segunda-feira, abril 19, 2010

MÔNICA BERGAMO

É bom para o moral  
Mônica Bergamo 

Folha de S.Paulo - 19/04/2010

A chacrete mais famosa do país, Rita de Cássia Coutinho, a Rita Cadillac, mostra um pouco de sua vida no documentário "Rita Cadillac - A Lady do Povo", de Toni Venturi, que estreou nos cinemas no fim de semana. Quando está em seu apartamento, no bairro de Santa Cecília, a carioca de 55 anos gosta de ficar com suas duas poodles, Naomi e Angel. Sobre os próximos planos, ela diz: "Vou me inscrever no "Big Brother Brasil'".
Dossiê Minas 
Um dos "pontos altos" do passeio eleitoral de José Serra (PSDB-SP) por Minas Gerais hoje, de braços dados com Aécio Neves (PSDB-MG), será a entrega a ele de um dossiê preparado pelo governador Antonio Anastasia (PSDB-MG) sobre as "demandas de Minas". Resumindo, o documento trará todos os pleitos que Aécio fez ao governo Lula quando comandava o Estado e que, segundo os tucanos mineiros, ficaram no papel. Entre eles estão a duplicação da BR 381 (R$ 2 bilhões), a ampliação do metrô de Belo Horizonte (R$ 1,7 bilhão) e a revitalização do rio São Francisco.
Clima
Pesquisa Vox Populi que circulou no comando do PSDB mostra que cerca de 30% dos eleitores de Minas dizem estar "pensando mais em votar no candidato de Aécio" para o governo do Estado. Percentual idêntico de eleitores também responderam que estão "pensando mais em votar no candidato do presidente Lula".
Clima 2
A mesma pesquisa, de março, reforça o argumento usado por Aécio para, até agora, escapar da candidatura a vice na chapa presidencial de Serra -o de que a sua adesão não mudaria substancialmente a intenção de votos dos mineiros: só 8% dizem que "com certeza" votariam nele por causa do apoio de Aécio; o número salta para 13% caso o mineiro fosse vice. Independentemente da intensidade do apoio de Aécio, Serra tem mantido, em sondagens eleitorais, a preferência de cerca de 40% dos eleitores no Estado.
Sintonia Fina
A relação entre a presidenciável Dilma Rousseff (PT-RS) e o marqueteiro João Santana, escolhido pelo presidente Lula para comandar a campanha da petista, passou por momento de sintonização recentemente. A candidata decidiu que ele cuidará dos programas de TV e rádio na eleição. Internet, assessoria de imprensa e pesquisas sobre o quadro geral da corrida ficaram fora de sua alçada. E Santana dará as linhas gerais que devem ser seguidas por toda a comunicação.
Questão de Estilo
"É o estilo da Dilma. Ela não gosta de concentrar poder em uma só pessoa", diz um assessor direto da ex-ministra.
Talher
Claudio Lottenberg, presidente do hospital Albert Einstein, e Clara Ant, assessora do presidente Lula, foram os convidados especiais de Ana Maria Braga no jantar que ela ofereceu na semana passada para Dilma. Além dos dois, só a candidata e familiares da apresentadora dividiram a mesa.
Uma Amiga
"Não me meto em política. Pelo contrário: sou apolítica", diz Ana Maria sobre o jantar. "Mas tenho o direito de ter uma amiga." Elas se aproximaram depois que a ex-ministra enfrentou um câncer linfático. "Trocamos muitas ideias sobre isso", diz a apresentadora, que também combateu a doença.
Aprendiz Santista
João Doria Jr. quer aproveitar a boa fase do Santos F.C. no programa "Aprendiz Universitário", que comanda na Record. Escalou o presidente do clube, Luis Alvaro de Oliveira, para uma prova que será exibida no dia 4 de maio. O cartola vai integrar uma "bancada dos esportistas", ao lado dos ex-jogadores Oscar Schmidt e Paula, do basquete, e Virna, do vôlei, em um jogo em que os participantes terão que responder perguntas também de empresários, professores e celebridades. Doria é santista e integra a comissão que organizará as comemorações do centenário do clube, em 2012.
Galáctico
E um dos projetos do Santos para o seu centenário é disputar um amistoso contra o Real Madrid. Entre as décadas de 1950 e 1960, as duas equipes eram consideradas as mais fortes do futebol mundial e chegaram a se enfrentar uma vez durante esse período, com vitória do time espanhol.
Bamboleo
O ator Murilo Rosa está fazendo aulas de dança flamenca, canto, esgrima, acrobacia e musculação para protagonizar o musical "Zorro", previsto para estrear em julho, em SP. "Meu personagem não é marombado, é ágil, solto, leve", diz. Dois integrantes do grupo Gipsy Kings farão parte da banda na estreia do espetáculo, que conta com músicas do conjunto na trilha sonora.

