terça-feira, agosto 11, 2009

PANORAMA POLÍTICO

Palanque implodido

Ilimar Franco
O Globo - 11/08/2009

A candidatura da senadora Marina Silva (PT-AC) à Presidência da República pelo PV implode o palanque que o PSDB estava montando no Rio. O projeto dos tucanos e do DEM era que o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) disputasse o governo estadual e apoiasse a candidatura presidencial de José Serra (PSDB). Agora ele pode optar pelo Senado.

“Estou dependendo dessa definição. Se a Marina for candidata, muda tudo”, disse Gabeira.

O novo PV começará com um expurgo

A direção do PV já articula a refundação do partido.

Ela começará com um expurgo.

Os verdes avaliam que abriram suas portas em demasia nas eleições de 2006. Eles estavam em pânico por causa da cláusula de desempenho. O PV elegeu 14 deputados federais, mas destes consideram que sete não têm compromisso com a causa do meio ambiente.

Entre os que serão convidados a procurar outro partido estão Marcelo Or tiz (SP), Rober to Santiago (SP), Fábio Ramalho (MG) e Ciro Pedrosa (MG). Um integrante da direção do PV diz: “Queremos fazer isso super na boa, na maciota, não é um expurgo. Gostaríamos que saíssem”.

Não é bom para nós. Ela não tem voto na direita” — José Múcio, ministro das Relações Institucionais, sobre a candidatura a presidente de Marina Silva pelo PV

TURMA DE PESO. As empresas estatais e a Petrobras soltam nota hoje apoiando mudanças na Lei Rouanet, de apoio à cultura, inclusive o investimento mínimo de 20% de recursos próprios. Hoje, há duas faixas de renúncia fiscal: 30% e 100%, sem contrapartida.

O documento foi discutido ontem com os ministros Juca Ferreira (Cultura) e Franklin Martins (Comunicação Social). A Petrobras, presidida por Sergio Gabrielli (foto), é a maior patrocinadora de projetos culturais, e as estatais respondem por 50%.

Redoma

Depois de o presidente José Sarney ter sido chamado de ladrão por um funcionário do Banco Central, quintafeira, o Senado suspendeu as visitas à Casa. A justificativa oficial, no entanto, é a gripe suína. Dizem querer evitar aglomerações.

Uma aposta

A avaliação na cúpula do governo Lula é que a crise no Senado não terá desfecho tão cedo. E que o descrédito afetará todos os senadores.

Mas que ela não resultará na saída de José Sarney (PMDB-AP) da presidência da Casa.

Miro defende reação da Câmara

Um dos deputados mais experientes do Congresso, Miro Teixeira (PDT-RJ) defende que o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), reaja às tentativas do TCU de legislar, como no caso da revisão da lei que criou o programa Minha Casa, Minha Vida. “O TCU quase sempre acerta quando fiscaliza, quando legisla enfia os pés pelas mãos”, diz. Sua avaliação é que isso só ocorre devido à fraqueza do Legislativo na opinião pública.

Sem espaço, senador pode sair do PMDB

Com sua candidatura ao Senado ameaçada e constrangido com a crise do Senado, onde o PMDB é protagonista, o senador Valter Pereira (MS) pode deixar o partido. Ele recebeu convites do PSDB, do PTB, do PPS e do PSB. Candidato à reeleição, Pereira está sendo desestabilizado pelo governador André Puccinelli (PMDB), que lançou as candidaturas dos prefeitos de Cuiabá, Nelson Trad Filho, e de Três Lagoas, Simone Tebet, para as duas vagas do Senado. Pereira herdou o mandato de Ramez Tebet, de quem era suplente.

MINISTROS do governo Lula avaliam que o melhor é convocar logo a ex-secretária da Receita Lina Vieira para depor na CPI da Petrobras. Dizem que a demora dá ainda mais notoriedade ao tema.

RESOLVIDA a questão do petróleo do pré-sal, a ministra Dilma Rousseff assumirá como sua tarefa principal o projeto do trem-bala Rio-São Paulo.

SOBRE a crise do Senado: “Aquilo lá é uma cachorrada. Parece briga de pitbull, um mordendo o outro”. De Antonio Eudes Bezerra Oliveira, motorista de táxi em Brasília.

