domingo, maio 09, 2010

ARI CUNHA

Brasil sem saúde
ARI CUNHA

CORREIO BRAZILIENSE - 09/05/10


Lula fez o Brasil rico, possante e capaz de enfrentar todas as dificuldades. Essa é a palavra oficial do governo. O presidente Lula pensou no poder da amizade internacional, em favorecer países pobres que se tornarão compradores da nossa produção. Enviou dinheiro para muitos necessitados. Não deixa de ter comportamento humano. Ocorre que o Brasil está órfão. O melhor da vida de quem pensa é ter saúde e educação. Na capital da República falta, o que de mais necessário o povo merece. O Ministério da Saúde fez visita oficial ao Hospital de Base. Constatou que, entre nós, o rico e o pobre não têm direito ao auxílio do setor saúde e, quando o recebem, é de forma precária. O caso da vacinação é vergonhoso. Em tempos idos, começava em abril. Preparava a população para antecipar cuidados contra a chegada do frio. Aos postos de saúde dava gosto comparecer. A vacinação continua sendo obrigatória. Filas se estendem. Comum é a pessoa chegar e sentir a novidade. Pelo que se vê, os dias não são marcados por idades. E sim pelo governo, e adiados a seu gosto.


A frase que não foi pronunciada

“É possível fazer um projeto perfeito em nove meses.”
Frase pensada por toda mãe coruja como dica ao ministro Orlando Silva para cumprir o cronograma de obras para a Copa.



Liberdade
O coronel Ricardo Martins, da PM, deu entrevista como homem de comando. Mostrou que o regulamento é rígido e obedecido. Falou do espírito familiar de seus comandados. São como cidadãos comuns. Têm emoções, transtornos. No horário de trabalho são cordiais, porém dentro do regulamento disciplinar. Para desanuviar o momento, confirmou que o militar tem 26 horas de folga. A tropa está liberada para, nessa hora, prestar serviços a particulares.

Safra
Caminhões novos e possantes cruzam pistas e estradas. Começa a colheita de centenas de milhões de toneladas de grãos. Carrocerias com quatro ou mais eixos protegem a pista com a distribuição do peso. Parte do milho será vendido em leilão eletrônico. Milho e arroz vêm da terra, com toda proteção. São números de alegrar o Brasil. Aliás, o que a terra produz é em favor do Estado, que cobra mais impostos.

Maior conglomerado
A empresa de aviação comercial formada pela United e pela Continental juntou pertences e interesses. Há contrato de integração. Será a maior transportadora do mundo, exatamente numa hora em que os capitais de aplicação são reduzidos. Os Estados Unidos sofrem, mas não deixam de organizar grandes empresas no mundo.

Alô, alô!
Em tempos de eleições, poucos são os ouvidos ligados na Telebrás. O fato é que R$ 11 bi estão em jogo para reativar a banda larga no país. Overdose de valorização e a certeza do governo, em nome da ministra Erenice Guerra, de que as empresas privadas não perderão terreno.

ECA
Basta o Legislativo reconhecer. O Estatuto da Criança e do Adolescente, como está, é um estímulo ao crack e ao crime de menores. Não há punição e a meninada transgressora age livremente. Diz até para autoridades policiais que em pouco tempo estará de volta às ruas para continuar com a violência e o consumo de drogas.

Tentativa
Ainda sobre o assunto, vale o registro da importância do encontro de autoridades com a sociedade na comissão da Frente Parlamentar Mista de Combate ao Crack. O crack é uma epidemia. O ministro Temporão parte dessa ideia para traçar políticas públicas.

Injustiça
Mais uma vez a Caesb surpreende. Depois da implantação de hidrômetros, reclamações. Na Fercal, há contas que chegaram até R$ 2.400. A água não é potável. Com o texto pronto, a Caesb segue o protocolo. Justifica o valor cobrado, apontando vazamentos que não existem. Graças à Câmara Legislativa, o consumidor não tem chances na Justiça contra a Caesb.

Eleitoral
Compra de eleitores por parte de todas as esferas de governo dá vantagem financeira. Verba sai do bolso dos pagadores de impostos. Corrupção atinge forças particulares. A porta está aberta há tempos. Aprimorar o sistema é trabalho de valor para se fazer antes da apuração.

Bope
Mortes no Rio são resultado do confronto de pessoas fazendo pressão. Complexo da Maré é exemplo de que, quando julgavam um mal, não pensavam no futuro. Eram PMs em serviço. Obrigados a matar, não havia outra escolha. A força militar ali instalada enfrenta até contrabandistas, que chegam para instalar punição aos subordinados.

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