terça-feira, março 12, 2013

Saliência das magras - ANCELMO GOIS


O GLOBO - 12/03

Das 344 mulheres que passaram pelo programa de cirurgia bariátrica do Estado do Rio desde 2010, 85% afirmaram que recuperaram, além da autoestima, a vida sexual.
Após a cirurgia e a redução de peso, elas disseram que arrumaram um namorado ou reataram um antigo relacionamento.
Danadinhas!

Cercadinho vip
Segunda agora, o governo do Rio escolhe a empresa que vai construir a overlay, estrutura provisória exigida pela Fifa para abrigar imprensa e vips no entorno do Maracanã, na Copa das Confederações.
A obra tem custo estimado em uns R$ 50 milhões.

Deum...
Seis representantes da Fifa que almoçaram no Palácio do Buriti, em Brasília, com o governador Agnelo Queiroz, saíram de lá direto para o hospital com... dor de barriga.

Pão da vida
Nos estúdios da TV Record, em Vargem Grande, no Rio, o guardanapo da lanchonete traz a frase: “Jesus, o pão da vida.”
Amém.

Beicinho
Tem gente do PT que anda com ciúme do prestígio do PCdoB com a ministra Marta Suplicy por causa da divisão de cargos no Ministério da Cultura.
É. Pode ser.

Esquerda festiva
José Dirceu vai comemorar o seu aniversário de 67 anos numa festa de adesão de amigos do PT, no dia 19, em Brasília.
No dia do aniversário mesmo, no sábado, ele quer ficar com a mãe, dona Olga, em Passa Quatro (MG).

REPÚBLICA DE IPANEMA
Um grupo de amigos cariocas, indignados com a tunga do petróleo, acaba de criar o Movimento Separatista do Rio, com direito a esta bandeira com as palavras de ordem: “Independência ou royalties.” Em menos de 24 horas, a página no Facebook recebeu mais de 500 “curtir”. Não é o tipo de movimento que se deva, naturalmente, levar a sério. Mas vale como um protesto bem-humorado, muito comum entre os nativos da República de Ipanema. Aliás, o novo país, cuja moeda poderia se chamar samba e o hino nacional ser Cidade Maravilhosa, teria uma reserva de 12,1 bilhões de barris de petróleo, igual à do México. Calma, gente! •

Tem culpa eu?
O “New York Times” fez ontem um mapa dos principais candidatos a Papa. O cardeal Scola, de Milão, aparece como brasileiro!
Deve ser terrível viver num país onde a imprensa erra de vez em quando.

Calma, gente
A escritora Ana Maria Machado, presidente da ABL, lamenta que a Academia tenha sido arrastada para esta polêmica sobre a casa, na Ladeira do Livramento, onde teria nascido Machado de Assis:

— É claro que a ABL se associa a toda e qualquer homenagem a Machado. Mas não cabe a gente dar a palavra final em matéria de confirmação histórica de que aquela era a casa em que ele nasceu. Isso é com os historiadores.

O amor é lindo
O escritor Eduardo Moreira e a atriz Juliana Baroni estão namorando.
Moreira é empresário e autor de “Encantadores de vidas”, que vendeu mais de 150 mil exemplares.

Poxa, madame!
Uma cliente habitual da loja Cores Novas, no Shopping da Gávea, no Rio, fez uma compra de R$ 200, mas escondeu mais de R$ 700 em produtos dentro da bolsa.
Só que ela foi identificada pela câmera de segurança. A gerente telefonou pedindo que os produtos fossem devolvidos.
O motorista da cliente foi à loja com o valor em dinheiro e disse que a “madame” pediu um desconto de 5% para pagar à vista.

Luta contra o crack
Veja só como o drama do crack mobiliza o Rio.
O Conselho Regional de Enfermagem decidiu, pela primeira vez, capacitar a categoria para tratar de usuários da droga. Criou um curso especial para este mês. As vagas foram preenchidas em poucos dias.

Portas fechadas
A New Order, a loja de sapatos da Osklen, está fechando as portas.
A ideia é criar uma nova marca de sapatos para a grife. O nome deve ser Osklen Shoes.

Crime e castigo
A 6ª Câmara Cível do Rio decidiu não suspender a ação contra um professor da UFRJ que ofendeu o colega Albino Meira de Vasconcelos, durante reunião na universidade.

Ele, condenado em primeira instância a pagar indenização de R$ 30 mil, pediu a suspensão do processo após a morte de Albino. Não colou. Se a condenação for mantida, o dinheiro irá para os herdeiros.

Mundo cão
A Pet Fantasy, pet shop vip do Leblon, na Zona Sul do Rio, exige comprovante de residência para dar banho nos bichinhos.
Acredite. É que várias pessoas já deixaram seus cãozinhos lá e... sumiram.

A quem possa interessar - SONIA RACY


O ESTADÃO - 12/02

Geraldo Alckmin tem defendido a escolha do candidato tucano à Presidência somente… no começo de 2014.

Providência
As chuvas que castigam SP causam transtornos, como falta de energia e caos no trânsito. Se engana quem pensa que a região mais valorizada de SP – os Jardins – escapa da confusão.

Os que passearam pelo metro quadrado mais caro da capital, no domingo, viram inúmeras árvores caídas ou por cair. “A Prefeitura tem em mãos levantamento das 3 mil árvores na região, detalhando quais teriam que ser cortadas. Por que não autoriza a remoção imediata?”, pergunta o vereador tucano Andrea Matarazzo.

Encomendado em sua gestão na chefia das subprefeituras, o mapa ficou pronto agora.

Dada a largada
Players internacionais do setor de apostas esportivas levarão ao Ministério da Fazenda pedido de regulamentação do mercado – potencial estimado em R$ 2,6 bilhões por ano.

O interesse é resposta ao recente discurso de Antonio Henrique Silveira – secretário de Mantega – em Londres.

Dupla dinâmica
A Versal Editores lança, em abril, livro com artigos e entrevistas de Gilberto Gil e Juca Ferreira quando ministros. São 600 páginas com polêmicas sobre Lei Rouanet, , Direitos Autorais, entre outras.

Diálogo
Em meio à nomeação de Marco Feliciano para a comissão de Direitos Humanos da Câmara, Rogério Sottili, secretário de Haddad, inicia debates com setores da sociedade para “trabalhar na construção de políticas públicas para SP”.

O primeiro encontro será hoje, com a juventude.

Mordaz
A frase do dia é de Yoani Sánchez, durante o encontro da SIP, no México.

Não resistiu, ao ser perguntada sobre como ficaria Cuba sem Raúl Castro: “Quem sabe o que não consegue a rebeldia, conseguirá a biologia…”

Direto do Vaticano
Quem anda ganhando a simpatia de todos durante o conclave em Roma é… padre Antonio.

Trabalhando como motorista dos cardeais brasileiros, já avisou que quer ser o condutor do papamóvel, caso um deles se eleja eleito.

Direto do Vaticano 2 
Também tem sido o responsável por manter os cardeais bem-humorados. Como? Contando piadas a eles todos os dias, no trajeto entre o Colégio Pio Brasileiro – onde estão hospedados os brasileiros – até o Vaticano.

Direto do Vaticano 3
Dom Geraldo Majella, cardeal de Salvador, escolheu rezar sua missa, anteontem, em Assis, no túmulo de São Francisco.

A atitude foi interpretada como um movimento para que a igreja volte aos princípios de simplicidade e não de riqueza.

Direto do Vaticano 4
Angelo Scola, cotado para o posto de papa, levou um cabo eleitoral de Milão. Cerca de 200 pessoas foram à Roma só para acompanhar sua missa, anteontem.

Galera à deriva - ROSELY SAYÃO

FOLHA DE SP - 12/03

O adolescente precisa da tutela do adulto; mesmo que pareça o contrário, ele não quer ficar sem direção


Estamos um tanto quanto perdidos nos relacionamentos que estabelecemos com os mais novos, ocupem eles o papel de filhos ou de alunos.

Num tempo em que ser jovem é o desejo de todas as pessoas, de crianças a velhos, o papel educativo, que é responsabilidade dos adultos, entra em declínio principalmente por causa das atitudes destes últimos.

