quinta-feira, abril 16, 2009

PANORAMA POLÍTICO

Dilma critica mídia

Ilimar Franco
O Globo - 16/04/2009
 

A candidata do presidente Lula, a ministra Dilma Rousseff, reclamou do tratamento da imprensa para as suas viagens de acompanhamento do PAC. Falando para deputados petistas, alegou que está cumprindo suas atribuições como ministra e disse que as viagens dos candidatos da oposição, os governadores José Serra e Aécio Neves, não merecem a mesma marcação. A plateia delirou quando ela arrematou: “Eu não vou deixar de acompanhar o presidente Lula e de ir às obras do PAC”.

 

O PMDB e os palanques amplos

 

Na corrida para as eleições presidenciais de 2010, PSDB e PT têm preocupações distintas. Os tucanos não querem apenas garantir coligações com o PMDB em alguns estados; vão lutar para impedir uma aliança nacional do PMDB com o PT.

 

Se conseguirem , Dilma Rousseff ficará sem o tempo do PMDB no horário de propaganda eleitoral na televisão.

 

Sem o carisma do presidente Lula, os petistas estão trabalhando duro para domar apetites e projetos pessoais ou locais, permitindo que o partido monte palanques regionais amplos, com o lançamento de candidaturas comuns com os aliados no maior número possível de estados.

 

Para o FMI tem US$ 4,5 bi e, para os prefeitos, só R$ 1 bi” — Arthur Virgílio, líder do PSDB no Senado (AM), ontem na reunião com prefeitos eleitos pelos tucanos

 

APOIO POLÍTICO. Punido pela direção da Polícia Federal por participar de atos de campanha nas eleições municipais, o delegado Protógenes Queiroz foi ao Congresso ontem em busca de apoio para tentar escapar da punição. Reuniu-se com vários parlamentares do PSOL, entre os quais o senador José Nery (PA) e o deputado Chico Alencar (RJ), e com o senador Eduardo Suplicy (PT-SP). Protógenes levou um gancho de 90 dias.

 

O cara e a cara

 

Um deputado petista jura que ouviu o presidente Lula dirigir-se à ministra Dilma Rousseff, sua candidata em 2010, nos seguintes termos: “Eu sou o cara, você é a minha cara”. Aliás, em solenidades, Lula costuma dizer: “minha cara Dilma”

 

Lenha na fogueira

 

A Comissão de Anistia do Ministério da Justiça lança em julho revista semestral.

 

O tema da primeira edição será “O que é Justiça de transição”. Na pauta também, a abrangência da Lei da Anistia e a punição para os torturadores.

 

Rio aumenta gasto com Câmara

 

Em seu parecer sobre a proposta de emenda constitucional que fixa os gastos das Câmaras Municipais, o senador Valter Pereira (PMDB-MS) afirma, com base em estimativa da Consultoria Legislativa do Senado, que, enquanto a da cidade de São Paulo cortou sua despesa real em 36% entre 1999 e 2007, a do Rio promoveu aumento real de 63% no mesmo período. Assim, o valor per capita do gasto da Câmara da capital paulista é de R$ 24,76, enquanto o Rio é de R$ 53,24.

 

A bancada ética emudeceu

 

Com tantas irregularidades e mordomias beneficiando a parlamentares de todos os partidos, os discursos de natureza ética desapareceram das tribunas da Câmara e do Senado. Os líderes dos partidos procuram, desesperadamente, construir uma nova agenda. Para tentar mudar a pauta, na Câmara os partidos pretendem ressuscitar a reforma política. Para facilitar a votação de uma proposta, estão defendendo que as mudanças só entrem em vigor em 2014.

 

O MINISTRO Guilherme Cassel (Desenvolvimento Agrário) participa, na próxima semana, em Roma, de painel sobre o enfrentamento da crise de alimentos em seminário da FAO. Falará sobre os programas Mais Alimentos e Territórios da Cidadania.O MINISTRO Guilherme Cassel (Desenvolvimento Agrário) participa, na próxima semana, em Roma, de painel sobre o enfrentamento da crise de alimentos em seminário da FAO. Falará sobre os programas Mais Alimentos e Territórios da Cidadania.