ILIMAR FRANCO com Fernanda Krakovics, sucursais e correspondentes

MERVAL PEREIRA

Fatos novos


O Globo - 11/08/2009

Alguns sinais nos últimos dias indicam que a base governista não se convence de que a candidatura da ministra Dilma Rousseff à Presidência tenha condições de vingar, e não se trata de simples impressão. Pesquisas de opinião já indicam que o relativo sumiço dos últimos dias, devido à segunda fase do tratamento contra o câncer linfático, tem feito os índices de apoio de sua candidatura cair em alguns estados, ou estacionar em outros. O presidente do Ibope, Carlos Augusto Montenegro, confirma que pesquisas regionais — como no Paraná e no Mato Grosso do Sul, por exemplo — têm indicado essa tendência, embora não haja nenhuma pesquisa nacional prevista para os próximos dias.

A repercussão da possível candidatura da senadora Marina Silva à Presidência pelo Partido Verde é um desses sintomas. Nada indica que ela tenha chances de vencer, mas todos acreditam que sua mera presença na disputa quebra a polarização entre PT e PSDB e pode levar a disputa para o segundo turno.

A candidatura da ex-ministra Marina Silva assumiria um espaço que foi ocupado por dois outros candidatos na eleição de 2006: a então senadora Heloísa Helena era uma dissidente do PT que fez uma campanha agressiva contra o governo Lula e acabou tendo quase 7% dos votos. E Cristovam Buarque, outro dissidente do PT, concorreu pelo PDT como o candidato da educação e teve pouco mais de 2% dos votos.

A senadora Marina Silva nada tem a ver com o estilo belicoso de Heloísa Helena, mas quebraria o monopólio da representação feminina, que é um dos sustentáculos da candidatura da ministra Dilma Rousseff.

E seria uma candidata temática, para defender uma política ambiental para o país que julga menosprezada pelo governo Lula, decepção que ficará patente se confirmada sua decisão de deixar o PT.

A hoje provável candidatura de Marina Silva pode tirar votos dos dois partidos que polarizam a disputa presidencial, mas certamente será mais prejudicial para a candidata do PT, que, além de perder a importante característica de ser a única representante feminina na disputa, perderá também uma parte do eleitorado de esquerda do PT, que veria em Marina uma alternativa política.

Esses eleitores poderiam também ser eventuais apoiadores da candidatura de José Serra pelo PSDB, especialmente nos centros urbanos maiores e capitais, caso o governador paulista venha a ser confirmado como o candidato do partido, e nesse caso também Serra sairia prejudicado.

Em especial no Rio de Janeiro, onde o PSDB está armando o apoio a uma candidatura do deputado verde Fernando Gabeira ao governo para que o candidato tucano ganhe um palanque forte num estado em que o partido é tradicionalmente fraco.

A possibilidade de Gabeira dar seu palanque para dois candidatos à Presidência — a candidata do PV Marina Silva e o dos tucanos — já está sendo discutida, da mesma maneira que candidatos a presidente poderão ter dois palanques em alguns estados.

De qualquer maneira, é importante ressaltar que o efeito de candidaturas como as de Heloísa Helena e Cristovam Buarque só foi pequeno porque do outro lado estava Lula.

Outro fato importante foi a decisão do deputado Ciro Gomes de explicitar sua preferência pela disputa pela Presidência da República, em vez de se candidatar ao governo de São Paulo, como quer o presidente Lula.

Além do mais, Ciro deu um passo adiante e disse que, mesmo que viesse a se candidatar ao governo de São Paulo, não assumiria o papel “mesquinho” de atacar Serra, a quem classificou de um “ótimo governador”.

Com essa atitude cuidadosa, Ciro mostrou que em São Paulo atua com a mesma cautela que, a nível nacional, a oposição tem em relação a Lula.

O PSB, que tem problemas com a hegemonia de PMDB e PT na base do governo, já tem demonstrado por diversas vezes que pode ter uma atitude independente na corrida presidencial.

O governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e o próprio Ciro Gomes já disseram que, se o governador de Minas, Aécio Neves, for o candidato do PSDB à Presidência, o partido vai com ele.

Por sua vez, até mesmo o PSB paulista, que faz parte da coligação do governo Serra, já avisou que não apoiaria uma candidatura contra o esquema político do governador tucano, e mais que isso, anunciou que apoiará sua eventual candidatura à Presidência da República.

É um exagero de Ciro Gomes dizer, como fez na entrevista ao jornal “Valor Econômico” de ontem, que a candidatura de Marina implodirá a de Dilma Rousseff, mas a dificuldade de Lula transferir votos parece estar se refletindo nas pesquisas de opinião.

Montenegro, do Ibope, tem uma boa tese a respeito.

Ele lembra que os exemplos de transferência de popularidade política que ficaram famosos aconteceram quando não havia a possibilidade de reeleição no país.