Quando conversamos com crianças, falamos como se elas percebessem e entendessem o mundo da mesma maneira que nós. Damos ordens e queremos que aprendam que essas ordens devem ser atendidas para sempre, daquele momento em diante.

Fazemos "combinados", que são pequenos contratos, como se elas pudessem bancar sua parte nesses acordos.

Damos explicações complicadas a respeito dos fatos do mundo e, paradoxalmente, protegemos as crianças de tudo. Tudo mesmo. Ou seja: de um lado, tratamos as crianças como se já fossem jovens e, de outro, não reconhecemos seu potencial para aprender a avaliar as situações e perceber seus riscos.

E com os adolescentes, como temos agido?

Aí é que a situação se complica. Pelo que tenho observado, como nós tratamos as crianças como se elas fossem jovens, quando elas se tornam adolescentes há uma tendência a considerá-las adultas antes da hora, antes da entrada na maturidade.

Acontece que a tutela dos adolescentes por parte dos pais e dos professores é fundamental para a finalização do processo educativo e de formação. Sem a presença educativa adulta nessa parte do processo, muitos adolescentes têm ficado à deriva nesse período tão importante da vida.

Dou um exemplo para ilustrar a maneira como estamos expondo os jovens a certo tipo de vivência.

Um conhecido, que me contou o ocorrido, estava em uma calçada conversando com um grupo quando viu chegar um carro dirigido por um rapaz. Ao lado dele, uma garota, com pouco menos de 18 anos, estava com quase todo o corpo para fora da janela do veículo.

O motorista estacionou o carro e esse meu conhecido, sem hesitar, foi imediatamente conversar com a garota. Falou dos perigos que ela corria ao andar no carro daquela maneira, explicou o que poderia acontecer e, nesse momento da conversa, deu-se conta de que a garota poderia reagir mal à abordagem. Ele pensou que ela poderia dizer que ele nada tinha a ver com aquilo, por exemplo. Então se desculpou com a garota por sua intervenção e esperou a reação dela.

Entretanto, a garota o surpreendeu. Dirigiu-se a ele com muito respeito e, logo após sair da posição em que estava no carro, disse que não via motivo algum para que ele se desculpasse porque estava fazendo justamente o que a mãe dela deveria fazer, ou seja, cuidando dela.

Você percebe, caro leitor, o lamento por trás da manifestação dessa jovem? O que ela disse foi que, por sentir-se sem o acompanhamento cuidadoso de um adulto responsável, era capaz de se colocar em situações de perigo.

Muitos adultos acreditam que o jovem quer ser liberado dos cuidados de pais e responsáveis e se sente muito melhor vivendo desacompanhado. Não é verdade.

Claro que os jovens reclamam das orientações que recebem, tentam transgredir as normas que devem acatar, rebelam-se contra os adultos que os acompanham. Mas tudo isso faz parte do jogo.

Talvez seja a maneira que eles têm de agradecer a companhia que fazemos a eles neste momento em que vivem.


Carter na berlinda - MAC MARGOLIS

O Estado de S.Paulo - 12/03

Quando o ex-presidente americano Jimmy Carter fala, os líderes mundiais ficam atentos. Mesmo quando não gostem do que diz. Assim foi no caso dos militares argentinos e chilenos, que chamaram de "ingerência" as críticas de Carter aos anos de chumbo latino.

O general Ernesto Geisel desconfiou que, por trás da bandeira de direitos humanos da Doutrina Carter, ocultavam-se desenhos hegemônicos da Pax Americana e acabou rompendo o antigo acordo militar com Washington.

De bronca em bronca, ele construiu seu prestígio como um guerreiro global da liberdade democrática que ainda moralizou a cínica política internacional americana.

Carter pode ter decepcionado na Casa Branca, mas conquistou uma sobrevida brilhante que lhe trouxe honrarias, honorários e holofotes. Até hoje, o aval do Centro Carter, fiscal-mor de eleições internacionais, é venerado como o padrão ouro para democracias incipientes e aviso prévio para autocratas na berlinda.

Mas o globo também gira. Hoje os déspotas amam as urnas e as usam como purpurina para democrata ver. As críticas a Carter partem agora não dos quartéis, mas de seus antigos bastidores democráticos.

Veja na Venezuela, uma nação rachada entre o luto e a euforia por Hugo Chávez. Na mídia, nas universidades e nas trincheiras da oposição ao governo bolivariano, rejeição ao americano só cresce. "Fora Carter" e "não se meta" são os refrãos mais ouvidos em Caracas.

O inconformismo não é de agora e foi impulsionado pelo papel que Carter desempenhou em "avalizar" as eleições na gestão chavista. De 1998 a 2004, Carter foi presença fácil na Venezuela, sempre ao convite do governo Chávez. Em todas as vezes, foi só elogios ao processo e a lisura dos pleitos. Foi muito além da vista grossa.

Quase ninguém disputa a popularidade de Chávez, um comunicador por excelência, com simpatia e carisma raros. E, diferente dos generalíssimos clássicos, não mandou rechear urnas com votos de mortos nem sumia com os dissidentes. Mas driblou as leis ao seu bel-prazer e abusou dos decretos palacianos. Ainda potencializou sua vantagem loteando o conselho eleitoral de juízes amigos e retalhando zonas eleitorais para favorecer distritos chavistas.

Sim, deixou a oposição falar, mas lhe caçava a palavra ao invadir as redes nacionais (mais de mil vezes, ao todo) para transmitir intermináveis discursos de campanha, embalados como informes de interesse nacional.

E, quando os adversários insistiam, inventou moda. Em 2004, Chávez sobreviveu a uma votação para precipitar sua saída do poder, mas não perdoou. Quem votou contra o bolivariano teve seu nome divulgado para a imprensa e milhares perderam seu emprego. Carter nada falou. Desta vez e em todas as eleições que se seguiram.

Até quando estava longe do país, nunca deixou de afagar o chavismo. Há alguns meses qualificou o processo eleitoral venezuelano com "um dos melhores do mundo". Detalhe: isso foi em 25 de setembro, duas semanas antes da eleição presidencial - desqualificando de antemão qualquer protesto que viria.

Carter já apanhou antes. Mas a crítica - feita por déspotas e radicais raivosos - só aumentava sua reputação. Agora, a bolha começa a estourar.

Talvez seja exagero afirmar que Carter tenha colocado seu prestígio à venda, como acusou Alan Dershowitz, ilustre advogado que o acusou de aceitar doações milionárias de xeques que pregavam a destruição de Israel. (Em tempo: o Centro Carter não se pronuncia sobre direitos humanos no Oriente Médio.)

Mas, quando Carter emenda sua carta de condolência aos parentes de Chávez com loas à "visão" do bolivariano e aufere seu "compromisso para melhorar a vida de milhões de compatriotas", não admira que muitos democratas deixam de bater palmas.

"Habemus crisis" - JOÃO PEREIRA COUTINHO

FOLHA DE SP - 12/03

Olhando para a própria Cúria Romana, é difícil encontrar um período mais negro do que o atual


Começa hoje o conclave para a eleição do novo papa e o tom é apocalíptico. Leio na imprensa que a Igreja Católica enfrenta a maior crise da sua história. São escândalos sexuais, corrupção financeira, lutas de poder dentro da Cúria.

Sem falar da incapacidade de Roma para se adaptar ao mundo moderno, ordenando mulheres para o sacerdócio, terminando com o celibato dos padres e abençoando o uso da camisinha. Estou alarmado. Quem, em juízo perfeito, não estaria?

Até porque a história da igreja é, ao longo dos seus 2.000 anos, um invejável reinado de paz onde a palavra "crise" nunca foi conhecida.

Sim, se quisermos ser absurdamente rigorosos, podemos afirmar que a história da igreja não começou bem: o seu fundador foi torturado e morto pelas autoridades romanas no tempo de Tibério. Mas, tirando esse pormenor, o que veio a seguir?

Historiadores histéricos, que obviamente não conhecem os escândalos de pedofilia, falam de perseguição aos cristãos antes da conversão de Constantino (século 4) e alguns, como Tácito, deixaram páginas brutais sobre a brutalidade de Nero para com a seita.