 

O DEPUTADO Alexandre Santos (PMDB-RJ) nega ter indicado Geraldo Di Biasi para dirigir o Hospital de Ipanema. “Me tira dessa sujeira”, disse ele.

 

O DEM já se definiu no Paraná. Vai apoiar o senador Osmar Dias (PDT) para o governo estadual. O deputado Abelardo Lupion vai concorrer ao Senado.

MERVAL PEREIRA

O bom combate


O Globo - 16/04/2009
 

A prisão de Daniel Rendon Herrera, o “Don Mario”, considerado o maior traficante colombiano, chegou para o presidente Álvaro Uribe ontem quando estava em companhia de Lula na abertura do Fórum Econômico Mundial. Ele não se conteve e passou o telefone para o presidente brasileiro, para que ouvisse pessoalmente o relato da prisão. Horas mais tarde, em outra sessão do seminário, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso bateu os ombros ao saber da comemoração de seu colega Uribe, e comentou: “Quando o Fernandinho BeiraMar foi preso na Colômbia, em 2001, o então presidente Andrés Pastrana me telefonou para dar a boa notícia.

 

Mudou alguma coisa no tráfico de drogas do Brasil?”.

 

Fernando Henrique participava de uma mesa onde se discutia a relação das drogas e a democracia, e a troca do paradigma estabelecido pelos Estados Unidos na década de 70 do século passado, de combate militarizado às drogas. Ele e os ex-presidentes Cesar Gaviria, da Colômbia, e Ernesto Zedillo, do México, presidem a Comissão Latino-Americana sobre Drogas e Democracia que apresentou recentemente um documento que defende a descriminalização do uso pessoal da maconha como maneira de reduzir a demanda. E o tratamento do usuário de drogas como uma questão de saúde pública, e não criminal.

 

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso foi ao México para apresentar ao presidente Felipe Calderón o relatório final, e também teve um encontro com o presidente venezuelano Álvaro Uribe, a fim de tê-los como defensores, junto aos Estados Unidos de uma política mais liberal de combate às drogas.

 

Os dois, embora em estágios distintos, encontram-se em meio a uma verdadeira guerra ao tráfico, e não têm espaço político para aderir formalmente a essa cruzada.

 

Uribe, ao contrário, está em campanha mesmo é para concorrer a um terceiro mandato, e ontem deixou isso claro em uma conversa informal com alguns jornalistas no Fórum Econômico Mundial.

 

Tão popular ou mais do que o presidente Lula, Uribe chegou a ter 91% de aprovação no meio do ano passado, quando foi resgatada a senadora Ingrid Betancourt.

 

Perguntado por que não fazia como seu colega Lula, outro campeão de popularidade, e renegava a possibilidade de mudar a Constituição para poder concorrer a um terceiro mandato presidencial, Uribe não fugiu da raia e disse que a Colômbia precisa de um governo que implante as três diretrizes a que ele se dedica: erradicar o narcotráfico, melhorar a situação social do povo e atrair investimentos estrangeiros para o país.

 

Deixou subentendido que apenas ele pode garantir a continuidade desse programa, e falava quase como “o escolhido”, voz baixa e mansa, parecia convencido de que tem uma missão que ainda não foi concluída.

 

Fernando Henrique lembra que quando conversou com ele, Uribe estava certo de que a guerra contra os narcotraficantes estava conseguindo reduzir a produção de cocaína no país, mas dias depois os números oficiais mostraram que a produção não havia tido uma redução sensível.

 

Com uma crescente presença de cartéis das drogas assumindo o controle de vários setores da sociedade no México, e com a violência da disputa pelo mercado de drogas colocando sua segurança pública em xeque, a questão tornou-se também uma prioridade para o governo dos Estados Unidos, cuja atuação nessa mudança de paradigma será fundamental.