Todos os casos eram de prefeitos ou governadores que estavam bem cotados na opinião do eleitor, e eleger o “poste” que indicavam era uma maneira de garantir que sua administração teria continuidade: em 1991, o governador Orestes Quércia elegeu seu secretário Luiz Antonio Fleury Filho, e em 1997, o prefeito do Rio Cesar Maia elegeu seu secretário Luiz Paulo Conde e o prefeito de São Paulo Paulo Maluf elegeu Celso Pitta.

Hoje, o período de 8 anos de mandato possível com a reeleição já daria ao eleitor, na avaliação de Montenegro, a sensação de missão cumprida.

O presidente do Ibope acha também que o brasileiro é ainda traumatizado com problemas de saúde dos candidatos, desde a morte de Tancredo Neves. E considera que o sofrimento do vice-presidente José Alencar na sua luta contra o câncer, se por um lado leva a que os cidadãos o admirem e torçam por sua recuperação, faz também com que fiquem apreensivos com os problema de saúde da ministra Dilma Rousseff.

BEM GUARDADO


ARI CUNHA

Estranho de olho no dinheiro do trabalhador


Correio Braziliense - 11/08/2009


O Fundo de Amparo ao Trabalhador tem patrimônio de R$ 158 bilhões. Orçamento para este ano é da ordem de R$ 43 bilhões. O Ministro Carlos Lupi, do Trabalho, fez crescer a ambição contra a vontade do presidente Lula da Silva. Criou a Federação Nacional dos Serviços. E elegeu seu candidato. Representantes das confederações cancelaram inscrição. Carlos Lupi ficou sem o dinheiro e malvisto pelas organizações. Como dizia o filósofo de Mundubim, “goela grande é para quem engole sapos”.

A frase que não foi pronunciada


“A suprema arte da contenda consiste em vencer o inimigo sem lutar.”

  • Guerreiro, em uma espreguiçadeira pensando enquanto lê o resultado nos jornais.

  • Presença

  • É uma alegria geral cada vez que o senador Adelmir Santana aparece no Sesc do Gama. Dessa vez foi na disputa do caratê. A meninada aproveitou para tirar fotos. Lucas Gabriel, aluno disciplinado do mestre Sobrinho, não hesitou em mostrar a pose no Orkut.

    Alternativa
  • Nos Estados Unidos, o resort Bernardo Inn, em San Diego, promove um pacote turístico para os sobreviventes da crise. A diária é de US$ 19. Sem café da manhã, ar condicionado ou luz. Só para os interessados em se hospedar na própria barraca dentro do quarto.

    Prejuízo
  • José Pauletti protesta contra as ações de indenizações milionárias contra empresas de telefonia. O presidente da Abrafix acha que é demais. Interessante notar é que, nos tribunais de pequenas causas, as empresas não apresentam as fitas com as gravações, apesar de na hora do contato com o cliente haver o aviso.

    Todo o Brasil vibrou
  • Perto do aniversário de 50 anos da capital, é mais do que cívico que Paulo Octávio, ex- aluno, e o governador Arruda, apreciador da boa música, adotassem nas escolas públicas o Hino de Brasília. Seria um presente e tanto para a cidade e para a compositora, Neusa França, ouvir milhares de crianças cantando seu hino com a letra de Geir Campos.

    Febre A (H1N1)
  • A rede privada de hospitais não pode nem deve receber o Tamiflu contra a gripe. Seria descalabro em meio à pandemia, do ponto de vista epidemiológico, diz o chefe da Promotoria de Defesa da Saúde do Ministério Público, Jairo Bisol. Negou-se a declarar as exceções que motivariam ciúmes para com hospitais que põem o doente abaixo do faturamento.

    Ternura
  • Nada mais belo do que o senador Suplicy cantar ao microfone do Senado bela canção em inglês sobre o carinho. Valeu. Nos horários de amargura, o homem que não quer vê-la incrustada no coração tem saída. É cantar com amor, como o senador paulista entoou notas e letra de quem ama, é feliz, e quer os outros no mesmo tom.

    Bancos fechados
  • Desde início da crise financeira, o Federal Reserve fechou 72 bancos nos EUA. O fato contracena com o que ocorre no Brasil. Dentro da mesma crise, bancos anunciam rendas superiores a R$ 1 bilhão nos três primeiros meses do ano. O Banco Central não informa aos correntistas as razões do contraste e permanece calado, sem dar satisfação ao cidadão que paga juros absurdos e recebe remuneração mínima nas aplicações.

    Faz tempo
  • Não é de hoje que se fala mal do Brasil nos nossos limites. Ao tempo de Getúlio Vargas na Presidência da República surgiu a expressão segundo a qual o país estava “à beira do abismo”. Não se falava noutra coisa. Foi aí que o Barão de Itararé, de humor claro e lúcido, publicou no seu jornal A Manha: “Roubaram o abismo”. O povo gostou e esqueceu as desgraças que cobriam a cabeça.