Mas todos sabemos que, depois da conversão do imperador, o cristianismo hibernou durante 2.000 anos.

Desafios doutrinais, como o gnosticismo ou o arianismo, são mais mito que realidade e jamais provocaram abalo entre os cristãos. As invasões bárbaras, que destroçaram o Império Romano, também não foram sentidas pela igreja.

Nem as invasões bárbaras, nem as invasões dos exércitos de Maomé, que proporcionaram piqueniques multiculturais entre monges e muçulmanos, com os budistas a tocar flauta.

E, sobre as relações entre a igreja e os Estados imperiais, todos sabemos que o convívio foi pacífico durante a Idade Média. A "questão das investiduras", por exemplo, não passou de uma sucessão de zangas de namorados entre papas e imperadores.

Aliás, olhando para a própria Cúria Romana, é difícil encontrar um período mais negro do que o atual.

Historiadores histéricos, uma vez mais, falam de papas homicidas, corruptos, sodomitas, envenenados etc. ao longo do período medieval -um caldo de miséria moral que levou Gregório 7º à exasperação reformista.

Alguns vão mais longe e escrevem mesmo sobre as rivalidades entre os papados de Roma e Avignon. Nunca acreditei nisso.

Claro que até um cético como eu, para quem a crise atual da igreja não tem paralelo, tem de reconhecer os incômodos causados pela reforma protestante do século 16.

A reforma, dizem os livros, significou um cisma profundo na unidade da fé cristã (isso se esquecermos a forma simpática, quase amigável, como Roma e Constantinopla se excomungaram mutuamente séculos antes).

Mas a Europa quase não sentiu a reforma e as guerras religiosas (e políticas) de que se falam carecem de fundamentação histórica. Henrique 8º, na minha interpretação dos fatos, apenas queria ser livre para amar.

De resto, a Igreja Católica nunca viveu em crise com o iluminismo continental (Voltaire era visita frequente do Vaticano) e, sobre a Revolução Francesa, enfim, o óbvio: um dos momentos mais belos na existência da instituição.

Digo "um dos mais belos", e não "o mais belo", porque esse só viria em 1917, quando Lênin chegou ao poder. Ou terá sido em 1949, com Mao Tsé-Tung?

Um historiador com tendência para o dramatismo diria que a história da Igreja Católica é, no essencial, a história das crises da Igreja Católica. E da forma como a igreja resistiu a elas.

Um historiador com tendência para o dramatismo, ao ter consciência desse passado, poderia também dizer que as crises de hoje são importantes, sem dúvida.

Começando nos casos de pedofilia (que merecem punição exemplar) e terminando nas perseguições anticatólicas da China, do Egito ou do Sudão (um fato ignorado pelos sábios da mídia), o próximo papa terá muito com que se ocupar.

Mas esse historiador diria igualmente que os problemas de hoje, quando comparados com os problemas do passado, são quase uma brincadeira de crianças.

Só que esse historiador não lê jornais nem assiste à TV. Se lesse ou assistisse, deixaria os livros poeirentos em paz e, de joelhos perante o Altíssimo, faria as suas preces antes do juízo final.

Nova era nuclear - ANTÔNIO E. F. MULLER

O GLOBO - 12/03

A geração de energia nuclear está prestes a entrar em uma nova era no Brasil. Depois das experiências vitoriosas de Angra I e Angra II, com Angra III já em curso, nossos olhares precisam continuar focados no futuro. Precisamos de energia para continuar a ter a nossa economia forte, proporcionando oportunidades e mais riquezas para o brasileiro.

O país já está maduro e com conhecimento suficiente para tirar do governo a responsabilidade de ter que financiar a construção das novas usinas nucleares. Esta responsabilidade pode e deve ser repassada para a iniciativa privada, que quer arcar com o desenvolvimento dos projetos e sua construção. Até a operação da usina poderia ser feita sem a participação do governo federal. Apoiamos esta iniciativa, já levada ao Congresso , em forma de um Projeto de Emenda Constitucional.

Propomos também a criação urgente de uma Agência Reguladora Nuclear, nos moldes da ANP, Aneel e ANS, por exemplo. Mas não basta apenas criar essa agência. É preciso realocar os órgãos executivos, hoje subordinados a CNEN - Comissão Nacional de Energia Nuclear -, em uma outra entidade. O papel da comissão precisa ser revisto, deixando de ser regulatório, dedicando-se apenas à questão de pesquisa e desenvolvimento. A CNEN é um órgão licenciador e tem sob seu comando um órgão produtor - como as Indústrias Nucleares Brasileiras - que promove a mineração de urânio, seu transporte, transformação, enriquecimento e a fabricação do combustível. Ou seja, é o órgão fiscalizador quem fiscaliza sua própria produção. Há um claro conflito de interesses.

Precisamos dar andamento aos novos projetos de produção de energia nuclear em nosso país. Não podemos ter um novo lapso no tempo entre a construção das usinas, como houve com Angra II e Angra III. Há uma grande necessidade de formarmos mão de obra especializada, mas a realidade é que estamos sob um grave risco de perdermos o conhecimento que adquirimos a duras penas, com sacrifícios, treinamentos e investimentos. Para se ter uma idéia, neste momento 65 usinas nucleares estão construídas.

No Brasil há um grande desconhecimento sobre o nosso potencial de geração nuclear de energia. Ela é a que menos emite C02 na atmosfera. Além disso, somos uns dos três países no mundo a possuir a tecnologia completa do ciclo combustível e reservas de urânio. Ao nosso lado, somente a Rússia e os Estados Unidos.

Permito-me aqui citar Sêneca, um dos maiores filósofos do Império Romano. Primeiramente para contrariá-lo, quando disse que "É preciso dizer a verdade apenas a quem está disposto a ouvi-la". A Abdan está disposta a falar a verdade, principalmente para aqueles que não querem ouvi-la e que se fecham para o potencial benéfico da energia nuclear. E, para finalizar, lembrar um outro pensamento dele que pode servir de inspiração aos parlamentares que votarão a PEC: "Não é porque não ousamos fazer que as coisas são difíceis. Elas são difíceis porque não ousamos fazer."

Ueba! Começa o Big Papa Vaticano! - JOSÉ SIMÃO

FOLHA DE SP - 12/03

Vai ter paredão, prova do líder, anjo? A gente vai poder ligar para o Vaticano para eliminar o bispo do dia?


Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! É hoje! Começa o conclave! Todo mundo de pescoço duro olhando para a chaminé! Vai dar torcicolo na Ilze Scamparini. Se fosse por tempo de serviço em Roma, a Ilze Scamparini seria papa! E aqueles cardeais de preto e vermelho? Eles torcem pro Flamengo ou pro Milan?

Começa o Big Papa Vaticano! Vai ter paredão, vai ter prova do líder, vai ter anjo? A gente vai poder ligar para o Vaticano pra eliminar o bispo do dia?!

E eu quero fumacinha verde e amarela! Quero trio elétrico! E essa piada pronta de São Paulo: "Passeata 'Fora, Feliciano' cruza com a passeata 'Fora, Renan'". E por pouco não cruzaram com a passeata "Fora, Marin"! Rarara! E o que dá um cruzamento do pastor Feliciano com o Renan? É melhor não cruzarem. Não cruzem. Não procriem!

Rarara!

E adorei a charge do William com o pastor Feliciano da Comissão dos Direitos Humanos: "De comissão eu entendo! Já esse tal de humano eu nunca entendi direito do que se trata!". E ele é racista, homofóbico, fundamentalista, usa chapinha, faz a sobrancelha, depila o peito e aposto como já foi fã da Lady Gaga!

E o Vasco? O Vasco é tetra vice! Viceado em vice! Muda de nome pra Vice da Gama! O campeão muda mas o vice é fixo! Mas isso é histórico, é carma: Vasco da Gama foi vice-rei das Índias! E o Vasco não perdeu o título, o Vasco teve um AVC: Adoramos Vice Campeonato! Rarara! O Vasco é o Vice de Todos! E como disse o tuiteiro Lord Vader: o Vasco é a prova que o futebol não é uma caixinha de surpresa!

