sexta-feira, julho 29, 2011

ELIANE CANTANHÊDE - Campanha e fotos

Campanha e fotos 
ELIANE CANTANHÊDE
FOLHA DE SP - 29/07/11

Às vésperas das eleições presidenciais na Argentina, em 23 de outubro, Cristina Kirchner vem hoje ao Brasil para fazer o lançamento internacional de sua candidatura à reeleição e tirar fotos, muitas fotos, com Dilma e, principalmente, com Lula.

Brasil e Argentina vivem um amor conturbado, na base de tapas e beijos. Os dois são os principais sócios do Mercosul e precisam um do outro, política e estrategicamente. Ao mesmo tempo, competem.

Como a situação econômica brasileira é muito melhor do que a argentina e como o Brasil é francamente superavitário nas relações comerciais, a Argentina cria dificuldades e barreiras para produtos brasileiros.

A linha branca (geladeiras, fogões...) sofre. Lula levava na base da diplomacia e dos sorrisos, mas foi Dilma assumir e dar sinal verde para a retaliação. Canelada com canelada se paga.

Daí as tais guias de importação para carros importados, que são teoricamente para todos, mas as torcidas do Corinthians e do Boca Juniors sabem que são só para azucrinar os argentinos.

Pois bem. Cristina chega e inaugura a nova sede da Embaixada da Argentina (em construção há séculos...) sem abrir a boca para falar de comércio, barreiras e essas chatices que, segundo o chanceler Patriota, são coisa para o Fernando Pimentel aqui e a Débora Giorgi lá – que vêm a ser os ministros de indústria.

O que a presidente-candidata quer é posar ao lado de Lula, um ídolo, quase um mito, na Argentina, e de Dilma, mulher, presidente e discípula lulista – como ela própria, Cristina, quer se mostrar ao eleitorado argentino.

A viagem não é de presidente, é de candidata. Brasil, Lula e Dilma fazem bom investimento e não têm o que perder. Cristina é favorita, até porque a oposição, rachada, não tem um nome para enfrentar a presidente e a força do sobrenome Kirchner. Ainda mais atrelados a Lula, forte fator eleitoral aqui e alhures.

CLÁUDIO GONÇALVES COUTO - Lula e Dilma

Lula e Dilma
CLÁUDIO GONÇALVES COUTO
VALOR ECONÔMICO - 29/07/11

Os primeiros sete meses do governo de Dilma Rousseff, marcados por muitas dificuldades na frente política, tornaram inevitáveis comparações da atual presidenta com seu antecessor e mentor. Curiosamente, algumas das características da nova chefa de governo mais elogiadas pelos críticos acerbos do estilo de Lula têm sido agora apresentadas como causas de suas dificuldades políticas. Enquanto ele seria um presidente loquaz, afável e permissivo, Dilma se caracterizaria por uma grande discrição, pouca disposição para o contato direto com os políticos e uma rigidez muito grande nas negociações.

Diante de tais contrastes, seria fácil compreender o porquê de Lula ter sido tão bem sucedido na construção de uma ampla e segura rede de apoios, enquanto Dilma enfrentaria já de saída severas dificuldades na manutenção da lealdade de sua base. Em alguns momentos, a dureza do estilo da nova presidenta é lastimada de forma severa e até mesmo ameaçadora por membros da coalizão partidária. Foi o que fez, por exemplo, o deputado do PDT paulista, Paulo Pereira da Silva, em matéria publicada anteontem no Valor. Diante da ação implacável da chefa de governo no Ministério dos Transportes, Paulinho afirmou: "Se for assim, se esse tratamento valer para toda crise, teremos que tratá-la [Dilma] dessa forma quando houver uma denúncia envolvendo a presidente".

Méritos da candidata são as fraquezas da presidente

A ameaça nada velada de Paulinho ganha ainda mais força se, novamente, contrastarmos Lula com Dilma. A maior condescendência do ex-presidente com seus aliados, mesmo quando denúncias surgiam, teve como contrapartida a proteção que em torno dele se criou nalgumas ocasiões, principalmente à época do mensalão. Mesmo Roberto Jefferson, o pivô do escândalo, procurou preservar a figura do presidente do centro das falcatruas, apontando-o muito mais como um líder traído do que como o chefe da conspiração, que teria o (muito mais afeito à imagem de conspirador) apparatchik José Dirceu como seu articulador.