 

A tese que está por trás da nova proposta é que a política de combate ao tráfico tem sido custosa e ineficiente, inclusive para os Estados Unidos, que a implementaram. E que o combate às drogas tem que ser feito através de uma mudança de mentalidade, um trabalho de educação, de valores mais permanentes, para que a própria sociedade mude de comportamento em relação às drogas.

 

O gasto anual subiu de US$ 10 bilhões, nos anos 80 do século passado, para US$ 40 bilhões atualmente, segundo disse ontem o ex-presidente Cesar Gaviria.

 

Em 30 anos, o número de presos condenados por crimes relacionados com as drogas subiu de menos de 50 mil para 500 mil, um em cada quatro presos nos Estados Unidos. Ao mesmo tempo, o preço das drogas está estabilizado ou decrescente, e o consumo não foi reduzido.

 

A comissão propôs a descriminalização da maconha por ser a droga de uso majoritário no mundo, e, ao mesmo tempo, cujos malefícios à saúde podem ser comparados aos do álcool e do tabaco, drogas legalizadas.

 

Representante do governo do Rio, o secretário de Fazenda, Joaquim Levy, defendeu a política de enfrentamento do governo estadual contra os traficantes do Rio expondo um estudo interessante que, segundo ele, deu base para que essa política fosse validada.

 

Um levantamento do tráfico carioca como “negócio” mostrou que ele não está ligado diretamente ao tráfico internacional, e representa um montante de dinheiro não tão grande quanto se imagina. A questão do tráfico no Brasil não seria tão grave como no México e na Colômbia, pois aqui não atuariam cartéis organizados com ligações no exterior.

 

Pelos cálculos da Secretaria da Fazenda, o tráfico carioca representa um negócio entre US$ 150 milhões a US$ 200 milhões, que vive basicamente do mercado local.

 

Por isso a disputa pelos pontos de droga, pois o domínio territorial é fundamental para um negócio que não teria ligações externas fortes.

 

A tática utilizada pela polícia do Rio, de estrangular o tráfico e retomar aos poucos o controle do Estado nas favelas, estaria baseada na certeza de que o tamanho do tráfico do Rio o torna um inimigo que o estado tem condições de enfrentar e vencer.

INFORME JB

A bicicleta e a Mercedes do "cara"


Jornal do Brasil - 16/04/2009
 

O presidente da República , Luiz Inácio Lula da Silva, avisou meses atrás que cortaria até o batom da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), sua fiel escudeira, por causa do aperto da crise. Coitada. Sobrou para ela. Porque Lula, mostra o Diário Oficial, está se cuidando. E bem. A Presidência contratou a Center Ciclo, em Brasília, para prestação de serviços de manutenção em esteiras elétricas e bicicletas ergométricas. Vai pagar R$ 2.871. Já em São Bernardo do Campo, no ABC paulista – cidade quase natal do presidente – a frota vai passar por reformas. O Gabinete de Segurança Institucional contratou serviços de funilaria e pintura para os carros VW, GM, Renault e Mercedes do "cara". O governo vai pagar R$ 68.400 para o serviço nos veículos. Praticamente, o preço de dois carros populares.

Pedala, Rio

O presidente Lula, que gosta de pedalar, deveria dar um exemplo e chamar os cariocas para o mesmo: usar as bicicletas disponíveis para aluguel em Copacabana, bairro onde ficou no Rio. Como mostra a foto, no feriadão, por exemplo, a maioria ficou sem uso.

Saúde!

Mas vale lembrar aqui: é bom que o presidente cuide de sua saúde. E os equipamentos também são usados por seguranças vinculados à Presidência, em Brasília e outras cidades.

Dose dupla

O Ministério da Justiça, com a Polícia Federal, vai apertar o cerco aos medicamentos falsificados. Vai ficar em cima de capitais e pequenas redes de farmácias. Sinal de que virá uma segunda operação.