A cantora Wanessa (ex-Camargo) negocia para interpretar a mocinha.
Pelé só pra baixinhos 
A Companhia das Letras vai editar em português o livro infantil "For the Love of Soccer!" (pelo amor do futebol), que Pelé lançou no exterior.

A obra, ainda sem título brasileiro definido, sairá em maio.
Curto-circuito
O JORNALISTA Matinas Suzuki Jr. é o novo diretor de edições especiais e de comunicação da Companhia das Letras.

A CANTORA Maria Rita apresenta o show "Samba Meu" no sábado, às 22h, no Citibank Hall. Classificação: 14 anos.

O LIVRO "O Vento Me Leva", de Ivan Negro Isola sobre Jirges Ristum, será lançado hoje, às 19h, na Casa das Rosas.

O ESPETÁCULO "Segundas Cômicas", de Luiz França, Gus Fernandes e Felipe Hamachim, acontece hoje, às 22h, no Ao Vivo Music, em Moema. Classificação: 18 anos.

JOSÉ GOLDEMBERG

A nova estratégia nuclear dos Estados Unidos
José Goldemberg 
O Estado de S.Paulo

A cada dez anos o governo americano publica um importante documento sobre os princípios - isto é, a "doutrina" - nos quais se apoia a sua estratégia nuclear. É um documento genérico, que fixa as diretrizes a serem seguidas por todos os órgãos do governo e pelas Forças Armadas.

O último deles, publicado há dez anos, refletia ainda a atmosfera da guerra fria e uma postura truculenta que se agravou durante os oito anos do governo do presidente George W. Bush.

Ela representava bem a influência dos elementos mais conservadores do Senado norte-americano, que já haviam bloqueado a aprovação de tratados internacionais que levassem a uma distensão política com a Rússia na área nuclear. Exemplo dessa atitude é o que ocorreu com o Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares (CTBC), que não foi ratificado pelo Senado. Esses senadores, de modo geral, defendem interesses corporativos dos setores envolvidos na produção de armas nucleares, que geram milhares de empregos e que são muito poderosos em alguns Estados americanos.

Fazia parte dessa "doutrina" a noção de que até ataques convencionais aos Estados Unidos, por países que não possuíssem armas nucleares, provocariam um revide nuclear.

Por essa razão, o único progresso na área de desarmamento nuclear que ocorreu nos últimos 20 anos foi a redução gradual, mas lenta, dos estoques de armas nucleares das grandes potências, que chegaram a ser de mais de 30 mil em cada uma delas e que ainda são consideráveis.

A eleição de Barack Obama como presidente dos Estados Unidos parece ter mudado significativamente essa situação. No seu famoso discurso em Praga, em abril de 2009, Obama declarou que os Estados Unidos "procurarão promover a paz e a segurança de um mundo sem armas nucleares".

A nova estratégia nuclear americana, de abril de 2010, reflete essa intenção e abandona a visão ultrapassada de manter, modernizar e até aumentar os estoques de armas nucleares e realizar testes. Ela concentra agora as atenções do governo em duas áreas: impedir a proliferação nuclear e evitar o terrorismo nuclear.

Ao fazê-lo, o governo dos Estados Unidos adota a posição dos antigos "falcões da guerra fria", como Kissinger e outros que se convenceram de que armas nucleares - que garantiram no passado a segurança do seu país contra um possível ataque da União Soviética - não são eficazes contra o terrorismo nuclear, que não tem responsabilidades de governo.

Além disso, as ameaças resultantes da posse de armas nucleares nas mãos de governos problemáticos como o Irã e a Coreia do Norte tendem a se propagar, porque há outros aspirantes à posse de armas nucleares em várias regiões do mundo que desejam contrabalançar as ameaças criadas por eles.

Num certo sentido, o governo dos Estados Unidos "jogou a toalha" e, finalmente, se convenceu de que a única maneira de garantir a sua própria segurança é reduzir a importância das armas nucleares e começar a cumprir o artigo VI do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP) de 1967, que prevê a adoção de medidas sérias que conduzam ao desarmamento nuclear.

Esse artigo foi adotado, na época, para encorajar os países não nucleares a não promoverem o desenvolvimento de armas nucleares e restringirem o uso de energia nuclear para fins pacíficos.

Vários países não aceitaram esse tratado porque o consideraram discriminatório e desenvolveram armas nucleares, como a Índia, encorajando o Paquistão a fazer o mesmo. Isso, aliás, é o que acontecerá se o Irã produzir armas nucleares, uma vez que o Egito e a Síria provavelmente desejarão fazer o mesmo para contrabalançar sua influência.