Os líderes petistas de projeção nacional que escaparam à tragédia do mensalão soçobraram pouco tempo depois: Antônio Palocci, com o escândalo do caseiro; Aloizio Mercadante, com o imbróglio dos aloprados. Lula sempre defendeu até o limite do possível seus auxiliares (na maior parte dos casos, petistas), defenestrando-os do governo apenas quando seus próprios problemas os catapultavam para fora dele. Assim, o presidente parecia apenas aceitar resignado a renúncia de auxiliares politicamente moribundos, aos quais não restava mesmo outra alternativa. No caso dos ministros, seu afastamento ocorria ainda com um simbólico ato de reconhecimento dos serviços prestados, mediante as cerimônias de transmissão do cargo.

Ironicamente, contudo, foi a dizimação de líderes petistas a principal causa do surgimento de Dilma como virtual candidata à Presidência da República pelas mãos do preservado e popularíssimo Lula. Ao PT não restava nenhum nome que tivesse projeção nacional, fosse da confiança de Lula e, sobretudo, fosse minimamente consensual no partido - principalmente em sua coalizão interna dominante, o Campo Majoritário. Tarso Genro, o homem para todas as empreitadas difíceis (Conselho de Desenvolvimento, Educação, Presidência Interina do PT, Articulação Política e Justiça), era demasiadamente controverso dentro do partido - principalmente por seu antagonismo com José Dirceu. Assim, embora Tarso desfrutasse de potencial eleitoral e tivesse sobrevivido aos escândalos, sua eventual indicação pelo presidente conflagraria o PT.

Dilma, filiada ao PT apenas no início dos anos 2000 e tendo uma trajetória muito mais afeita à ocupação de cargos governamentais que a lutas intrapartidárias, não tinha maiores vínculos com qualquer corrente petista, não suscitando assim grandes resistências a seu nome. Para um partido desprovido de melhor alternativa (até mesmo porque Lula não alimentou a tese do terceiro mandato consecutivo), a candidata internamente incontroversa e eleitoralmente turbinada pela grande popularidade do presidente converteu-se numa dádiva. Aquilo que opositores denunciaram como um mexicano "dedazo" pode ser melhor descrito como uma salvadora solução arbitrada. Lula era o único que, na situação de vácuo de lideranças do PT, poderia transferir externamente popularidade para um nome e arbitrar internamente a definição sucessória.

Todavia, se o perfil de Dilma foi vantajoso na criação da candidatura no período entre o mensalão e a sucessão, pode agora representar uma debilidade exatamente no âmbito em que funcionou melhor antes: o apoio intrapartidário. Como a presidenta não é uma petista "autêntica", de "origem" e nem possui vínculos estreitos com as diversas frações do partido, a motivação do aparelho do PT para defendê-la incondicionalmente é muito menor. Isto tende a ocorrer sobretudo na medida em que certas decisões de seu governo contrariarem mais fortemente preferências partidárias bem consolidadas - sejam elas programáticas ou fisiológicas. As históricas turras de dirigentes petistas com governantes "excessivamente autônomos" no passado mostram que este risco é real.

Lula podia se dar ao luxo de contrariar impunemente o partido porque era (como ficou provado) sua tábua de salvação e porque a história do PT se confundia com a sua própria. Dilma, ou qualquer outro governante menos enfronhado com a máquina partidária, mesmo que ungido por Lula, não conta com esse mesmo poder. Tal lógica evidencia-se em manifestações como a reproduzida esta semana pela "Folha de S. Paulo", do deputado paulista Carlos Zarattini, criticando o favorito de Lula na disputa pela Prefeitura de São Paulo. Disse ele: "O Haddad é um bom nome, mas tem pouca interlocução com a base petista". Membro dileto da coalizão dominante do PT paulistano (grupo de Rui Falcão, irmãos Tatto e Marta Suplicy), Zarattini queria dizer: "O Haddad é um bom nome, mas não é um dos nossos". Se Dilma quiser saber melhor o quanto isto pode atrapalhar, poderia chamar a ex-prefeita Luiza Erundina para uma conversa.

