela engana até a Dilma!

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