Falência

As prefeituras de Rosário da Limeira, Vieiras, Antônio Prado e Eugenópolis, entre outras, fecharam as portas ontem em Minas, em protesto pelo saldo vermelho nas contas, por causa da redução drástica do repasse do Fundo de Participação Municipal.

A casa caiu

Sem dinheiro, ainda há outro problema para prefeitos do país inteiro. Endividados, os alcaides não sabem se terão autorização para pleitear recursos do novo programa habitacional.

Tela quente

Essa é para quem acha que a crise pegou todos os setores. A Sharp anunciou início das operações da nova fábrica, em Sakai, no Japão, para produção de painéis LCD, seguindo o crescimento da demanda mundial pelas chamadas TVs de tela fina.

Ah, bom

O Superior Tribunal de Justiça decidiu que a União não podia cobrar parcelas atrasadas do Imposto Territorial Rural de um fazendeiro paranaense que teve sua propriedade invadida e tomada pelo MST em 1995.

Inquilinos

A fazenda foi ocupada por 80 famílias de sem-terra que, óbvio, desde então não pagam o imposto, que chega na conta do proprietário.

Guerra

O suplente de deputado federal Gilvan Costa (PTB-PE) recorreu ao STF para assumir uma vaga na Câmara. Ele questiona a validade da convocação de Charles Lucena (PTB-PE) para a vaga do ministro José Múcio.

Para variar

Charles é considerado inelegível pelo TRE, por supostas irregularidades na campanha.

Termômetro

A Federação Brasileira de Bancos, preocupada com a crise, encomendou pesquisa para ver como anda sua imagem na população.

Rio medieval

O deputado carioca Brizola Neto, líder do PDT na Câmara, foi à tribuna ontem pedir a cassação da concessão da SuperVia, que administra os trens do Rio, revoltado com as cenas em que passageiros presos às portas levam chicotadas dos seguranças.

Chicoteia, Brizola

Para Brizola Neto, os culpados são a SuperVia e o governo do estado. "A SuperVia deve ser penalizada por falta de cumprimento do contrato que previa o investimento de US$ 250 milhões na modernização do serviço".

CELSO MING

É um mata-burro?


O Estado de S. Paulo - 16/04/2009
 

A decisão do governo de excluir os investimentos da Petrobrás dos cálculos do que tem de ser poupado para pagar a dívida (superávit primário) parece altamente criteriosa, mas encerra perigos que precisam ser evitados.

E, ontem, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, passou o aviso de que mais investimentos de estatais podem entrar nessa dança. Se isso vier a ser confirmado, o perigo acabará sendo multiplicado.

Olhando assim, inocentemente, investimentos em petróleo e, mais, investimentos feitos e contratados pela Petrobrás não podem ser considerados mera despesa porque são o futuro no ovo. E o futuro é pujante, especialmente depois das descobertas do pré-sal.

Antes de mais nada, convém partir da verificação de que os investimentos de empresas estatais no Brasil têm muita coisa estranha, mesmo em petróleo. Nos anos 80, por exemplo, o então governador paulista, Paulo Maluf, inventou uma empresa estatal, a Paulipetro, que se encarregaria de encontrar petróleo no interior de São Paulo. Foi um dinheiro jogado fora.

Se naquela época fosse feito superávit primário e se essas lambanças fossem excluídas do cálculo sob o argumento de que são investimentos e não despesa, teria sido um crime de responsabilidade fiscal.

Ora, dirão por aí, você quer comparar a Petrobrás com a Paulipetro e o presidente Lula com o governador Maluf... Bem, é só juntar as coisas. A contabilidade da Petrobrás está acusando impressionante aumento dos seus custos. Pelo menos alguns dos seus investimentos são questionáveis. Plataformas, navios, refinarias, até subsedes e tanta coisa mais começam orçados num tantico e acabam custando um tantão. Há nessas contas duas coisas. Há investimento propriamente dito, que deve, sim, ser considerado de outra forma e ser excluído do superávit primário, e há as tais coisas esquisitas...