Cláudio Gonçalves Couto é cientista político, professor da FGV-SP e colunista convidado do Valor.

LUIZ CARLOS MENDONÇA DE BARROS - O governo e a batalha do câmbio

O governo e a batalha do câmbio
LUIZ CARLOS MENDONÇA DE BARROS
FOLHA DE SP - 29/07/11

No Ministério da Fazenda ninguém tem a menor ideia sobre a caixa de surpresas que foi aberta nesta semana

COM O real chegando a seu momento de maior força em relação ao dólar, o governo Dilma Rousseff cruzou uma nova fronteira em sua confusa e pouco eficiente estratégia de proteger a indústria brasileira.
Pela primeira vez desde que o ministro Guido Mantega cunhou a expressão "guerra cambial", o governo tomou medidas para atingir o mercado futuro de câmbio na BM&F.
Ao taxar essas operações com o IOF e estabelecer um marco legal para fixar --por medidas administrativas do CMN-- o nível de garantias exigidas, o governo --como Cesar-- cruzou o Rubicão.
Não há mais volta, pois, ao interferir em um mercado tão grande e tão interligado com o lado real da economia sem a devida reflexão sobre seus efeitos --e esse é certamente o caso--, o governo criou algo muito perto do caos.
Estou fora do país, mas os relatos que tive sobre a coletiva do ministro Mantega são suficientes para compor esse quadro de desconhecimento profundo das consequências das medidas adotadas.
Posso afirmar isso porque participei em 1986, quando era diretor do Banco Central, de algo muito semelhante. Pressionado para enfrentar a questão das expectativas de inflação embutidas nas taxas de juros dos títulos públicos, o Banco Central mudou a tributação desses papéis sem a necessária avaliação de suas consequências na economia como um todo.
Tudo virou um inferno, e uma sequência de novas medidas foi necessária para tentar enfrentar as maiores distorções que apareceram. E, a cada tentativa de correção, novos problemas se colocavam. No final, tivemos de voltar atrás...
A questão do real forte é ainda mais complexa do que a que o Banco Central enfrentou décadas atrás. E isso ocorre por várias razões.
A mais importante delas está relacionada às complexas relações entre mercados internos e externos que existem hoje na economia brasileira.
E não estou falando apenas de relações financeiras, mas sim da complexa interação entre as cadeias produtivas em setores importantes do tecido produtivo. As importações fazem parte do cotidiano das empresas brasileiras, o que as obrigam a realizar operações de proteção contra a flutuação da taxa cambial.
Também os exportadores, principalmente no setor de produtos primários, precisam de mecanismos de proteção contra as flutuações de grandes proporções que ocorrem hoje nos mercados futuros desses produtos no exterior. E essas operações de proteção trazem, juntas, as flutuações nos mercados de câmbio.
Poderia escrever muito mais sobre as relações econômicas, e, como já disse, não apenas as financeiras, que estão por trás das operações de taxas de câmbio futuro na BM&F.
Mas tenho certeza de que isso não é necessário para mostrar ao leitor da Folha a fragilidade que está por trás das decisões tomadas pelo governo Dilma nos últimos dias.
Quando escrevo esta coluna, os mercados estão paralisados à espera de esclarecimentos do governo sobre as medidas tomadas. Já tenho muito tempo de estrada para acreditar que elas virão. Volto a afirmar que ninguém no Ministério da Fazenda --inclusive o ministro Mantega-- tem a menor ideia sobre a caixa de surpresas que eles abriram agora.
Uma coisa é certa: ao longo dos próximos dias um mercado futuro de taxas de câmbio, tendo o real como uma das pontas das operações, vai aparecer em Chicago ou em outras praças financeiras.
As demandas por operações desse tipo fazem parte hoje do que chamo de metabolismo da economia brasileira. Por isso, elas vão reaparecer em outros lugares. Mas, como sempre ocorre nessas situações, os custos de transação vão aumentar para quem faz negócios no Brasil e com o Brasil.
Um dos pensamentos estratégicos que os chineses, em seus 5.000 anos de história, nos deixaram foi o de nunca usar um canhão para matar uma formiga.
Os efeitos colaterais que ocorrem quando isso acontece são sempre muito maiores do que os eventuais benefícios gerados.
Vamos testar no Brasil de hoje a sabedoria estratégica dos chineses.