    Dinheiro eleitoral
  • A ministra Dilma Rousseff defende o aumento do Bolsa Família. Entra como atividade social. O dinheiro sai do bolso de quem paga imposto. Ao contrário, o presidente Lula apenas “deseja servir”. Não perde eleição nem querendo, embora não tenha candidato.
  • História de Brasília


    Os três atuais diretores da Novacap estão de bola preta para o atual prefeito. O nome escolhido para a presidência deverá ser da confiança total do sr. Paulo de Tarso, que está estudando, detidamente, todas as sugestões apresentadas.(Publicado em 5/2/1961)

    LUIZ GARCIA

    Peculiar bazófia


    O Globo - 11/08/2009

    No miolo das crises políticas, palavras frequentemente têm peso igual ou, pelo menos momentaneamente, até maior que o dos fatos. Faz sentido. Não existe ação política sem o verbo, no princípio como no meio e no fim.

    No fim de semana, uma frase do senador Paulo Duque, contribuição de parte do eleitorado fluminense para o folclore político nacional, ajudou o país inteiro a entender melhor as atuais atribulações do Congresso. Presidente do Conselho de Ética do Senado, cabia a Duque decidir o que fazer com um malcheiroso buquê de pedidos de investigação de alegados feitos e malfeitos do senador José Sarney.

    Havia de um tudo: nepotismo, tráfico de influência, desvio de recursos, fraude fiscal. Duque não penou nem pensou: sem examinar um documento sequer, ou ouvir quaisquer membros do conselho, arquivou tudo.

    E deu explicação lapidar: “Não temo a opinião pública. Adoro decidir sozinho.” Quem até agora não conseguira entender por que as tais atribulações aconteceram, na quantidade e na profundidade que se sabe, tem aí uma boa pista. Não se trata apenas da fraqueza de caráter de um número considerável de legisladores.

    Há também outro dado negativo: a certeza, revelada pelo senador Duque e compartilhada por sabe-se lá quantos de seus colegas, de nenhuma necessidade de prestação de contas.

    Em episódios não muito raros nem distantes, senadores têm sido punidos por seus iguais. Até mesmo pelo singelo pecado da indiscrição sem objetivo de ganho material, como aconteceu com o poderoso Antonio Carlos Magalhães. Foi, parece, no tempo em que o Senado ainda era tido como casa de respeito. Entre outros motivos porque tinha algum temor pela opinião pública.

    Hoje, o patamar mais alto do Legislativo passa pela crise mais séria de sua história. Pode, ou talvez ainda possa, sobreviver à desmoralização absoluta — o que talvez seja muito pior do que qualquer dos perigos que já enfrentou, inclusive na ditadura militar.

    Seja como for, mas isso só acontecerá por iniciativa própria.

    O Conselho de Ética tem — ou tinha, até se conhecer o desprezo pela opinião pública do senador Duque, e sabe-se lá quantos de seus colegas — meios e maneiras de afastar as nuvens pretas visíveis no horizonte.

    Não seria fácil, mas apenas questão de cumprir uma obrigação.

    Há denúncias, atingindo o patamar mais alto da Casa, sobre nepotismo, falsidade, tráfico de influência, desvio de recursos e fraude fiscal

    GOSTOSA


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    INFORME JB

    Sem bala na agulha, é bom fugir do duelo

    Leandro Mazzini
    Jornal do Brasil - 11/08/2009

    Depois do excitante embate – o “coronel de m...” e o “cangaceiro de terceira categoria” – o PMDB e o PSDB chegaram à conclusão de que é melhor esquecer o tiroteio e mandar Tasso Jereissati (CE) e Renan Calheiros (AL) fugirem do duelo. Ambos sem mais balas na verborragia, buscam armistício no discurso. “Renan não tem importância”, disse à coluna o líder tucano Arthur Virgilio (AM). “Vamos resgatar o Senado, temos que pensar positivo”, dando a entender que o PSDB, hoje, não deve representar nada contra o líder peemedebista. Por ora. “Não haverá isso (representação); a decisão foi da bancada”, comentou Renan ao Informe. “A previsão é que se encontre uma saída, que se melhore tudo”. Ou seja: algo de pior está sendo tramado.

    “Aqueles que têm alguma coisa contra o termo “engolir” devem sofrer de um período de regressão”

    Senador Fernando Collor, em recado indireto para Pedro Simon, que estava ao fundo do plenário

    Alô, segurança

    Quem observou ontem o olhar fixo, sem pestanejar, que durou muitos minutos, de Fernando Collor para Pedro Simon este na tribuna -chegou à conclusão de que os dois não podem cruzar-se num corredor.