A nova estratégia nuclear americana abre caminho para uma discussão adulta sobre o problema do desarmamento nuclear, porque daqui para a frente a não-proliferação nuclear (dos países que não têm armas nucleares) e o desarmamento nuclear (dos países que as possuem) passam a marchar juntos.

A melhor indicação da seriedade dos Estados Unidos em adotar esse caminho é a decisão tomada de "não usar (ou ameaçar usar) armas nucleares contra países que são signatários do Tratado de Não-Proliferação Nuclear e que cumpram suas obrigações estabelecidas nesse tratado".

Seria muito útil que o Itamaraty estudasse com cuidado a nova estratégia nuclear dos Estados Unidos e abandonasse as tendências revisionistas que ainda existem no governo brasileiro.

O Brasil se tornou signatário do TNP em 1994, o que removeu o País da lista de "suspeitos" de tentar desenvolver armas nucleares, que é o caso do Irã hoje. A decisão brasileira reforçou os esforços mundiais para fazer com que os países nucleares seguissem o caminho do desarmamento nuclear, dos quais o próprio chanceler Celso Amorim participou no passado.

As vozes que se ouvem hoje - vindas inclusive do próprio Itamaraty - são que o Brasil abdicou da sua soberania ao aderir ao TNP, o que representa uma total incompreensão do que é o mundo real com ogivas nucleares programadas para atingir qualquer cidade do mundo, inclusive do Brasil.

A desnuclearização da América Latina, que se tornou realidade com a criação da Agência Brasileiro-Argentina de Contabilidade e Controle de Materiais Nucleares (Abacc) em 1992, e o abandono de programas nucleares semiclandestinos no Brasil e na Argentina estão dando frutos agora.

Nessas condições, uma política nuclear de aproximação com o Irã e o ceticismo a respeito das vantagens do Tratado de Não-Proliferação Nuclear são contrários aos interesses nacionais.

É PROFESSOR DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

CARLOS ALBERTO DI FRANCO

Drogas, ingenuidade que mata
Carlos Alberto Di Franco 
O Estado de S.Paulo

A psiquiatra mexicana Nora Volkow é uma referência na pesquisa da dependência química no mundo. Foi quem primeiro usou a tomografia para comprovar as consequências do uso de drogas no cérebro. Desde 2003 na direção do Instituto Nacional sobre Abuso de Drogas, nos Estados Unidos, Volkow esteve no Brasil para uma palestra na Universidade Federal de São Paulo. Dias antes de chegar, falou à revista Veja, por telefone, de seu escritório em Rockville, próximo a Washington. No momento em que recrudesce a campanha para a descriminalização das drogas, suas palavras são uma forte estocada nas opiniões ingênuas e nos argumentos politicamente corretos.

Veja, acertadamente, trouxe à baila recente crime que chocou a sociedade. Glauco Villas Boas e seu filho foram mortos por um jovem com sintomas de esquizofrenia e que usava constantemente maconha e dimetiltriptamina (DMT) na forma de um chá conhecido como Santo Daime. "Que efeito essas drogas têm sobre um cérebro esquizofrênico?" A resposta foi clara e direta: "Portadores de esquizofrenia têm propensão à paranoia e tanto a maconha quanto a DMT (presente no chá do Santo Daime) agravam esse sintoma, além de aumentarem a profundidade e a frequência das alucinações. Drogas que produzem psicoses por si próprias, como metanfetamina, maconha e LSD, podem piorar a doença mental de uma forma abrupta e veloz", sublinhou a pesquisadora.

Quer dizer, uma eventual descriminalização das drogas facilitaria o consumo das substâncias. Aplainado o caminho de acesso às drogas, os portadores de esquizofrenia teriam, em princípio, maior probabilidade de surtar e, consequentemente, de praticar crimes e ações antissociais. Ao que tudo indica, foi o que aconteceu com o jovem assassino do cartunista. A suposição, muito razoável, é um tiro de morte no discurso da ingenuidade.

Além disso, a maconha, droga glamourizada pelos defensores da descriminalização, é frequentemente a porta de entrada para outras drogas. "Há quem veja a maconha como um droga inofensiva", diz Nora Volkow. "Trata-se de um erro. Comprovadamente, a maconha tem efeitos bastante danosos. Ela pode bloquear receptores neurais muito importantes." Pode, efetivamente, causar ansiedade, perda de memória, depressão e surtos psicóticos.

Não dá para entender, portanto, o recorrente empenho de descriminalização. Também não serve o falso argumento de que é preciso evitar a punição do usuário. Nenhum juiz, hoje em dia, determina a prisão de um jovem por usar maconha. A prisão, quando ocorre, está ligada à prática de delitos que derivam da dependência química: roubo, furto, pequeno tráfico, etc. Na maioria dos casos, de acordo com a Lei n.º 9.099/95, há aplicação de penas alternativas, tais como prestação de serviços à comunidade e eventuais multas no caso de réu primário.