O ministro Paulo Bernardo reconheceu ontem que essa mudança tem como contrapartida a exigência de práticas de boa governança. Ele tomou por suposto que a Petrobrás é excelentemente governada, o que não é sempre tão claro. Qualquer analista de mercado de ações que avalia o desempenho de empresas do setor de petróleo não esconde uma penca de dúvidas sobre esses e outros pontos. Em todo o caso, pode-se exigir que a Petrobrás seja ainda melhor administrada.

Mas quando o ministro avança que esse critério (de excluir os investimentos de empresas estatais do cálculo do superávit primário) deve ser estendido às demais empresas estatais, deixa a entender que o governo Lula não vai parar por aí.

Ora, de vez em quando a gente fica sabendo de escândalos nas estatais. Fica sabendo, por exemplo, de como foram feitos investimentos em Furnas, nos Correios, na Infraero, nas maracutaias que envolvem empreiteiras contratadas para obras executadas por empresas estatais... E nem vamos falar do segmento das operações financeiras definitivamente políticas do Banco do Brasil.

E também é estranho que a oposição, que está aí para questionar o jogo do governo, engula esse novo critério assim, com casca e tudo, sem examinar o que pode ser um mata-burro. 

Confira

Pode virar - Até agora, as análises sobre as mudanças nas regras das cadernetas apenas levam em conta a hipótese de que os juros básicos rumarão ladeira abaixo.

Trata-se de evitar que seu rendimento fique alto demais e esvazie outras aplicações.

Mas e se acontecer o contrário? E se, lá na frente, como tantas vezes já aconteceu, o Banco Central for obrigado a puxar os juros de volta para cima? Nesse caso, as cadernetas, cujo rendimento estará obedecendo a outros critérios, passariam a render um nadinha e poderiam ser abandonadas. Alguém está pensando nisso?

PAINEL

Quarteto negociador

RENATA LO PRETE
Folha de S. Paulo - 16/04/2009
 

Diante da demora da indústria em reagir à crise, Lula criou um grupo de ministros que vai se reunir com empresários e trabalhadores a cada sinal de dificuldade maior num setor específico. Luiz Dulci (Secretaria Geral) será o coordenador da equipe, integrada também por Guido Mantega (Fazenda), Carlos Lupi (Trabalho) e Miguel Jorge (Desenvolvimento).
O próximo socorro será para o setor frigorífico, que amarga queda de exportações e dificuldade de financiamento. Os empresários pediram R$ 280 mi para a cadeia do frango e R$ 1,6 bi para a da carne bovina. O governo ainda não bateu o martelo das cifras, mas concordou com a abertura de novas linhas de crédito.

Frota

O governo deu sinal verde à discussão sobre redução de IPI para maquinário agrícola, tratores, ônibus e caminhões. Jorge Gerdau levou ao Planalto estudo segundo o qual a medida alavancaria a indústria siderúrgica. Já um pedido similar do setor de borracha foi recusado. 

Gaveta
As centrais sindicais conseguiram obter de Lula o arquivamento de portaria que seria editada pelo Ministério do Desenvolvimento autorizando a importação de máquinas usadas. 

Meio cheio
A Força Sindical informou a Lula que 20 de 30 empresas que tinham fechado acordos com sindicatos ligados à central para redução de jornada e de salário já voltaram à produção normal. "A CUT também fez esses acordos, mas não divulgou", disse Paulinho da Força diante do presidente cutista, Artur Henrique, e de Lula 

Arraial 1
Além de usar ONG ligada ao PT para transferir verba de patrocínio às festas de São João na Bahia, a Petrobras se valeu da Fundação Cultural Cidade de Aracaju para repassar R$ 350 mil ao "Forró Caju", parte dos festejos juninos em Sergipe. 