RENATA LO PRETE - PAINEL DA FOLHA

Carimbo oculto
RENATA LO PRETE
FOLHA DE SP - 29/07/11

As medidas de transparência anunciadas pelo governo de Dilma Rousseff após a polêmica da emissão de "superpassaportes" a filhos do ex-presidente Lula não se mostraram, na prática, tão abrangentes quanto o prometido. Portaria de janeiro determinava que além de o ato de concessão sair no "Diário Oficial", a solicitação e o "despacho do ministro das Relações Exteriores" deveriam ser publicados na internet.
Questionada pelo fato de não haver sinal claro dos dados no site do Itamaraty, a assessoria respondeu, três dias depois, tê-los movidos para área de maior visibilidade. O que se vê, porém, é a mera reprodução dos atos publicados, sem conteúdo do pedido e da aprovação, destoando do que prega a nova regra.
DNA Causou estranheza no Itamaraty a escolha de Laércio Antonio Vinhas, diretor da Comissão Nacional de Energia Nuclear, para representar o Brasil na Agência Internacional de Energia Atômica. Sob Lula, inquietavam as indicações de políticos para embaixadas. Dilma escolheu um técnico, mas sem elo com a diplomacia.

Contágio 
Continua a divisão no PMDB sobre a ideia -patrocinada inicialmente por Moreira Franco- de divulgar uma nota pedindo investigação sobre os ministros do partido. Há quem considere que o debate só serviu para puxar o PMDB para perto da crise do PR.

Atestado 
Contrário à proposta, um ministro ironiza: "É como se eu saísse por aí gritando: 'Sou honesto'".

Fatos... 
Nos bastidores, ministros espumam com a declaração de Nelson Jobim (Defesa) revelando o voto em José Serra. "Rara inoportunidade", diz um deles, contestando a versão de que Dilma deixará passar mais essa.

...e versões 
O Planalto também implica com a explicação de Jobim de que se referia a jornalistas ao falar que os idiotas "perderam a modéstia", negando ter sido cobrado por Dilma -"Ela até riu". "Ela não riu", sublinha um integrante do governo.

Autoral 
Sobrou para Dilma arbitrar: defendido por BNDES e Ministério do Desenvolvimento, o mote "Brasil Maior" já circulava como slogan da política industrial a ser lançada terça. Mas o marqueteiro João Santana entrou em campo e sugeriu "Programa da Inovação Brasileira". O novo "PIB".

Futuro... 
Chefiada pelo publicitário mineiro Paulo Vasconcelos, a equipe de marketing sondada pela campanha do PMDB à prefeitura paulistana considera o cenário com Marta Suplicy (PT) e José Serra (PSDB) "o mais adequado" para posicionar Gabriel Chalita como candidato da renovação.

...do pretérito 
Delfim Netto aceitou convite de Chalita para colaborar na redação do capítulo econômico de seu plano de governo.

Prata da casa 
Em contenção de gastos, o cerimonial do Palácio dos Bandeirantes passou a presentear visitantes estrangeiros com peças de artesãos da Secretaria de Emprego.

Front 
Ainda disputando a partida inaugural da Copa-2014, São Paulo e Minas ganharam estandes vizinhos da Fifa no sorteio das eliminatórias, amanhã, no Rio. Geraldo Alckmin irá ao local. O mineiro Antonio Anastasia, não -está no Japão.

Visita à Folha 

Luiz Flávio Borges D'Urso, presidente da OAB-SP (seção paulista da Ordem dos Advogados do Brasil), visitou ontem a Folha. Estava com Mardiros Marcos Burunsizian, assessor da presidência, e Santamaria Nogueira Silveira, assessora de comunicação.
com LETÍCIA SANDER e FÁBIO ZAMBELI

tiroteio

"O PT age como criança malcriada. Vive escondendo o que faz de errado e, quando é descoberto, joga logo a culpa em alguém."
DO PRESIDENTE DO PSDB-SP, PEDRO TOBIAS, sobre os R$ 396 mil gastos pelo Ministério da Educação em campanhas publicitárias para rebater críticas à pasta que atingiram a imagem de Fernando Haddad.

contraponto

Prato feito
Após longa reunião com dirigentes de secretarias sobre redução de despesas no governo, o superintendente do Ipem-SP, Fabiano Marques de Paula, disse a Geraldo Alckmin que ampliaria a contenção de gastos almoçando em restaurante popular no bairro paulistano do Paraíso, também frequentado pelo governador, onde a refeição custa R$ 10. O tucano respondeu:
-Conheço outro na Liberdade, onde o comercial sai pela metade do preço. Depois passo o endereço.