Caso adotássemos os princípios defendidos pelos lobistas da liberação, o Brasil estaria entrando, com o costumeiro atraso, na canoa furada da experiência europeia. A Holanda, que foi pioneira ao autorizar a abertura de cafés onde era permitido consumir maconha e haxixe, já está retificando essa política. O mesmo ocorre na Suíça, que também está voltando atrás na política de liberar espaços em que viciados se encontram para injetar heroína fornecida pelo próprio governo. Um amigo jornalista, irônico e inteligente, deixou cair a pergunta que paira na cabeça de muita gente: Será que Fernandinho Beira-Mar forneceria ao governo a maconha que seria repassada aos usuários?

Todos, menos os ingênuos, sabem que, assim como não existe meia gravidez, também não há meia dependência. É raro encontrar um consumidor ocasional. Existe, sim, usuário iniciante, mas que muito cedo se transforma em dependente crônico. Afinal, a compulsão é a principal característica do adicto. Um cigarro da "inofensiva" maconha preconizada pelos arautos da liberação pode ser o passaporte para uma overdose de cocaína. Não estou falando de teorias, mas da realidade cotidiana e dramática de muitos dependentes. Transcrevo, caro leitor, o depoimento de um dependente químico. Ele fala com a experiência de quem esteve no fundo do poço.

"Sou filho único. Talvez porque meus pais não pudessem ter outros filhos, me cercavam de mimos e realizavam todas as minhas vontades. Aos 12 anos comecei a fumar maconha, aos 17 comecei a cheirar cocaína. E perdi o controle. Fiz um tratamento psiquiátrico, fiquei nove meses tomando medicamentos e voltei a fumar maconha. Nessa época já cursava Medicina e convenci os meus pais de que a maconha fazia menos mal que o cigarro comum. Meus argumentos estavam alicerçados em literatura e publicações científicas. Eles mal sabiam que estavam sendo enganados, pois, além de cheirar, também passei a injetar cocaína e dolantina, que é um opiáceo. Sofri uma overdose e somente não morri porque estava dentro de um hospital, que é o meu local de trabalho. Após essa fatalidade, decidi me internar numa comunidade terapêutica e, hoje, graças a Deus, estou sóbrio. O uso moderado de maconha sempre acabava nas drogas injetáveis. Somente a sobriedade total, inclusive do álcool, me devolveu a qualidade de vida que não pretendo trocar nem por uma simples cerveja ou uma dose de uísque." A.S.N., médico, Ribeirão Preto (SP), foi interno da Comunidade Terapêutica Horto de Deus (www.hortodedeus.org.br).

As drogas estão matando a juventude. A dependência química não admite discursos ingênuos, mas ações firmes e investimentos na prevenção e recuperação de dependentes.

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

Investimento no setor aéreo avança menos que em portos 
Maria Cristina Frias

Folha de S.Paulo - 19/04/2010

Mesmo com os atrasos e as dúvidas na regulação, os programas de investimentos nos portos estão caminhando "um pouco mais do que no setor aéreo". A avaliação é da consultoria MB Associados.

Para manter as condições de infraestrutura existentes hoje, o Brasil necessitaria de um investimento equivalente a 3,5% do PIB, estima a consultoria.

Pelo balanço oficial do PAC 1, até dezembro passado, foram feitos 46% dos projetos, com investimentos de R$ 256,9 bilhões, dos quais R$ 137,5 bilhões foram para financiamento da casa própria.

Dos 103,7 bilhões investidos pelo governo federal em 2009, 68,9% foram aplicados por empresas estatais, sendo que destes, 69% para a Petrobrás.

No setor aéreo, o atraso se deve à indefinição do governo federal quanto ao modelo a ser adotado, além do atraso da Infraero no cronograma de investimentos, segundo Fernandez.

A dúvida é "se haverá privatização com concessões de aeroportos ou se será mantido o controle estatal através da concessão plena e capitalização da Infraero", afirma. A decisão não é esperada para este ano.

Até março, pelo menos quatro obras estavam atrasadas: o aeroporto de Vitória, que depende de licitação, a recuperação da pista e a reforma do terminal 1 do Galeão, além do aprimoramento em terminal de passageiros em Brasília.