    Alô, Ibama

    Um observador diário alertou: sumiu a metade dos micos que foram "desalojados"" com uma obra entre o TCU e o Anexo IV da Câmara.

    Até urubu

    Outro alerta ao Ibama: bandidos invadiram o Parque dos Falcões, na: Serra de Itabaiana (SE), levaram duas aves da espécie e ... até um urubu branco.

    Diagnóstico

    De José Serra, no Twitter, ao falar do estado atual do país: ""Parece meio anestesiado ou meio distraído, de vez em quando".

    Abílio "Coelho"

    O maior varejista do país, Abílio Diniz, deu uma de Paulo Coelho. Lançou um site pessoal no qual dá dicas de mercado & negócios, de saúde e lições de vida.

    Crise?

    A Toyota registrou crescimento de 16% entre janeiro e julho: vendeu 49.733 do modelo Corolla.

    Quero briga

    O deputado Fernando Marroni (PT -RS) vai rodar o país em campanha pela aprovação de seu projeto PL 5.584/09, que distribui de forma igual os royalties de petróleo para todas as cidades do país.

    Troco

    Os Agaciboys, seguidores do ex-diretor do Senado Agaciel Maia, soltam pela Casa a história de que terá troco um senador que o acusa, o mesmo que várias vezes sujou o carro oficial depois de uns goles de uísque em restaurantes.

    Aulão

    Roberto Setubal, presidente do Itaú Unibanco, dá tempo na agenda hoje e faz palestra Uma visão econômica pós-crise, no 17º Seminário Lide, em São Paulo.

    Primeiro Mundo

    O governo vai pedir maiores explicações à Suíça sobre a morte do gaúcho Vilmar Hom, 24, na sexta. Ele teria sido espancado por três homens depois de uma festa.

    Pós-Paula

    Vai mal a relação entre os dois países, depois do caso Paula Oliveira - que confessou ter se flagelado.

    Aos canalhas

    A jornalista Rozane Monteiro lança hoje, às 19h, Sua Excelência, o Canalha, (Litteris) na Siciliano do Plaza Shopping, em Niterói.

    JANIO DE FREITAS

    O ministro na moita


    Folha de S. Paulo - 11/08/2009



    Nelson Jobim está repleto de outros compromissos; enfim, nada de audiência sobre a compra de caças e submarinos


    COM AVIÃO da FAB à sua disposição, e a menos de duas horas de voo de Brasília, Nelson Jobim alega que estará na Amazônia e, por isso, não poderá comparecer no dia 19 à audiência em que a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, da Câmara, o questionaria sobre aspectos duvidosos dos negócios multibilionários de compra de submarinos e caças a jato.
    A finalidade invocada para a presença na Amazônia não é menos original: Nelson Jobim informou à comissão que vai examinar lá a cessão de bases militares da Colômbia aos Estados Unidos. O que faz a finalidade ainda mais interessante é que as instâncias incumbidas do assunto, tanto militares como o Estado-Maior das Forças Armadas e civis como as Relações Exteriores, não estão em meio à selva. Ficam pertinho do gabinete do ministro da Defesa, em Brasília.
    O adiamento da audiência, aceitável sem dificuldade pela comissão, foi recusado com outra justificativa poderosa: Nelson Jobim precisará ficar uma semana na Amazônia, ocupado com o assunto que estará sob discussão em Brasília. A ideia de uma data um pouco além ou um pouco aquém da semana amazônica não teve melhor sorte: o ministro está repleto de outros compromissos no Rio Grande do Sul, e mais para cá ou acolá. Enfim: nada de audiência sobre os negócios.
    Bem, a rigor foram no final oferecidas duas hipóteses. Pela primeira, em lugar do ministro, a audiência (de iniciativa do deputado Júlio Delgado) seria do comandante da Marinha. Ocorre que o comandante da Marinha nada pode dizer sobre a compra dos jatos, que tem a esquisitice da não indicação, pela FAB, do avião de sua preferência. Quem a tem preferência é Nelson Jobim e, ao que consta, é também Lula, cujos conhecimentos de aviação, em especial de aviação militar, deve-se presumir que sejam equiparáveis aos dos especialistas.
    Segunda hipótese oferecida à comissão: Nelson Jobim poderá ir em meado de setembro. Logo, depois do dia 7 em que está prevista a assinatura, por Lula e pelo visitante presidente da França, de efetivação dos negócios de compra dos submarinos e dos caças, todos franceses. Sem que se saiba, sequer, a quanto bilhões vão os dois negócios, quanto mais as possíveis respostas para seus muitos aspectos, digamos, polêmicos.