E lá na Chavezuela tá todo mundo cantando o grande hit: Eu quero Che/ Eu quero Che/ Eu quero Chávez!". E a manchete do site Sensacionalista: "No McDonalds da Venezuela, Hugo Chávez vira boneco do McLanche Feliz!". E essa direto da Chavezuela: "Um iogurte equivale a 3 tanques de gasolina no país". Então bebe três tanques de gasolina! É melhor que iogurte! Rarara! É mole? É mole, mas sobe!

O Brasil é Lúdico! Eu sou da teoria que no Brasil todo mundo escreve errado, mas todo mundo se entende. Olha essa placa: "Concerta-se sselula e relojo". E essa direto de Porto Alegre: "Apoio Insticucional da Prefeitura de Porto Alegre". Rarara! Nóis sofre, mas nóis goza. Hoje só amanhã!

Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!

Pobre Papa - HÉLIO SCHWARTSMAN

FOLHA DE SP - 12/03

SÃO PAULO - Hoje eu vou discordar do editorial da Folha de domingo e de boa parte dos comentaristas de religião que afirmam que os ensinamentos da Igreja Católica exercem influência no conjunto da sociedade, o que justificaria o clima de torcida por um papa mais afeito com nossas próprias convicções.

Num sentido muito trivial, o Vaticano, por existir no mundo sublunar, nele causa alterações. Mas, se não estou enganado, não se pretende aludir aqui ao estatuto ontológico do Vaticano, e sim a suas posições, em especial no campo da moral e da sexualidade. Se essa interpretação é correta, estamos diante de uma questão empírica. Que venham, então, os dados.

Pesquisa Datafolha de 2007 mostrou que, embora a igreja condene o uso da camisinha, 94% dos católicos brasileiros o defendiam, percentual idêntico ao da população geral. Em relação ao divórcio, os católicos estavam até mesmo à esquerda do conjunto dos brasileiros e dos evangélicos. A proporção dos que defendiam o instituto era de 74%, 71% e 59%, respectivamente. Os católicos também estavam mais próximos do brasileiro médio do que da Santa Sé em várias outras questões, como aborto, eutanásia, casamento gay e adoção de crianças por homossexuais.

Aparentemente, os católicos não têm problema para pôr em prática convicções contrárias às da igreja. Dados do Registro Civil de 2006 mostram que a proporção de católicas divorciadas, separadas ou desquitadas era de 8,5%, praticamente a mesma da população (8,8%).

A moral da história é que, em matéria de costumes e sexo, o papa já não convence nem os católicos, menos ainda o conjunto da sociedade -graças a Deus, ouso acrescentar.

Esses achados estão em linha com trabalhos feitos em diversos países que mostram que a religião, pelo menos no mundo moderno, interfere muito menos do que se imagina no comportamento e nos juízos éticos das pessoas.


Algumas diferenças - VLADIMIR SAFATLE

FOLHA DE SP - 12/03

Em sua última coluna ("Dilemas e cartilhas", "Ilustrada", 7/3), Contardo Calligaris levantou uma série de objeções interessantes a respeito dos problemas indicados por mim e por Marcelo Coelho sobre sua maneira de insistir em certos paradoxos morais. Talvez esta seja a ocasião de levantar dois pontos que reflexões sobre filosofia moral não podem negligenciar.

Primeiro, a discussão sobre a eficácia de determinadas ações não pode sustentar-se na limitação artificial de suas consequências. Nesse sentido, falar em eficácia da tortura é tão racional quanto perguntar-se sobre a eficácia de um remédio contra dor de dentes, mas que infelizmente provoca ataque cardíaco.

Tomemos o exemplo das torturas (de eficácia duvidosa, diga-se de passagem) feitas para encontrar e matar Bin Laden. O que elas produziram? Notem que o verdadeiro objetivo nunca foi matar Bin Laden, mas transformar os EUA em um "lugar mais seguro". Nesse sentido, tais torturas apenas deixaram o verdadeiro objetivo ainda mais longe.

Antes, os cidadãos norte-americanos viviam em um país cujos governantes não temiam recorrer a torturas, execuções extrajudiciais, quebras de liberdades individuais e vazios jurídicos, quando entendiam que o país corria perigo, mas precisavam fazer isso em silêncio. Hoje, eles vivem em um país que não vê problema em declarar abertamente que faz tudo isso, como se esse fosse um mal menor diante do verdadeiro problema.

Assim, além da insegurança provocada pela Al Qaeda, agora os norte-americanos devem levar em conta a insegurança provocada pelo seu próprio governo, envolto em um estado de exceção permanente.

Segundo ponto: a enunciação de um "paradoxo moral" não pode negligenciar a experiência histórica a ele normalmente associado.

Durante décadas, "paradoxos" do tipo "você torturaria alguém com informações que poderão salvar a vida de seu filho" foram usados como a premissa maior de argumentos do gênero: "Da mesma forma que um pai deve proteger seu filho, governantes devem proteger seu povo; logo...".

Ignorar que a enunciação desse paradoxo porta uma experiência histórica dessa natureza não é moral. Esse é o problema de pensar questões morais de maneira abstrata, negligenciando a maneira com que certos enunciados circulam na história.

Diga-se de passagem, nunca entendi porque os interessados em paradoxos morais no Brasil raramente colocam problemas do tipo: "Alguém que certamente será torturado, provavelmente até a morte, bate à porta de sua casa pedindo ajuda. Caso aceite, você colocará em risco a tranquilidade de sua família.

O que fazer?".

Municípios fluminenses sob risco de colapso - EDITORIAL O GLOBO

O GLOBO - 12/03
Se a situação financeira dos cofres estaduais será muito problemática, como mostram as projeções que dão a verdadeira dimensão do desequilíbrio entre receitas e despesas, mais dramática ainda ficará a de municípios do Rio de Janeiro, com a redução da arrecadação de royalties e participações especiais do petróleo nos moldes do que foi aprovado pelo Congresso Nacional. Nada menos que 87 municípios fluminenses têm repasses de royalties incorporados a seus orçamentos para a realização de investimentos ou pagamento de dívidas. Desses 87, sessenta de imediato seriam desenquadrados da Lei de Responsabilidade Fiscal, sujeitando os prefeitos a punições severas, não só no âmbito administrativo, mas também no criminal. E desses 60, estima-se que 20 teriam de declarar falência, por absoluta incapacidade de restabelecer o equilíbrio orçamentário sem a presumida receita de royalties.

Não se trata, portanto, de uma disputa por recursos excedentes. De fato, a decisão do governo expôs vários entes federativos ao descumprimento de uma das leis mais importantes para o país, a de Responsabilidade Fiscal. A economia brasileira passou a ser vista com outros olhos desde que o país adotou regras que impedem políticos e governantes de ultrapassarem certos limites na contratação de despesas futuras.

Assim, o que o Congresso fez não apenas feriu seriamente entes federativos que teria a obrigação de proteger dentro de um pacto nacional que embasa o espírito de toda a legislação brasileira, mas também introduziu um fator de incerteza na política econômica, além de perturbar o andamento de futuros investimentos na indústria de petróleo, com reflexos negativos para a arrecadação de tributos, geração de renda e emprego até mesmo fora das áreas de exploração e produção.

Com a suspensão de pagamentos a fornecedores e prestadores de serviços por parte do governo estadual e de prefeituras fluminenses, o impacto da decisão do Congresso já está ocorrendo. É uma situação que não pode perdurar. De fato, tanto o estado como dezenas de municípios perderiam completamente sua capacidade de investimento no curto prazo se efetivada a decisão do Congresso. É uma questão que deveria ser tratada como urgência urgentíssima pelos altos escalões do governo federal. Não é um problema que se restrinja ao Rio de Janeiro, ao Espírito Santo ou a São Paulo. Agora é um problema do Brasil.