No setor portuário, dos R$ 2 bilhões previstos, apenas R$ 122 milhões foram efetivados, mas obras orçadas em R$ 1,5 bilhão estão em andamento, segundo dados de janeiro da Secretaria Especial de Portos.
Bayer Lança Contraceptivo
Um contraceptivo de última geração, de estrogênio natural, chega ao mercado em setembro. Com ele, a Bayer pretende comemorar os 50 anos do lançamento mundial da pílula. Ainda no segundo semestre, sai um novo produto para monitorar diabetes. A Bayer do Brasil tem ainda 35 projetos em andamento na área de oncologia, para câncer de próstata, de saúde da mulher e de diagnósticos por imagem. A unidade brasileira exporta contraceptivos para 31 países é uma das quatro da companhia que tem um setor de farmacovigilância para monitorar a segurança dos medicamentos da empresa em nível global. Juntos, os Brics (Brasil, Rússia, Índia e China) representam 14% das vendas mundiais. O Brasil está em sétimo lugar em volume financeiro global para a empresa. E tem previsão de melhora, segundo o presidente do Grupo Bayer no Brasil, Horstfried Läepple. Pré-sal e eventos esportivos têm reflexo na agricultura, no consumo de poliuretano, e impulsionam crescimento em todas as áreas, diz. Indagado sobre a consolidação do setor, Läepple lembra que "a Bayer é muito ativa em aquisições", ao citar, dentre outras, a compra da Roche (vitaminas), em 2004. Se o mercado da indústria farmacêutica está caro no Brasil? "É um setor tradicionalmente caro, mas estamos vendo oportunidades."
De Longe
A procura por audioconferência está em alta, devido ao aumento da necessidade de comunicação móvel. A empresa ClaireConference registrou alta de 70% na quantidade de minutos que as pessoas ficaram conectadas em 2009, segundo Mauricio Farias, vice-presidente da companhia. O faturamento, porém, subiu menos, 40%, por causa da queda dos preços. "A dificuldade de locomoção nas cidades faz do telefone móvel a maneira mais rápida e econômica de reunir pessoas", diz Farias. Na Streamtel, outra empresa do setor, o serviço é o que mais cresce. "Hoje representa 50% do faturamento", diz Fábio Pereira, sócio da empresa. Além da redução de custos com hotéis e transporte, a vantagem para o ambiente é uma motivação a mais para impulsionar a demanda, segundo Pereira. "Quem viaja menos reduz a emissão de poluentes."
Mal-estar na civilização
O plano de apoio à Grécia pode desencadear um mal-estar na zona do euro. O apoio pode afugentar países como a Alemanha, segundo relatório do Morgan Stanley. "O socorro gerou um mau precedente para outros países da zona do euro e torna possível ocorrer negligência fiscal na região, fraqueza da moeda e pressões inflacionárias", segundo o analista Joachim Fels. Desse modo, países como a Alemanha, que dão preferência à estabilidade de preços, podem concluir que estariam em melhor situação em uma união menor, porém, mais exigente.
Festa no Interior
O CenterVale Shopping vai investir R$ 70 milhões em expansão. A primeira etapa começará em setembro, com mais 6 mil metros quadrados, para 80 lojas. Nos últimos dois meses, o shopping abriu 20 unidades. Outras duas estão para chegar, de moda infantil, e de uma marca inglesa de acessórios para cozinha gourmet.
Energia
A empresa britânica Agrekko planeja avançar no mercado brasileiro no fornecimento temporário de resfriamento de processos e climatização. Neste ano, a companhia também lança no país uma linha de geradores de energia movidos a gás natural. A área internacional representa 60% do faturamento da Aggreko.

CANSEIRA

BRASIL S/A

Apostas e egos feridos
Vicente Nunes

CORREIO BRAZILIENSE - 19/04/10

A pressão por um aperto mais forte da Selic já foi retomada, e parece ter se tornado uma questão de honra para os que erraram em março acertarem agora


Que o Banco Central vai aumentar a taxa básica de juros (Selic) no fim deste mês, ninguém duvida, por causa da considerável alta de inflação. Mas vale registrar aqui um debate que vem sendo feito entre técnicos da instituição sobre o tamanho do arrocho inicial a ser definido pelo Comitê de Política Monetária (Copom), se 0,5, 0,75 ou um ponto percentual.

Há um incômodo muito grande dos técnicos com o comportamento de alguns grandes bancos, que têm se achado no direito de pressionar o Copom a forçar a mão nos juros. Essas instituições vêm usando como argumento principal para essa pressão a manutenção da Selic em março em 8,75% ao ano. Afirmam que tal decisão foi política, devido à pretensão do presidente do BC, Henrique Meirelles, de ser o vice na chapa da petista Dilma Rousseff à Presidência da República, desejo que acabou frustrado.

Em março, os departamentos econômicos do Itaú Unibanco e do Bradesco divulgaram vários relatórios indicando que, diante da forte deterioração da inflação, não restaria outra alternativa ao BC senão a de aumentar os juros em 0,75 ponto.