    Copa dos custos
    O Ministério dos Esportes abriu conversas com o BNDES sobre o financiamento das obras de estádios para a Copa de 2014. Não há como imaginar a adequação desse dinheiro necessário, estimado no mínimo de R$ 4 bilhões, às finalidades legais do banco, voltadas para o desenvolvimento econômico e social.
    Além disso, a mesma afirmação foi feita por Lula, pelo ministro Orlando Silva (do Esporte) e pelo presidente da CBF, Ricardo Teixeira, sobre os estádios e contra as críticas à candidatura do Brasil à dispendiosa Copa: "Não haverá dinheiro oficial".
    A propósito, informou a
    Folha na última sexta-feira: em dois anos, sem que os estádios tenham passado de conversas e uns rabiscos, o custo médio das obras já passou dos R$ 167 milhões, constantes do plano de candidatura entregue à Fifa e aqui divulgado, para R$ 400 milhões por estádio.
    Antes de entrar dinheiro oficial na copa dos custos, espera-se que entrem no assunto o Ministério Público Federal, já com olhos no BNDES e outros cofres oficiais; e os Ministérios Públicos de cada Estado ou município já convocado por Ricardo Teixeira para entrar com os respectivos milhões, por ser proprietário de estádio selecionado.

    GOSTOSA DO TEMPO ANTIGO


    BRASÍLIA - DF

    Chimangos e maragatos


    Correio Braziliense - 11/08/2009



    A velha disputa entre chimangos (republicanos) e maragatos (federalistas), que foram às armas na Revolução de 1923, deixou raízes na política gaúcha. A um ano das eleições, o estado registra a disputa mais radicalizada do país. A tucana Yeda Crusius realizava uma administração bem avaliada, mas um escândalo no Detran lançou seu governo num parafuso sem fim. Ontem, foram divulgadas na internet as 1.200 páginas do processo de improbidade administrativa que pede o afastamento da governadora e mais oito pessoas por suspeita de desvio de R$ 44 milhões. Um dos acusados é seu ex-marido.

    » » O documento contém informações que estavam em sigilo de Justiça, como dados bancários e fiscais, além do conteúdo de interceptações telefônicas. A governadora acusa o ministro da Justiça, Tarso Genro (PT), de manipular as investigações da Polícia Federal e do Ministério Público com o propósito de atingi-la. Na última sexta-feira, a juíza Simone Barbisan Fortes, da 3ª Vara da Justiça Federal em Santa Maria, havia negado pedido para tornar pública a íntegra da ação, mas o documento vazou. Ontem, ela rejeitou o afastamento da governadora gaúcha.

    Segredos // Depoimento do secretário interino da Receita Federal, Otácilio Cartaxo, à CPI da Petrobras, deve se ater às informações já prestadas por sua antecessora, Lina Maria Vieira, em resposta a um requerimento da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados. A oposição está doida para convocar Lina, mas tentará arrancar informações de Cartaxo numa sessão reservada.

    Palanque



    Tarso Genro (foto) é candidato escancarado ao governo gaúcho. Com a denúncia, o PMDB deve retirar o apoio a Yeda na Assembleia Legislativa. A desestabilização do governo tucano abre caminho para a volta do PT ao Palácio Piratini e cria um palanque robusto para Dilma Rousseff, mesmo sem o apoio do PMDB. A crise gaúcha também enfraquece o discurso ético do PSDB na sucessão de Lula.


    Desespero



    Yeda ameaça responsabilizar o PMDB por irregularidades no órgão. Mira no ex-governador Germano Rigotto (PMDB), que simpatiza com a candidatura de Tarso Genro. Isso, porém, fragiliza seu principal aliado na legenda, o deputado Eliseu Padilha (PMDB), que ainda defende o apoio ao seu governo. Quem mais perde com o agravamento da crise é o prefeito de Porto Alegre, José Fogaça (foto), favorito nas pesquisas para o governo. Está sendo arrastado para a crise como aquele gaiato que subiu no tombadilho do navio sem saber a direção.

    Gira

    As mulheres do governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), e do ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima (PMDB), tomaram as dores dos respectivos maridos, que romperem a aliança PT-PMDB no estado. A primeira-dama, Fátima Mendonça, foi à imprensa engrossar o coro contra o PMDB. A mulher de Geddel, Alessandra Vieira Lima, retrucou as críticas no mesmo tom e atacou o PT de Wagner.