O desgaste institucional que o país está sofrendo por essa disputa pelos royalties, somado ao risco de meia trava por parte de investidores potenciais na exploração e na produção de petróleo, é imensurável. Até que o Supremo Tribunal Federal (STF) se pronuncie sobre essa disputa, o estrago estará feito. Tanto melhor que se consiga encontrar uma solução política para essa questão.

Porta giratória na ANS - EDITORIAL FOLHA DE SP

FOLHA DE SP - 12/03

Órgão controlador do setor privado de saúde constitui bom exemplo dos equívocos do governo do PT no que toca às agências reguladoras


Quase 50 milhões de brasileiros confiam sua saúde aos planos privados de assistência médica. Embora paguem os impostos que mantêm o Sistema Único de Saúde (SUS), fogem do legendário mau atendimento para cair na malha de cerca de 1.300 operadoras particulares -da cruz para a caldeirinha, seria o caso de dizer.

O atendimento na rede privada -mercado em expansão, que já atrai interesse de investidores internacionais- é cada vez mais parecido com o do SUS, com muitas filas e empecilhos para realizar consultas e exames. Isso quando não ocorre a simples recusa de tratamento, em especial os mais complexos e caros. As reclamações à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) sobre negativas de acesso mais que dobraram entre 2010 e 2011, de 13.370 para 29.288.

Só em 2012 o setor passou a ser mais pressionado pela ANS, que em outubro suspendeu a comercialização de três centenas de planos. Mas o desempenho da agência reguladora ainda fica longe de representar eficazmente os interesses da população, como mostraram reportagens desta Folha.

O jornal se debruçou sobre 765 processos abertos por denúncias de irregularidades que foram julgados pela ANS em janeiro e fevereiro. Descobriu que 68% deles tramitavam havia cinco anos ou mais.

Como as regras para operadoras mudam a toda hora, muitos desses processos perdem o objeto antes de julgados e terminam arquivados. A ANS, que tem 1.185 funcionários, justifica a demora pela obrigatoriedade de seguir um processo legal, com várias fases de defesa e recursos, que depois podem dar ensejo a ações na Justiça.

Vários administradores da ANS provêm de altos cargos nas operadoras ou acabam voltando a trabalhar no setor, circulação apelidada de "porta giratória". Não surpreendem, em face de tal promiscuidade, episódios como o da suspensão voluntária de 109 planos pela Unimed Rio apenas um dia antes da divulgação dos que teriam a venda banida pela agência -de pronto acompanhada pelo pedido de registro de 40 novos planos.

Há quem associe isso ao fato de que, em 2010, 48 operadoras tenham repassado R$ 11,8 milhões para campanhas políticas. Segundo os pesquisadores Mário Scheffer (USP) e Lígia Bahia (UFRJ), os recursos doados a partidos aumentaram mais de 700% desde 2002.

Quando chegou ao governo federal, o PT bradava contra a "captura", por interesses privados, das agências reguladoras criadas pelo PSDB. Há dez anos no poder trabalha para tirar-lhes autonomia e loteá-las entre políticos. Os resultados da recaptura estão à vista, e não só nos serviços de saúde.


O mundo gira sem o Mercosul - EDITORIAL O ESTADÃO

O Estado de S.Paulo - 12/03

O governo argentino pretende arrancar mais vantagens do Brasil, em mais uma revisão do acordo automotivo assinado em 2000 para acabar em 2005, mas a partir daí prorrogado várias vezes. Em toda prorrogação foram fixados novos benefícios para o lado argentino, por meio de fórmulas calculadas para dispensar aquele sócio de se tornar competitivo. A nova esperteza argentina é mais uma comprovação do erro cometido pelo governo petista, há dez anos, quando optou por um regionalismo ingênuo inspirado em bandeiras terceiro-mundistas.

Na última negociação, o acordo foi estendido até 2013. A partir daí valeriam normas de livre comércio, mas a presidente Cristina Kirchner decidiu mudar o jogo mais uma vez. Comércio aberto está fora da agenda da Casa Rosada. O assunto estava na pauta do encontro bilateral marcado para a semana passada e suspenso por causa da morte do presidente Hugo Chávez.

Desta vez, o governo argentino quer, além da extensão do pacto bilateral, a fabricação, em seu país, de parte dos produtos incluídos no programa brasileiro Inovar-Auto. Em outras palavras, a indústria instalada na Argentina deve ganhar, se Brasília estiver de acordo, uma carona em um programa custeado pelo contribuinte brasileiro. Será uma surpresa se, no fim da história, a presidente Dilma Rousseff recusar mais esse mimo à companheira Cristina Kirchner.

Há vários anos o governo brasileiro vem moldando boa parte de suas decisões estratégicas de acordo com os interesses definidos em Buenos Aires. Foi assim no episódio da suspensão do Paraguai e da admissão da Venezuela como quinto membro do Mercosul. Nas negociações com a União Europeia sempre prevaleceram as restrições argentinas, mesmo quando o Itamaraty se mostrou disposto ao entendimento com os europeus.

Na adiada reunião bilateral com a companheira Cristina Kirchner, a presidente Dilma Rousseff havia se preparado para anunciar novas concessões, como a participação do BNDES no financiamento de obras de infraestrutura e a abertura de uma cota para importação de camarões argentinos. A pauta deveria incluir também assuntos menos agradáveis, como as dificuldades da Vale para executar um projeto de exploração de potássio. Sem um acordo para compensar a alta de custos causada pela inflação e outros problemas de relacionamento com o setor público, a companhia poderá suspender o investimento.

Crescentemente atolado no difícil relacionamento com a Argentina, o governo brasileiro tem espaço cada vez menor para se ajustar às novas condições do mercado internacional. Formalmente, o Mercosul é uma união aduaneira, embora nem chegue a funcionar de modo satisfatório como área de livre comércio. Como sócios de uma união aduaneira, os países-membros devem respeitar a regra da tarifa externa comum. Por isso, podem negociar acordos comerciais apenas em bloco. Toda concessão tarifária a qualquer parceiro de fora depende da aprovação dos demais.

Até agora, o Mercosul negociou poucos acordos de livre comércio, sempre com parceiros em desenvolvimento e, em alguns casos, sem relevância econômica para o Brasil. Enquanto isso, acordos bilaterais e inter-regionais multiplicam-se em todo o mundo, sem a participação do Brasil. Ou seja, o Brasil está cada vez mais fora do jogo relevante para o comércio internacional. Os EUA empenham-se em concluir um acordo com parceiros do Pacífico. O entendimento inclui vários países em desenvolvimento da Ásia e da América Latina e em breve poderá incluir também Japão e Coreia do Sul. Ao mesmo tempo, autoridades americanas e europeias dão os primeiros passos para um acordo de comércio e investimentos entre os dois lados do Atlântico Norte. Para Jeffrey Schott, do Peterson Institute for International Economics, o Brasil errou tanto na Rodada Doha, ao se aliar à Índia e à China, como na agenda bilateral, amarrada ao Mercosul. Os fatos, até agora, confirmam esse diagnóstico.

DUPLA DINÂMICA - MÔNICA BERGAMO

FOLHA DE SP - 12/03

Os atores Marília Pêra e Miguel Falabella, no ar em "Pé na Cova", estrearam o musical "Alô, Dolly" no teatro Bradesco, com sessão para convidados, na sexta; o espetáculo fica em cartaz até junho

CAMA QUENTE
As tarifas médias de hotéis voltaram a subir em São Paulo. O preço no mês de janeiro foi 11,8% maior que o do mesmo período do ano passado.

LADEIRA
A tarifa média de 2012 fechou em R$ 295,19. No ano anterior, ela chegou a
R$ 240,34. O salto de um ano para o outro, portanto, foi de 22,8%. A inflação ficou em 5,84%.

TENDÊNCIA
Já em 2011, o aumento em relação ao ano anterior tinha sido de 16,8%, contra inflação no ano de 6,5%.

MAIS UM
Pedro Estevam Serrano, advogado e professor de direito constitucional da PUC-SP, tem apoio de setores importantes do PT para a vaga de ministro do STF (Supremo Tribunal Federal). O governo de Dilma Rousseff procura uma "terceira via" entre as duas correntes que já haviam se alinhado com outros candidatos.