Um prestigiado economista do Itaú Unibanco chegou ao ponto de disparar vários telefonemas a colegas de mercado às vésperas da reunião do Copom para tentar convencê-los a se engajarem na campanha por uma alta mais forte da Selic. Era uma questão de honra, pois a mesa de operações do banco havia convencido grandes clientes que a elevação da Selic viria e seria expressiva — de 0,75 ponto.

No Bradesco, apesar de o seu departamento econômico ter apostado tudo no aumento dos juros, a área de tesouraria optou por seguir um caminho contrário e aconselhar a clientela a se posicionar a favor da manutenção da taxa básica.

Ou seja, no Itaú Unibanco, as perdas acarretadas aos clientes por uma tacada errada deixaram o departamento econômico com uma imagem ruim. E, no Bradesco, apesar de a grande maioria dos clientes ter se safado, criou-se um mal-estar entre a tesouraria e a área econômica que ainda não foi dissipado por completo.

Decisão técnica
Com esses relatos, os técnicos do BC justificam que não dá para a instituição entrar no jogo de interesses e de egos do mercado. A pressão por um aperto mais forte da Selic já foi retomada, e parece ter se tornado uma questão de honra para os que erraram em março acertar agora.

Como dizem os técnicos do BC, é bom que todos se conscientizem de que as decisões de política monetária são técnicas e vão continuar a ser, independentemente dos interesses de determinados bancos ou economistas.

Sem manipulação
Os mesmos técnicos ressaltam que muitos criticam a pesquisa Focus, divulgada semanalmente pelo BC. Mas essas pessoas se esquecem que é justamente a amplitude do levantamento, com a opinião de mais de 100 analistas e consultores, que dilui qualquer intenção de manipulação das informações.

Não custa lembrar que, a despeito de parte dos grandes bancos estar apostando em uma alta de 0,75 ponto nos juros na reunião do Copom dos próximos dias 27 e 28, a pesquisa Focus da semana passada ainda indicava uma subida de apenas 0,5 ponto.

“Mas que fique claro. Se o BC achar que deve elevar os juros mais fortemente, vai fazê-lo, seguindo critérios estritamente técnicos”, diz um dos técnicos. A instituição, garante ele, não medirá esforços para cumprir a missão de fazer com a que a inflação convirja o mais rápido possível para o centro da meta, de 4,5%.

Beicinho de Mantega
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, bate o pé, faz beicinho, diz que não, afirma que tudo não passa de intriga dos que querem juros mais altos. Mas, na opinião do economista-chefe da Corretora Convenção, Fernando Montero, o Brasil crescerá 7,1% neste ano. O Produto Interno Bruto (PIB) será puxado pela indústria, que dará, em 2010, um salto acima de 12%, o maior para um ano em quase um quarto de século.

Para Montero, muita gente do mercado e mesmo do governo está subestimando o supercrescimento do país neste ano. E isso ficará claro quando saírem os resultados do PIB do primeiro trimestre, com avanço de 2,2% sobre os últimos três meses de 2009, que já foi um período de forte expansão.

O economista ressalta que, ao longo do ano, haverá, sim, um processo de desaceleração do nível de atividade, mas nada que impeça um saldo final de fazer chorar os opositores do presidente Lula.

Em 2011, primeiro ano de gestão do próximo presidente, o quadro será outro. Já impactado pelo aperto monetário iniciado no fim deste mês, o PIB voltará para mais próximo do seu potencial, algo como 4,5%.

O que, ressalte-se, mostrará que o tranco dado pelo BC não será tão forte, pois a base de comparação será a maior desde 1986, ano do fatídico Plano Cruzado, em que o único ganhador foi o PMDB, que conseguiu eleger uma leva enorme de governadores e deputados e que, agora, dará o vice à chapa de Dilma Rousseff.

Vicente Nunes é editor de Economia

PAINEL DA FOLHA

Fobia de dossiês
RENATA LO PRETE
FOLHA DE SÃO PAULO - 19/03/10

O presidente Lula teme que a disputa em torno da sucessão de Sérgio Rosa na presidência da Previ descambe para uma guerra de dossiês. O Planalto tem dito que ninguém ganhará com isso. Rosa, que preside há quase uma década a cobiçada entidade dos funcionários do BB, com R$ 142 bilhões em ativos, sairá no final de maio. Ele diverge de Aldemir Bendine, presidente do banco, quanto ao nome de seu sucessor. A turma de Rosa, incluído aí o deputado Ricardo Berzoini, opõe-se ao candidato de Bendine, o vice-presidente de Varejo, Paulo Caffarelli. Por enquanto, Rosa sinaliza que seu candidato é o diretor de Participações, Joilson Rodrigues Ferreira.