Arraial 2
No restante do Estado de Sergipe, foram transferidos R$ 1,3 milhão para o São João, montante todo repassado para a empresa organizadora dos festejos: a Beija-Flor Produções Artísticas. 

Muy amigo
Entre outros embaraços criados para Paulo Skaf, a Operação Castelo de Areia ajudou a queimar o filme do presidente da Fiesp no Palácio do Planalto. Ali se comenta que a investigação da PF revelou um padrão: em 2008, a federação só se mobilizou para levantar recursos para candidatos da oposição.

Ilha Fiscal
Um seleto grupo de cardeais da Câmara se reuniu para um encontro sigiloso, para o qual não foram convidados vários líderes e membros da Mesa. O assunto foi a necessidade de fixar uma pauta para a Casa. Nenhuma proposta foi feita, no entanto, para adotar medidas administrativas que regulamentem o uso da verba indenizatória e das cotas dos parlamentares. 

Tautologia
Diante da proposta de estabelecer quem poderia ser beneficiário da cota de passagens, os deputados se mostraram constrangidos em dizer textualmente que cônjuges e dependentes podem utilizá-las, embora isso já seja feito. O próprio presidente da Casa, Michel Temer (PMDB-SP), previu "dificuldade" em defender a medida. 

Tempo ao tempo
Já no baixo clero, excluído do encontro dos cardeais, está disseminada a crença de que o melhor a fazer é esperar baixar a poeira das denúncias e manter tudo como está. "A cada mudança de Mesa é essa agitação. Depois passa", vaticina um deputado do PR. 

Quinhão
Relator da medida provisória do pacote habitacional, Henrique Alves (PMDB-RN) tenta convencer Dilma Rousseff (Casa Civil) e a equipe econômica a fixar em 10% os recursos do programa que irão para municípios com menos de 50 mil habitantes. Dilma se mostrou receptiva. 

Quem diria
De um ministro do STF: "É irônico que Protógenes Queiroz e Paulo Lacerda tenham recorrido a um habeas corpus concedido pelo "tribunal dos ricos" para garantir o direito de não responder as perguntas da CPI dos Grampos".

Tiroteio

"Só cabe uma conclusão: a troca de comando ocorreu porque o BB é o banco do João, do José, do Luiz Inácio, do Guido e da Dilma."

 

 

Do deputado LUIZ PAULO VELLOZO LUCAS (PSDB-ES), presidente do Instituto Teotônio Vilela, refutando, a partir de estudo comparativo das taxas de juros praticadas por diversos bancos, a ideia de que o presidente do BB caiu por resistir à orientação de Lula para reduzir o spread. 

Contraponto

Sambalelê

 

O ministro dos Esportes, Orlando Silva, frequenta uma roda de samba que acontece nas noites de terça num restaurante de Brasília. Sempre que pode, marca presença depois do expediente.
Recentemente, ao final de reunião com Lula, ele aproveitou para elogiar a qualidade dos músicos e consultar o chefe sobre sua atividade "extracurricular".
-Presidente, o senhor vê algum problema no fato de eu dar uma passadinha no samba de vez em quando?
Lula foi franco com o jovem auxiliar:
-Nenhum. Se eu tivesse a sua idade, iria com você!

GOSTOSA


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BRASÍLIA - DF

O calvário de Stephanes


Correio Braziliense - 16/04/2009
 

A briga interna no PMDB pela Secretaria Executiva do Ministério da Agricultura provocou um bate-boca entre o ministro da área, Reinhold Stephanes, e o líder da bancada na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN). Chegou ao ponto de o líder, exaltado, dizer ao ministro: “Você só tá aí por causa do PMDB!” Stephanes deseja nomear para a Secretaria Executiva do ministério Alexandre Fontelles. Fonteles já está lá, trabalhando com o secretário Silas Brasileiro, que deve assumir o mandato de deputado federal pelo PMDB mineiro. Só que os peemedebistas vetaram a indicação. O assunto levou Reinhold ao Congresso na noite de terça-feira para uma conversa com o presidente da Câmara, Michel Temer, em busca de apoio para tentar resolver o impasse. 