CORRENTE
O desembargador paulista Fausto De Sanctis destoa das entidades de classe que condenaram Joaquim Barbosa, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), por críticas à magistratura. "O ministro expressou sua percepção do Poder ao qual pertence", diz. Barbosa afirma que os juízes brasileiros têm mentalidade "pró-impunidade".

CORRENTE 2
De Sanctis, que se tornou célebre como juiz ao condenar crimes de colarinho branco, afirma: "O discurso extremado garantista, que não é próprio do ponderado exercício do Poder Judiciário, tem servido de blindagem às elites que se opõem à sujeição igualitária da lei".

TIPO EXPORTAÇÃO
O estudo do Hospital das Clínicas da USP que apresenta técnica menos invasiva e sem anestesia geral como alternativa à cirurgia mais comum de próstata será publicado no "Journal of Vascular and Interventional Radiology". Os médicos Francisco Carnevale e Alberto Antunes dão conferência hoje nos EUA para iniciar parceria com centros de pesquisa do país.

LADO A LADO
Em meio à polêmica por causa de sua posse na presidência da Comissão de Direitos Humanos, o deputado pastor Marco Feliciano (PSC-SP) está sorteando passagens para fiéis que queiram passar um fim de semana ao seu lado. Quem comprar uma caixa de 12 DVDs por R$ 149 concorre ainda a hospedagem e alimentação para acompanhar o parlamentar a Camboriú (SC).

VIRTUAL
O site do pastor coloca à venda também oito livros, dois documentários, um CD e 70 DVDs assinados por ele. E faz campanha para que seguidores se tornem "sócios contribuintes", dando dinheiro para que Feliciano possa montar um sistema de "auxílio espiritual" por telefone ou internet.

A PARTIDA
Por causa das gravações da nova novela das 21h da Globo, "Amor à Vida", Susana Vieira vai deixar o elenco da peça "A Partilha". O espetáculo segue em temporada em SP até o fim do mês e depois viaja pelo Brasil. Ainda não há nome da atriz que substituirá Susana na turnê.

ABELHA-RAINHA
"Estou no núcleo principal da novela, sou mulher do Antonio Fagundes e mãe do Mateus Solano, que será um gay do mal, tá, meu bem? Estou gravando muito já", disse a atriz à coluna.

ALUGA-SE
A doceria Dulca da rua Oscar Freire fechará as portas no dia 30. O motivo oficial é que o proprietário pediu o imóvel. Mas lojistas da região dizem que o preço das locações está atrapalhando os negócios. O aluguel mensal de um espaço de cerca de 35 m², como o ocupado pela Dulca, chegaria a R$ 22 mil.

ALUGA-SE 2
Há dez dias, na mesma rua, a sorveteria Häagen-Dazs também encerrou suas atividades.

NÃO FIQUE PARADO
A mostra "MOVE!", de artes e moda, com curadoria da americana Cecilia Dean, foi aberta na sexta, no Sesc Belenzinho. Os artistas Vik Muniz e Ricardo de Castro e o estilista Francisco Costa, da Calvin Klein, criaram instalações para o projeto.

PIVÔ NA PONTE
A ex-modelo Andrea Dellal foi a embaixadora do Elle Summer Preview, no sábado, na ponte Octavio Frias de Oliveira. A apresentadora Ana Hickmann, a estilista Lenny Niemeyer e a empresária Anna Claudia Rocha assistiram aos desfiles. Caetano Veloso e o Trio Preto +1 se apresentaram na festa do evento.

CURTO-CIRCUITO
Fê Lemos, baterista do Capital Inicial, lança o livro "Levadas e Quebradas", às 19h30, na Livraria Cultura do shopping Bourbon.

Vivara, Mares e Fillity promovem hoje eventos de lançamento de coleção, nos Jardins.

Guga de Oliveira autografa "Os Filmes que Vi com Meu Pai", no restaurante Pasquale, às 19h.

A galeria Paralelo apresenta performance e abre mostra de Angela Freiberger, às 19h30, em Pinheiros.

Cruzada feminista - ILIMAR FRANCO


O GLOBO - 12/03

Os governadores serão chamados a se somar à cruzada que o governo Dilma vai iniciar para reprimir a violência contra a mulher. Amanhã, quando a presidente lançar o programa "Mulher Sem Violência", eles serão chamados a assinar um pacto contra a violência, que implica no rigor na aplicação da Lei Maria da Penha e na repressão à exploração sexual e ao tráfico de mulheres.

Governo do Rio, pesquisa do PT
Lindbergh Farias (PT) tem 28%, Anthony Garotinho (PR), 21%; o vice Luiz Fernando Pezão (PMDB), 10%; e "um intelectual tucano", 5%. O Instituto Vox Populi fez mil entrevistas (campo) nos dias 5 e 6 de março. Há cenários com Cesar Maia (DEM), 10%; e Marcelo Crivella (PRB), 12%. Nesse caso, os três da ponta caem. A despeito do desempenho de Pezão, o governador Sérgio Cabral tem 45% de ótimo/bom e 36% de regular. O cientista político Marcos Coimbra conclui: "O PT tem candidatura viável no Rio"; "caso seja mantido o bloco PMDB-PT, o petista tem três vezes o tamanho do outro"; e, "o eleitorado do Rio está fracionado". A sorte está lançada!

Perdas e ganhos
A decisão do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) de apoiar a candidatura Eduardo Campos (PE) é um revés para o PT. Mas também para o PSDB, que perde o apoio da maior liderança popular de oposição em Pernambuco.

Jogo pesado
O governo Dilma coloca como condição de retorno à OEA a eleição de Paulo Vannuchi à Comissão Interamericana de Direitos Humanos. O Brasil retirou seu embaixador e não paga há dois anos sua anuidade, que é a maior depois dos Estados Unidos. Se isso não acontecer, o governo brasileiro entenderá que a OEA não quer o Brasil de volta à organização.

Mais dinheiro para investir
Governadores vão amanhã aos presidentes da Câmara e do Senado. Vão pedir para que seja votado projeto de resolução, do senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), que amplia a capacidade de endividamento anual de 16% para 30%.

Os "sonháticos" atacam
E-mails dos "sonháticos" encheram as caixas de entrada dos servidores dos ministérios, ontem. No e-mail, convite para se filiar ao partido da ex-ministra Maria Silva. Na página do Facebook diz: "Entre em Sonháticos, movimento por nova política. Uma ferramenta de comunicação para organizar, compartilhar e produzir informações sobre a construção de uma Nova Política."

Limpando o terreno
Se depender do PDT, está tudo certo para Manoel Dias assumir o Ministério do Trabalho. Ele era funcionário da liderança do PDT na Câmara dos Deputados, mas já foi exonerado para não haver nenhum impedimento ou conflito de interesses.

A guerra dos royalties (parte 2)
Na bancada federal do Rio, há deputados que apoiam o governador Sérgio Cabral, e também de oposição, que defendem que é preciso abandonar a postura de confronto no STF. Eles dizem que é preciso negociar em busca de uma modulação.

O ministro Aldo Rebelo (Esporte) parou de fumar. Para suportar a abstinência, ele passa seus dias mascando chicletes de nicotina.

Ainda na prancheta - VERA MAGALHÃES - PAINEL

FOLHA DE SP - 12/03

Anunciado com pompa por Dilma Rousseff em rede nacional de TV na última sexta-feira, o pacote pró-consumidor ainda está sendo alinhavado. A presidente reuniu ministros anteontem no Palácio da Alvorada para fechar detalhes do plano, que deve ampliar o poder das agências reguladoras para fiscalizar empresas dos principais setores, como telefonia, aviação e saúde. O governo quer ainda encurtar os prazos para empresas responderem a queixas dos consumidores.

Perfil Há seis meses, a Secretaria Nacional do Consumidor se dedica a traçar o diagnóstico das principais reclamações para embasar o pacote do governo federal.

Colateral Há quem demonstre na equipe da presidente preocupação com a eventualidade de o plano ser tachado de intervencionista já que, desde outubro, o Planalto tem anunciado medidas que interferem em segmentos como o elétrico.