Tirinho. Se a candidatura de Ciro Gomes vier a fracassar por falta de apoio do Palácio do Planalto, alguns de seus amigos mais próximos duvidam de que ele vá reagir com destempero e ataques ao PT e ao governo. No máximo, dizem eles, Ciro vai disparar uns poucos tirinhos.
Companheiro. Erenice Guerra vai se mudar para a residência oficial do chefe da Casa Civil. A nova ministra, porém, não herdará o cachorro Nego, que José Dirceu deixou para Dilma Rousseff. Na mudança, o melhor amigo seguiu com a candidata.
Sem refresco. A quem lhe pergunta se a vida mudou com a promoção de secretária-executiva a ministra de Estado, Erenice responde: "Minha agenda continua tão cheia quanto antes".
Emoções fortes. Faz parte da estratégia nacional do PT que, uma vez feitas as prévias em Minas, o partido indique um nome ao Senado, mas apóie a candidatura de Hélio Costa (PMDB) ao governo. No entanto, segundo o núcleo da campanha de Dilma, o desfecho da novela não será fácil.
Caso de polícia. De um senador peemedebista, sobre os entraves regionais à aliança PT-PMDB: "Daqui a pouco esse casamento não será mais celebrado na igreja, e sim na delegacia".
Na estrada. Além da passagem hoje por Minas, José Serra programou pelo menos mais duas viagens para esta semana. O tucano irá ao Rio Grande do Norte, onde a aliança está fechada com a candidatura de Rosalba Ciarlini (DEM) ao governo.
Bombeiro 1. Ali, Serra também fará um aceno ao PV ao aparecer ao lado da prefeita de Natal, Micarla de Souza. Ele busca um acordo de concicliação para acomodar o DEM no palanque de Fernando Gabeira no Rio.
Bombeiro 2. Em outra missão de paz, Serra irá a Goiás, onde PSDB e DEM não se entendem. De um lado, há o candidato tucano ao governo, Marconi Perillo. De outro, o deputado Ronaldo Caiado e o senador Demóstenes Torres.
Rock Pesado. O governador do DF eleito indiretamente no sábado, Rogério Rosso (PMDB), tocava baixo numa banda de metal pesado chamada HYAT.
Mesma música. Do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, sobre a eleição indireta ao governo do DF: "Mudaram os personagens, mas há persistência do esquema criminoso".
Luxo só. Neopensador do PMDB, Mangabeira Unger propôs, em documento de 47 páginas enviado ao partido, que o "padrão de vida de luxo" dos brasileiros seja "intensamente tributado". Já entre as considerações ecológicas de Mangabeira, ele define o cerrado, e não a floresta amazônica, como o ecossistema sob maior ameaça no Brasil. 

com SILVIO NAVARRO e ANDREZA MATAIS
Tiroteio
"Quem tem Kassab ao lado deveria pensar duas vezes antes de fazer a infeliz comparação entre o apoio de Lula a Dilma e o caso Maluf-Pitta."

Do deputado federal JILMAR TATTO (PT-SP), sobre a afirmação de Serra de que não necessariamente o sucessor repete a avaliação positiva do antecessor, citando como exemplo os dois ex-prefeitos de São Paulo.
Contraponto
Você primeiro Em 1998, quando ainda não havia entrado para a política, José Alencar almoçou com Itamar Franco, que recebeu telefonema do ex-governador de Minas Hélio Garcia:
-Itamar, sou candidato ao Senado. Você vai me apoiar?
A resposta veio na forma de outra pergunta:
-Eu sou candidato ao governo. Você vai me apoiar?
Garcia saiu pela tangente:
-Eu sou suprapartidário...
Itamar então se voltou para Alencar:
-Você quer ser senador?
-Uai, se for para ajudar, eu entro...
Itamar então retomou a conversa telefônica:
-Hélio, eu já tenho candidato ao Senado!

ANCELMO GÓIS

Clube dos 2 mi
ANCELMO GOIS
O GLOBO - 19/04/10

“Chico Xavier, o filme”, de Daniel Filho, é o novo sócio do clube dos 2 milhões de espectadores.
O número corresponde, mais ou menos, à quantidade de brasileiros declarados espíritas.
Mas o filme tem sido visto por pessoas de várias religiões.

País do cinema 
O Brasil se torna, aos poucos, o país dos... festivais de cinema.
Acredite, já são quase 150.
Pois em junho agora nasce mais um: será realizado, em nove capitais brasileiras, o Festival de Cinema Francês, que trará dez filmes inéditos da terra de Sarkozy.

Paz em Copacabana 
Pelas contas da polícia do Rio, Copacabana não contabilizou em fevereiro nenhum registro de homicídio, latrocínio, assalto a residência, e, acredite, nenhum roubo de carro.
Isto ocorreu no mês em que o bairro estava cheio de turistas por causa do carnaval.