GILBERTO KASSAB - PSD: apoio, sim, mas com o rigor da lei

PSD: apoio, sim, mas com o rigor da lei 
GILBERTO KASSAB
FOLHA DE SP - 29/07/11

Nosso partido repudia toda e qualquer ilicitude na coleta de assinaturas, e pede a suas bases que denunciem logo qualquer indício de falsificação

"Quando a verdade é dita, a justiça é feita" (Provérbios, 12.17, Bíblia, NTLH).
Cumprindo exigência da Justiça Eleitoral, o PSD vem recebendo há três meses, por todo o país, assinaturas de brasileiros que apoiam sua criação. Não se trata de filiação partidária, o que ocorrerá em outro momento, após sua existência legal -aí, sim, por meio de preenchimento de ficha partidária.
Por lei, um novo partido deve recolher o apoio de quase 500 mil eleitores no Brasil inteiro. Esses apoiamentos (esse é o termo) são encaminhados à Justiça Eleitoral.
É um trabalho de enorme amplitude e, por isso mesmo, sujeito a muitos problemas. Além de não aceitar ou concordar, o PSD repudia, condena e lamenta que possa haver coletas irregulares.
E não apenas aplaude e agradece, como pede que a Justiça continue a fazer com o máximo rigor o que lhe compete fazer: conferir os dados, os nomes, as assinaturas e a veracidade dos documentos.
A coleta de assinaturas é coordenada em 23 Estados por senadores, deputados federais e estaduais, governadores, vice-governadores, prefeitos e vices, vereadores e lideranças comunitárias de centenas de municípios. Eles têm a ajuda de milhares de militantes, que vão em busca dos eleitores para pedir seu apoio e assinaturas nas fichas.
Sem contar outras milhares de pessoas que procuram voluntariamente o partido nesses municípios para levar as fichas a parentes e amigos e devolvê-las preenchidas.
O PSD tem trabalhado para facilitar a certificação desses apoiamentos nos cartórios da Justiça Eleitoral. Adotamos fichas individuais, que devem ser preenchidas com nomes completos e legíveis, conferidos cuidadosamente com os documentos apresentados na hora pelo apoiador.
As fichas também precisam ser assinadas na hora. Qualquer erro, por mínimo que seja, pode anular o documento ou levantar suspeitas de irregularidades.
Por essa razão, antes do envio à Justiça Eleitoral, uma conferência prévia tem sido feita pelo partido, com rejeição de milhares de fichas que poderiam suscitar dúvidas em relação à sua regularidade. Mas ainda assim há problemas.
O PSD tem acompanhado as denúncias feitas a jornais e a Tribunais Regionais Eleitorais e manifesta, mais uma vez, repúdio a toda e qualquer ilicitude nessa coleta.
Pede também às lideranças e às bases políticas em todo o país que estejam atentas e denunciem imediatamente qualquer indício de falsificação, movimento de pessoas suspeitas, mal-intencionadas, mal orientadas ou estranhas ao processo de coleta de apoiamento, que possam atrapalhar ou impedir nosso trabalho e que busquem confundir ou fraudar nosso esforço para criar o PSD.
Queremos também, acima de tudo, agradecer a todos os milhares de cidadãos que, no país inteiro, já preencheram, assinaram e prestigiaram nosso partido.
Temos plena confiança de que o PSD vencerá todos os obstáculos e vai conseguir o apoio necessário para nascer forte, consciente do papel que deverá cumprir política e administrativamente.
Essa confiança vem da acolhida popular e do testemunho do que temos presenciado e sentido nas dezenas de reuniões já realizadas nos vários Estados; vem também do número surpreendente de assinaturas e do entusiasmo com que as adesões são externadas, com transparência, com verdade, com energia e com o desejo de participar e lutar por um Brasil melhor.

