quarta-feira, abril 07, 2010

PAINEL DA FOLHA

Faz de conta
RENATA LO PRETE
FOLHA DE SÃO PAULO - 07/04/10

A reação dos deputados contra o projeto de iniciativa popular que exige "ficha limpa" dos candidatos, da maneira como está redigido atualmente, fez surgir na Câmara uma articulação para postergar a votação, inicialmente prevista para hoje.
Segundo script desenhado ontem, o presidente Michel Temer (PMDB-SP) colocará o projeto em pauta, de modo a evitar desgaste com a opinião pública. Mas, por questão regimental, os deputados podem devolvê-lo à CCJ, o que protelaria a votação. Isso porque são esperadas várias emendas ao texto original. Para que elas pudessem ser apreciadas diretamente em plenário, seria necessário colocar o projeto em regime de urgência. E não há a menor disposição para isso.


DDD. Tanto José Serra (PSDB) quanto Dilma Rousseff (PT) telefonaram ao governador Sérgio Cabral (PMDB) e ao prefeito Eduardo Paes (PMDB) para manifestar solidariedade e pedir informações sobre os estragos causados pela chuva no Rio.
Devagar. Embora Dilma tenha feito ontem uma defesa "de leve" da candidatura única da base em Minas, e Hélio Costa (PMDB) tenha mais uma vez apelado aos petistas para que o apoiem, ninguém deve esperar por recuo de Fernando Pimentel ou de Patrus Ananias antes de maio. A ideia do PT local é postergar ao máximo uma decisão. Se mais não for, para conter outras exigências do PMDB.
Consultoria. Entre um e outro evento, Dilma conversou com a funcionária de uma pousada que a ajudou a relembrar expressões mineiras.
Mesa para quatro. No famoso encontro em que Lula explicou a Henrique Meirelles que não tinha como lhe ajudar a ser vice de Dilma, o presidente se fez acompanhar da própria candidata e de Franklin Martins.
Na lata. Coube ao ministro da Comunicação Social a fala mais direta da reunião: diante de Meirelles, Franklin disse que a simples especulação em torno da possibilidade de o presidente do BC tomar o lugar de Michel Temer na vice punha em risco a aliança PT-PMDB, considerada essencial para a candidatura de Dilma.
No paralelo. Enquanto o mundo apostava no diretor de Normas, Alexandre Tombini, para substituir Meirelles, o ministro Guido Mantega (Fazenda) trabalhava para instalar o secretário de Política Econômica, Nelson Barbosa, na presidência do BC.
Alma do negócio. Franklin Martins apresentou consulta ao Tribunal Superior Eleitoral sobre a possibilidade de utilizar "o nome ou a marca de programas", além da expressão "governo federal", em "fachadas, locais de atendimento, placas de identificação, uniformes e materiais" durante o período de campanha. Também pergunta se "nomes de órgãos ou entidades responsáveis pela comunicação" poderão ser usados em peças publicitárias.
Em cascata. Técnicos do tribunal esperam uma chuva de processos pedindo a liberação do uso de logomarcas do governo na campanha. A Anvisa foi a primeira. A relatora é a ministra Cármen Lúcia.
Rei. Indagado sobre suas preferências musicais durante entrevista a duas emissoras de rádio ontem no Rio, Lula afirmou ser fã de "Detalhes", de Roberto Carlos.
A postos. Tudo caminha para chapa pura do PSDB no Paraná, com o senador Flávio Arns como vice de Beto Richa.
Visita à Folha. Oded Grajew, presidente do instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, visitou ontem a Folha. Estava com Paulo Itacarambi, vice-presidente-executivo, Gladis Eboli, gerente-executiva, Luanda Nera, coordenadora de comunicação, e Cristina Spera, assessora de imprensa.

com SILVIO NAVARRO e LETÍCIA SANDER
Tiroteio 
"Eduardo Paes e Sérgio Cabral agora procuram desculpas para a redução de investimentos em conservação e limpeza. As imagens da tragédia no Rio revelam o resultado dessa união." 

Do deputado ÍNDIO DA COSTA (DEM-RJ), sobre as declarações do prefeito, que, ao comentar as mortes e os estragos causados pelas chuvas no Rio, disse que "o que aconteceu foi totalmente atípico".
Contraponto 
Sem dono Os deputados petistas José Eduardo Cardozo e Cândido Vaccarezza, este líder do governo, encontraram-se ontem num almoço em Brasília e combinaram de ir embora juntos para colocar a conversa em dia. Na saída do edifício em que estavam, havia um carro parado na porta. Sem pestanejar, os dois entraram no veículo, surpreendendo o motorista que ali aguardava.
-Este carro é seu, não é?- perguntou Cardozo a Vaccarezza em tom de simples confirmação.
-Meu, não! Não é seu?- devolveu o outro.
Diante da negativa, os dois se desculparam e saíram de fininho. Simplesmente, haviam "invadido" o carro errado!

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