***
Stephanes ofereceu ao PMDB a Secretaria Executiva adjunta. O partido, no entanto, quer mais. A grita dos peemedebista é tão grande que já tem parlamentar brincando na Casa que, entre os deputados do PMDB, se passar a Adriane Galisteu e um cargo pela frente, eles ficam com o segundo.


Munição não falta 

Os deputados que se preparem: a cada dia, virá uma notícia de passagens e verba indenizatória como as que saíram nos últimos dois dias a respeito de artistas e ministros. 

Palanque precoce 

As comemorações do Dia do Trabalhador da Força Sindical devem reunir pela primeira vez no mesmo palco três pré-candidatos à sucessão de Lula. Estão pré-confirmados no evento o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) e a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. A central decidiu que não apoiará o governador de São Paulo, José Serra (PSDB). 

Dilma à la Aécio 

Primeiro pré-candidato a presidente a se colocar como o pós-Lula com ênfase à gestão pública, o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, acaba de ter seu discurso resgatado pela ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. Na reunião com o PT, ela citou que o atual governo “apesar de todos os esforços avançou pouco no que se refere a desatar os nós da burocracia para a agilização de obras e serviços”. É por aí que ela pretende estruturar a sua campanha. 

Na área 

O governador de Pernambuco, Eduardo Campos, que é também presidente do PSB, encontra-se hoje com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. Na pauta, o pedido de socorro dos usineiros e as eleições de 2010. 

 A culpa é do office-boy que não levou as orientações do presidente Lula para o ministro doPlanejamento 

Da deputada Jô Moraes (PCdoB-MG), ao comentar o superávit primário dos próximos anos e a média da taxa de juros projetadas ontem na proposta de Lei de Diretrizes Orçamentárias(LDO) que chegou ao Congresso.


No cafezinho...

 
 

Terreno hostil 
Numa rara aparição no Salão Verde da Câmara, o ex-presidente da Casa Arlindo Chinaglia (foto) foi rodeado ontem por dezenas de suplentes de vereadores que há meses pedem a votação da emenda que aumenta o número de cadeiras nas câmaras municipais. Em coro, cobraram explicações sobre o fato de Chinaglia, quando presidente, não ter promulgado a lei. Chinaglia ouviu pacientemente, mas respondeu, lacônico: “Essa proposta não vai passar”. 

Para inglês ver 
O chefe de gabinete da Presidência da República, Gilberto Carvalho, foi recebido como futuro presidente do partido na reunião da bancada do PT com a ministra Dilma. Gilberto e Dilma, por sinal, estão iguais: ele diz que não é candidato a presidente do partido e ela diz que não trata de eleição em 2009. Só que ninguém acredita.

S.O.S., presidente! 
Um emissário chegou ao gabinete do presidente da Câmara, Michel Temer, com um pedido de socorro: o deputado Edmar Moreira (sem partido-MG) encontrava-se sitiado em seu gabinete, enquanto uma turma de repórteres aguardava do lado de fora para falar sobre a notificação que recebera do Conselho de Ética. Temer respondeu que pouco podia fazer. 

My brother 
Sempre atentos às abordagens do CQC, os parlamentares agora se contorcem para se esquivar do assédio dos suplentes de vereadores. Um desavisado senador João Ribeiro (PR-TO) foi pego de surpresa por um exaltado manifestante, que caprichou na gíria: “Aí, moleque doido! Esse é o senador que vai votar a nosso favor!”. Ribeiro apenas seguiu seu caminho. Eles estão “por aqui” com esses suplentes.