FERNANDO DE BARROS E SILVA - A ponte do PMDB

 A ponte do PMDB
FERNANDO DE BARROS E SILVA
FOLHA DE SP - 29/07/11

SÃO PAULO - "Vossa Excelência teve a sabedoria de não designar uma pequena rua, uma pequena avenida para o nome do Quércia. Isso vulneraria a grandiosidade dele." Parece Odorico Paraguaçu, mas é Michel Temer, o chefe do invulnerável PMDB. Agradecia ao governador Geraldo Alckmin na inauguração da ponte Governador Orestes Quércia, sobre o fétido rio Tietê.
Sob o glacê da retórica pomposa e cínica, a cerimônia funcionou como ato simbólico de apropriação do espólio quercista por Michel Temer. Foi este o seu significado político.
Depois de promover uma razia nos postos de comando do partido ocupados por quercistas, Temer foi à ponte para discursar e mostrar quem agora é o patrão do território.
Não faltaram as trocas de gentilezas entre Temer e Alckmin nem as insinuações de que ambos podem estar juntos na eleição paulistana. Não seria tão constrangedor se o cacique do PMDB não fosse, também, vice-presidente da República, eleito na chapa com Dilma Rousseff, do PT. Mas esse tipo de escárnio é o que define o caráter do PMDB.
Com o deputado neopeemedebista Gabriel Chalita a tiracolo, Temer começou a fazer o leilão de 2012 sobre a ponte Orestes Quércia. Chalita, por ora, está candidato a prefeito, mas o PMDB ainda pode se acertar com o PT ou com o PSDB. Ou seja, fazemos qualquer negócio, mas o preço do partido subiu.
A dedetização localizada que patrocinou nos Transportes deixa a presidente mais vulnerável ao PMDB. Este raciocínio de Lula é tão republicano quanto o PR que ele adora, mas é politicamente correto.
Por essas e outras, Michel Temer é hoje o principal líder de oposição ao governo Dilma. Ele sabe disso e joga com isso. Aécio, Serra e os pobres Demos não têm, juntos, nem a décima parte do poder de fogo para incomodar o Planalto que Temer e sua patota acumularam nas mãos.



Ministro de FHC, de Lula e de Dilma, eleitor de José Serra: Nelson Jobim, seu nome é PMDB.

CLÁUDIO HUMBERTO

“Até eu acho que bateria um pênalti melhor que Elano”
APRESENTADORA ANA MARIA BRAGA, SOBRE O PÊNALTI PERDIDO PELO JOGADOR NO FLA X SANTOS

LULA É “O CARA” DOS BANQUEIROS EM NY 
Anda incerto o futuro do Bolsa Família com esses tempos de corte no governo, mas a certeza é que o bolso do ex-presidente Lula se enche de dólares a cada “palestra”. O BTG Pactual o contratou para conferência dias 5 e 6 de outubro no Hotel Waldorf Astoria, em Manhattan, Nova York, a meca do capitalismo mundial. Lula vai falar para banqueiros e especuladores dos cinco continentes. Barack Obama estará de olho.

DUPLA 
Além de Lula, o ex-presidente da Colômbia, Alvaro Uribe, dividirá as atenções com a lábia do “Cara”. Na plateia, muitos banqueiros do Brasil.

CLUBINHO 
O BTG vai fechar parte do Waldorf Astoria, o mais luxuoso hotel de NY, para receber seus convidados. Uma diária não sai por menos de US$ 1,1 mil.

CARONEIRO 
O dono do BTG Pactual é o jovem banqueiro brasileiro André Esteves, que levará Lula em seu jatinho Gulfstream G450 para Nova York.

DIAS CONTADOS 
Reforçam o projeto de candidatura ao Planalto de Nelson Jobim o elogio rasgado a FHC e o fato de ter “que conviver com idiotas”, como já disse. 

HADDAD É IMPOSTO PARA ALTERNAR LIDERANÇA PETISTA 
Os caciques petistas de São Paulo não admitem em público, mas estão resignados: a vontade de Lula deve prevalecer e o ministro Fernando Haddad (Educação) será o candidato do partido à prefeitura paulistana. Com Haddad, que integra o grupo minoritário Mensagem ao Partido, Lula retira o controle do PT paulista da turma da senadora Marta Suplicy. Ela tem eleitorado cativo, mas enfrenta enorme rejeição na cidade.