Cifras O pronunciamento de Dilma foi produzido pela Propeg, uma das três agências que atendem a Secom, com supervisão de João Santana. Custou R$ 90.562,50, segundo a Secretaria de Imprensa da Presidência.

Visitinha Em seu programa de rádio, ontem, Dilma anunciou que irá a Pernambuco, viagem adiada quando machucou o pé, em fevereiro. A equipe de Eduardo Campos (PSB) trabalha com duas datas, mas espera que o Planalto divulgue a agenda oficial.

Nordestina Antes disso, a presidente desembarca hoje em Alagoas e vai ainda antes da Páscoa à Bahia e ao Ceará de Cid Gomes (PSB), onde faz inauguração do Minha Casa, Minha Vida no dia 21.

Tipo Net 1 O governo anuncia hoje outro pacote de desoneração, desta vez para acelerar o Programa Nacional de Banda Larga. A renúncia fiscal chega a R$ 6 bilhões em PIS-Cofins e IPI de equipamentos e serviços. A expectativa é de investimentos de R$ 18 milhões até 2016.

Tipo Net 2 A portaria diz que as empresas têm de reduzir diferenças regionais, modernizar redes e massificar o acesso rápido à internet. Os projetos têm de ser aprovados pelo Ministério das Comunicações até 30 de junho.

Consultoria Antes de pressionar Fernando Haddad em busca da antecipação do pagamento de títulos de isenção fiscal (CIDs) para o Itaquerão, Andres Sanchez, do Corinthians, ouviu Lula, avalista informal do estádio.

Firula Sobre a ameaça de paralisação da obra, feita pelo dirigente alvinegro, um haddadista contemporiza: "Parece bravata. O terreno é da prefeitura e as CIDs são cobertas pelo tesouro municipal".

Termômetro Haddad enfrentará amanhã seu primeiro teste na Câmara paulistana. Entrará em pauta o projeto que prevê restituição da taxa da inspeção veicular.

Chamada oral Geraldo Alckmin convocou todo o secretariado para "bater o ponto" quinta-feira no amplo seminário que fará para 2.000 prefeitos e vereadores no Memorial da América Latina.

Comitiva Sérgio Cabral (PMDB-RJ) pediu a Alckmin e Renato Casagrande (PSB-ES) que o acompanhem no STF, amanhã. Levarão ações contra a partilha dos royalties.

Estréia Ideli Salvatti (Relações Institucionais) avisou ontem ao governador Marcelo Déda (PT) que Sergipe será a primeira sede do encontro estadual de prefeitos, dia 26.

Acervo pessoal A ministra Cármen Lúcia doará sua coleção do jornal "Movimento", expoente da resistência à ditadura militar, para a biblioteca do Supremo.

Tiroteio
"Dilma começou a 'fazer o diabo' em matéria de campanha. Grilou projeto tucano em comício de TV dirigido por seu marqueteiro."
DO LÍDER DO PSDB NO SENADO, ALOYSIO NUNES, ironizando expressão usada em discurso pela presidente, na semana passada, em João Pessoa (PB)

Contraponto


Arquivo paroquial


O hoje papável d. Odilo Scherer recebia na Arquidiocese de São Paulo, em setembro de 2012, o então candidato à prefeitura Celso Russomanno (PRB) e aliados. A reunião, agendada após críticas da Igreja Católica a Russomanno, começou tensa, sobretudo porque o cardeal pediu a seu assessor que gravasse a íntegra da conversa.

Quando a conversa estava descontraída, d. Odilo deixou seu gabinete à francesa, com o gravador em mãos. O presidente do PTB paulista, Campos Machado, brincou:

-Achei que tívessemos quebrado o gelo. Ledo engano. Nem tivemos tempo de pedir a fita...

FLÁVIA OLIVEIRA - NEGÓCIOS & CIA

O GLOBO - 12/03

LEI DOS ROYALTIES ENXUGA VERBA DO MEIO AMBIENTE
Nova regra, além de tirar receita do Fecam, reduz a capacidade de financiamento com União e entidades multilaterais

Não bastasse a redução da parcela dos royalties destinada ao Fundo Estadual de Conservação Ambiental (Fecam), a lei que redistribui a renda do petróleo entre os estados ameaça a capacidade de multiplicação de investimentos do Estado do Rio. É que o dinheiro do Fecam, além de bancar projetos de despoluição das águas e saneamento básico, é usado como contrapartida em acordos com o governo federal e com organismos multilaterais. No programa de despoluição da Baía de Guanabara, rebatizado de Psam, os R$ 250 milhões do fundo estadual alavancaram R$ 1,050 bilhão em recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). “Esse projeto, junto com a recuperação das lagoas da Barra e Jacarepaguá, está no caderno de encargos dos Jogos 2016. É compromisso dos governos federal, estadual e da Prefeitura do Rio com o COI”, sublinha Minc. Ano passado, o Fecam recebeu R$ 410 milhões de repasses de royalties (5% do pós e 10% do pré-sal). A previsão para 2013 era de R$ 460 milhões. Se a distribuição mudar, o fundo perderá até R$ 130 milhões. “Além de perder recursos, reduziremos a capacidade de alavancagem. É pancada dupla”, diz Minc

Concorrência
Búzios, na Região dos Lagos, está em campanha pelas competições de vela dos Jogos 2016. A modalidade está prevista para a Baía de Guanabara. Despoluída.

Em crise
A imprensa registrou 1.038 crises empresariais no Brasil em 2012, informa a Imagem Corporativa. Um quarto dos registros foi sobre problemas com consumidores.

Varejo (11%) e aviação (10%) foram as áreas mais citadas. Mas o episódio mais comentado do ano foi a suspensão pela Anatel da venda de chips das operadoras TIM, Oi e Claro.

Milhão
A Unimed-Rio fechou 2012 com patrimônio líquido de R$ 242,4 milhões, alta de 17% sobre o ano anterior. A cooperativa médica ampliou em 50 mil a base de clientes. Está com 900 mil. Planeja bater um milhão este ano.

É seguro
A Yasuda Seguros, do Grupo Sompo, espera crescer 58% no Estado do Rio em 2013. Está de olho nos setores de óleo e gás e automobilístico. “As múltis estão vindo para o Rio, queremos acompanhar o movimento”, diz o diretor Luiz Macoto Sakamoto.

Ecológico
O programa Patentes Verdes, do INPI, já tem 67 pedidos. Deve chegar a cem ainda este mês. É projeto voltado a tecnologias que reduzem impactos ambientais.

Mundo executivo Diretores e gerentes de obras, treinamento e desenvolvimento e engenheiros de petróleo estarão entre os profissionais mais requisitados no Rio de Janeiro este ano. A previsão é da Michael Page, empresa de recrutamento executivo.

“Os mercados de construção e óleo e gás continuam aquecidos. O profissionais de desenvolvimento vão cuidar da estruturação das empresas”, diz Ricardo Guedes, diretor-executivo da consultoria na cidade. Em 2012, as posições de finanças foram as mais requisitas na filial. A área correspondeu a 25% das contratações, seguida de engenharia (14%) e construção (10%). O Rio foi responsável por 33% das vagas da consultoria no setor jurídico e por 26% em banking. Em terceiro, veio a área de TI, com 22%.

R$1,35 BILHÃO ATÉ 2015
É o volume de recursos que o Fecam destinaria a projetos de despoluição de águas e saneamento no Rio. O dinheiro alavanca ria R$ 2,9 bi do PAC e do BID, estima a Secretaria do Ambiente.

‘LOVE IN RIO’
O amor pelo Rio de Janeiro inspirou a nova campanha da operadora Claro. Os anúncios vão ressaltar as diferentes formas de cariocas e fluminenses expressarem admiração pela Cidade Maravilhosa e pelas belezas do estado. Tatuar uma paisagem, por por exemplo. Hoje, entram no ar um par de filmes para TV. Haverá também ações em rádio, revista, jornal, internet e mídia outdoor. A agência Ogilvy & Mather assina.