    Pauta


    Tramitam no Congresso 19 mil matérias, das quais 4.500 são acompanhadas pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Desse total,
    119 projetos integram a agenda legislativa da indústria e são monitorados permanentemente por lobistas.

    Ausência


    O deputado João Maia (PR-RN) perdeu ontem o almoço com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, na casa da governadora do Rio Grande do Norte, Wilma de Faria (PSB). Estava na comitiva do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, mas o voo que os levava para Natal atrasou. Irmão de Agaciel, o ex-diretor-geral do Senado, Maia é candidato a governador.

    Embaralhou


    A oposição fluminense está desnorteada com o convite do PV à senadora Marina Silva (PT-AC) para ser sua candidata à Presidência da República em 2010. PSDB, DEM e PPS tentam convencer o deputado Fernando Gabeira (PV) a disputar o Palácio da Guanabara para dar palanque ao candidato tucano ao Planalto. Se Marina for o nome do PV, Gabeira armará o palanque para a correligionária.

    Lobby/ A Confederação Nacional da Indústria (CNI) promove hoje e amanhã, em Brasília, um seminário sobre a legalização do lobby. Participam o subchefe de Análise e Acompanhamento de Políticas Públicas Governamentais da Casa Civil, Luiz Alberto dos Santos; os deputados Carlos Zarattini (PT-SP), autor de um dos projetos, e Bruno Araújo (PSDB-PE), relator de outro projeto; o diretor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Antônio Queiroz; e o diretor de Assuntos Corporativos da Ambev, Milton Seligman.

    Telhado/ O comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, adiou a entrega do relatório final do Projeto FX/2, com análise de aspectos técnicos, operacionais, logísticos, de compensação comercial/industrial e de transferência de tecnologia para a compra de 36 caças pela Força Aérea Brasileira, por não menos de R$ 4 bilhões. Americanos e suecos comemoram: temiam que a compra do caça francês Rafale fosse anunciada por ocasião da visita do presidente Nicolas Sarkozy, em 7 de setembro.

    Zelaya/ A Via Campesina resolveu convocar uma manifestação contra o golpe em Honduras para hoje, às 17h, na Cinelândia, palco de nove entre 10 manifestações de protesto no Rio de Janeiro. Endossam a convocação o MST, a Casa da América Latina, a Rede Contra Violência, o PCB e o PSol, dentre outras organizações de ultra-esquerda.

    ELIANE CANTANHÊDE

    Sobrou para Obama


    Folha de S. Paulo - 11/08/2009

    Toda a ira e os ataques que seriam contra a Colômbia e o presidente Alvaro Uribe acabaram convergindo para cobranças contra os EUA e o presidente Barack Obama, que nem completou ainda sete meses no poder.
    Foi assim a 3ª reunião de presidentes da Unasul (União das Nações Sul Americanas), ontem, em Quito, aqui no Equador.
    A declaração conjunta, de 31 itens, não fez uma mísera referência à crise aberta com o uso de até sete bases colombianas por forças militares norte-americanas. Os discursos protocolares também não.
    Mas Chávez, sempre ele, quebrou o protocolo, fez um discurso não previsto oficialmente e puxou uma fila de reclamações contra Washington, com uma ressalva ou outra a favor de Uribe.
    De um lado, Venezuela, Equador e Bolívia. De outro, Colômbia (representado pela sub do sub) e Peru (cujo presidente não foi, porque seu avião quase caiu). Lula não queria, mas avisou que, se Chávez falasse, ele também falaria. Não deu outra.
    Coube a Lula liderar a tropa do deixa-disso com a Colômbia e propor a reunião dos 12 países da Unasul com Obama para chorar as pitangas, nos EUA.
    A pauta é ampla, mas neste momento centrada na crise das bases colombianas e na reativação da Quarta Frota da Marinha norte-americana para ficar passeando pelo Atlântico Sul e rodeando o pré-sal brasileiro. Sem falar no enterro da Rodada Doha de comércio, cuja morte o Brasil atribui aos EUA.
    Aliás, pensando bem, a reunião de Quito teve tudo a ver com a entrevista que o chanceler Celso Amorim deu para a
    Folha no domingo retrasado, criticando abertamente os EUA, inclusive pelas bases e por Doha. Nada é por acaso...
    O fato é que a Unasul nasceu para integrar, mas o que se vê é justamente o oposto: raras vezes, nos tempos modernos, a América do Sul esteve tão flagrantemente rachada. E usando tanto termos como "beligerância" e "guerra".