E mais 
Os dados do ISP (Instituto de Segurança Pública) mostram ainda que em fevereiro ocorreram 473 homicídios no Rio.
O número é grande, muito grande, mas é o menor registro para este mês, desde 1991.

Malhação S.A. 
A academia Ipanema Sport Club, que funciona 24 horas, vai abrir quatro filiais nos EUA.
O empresário Marco Bruno Pederneiras e sócios investirão US$ 20 milhões no projeto. As filiais ficarão em Nova York (duas), Miami e São Francisco. O estilista Calvin Klein atuou como padrinho do negócio.

ESTE POSTE que desafia a Lei da Gravidade em frente ao número 2.214 da Avenida Epitácio Pessoa, na Lagoa, foi apelidado pela vizinhança de... Poste de Pisa. É alusão à famosa inclinação da torre italiana, que, há 800 anos, intriga especialistas. Moradores reclamaram com a Rioluz há cerca de um mês, mas nada foi feito até agora. Não convém esperar que o destino do poste seja o mesmo da torre da bela região da Toscana, que parece ter atingido o equilíbrio desde o século XIX. Alô, prefeitura!

Além das estatais 
No papel, a futura usina de Belo Monte será, como se sabe, controlada por grupos privados, empreiteiras quase sempre.
Mas o braço público vai além dos 49% de ações que estatais da família Eletrobras terão, seja qual for o consórcio vencedor no leilão de amanhã.
O consultor Adriano Pires lembra que o BNDES vai financiar a obra em 25% num prazo de 30 anos. “O total do financiamento será de R$ 13,5 bilhões via Tabela Price, que é muito mais vantajoso por cobrar juros decrescentes, e não pelo Sistema de Amortização Constante, cujas prestações são fixas.”

E mais... 
Durante dez anos, a Sudam dará um desconto de 75% no Imposto de renda a ser pago pela futura usina. Além disso, os fundos de pensão — os mais fortes são paraestatais — deverão aderir ao consórcio vencedor.

No mais 
Usar o meu, o seu, o nosso dinheiro em Belo Monte pode ser a única alternativa de botar a usina em pé. Mas é preciso deixar isto claro.

ZONA FRANCA 
Alô, Paes! O Galpão Aplauso desde janeiro não vê a cor do dinheiro da prefeitura. O projeto, que atende 400 alunos, merece o aplauso da cidade.
Os escritórios Bichara, Barata, Costa e Rocha Advogados, Lippert & Cia Advogados e Montaury Pimenta integram a Lexwork International.
O advogado Manoel Messias Peixinho lançou o livro “Marco regulatório das parcerias públicoprivadas no Direito brasileiro”.
Sergio e Carlos Lopes recebem amanhã na reabertura da Symbol.

Fim de Gramacho 
Com a licença concedida para a implantação do Centro de Tratamento de Resíduos de Seropédica, o prefeito Eduardo Paes faz uma promessa: — Espero dar de presente ao Rio, em dezembro, o fechamento definitivo do Aterro de Gramacho. Com direito a cadeado e tudo.

Segue... 
O fim do Aterro de Gramacho, em Caxias mdash; hoje à beira de um colapso ambiental —, já foi anunciado outras vezes.
A ideia de levar o lixo para Seropédica surgiu por um impasse, que durou uns seis anos, no projeto de um aterro em Paciência.

UPA exportação 
O governo fluminense, veja esta, está exportando as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).
Depois de praticamente todos os estados construírem UPAs, agora são governos de fora. Hoje o ministro da Saúde da Província de Buenos Aires vem ao Rio fechar a “compra” de cinco UPAs.

Guerra e paz 
Luiz Carlos Prestes Filho, que viveu na Rússia nos anos 1970, foi recrutado pela diretora Celina Sodré para ajudar nas pronúncias e traduções de “Guerra e paz”, de Leon Tolstoi.
O clássico será adaptado para o teatro. Os ensaios começam em maio e a estreia está prevista para 2011.

Marketing do sinal 
Meninos que fazem malabarismos em troca de esmolas no sinal da Avenida das Américas em frente ao Wall Mart exibem nas barrigas a seguinte frase, escrita com tinta: “Drogas: tô fora.”

OS CRAQUES Murilo Endres, ponta da seleção brasileira de vôlei e marido da jogadora Jaqueline, do Osasco, e Ronaldo Fenômeno, na final da Superliga, em que o time paulista sagrouse campeão

MESTRE EDU Lobo, o filho, Bena Lobo, e sua mulher, Ursula Corona, nos bastidores do Copa Fest, que animou o Copacabana Palace

A CANTORA Loalwa Braz, vocalista do extinto grupo Kaoma, faz dobradinha com Carlinhos de Jesus, nos bastidores do show da artista, no Bar do Tom