ROCK
A Limits homenageia os amantes da música na campanha da coleção de inverno 2013. As peças brincam com capas de
de LPs.
O modelo Felipe Roque foi fotografado por Lucio Luna, no Circo Voador, templo do rock. A campanha começa a ser veiculada na web amanhã.
A marca espera alta de 25% nas vendas sobre o inverno 2012.

CAFETERIA
A atmosfera dos cafés inspirou a coleção outono-inverno 2013 da Siberian, de moda masculina e feminina.
O catálogo completo chega às 80 lojas na segunda quinzena deste mês. Foi André Passos que fotografou Ricardo Merini (foto) e Fernanda Sonai no Santo Grão, um dos famosos cafés da capital paulista. 

Sem conserto
A Renault e a Space foram condenadas a indenizar em R$ 20 mil o Grupo Tecla. O veículo da empresa saiu de uma autorizada Renault para a concessionária Space, sem o conhecimento do dono. O conserto durou seis meses. O carro será trocado e parte do IPVA, ressarcida. A decisão é da 3ª Vara Cível do TJ-Rio.

Ambição
O Azeite Andorinha vai ampliar o investimento no Brasil em 30% este ano. Deve bater R$ 8,5 milhões. A intenção é crescer, em 2013, ao menos 23 pontos percentuais acima da média no mercado.

Campeão
A Combrasil Alimentos investiu R$ 1 milhão em linha de produtos com escudos dos quatro grandes times cariocas.
O arroz e o feijão da marca estão na lista. Na rua, na 5ª.

‘Business’
O turismo de negócios no Rio superou o de lazer em 2012. Bateu 48,35%, soma dos 36,17% de hóspedes
avulsos com os 12,18% que vieram para convenções. O lazer representou 29,94%. A pesquisa é de ABIH-RJ e
Fecomércio-RJ. A ocupação média foi de 76,95%, contra 79,08% em 2011. Mil novos quartos em operação.

Barreira
Sete em dez moradores do Rio ouvidos em pesquisa de Bayard Boiteux e Fundação Cesgranrio nunca tiveram contato com turistas estrangeiros. Mas (65%) já trataram com visitantes de outros lugares do Brasil.
É a tal barreira da língua.

Lá fora
Bateram US$ 4 milhões em 2012 as receitas de reservas via agências do Brasil nos hotéis Mandarin Oriental. Foi alta de 20,59% sobre 2011. A diária média paga por brasileiros chegou a US$ 627 (+11,27%). A rede tem 27 hotéis em três continentes.

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

FOLHA DE SP - 12/03

Sem crescer em 2012, fabricante de ovos busca alternativas
Depois de um 2012 sem crescimento nas vendas de produtos de Páscoa, o setor espera para este ano um avanço médio de 5% em 2013.

"É apenas uma projeção do que ouvimos de nossos associados. Uns projetam alta de 2% ou 3%. Calculamos uma média ponderada pelo que produzem", diz Ubiracy Fonseca, vice-presidente do setor de chocolate da Abicab (associação da indústria de chocolate e outros).

As vendas se concentram na última semana anterior ao evento, em particular nos últimos dois dias.

"O brasileiro deixa para a última hora", diz. Não é para menos, as lojas partem para promoções conforme a Páscoa se aproxima. A Abicab afirma não ter estimativa das perdas com ovos quebrados e sobras, que dificultam a negociação com o varejo.

Empresas têm buscado alternativas para engrossar as vendas, como colocar brindes por fora dos ovos.

A Vonpar, do Rio Grande do Sul, foi além e decidiu deixar o negócio de ovos.

"Vamos sair da grande perda do fim da Páscoa e aproveitar a época para vender nossas marcas conhecidas sem formato de ovo e com brinde externo", diz o CEO Claudio Fontes.

"Os ovos ficam em um estado ruim no final. Todos têm de baixar preço para escoar os produtos, que têm data de vencimento curta. Muito investimento para gerar o equivalente a um 13º mês de faturamento não tem retorno."

"Os ovos ficam em um estado ruim no final. Todos têm de baixar preço para escoar os produtos, que têm data de vencimento curto"

CLAUDIO FONTE, CEO da Vonpar

Relógio... A grife de relógios Omega abrirá suas três primeiras lojas no Brasil em abril. A marca é a cronometrista oficial da Olimpíada do Rio.

...suíço O Rio de Janeiro terá duas lojas (uma no Village Mall e outra no shopping Leblon). A unidade em São Paulo será no Cidade Jardim.

PRIMEIROS CONTRATOS
Nos 18 primeiros meses de atuação no Brasil, a Rosetta Stone, que vende para empresas uma plataforma on-line de ensino de idiomas, fechou contrato com Senac, Embraer e Andrade Gutierrez, entre outras.

O Brasil é hoje o sétimo maior mercado da companhia no mundo. A expectativa é que passe a figurar entre os cinco primeiros nos próximos anos, segundo a americana Judy Verses, presidente mundial da empresa.

"O setor no país é bastante competitivo, mas deve crescer muito com os eventos esportivos", disse a executiva, em passagem por São Paulo na semana passada.

A companhia faturou US$ 275 milhões em 2012.

Cerca de 35% dos brasileiros devem contratar, afirma consultoria
Quase um em cada três empresários brasileiros (ou 36%) ouvidos pela ManpowerGroup, especializada em recrutamento, pretende aumentar seu quadro de funcionários no próximo trimestre.

O Brasil é o país que mais deve ampliar suas contratações -ao lado de Taiwan- entre os 42 pesquisados pela companhia.

A Grécia registrou números negativos, o que significa que a população desempregada do país deverá crescer ainda mais.

Entre os Estados brasileiros, os que terão melhor desempenho são Paraná, Rio, Minas e São Paulo, com expectativa líquida de emprego de 35%, 33%, 29% e 27%, respectivamente.

O índice representa a parcela dos empresários que pretendem contratar menos a dos que devem demitir.

O setor de construção civil é o que deve abrir mais vagas nos próximos três meses. A expectativa é de 41%. No trimestre anterior, havia sido de 19%.

Ao todo, 66 mil empregadores foram entrevistados globalmente.

Senha portátil
O Banco do Brasil desenvolveu uma tecnologia que utiliza o celular como senha nas transações financeiras feitas pelo computador.

Com a ferramenta, o cliente usa o telefone para ler um código de barras que aparece na tela do computador. Em seguida, ele recebe no celular informações sobre a transação e um código para digitar, finalizando a operação. O celular não precisa estar conectado à internet.

Antes mesmo de seu lançamento publicitário, a ferramenta foi adotada por 110 mil pessoas. A meta é atingir 310 mil até o final do ano.

Tecnologia... A Microsoft Participações irá apoiar o programa Start-Up Brasil, do governo federal, financiando o desenvolvimento de pequenas empresas do setor.

...para pequenas Ao lado de outras companhias, deverá investir aproximadamente R$ 8 milhões.

Conta... Cerca de 85% das empresas já identificaram erros contábeis em seus balanços, segundo pesquisa do Confeb (Conselho Fiscal Empresarial Brasileiro).

..certa A análise mostra que 29% dos erros foram graves. Em 83% dos casos, o contador é da própria empresa.

CHAPÉU DO COMPRADOR
Finanças pessoais é o tema do livro "Cuide Bem do Seu Dinheiro", que reúne artigos publicados na Folha pela colunista Marcia Dessen, sócia do BMI Brazilian Management Institute.

"O que procuro fazer é colocar o chapéu do comprador e dizer o que ele gostaria de saber, mas que os vendedores não costumam contar, como informações sobre riscos de uma operação, custos e impostos", diz Dessen.

A publicação será lançada em São Paulo no próximo dia 20.

Renda menor
A intenção de consumo das famílias paulistanas caiu pelo terceiro mês consecutivo, segundo o ICF, índice que mede a disposição do consumo familiar da FecomercioSP.

Em fevereiro deste ano, o ICF marcou 135,45 pontos, queda de 0,9% em relação a janeiro de 2013 e de 9,9% nos últimos 12 meses.

A maior baixa foi na satisfação com a renda atual. "Os alimentos estão encarecendo mais que a inflação geral, o que compromete a renda dos mais pobres", diz Guilherme Dietze, assessor econômico da FecomercioSP.