COM ELA, NÃO DÁ 
Lula concluiu que, para romper a hegemonia tucana em São Paulo, precisa libertar o PT do comando de Marta Suplicy.

ALTERNATIVAS 
Lula tem dois planos: se Haddad emplacar, melhor. Se não, está aberto o espaço para apoiar Gabriel Chalita (PMDB) no segundo turno.

BEM NA FOTO 
O deputado Gabriel Chalita, aliás, também é o plano B do governador Geraldo Alckmin (PSDB), nas eleições municipais de São Paulo.

SEQUESTRADOR NO SUPREMO 
O sequestro dos uruguaios Lílian e Universindo em Porto Alegre, em 1978, chegará em 90 dias ao Supremo Tribunal Federal. Não é um clamor dos sequestrados. É uma cabeluda teimosia do sequestrador, o ex-inspetor do Dops gaúcho João Augusto da Rosa, codinome “Irno”.

O NEOCARECA 
“Irno” perdeu as duas primeiras instâncias do processo por danos morais que moveu, no Sul, e agora recorreu ao STF em Brasília. Entre outros agravos, o policial reclama na corte de ter sido chamado de “neocareca”.

MEMÓRIA 
“Irno” é aquele que botou a pistola na testa do jornalista Luiz Cláudio Cunha, que denunciou o crime. A história foi contada por Cunha, 30 anos depois, no livro Operação Condor: o Sequestro dos Uruguaios. 

TRANSPARÊNCIA MINEIRA 
A prefeitura de Vespasiano (MG) vai encarar a população. Realizará a 1ª Conferência Municipal sobre Transparência, dia 10 de agosto, quando vai ouvir críticas e sugestões. Fica a dica para os outros 5 mil prefeitos.

CASERNA DA JUVENTUDE 
Apesar de boa ideia, os militares resistem ao projeto de lei do senador Crivella (PRB) que propõe flexibilidade na faixa etária, entre 15 e 35 anos, para que jovens ingressem nas Forças Armadas. Decisão recente do STF a favor de dois homens reforça o projeto, em pauta no Senado. 

PENDURA 
O Serpro cobra há sete meses, da Fazenda, o pagamento de R$213,5 milhões emprestados à Receita. A estatal de processamento de dados enfrentou vários problemas de apagão por falta de recursos. 

CANSEI 
Contratada por R$ 60,5 mil anuais, a tradutora de espanhol e italiano Cynthia Garcia Férnández bate ponto na visita de Dilma ao Peru e à Argentina. Com tudo pago, como “convidada especial”. 

DESCONECTADOS 
Emperrou e não saiu: foi suspensa a licitação aberta na Câmara dos Deputados para gastar quase R$1,6 milhão com 539 notebooks para suas excelências digitais. Foi revogada por “interesse público”. Ufa. 

FAXINA 
Será que agora, com 20 “aliados” já extirpados na faxina de Dilma, a Polícia Federal vai passar o rodo na turma? 

PODER SEM PUDOR
DEPUTADO SOB VIGILÂNCIA 
Acusado de atrair parlamentares para seu partido, o PSD, em 1993, na pré-história do mensalão, o então deputado Nobel Moura (RO) virou alvo. Assediado pela imprensa, refugiou-se no gabinete de um vizinho, o deputado mineiro Aécio Neves. A preocupada secretária ligou para Aécio, em Belo Horizonte:
– O Nobel, aquele do PSD, esteve aqui. Estava se escondendo de alguém. Mas o senhor não se preocupe, ele ficou quietinho. Não mexeu em nada. Mesmo porque estava assim de segurança de olho nele...

SEXTA NOS JORNAIS

Globo: Ficha limpa? Mulher de novo coordenador do Dnit representa empresas

- Folha: 'Insensatez' externa é ameaça global, diz Dilma

Estadão: Desaceleração faz BC acenar com fim da alta dos juros

Correio: O perigo chega à mesa do brasileiro

Valor: Concessões de elétricas devem ser prorrogadas

Estado de Minas: Estamos comendo muito mal

Jornal do Commercio: Crianças do tráfico

Zero Hora: Força da chuva emite alerta contra cheias