    GOSTOSA


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    PAINEL DA FOLHA

    O fator Lina

    RENATA LO PRETE

    FOLHA DE SÃO PAULO - 11/08/09

    Nem governo nem oposição nutrem muita expectativa em relação ao depoimento do secretário interino da Receita, Otacílio Cartaxo, hoje na CPI da Petrobras. Acham que apenas a ida de Lina Vieira, que afirma ter recebido pedido de Dilma Rousseff para "agilizar" investigação sobre empresas da família Sarney, pode comprometer a blindagem da ministra.
    A oposição vai insistir em aprovar o requerimento para que Lina seja ouvida, mas o relator, Romero Jucá (PMDB-RR), diz não ver evidências de pressão política: "Não há laudo, não houve notificação, não houve multa. Por ora, é um não assunto", desconversa Jucá.

    Atalho. Ciente da dificuldade em ter sucesso na CPI, a oposição partirá para tática já usada no passado: tentar obter o depoimento de Lina em outra comissão do Senado.

    Não fui eu. Em Natal, Dilma sutilmente procurou atribuir as declarações de Lina Vieira à mágoa ao dizer, sem que ninguém tivesse lhe perguntado, que nada teve a ver com sua nomeação e tampouco com sua saída do governo.

    A filha é tua. De um asssessor de Lula, lembrando do empenho do ministro da Fazenda para instalar Lina no comando da Receita Federal: "O Guido deve estar com saudades do Jorge Rachid".

    Liliput. O PSOL está em pânico. Nascido de dissidência do PT, avalia que, antes de causar estrago a qualquer concorrente de peso, a eventual candidatura de Marina Silva à Presidência atingirá em cheio Heloisa Helena ou outro nome que venha a representar o partido na cédula.

    Memória. No Acre, petistas lembram que também Chico Mendes flertou com o PV na década de 80. Chegou a negociar a filiação no Rio de Janeiro com Alfredo Sirkis.

    Seiva. A quem lhe pergunta se não teme ficar sem o mandato de senadora, aventurando-se na incerteza de uma candidatura presidencial, Marina responde com calma e bom humor: "Já estou fazendo uma poupancinha".

    Elo. Um depoimento do então presidente do Detran gaúcho, Sérgio Luiz Buchmann, em 17 de julho de 2009, é considerado chave nas 1.200 páginas da denúncia do Ministério Público Federal contra a governadora Yeda Crusius (PSDB). O relato, dizem os procuradores, mostra "não só o conhecimento dela das fraudes na autarquia, mas concordância e benefício direto".

    Nomes 1. Além do núcleo do governo, a denúncia afirma que o Detran "é fonte de financiamento do PP e do PMDB". Aponta o deputado federal José Otávio Germano (PP), padrinho das indicações na autarquia, como "mentor e beneficiário do esquema".

    Nomes 2. Outra personagem de destaque nas escutas é Walna Vilarins Meneses, assessora de Yeda desde os tempos de Câmara. O documento a aponta como suspeita de "comandar o caixa dois".

    Reforço. A base aliada de Yeda garantiu a última vaga da nova CPI. O secretário do Meio Ambiente, Berfran Rosado (PPS), retornou à Assembleia. Com isso, o governo terá 8 das 12 cadeiras.

    Esticada. Arthur Virgílio (PSDB-AM) se antecipou aos adversários do PMDB e pediu informações à direção-geral do Senado sobre seu ex-assessor Carlos Lina Neto. Se ele ficou na Espanha além do período de duração do curso de teatro que fez, o tucano diz que vai devolver à Casa o equivalente ao tempo extra.

    Visita à Folha. José Anibal, líder do PSDB na Câmara dos Deputados, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Carlos Marchi, assessor de imprensa.

    com VERA MAGALHÃES e SILVIO NAVARRO

    Tiroteio

    "Do jeito que o atual presidente da República é, daqui a pouco ele vai dizer que fez a abertura dos portos."


    Do ex-presidente ITAMAR FRANCO (PPS), usando feito de d. João 6º para ironizar, em reunião de lideranças oposicionistas no Rio, o estilo "nunca antes neste país" de Lula.

    Contraponto

    Verde de ocasião Alvo permanente de brincadeiras dos colegas por seu suposto pão-durismo, Eduardo Azeredo (PSDB-MG) fez recentemente uma viagem ao Vietnã com o também senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA).
    Numa loja, Ribeiro comprava roupas de pele para a mulher, que o acompanhava, e outras familiares. Ao lado, a mulher de Azeredo cobrou:
    -Eduardo, você não vai comprar pra mim?
    -Não posso, querida- respondeu o mineiro.
    Diante da expressão contrariada dela, o tucano prontamente explicou:
    -É que acabei de me filiar ao Greenpeace...