ARI CUNHA

Quase massacre


Correio Braziliense - 16/04/2009
 

O interesse do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra é a morte. A comemoração deixa de ser fúnebre para ser de agitação. O chamado massacre de Carajás é tratado com escândalo. Vinte e dois agricultores protestavam contra a reforma agrária. Fecharam a estrada PA-150. Ninguém passava. Caminhões com safras foram retidos. Nisto, a Polícia Militar é chamada. Era necessário desobstruir a estrada. O serviço começou. Não houve tiros. Os revoltosos começaram a jogar pedras e paus nos policiais. Criou-se o tumulto. O comandante da Polícia mandou soldados recuar. Quando estavam em debandada de costas, evitando as agressões, ficaram encantoados na carroçaria de uma carreta. Não havia por onde fugir. E os revoltosos foram se chegando. Duzentos soldados seriam sacrificados barbaramente. Parados e encostados no caminhão. O comandante ordena reação a tiros. Nas cidades, são tiros para o ar. Amedrontar. Mas a raiva era tanta que os ataques de pau, foice, enxada não pararam. Nessa hora a ordem de comando foi atirar. Dezenove revoltosos morreram. Assim se evitou o massacre de 200 policiais. Fotos e gravações da TV mostram o fato. Se houver contestação, publicaremos.


A frase que não foi pronunciada

“Nós somos unha e carne. Só que unha de um na carne de outro.”
Lula pensando no Pacto Federativo.


Bolsa liberdade 
Há críticas quando o Ibama solta os animais apreendidos nas áreas de proteção. Mas o instituto, antes disso, faz um trabalho minucioso, preparando o animal para viver por si só. A Chapada Imperial, parceira do Ibama, recebeu dezenas de araras que vão reaprender a se alimentar no cerrado. 

Sociedade 
Em Fortaleza, é a população quem espanta os ladrões e traficantes. Um deles tentou assaltar o comércio. Dois homens perceberam. Amarraram o infeliz numa árvore e bateram até a polícia chegar. Irisvaldo da Silva levou drogas de Cabrobó em Pernambuco para vender em Fortaleza. Tentou fugir, mas os pedestres deram uma ajuda à polícia. Amarraram o homem até a chegada dos policiais. 

Incêndio 
Na cidade de Kansas, coordenadores do meio ambiente formaram um grupo de socorro para participar de um treinamento para incêndio causado pelo etanol. Socorristas são preparados para responder aos comunicados de emergência. O fogo causado pelo etanol representa riscos diferentes de outros combustíveis. O álcool é solúvel na água e a chama é quase invisível. 

Fênix 
Em cada edição da revista Business Week é registrado o retorno de compradores em setores desenganados. Instituições financeiras que não conseguiam levar os negócios adiante buscam a solução com os compradores inadimplentes. Chegou a hora de negociar. A esperança é que, nesse passo, o mercado se normalize. Restabelecer o lado psicológico da crise também é considerado. 

Eleitores 
O Brasil está listando novos eleitores para as próximas eleições. Os que moram no exterior formam comunidade extensa. Têm direito a votar apenas para deputados federais. Com a nova legislação, poderão votar com antecedência nos candidatos à Presidência da República. Os novos eleitores vão alterar o quadro nacional, e é isso o que deseja o presidente Lula da Silva. 

Greve 
Comunidade de valor intelectual e político é a dos professores. Em plena crise econômica, se atira contra promessas do governador José Roberto Arruda. Para se ter uma ideia, qualquer categoria iria esperar que as coisas se aclarassem. O país está em dificuldades e necessita da colaboração de todos. Muitas promessas foram adiadas para salvar o erário. 

Crise 
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra sabidamente vive do dinheiro que a gente paga em impostos. Não seria favor a redução das agressões ao povo. Afinal, a divergência exalta o valor próprio e degrada o esforço do presidente Lula para manter o país em paz.

História de Brasília

O deputado José Pedroso está muito contente com este fim de governo. Foi um dos homens mais assediados na época das nomeações, e depois de vários meses conseguiu, finalmente, aliviar-se do pesadelo de tantos pedidos. (Publicado em 27/1/1961)