quarta-feira, março 24, 2010

JOSÉ SIMÃO


Em SP, Dia Mundial da Água é todo dia
FOLHA DE SÃO PAULO - 24/03/10

E o Lula vai levar a Dilma pra faixa de Gaza pra inaugurarem o Minha Gaza, Minha Vida!


BUEMBA! BUEMBA! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Direto do País da Piada Pronta! Tá todo mundo louco. OBA! Sabe como se chama a nova Bond girl? Frieda Pinto. My name is Frieda. Frieda Pinto! Rarará!
E o Papa já começou com a "desculpation" pelos padres pedófilos. Aí ele falou em alemão: "Desculpintón". E padre que transa com menor de idade não é pedofilia, é PADREFOLIA! E sabe aquele bar na estrada de Petrópolis? O Linguiça do Padre? Devia ser assim: "Linguiça do Padre! Proibido Para Menores!"
E tá todo mundo louco! OBA! "Presos de Alagoas são obrigados a dançar o "Rebolation'!" Tortura baiana. E esta: "Pastor Teles faz emagrecer!" Lipo Gospel! Ele tira o encosto da obesidade! "Demônio da obesidade, abandona esse corpinho." Rarará! Eu vi o vídeo.
E mais esta: "Maluf vai processar promotor de Nova York por incluí-lo na lista da Interpol". Adorei! Eu queria ser o Maluf! E esta: "Casal proibido de fazer sexo durante a noite no Reino Unido". Notícias da putarquia britânica: casal fazia muito barulho e foi proibido de transar à noite. E aí descobriram que o homem era asmático e epiléptico. Então não era sexo selvagem, era asma. Rarará!
E o "BBB", Big Bibas do Bial! Aquele paredão das bibas. Dlag da Língua Plesa X Bibinha de Buate! Bial: "Agora a torcida do Dicesar". "Dicesar! Dicesar!". "Agora a torcida do Serginho". "Serginho! Serginho!". "Agora vamos as duas torcidas juntas". "São Paulo! São Paulo". Rarará! Que sacanagem. Não resisti! Rarará!
E o Dia Mundial da Água? O Lula comemorou o dia mundial da água tomando uma água que passarinho não bebe. E o Kassab? Desmaiou. Falaram pra ele: "Hoje é Dia Mundial da Água!" "O quê? Mais água?" Puf! Desmaiou. Dia Mundial da Água em São Paulo é todo dia. E diz que o Lula vai levar a Dilma pra faixa de Gaza. Pra eles inaugurarem o Minha Gaza, Minha Vida! Rarará.
É mole? É mole, mas sobe! Ou como disse aquele outro: é mole, mas trisca pra ver o que acontece!
Antitucanês Reloaded, a Missão. Continuo com a minha heroica e mesopotâmica campanha Morte ao Tucanês. É que em Itamonte, Minas, tem um boteco chamado Bar do Zé Picão! Ueba! Bem básico! Mais direto, impossível. Viva o antitucanês! Viva o Brasil!
E atenção! Cartilha do Lula. O Orélio do Lula. Mais um verbete pro óbvio lulante. "Arbítrio": companheiro que vai pra Copa apitar jogo de futebol! O lulês é mais fácil que o ingrêis. Nóis sofre, mas nóis goza. Hoje, só amanhã.
Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!

MÍRIAM LEITÃO


No silêncio da lei 

O Globo - 24/03/2010

Há mais de ano o presidente Lula e a ministra Dilma transformaram o governo em uma campanha eleitoral permanente. São eventos sucessivos na cara da Justiça Eleitoral, que não fixa parâmetros, não estabelece limites, não vê o evidente. O PAC II — que será anunciado com apenas 11% do PAC I concluído — é mais um dos desafios às leis, que permitem campanha apenas a partir de 5 de julho.

Existem governos que usam a máquina pública em campanha disfarçada. Alguns são punidos, a maioria, não. Algumas punições são ágeis, a maioria, não. Agora é pior. Não é o caso mais de falar em pré-campanha. O que está acontecendo é uma descarada campanha. Qual é o motivo de se “lançar” um programa com o outro tão inconcluso? E fazer isso na última semana em que a ministra Dilma Rousseff estará no governo? É mais um palanque.

Obras são inauguradas para voltarem a ser canteiros, assim que termina a passagem do presidente com sua candidata, como mostrou a “Folha de S. Paulo” no domingo.

No levantamento do jornal, 60% das obras inauguradas não estavam prontas, uma não tinha sequer licença ambiental. O “Estado de S.

Paulo” de ontem informou que relatórios do comitê gestor do PAC, analisados pelo site Contas Abertas, mostram que 54% dos projetos listados sequer saíram do papel; 35% estão em andamento e apenas 11% foram concluídos. O GLOBO revelou no domingo o tamanho da conta que ficará para o sucessor com obras não concluídas do PAC: R$ 35,2 bilhões, contratadas entre 2007 e 2010, mas que não foram executadas, nem pagas.

Os restos a pagar já somam R$ 25 bi e vão subir 40% até o fim do ano. Mesmo com inadimplências no cumprimento de prazos e orçamentos no primeiro plano, o governo vai “lançar” o segundo, para ter novo palanque.

Na campanha da reeleição, em 2006, o TSE proibiu peças publicitárias do governo que embutiam propaganda eleitoral.

Foram proibidas propagandas da Embrapa, Projeto Rondon, Brasil Sorridente, Olimpíadas da Matemática, Disque INSS e várias outras.

As decisões atingiram a administração direta, indireta, autarquias e fundações.

Atingiu até um programa da CUT que fazia uma declarada campanha em favor do presidente Lula. A ação enérgica do TSE é a única forma de criar parâmetros e prevenir novos abusos.

Desta vez, tudo está sendo aceito. Até uma pesquisa de opinião contratada por R$ 1 milhão pela Secretaria da Mulher. A secretaria, de parcos recursos, alega que quer saber as razões da sub-representação feminina no Parlamento. Como o problema é velho como o diabo, pode ser feita em qualquer época em que não haja o risco de uso indevido de pesquisa paga pelo orçamento público. No evento da Secretaria da Mulher, foram distribuídos leques com as fotos de Lula e Dilma dizendo “ele é o cara, ela é a coroa”.

No discurso que fez no Rio na segunda-feira, o presidente Lula acusou os outros governos de “pequenez” e de não fazerem obras de saneamento porque não poderiam pôr o “nome da mãe ou da avó na manilha”. Mas o PAC há muito tempo tem excluído, como alertou o Contas Abertas, o saneamento da conta porque o desempenho nesse setor puxaria a média de execução para baixo. Quando o governo é perguntado sobre a razão da exclusão, argumenta que são obras de prefeitura e estado. Ora, se é assim, por que o presidente aproveitou até um evento internacional para acusar antecessores de não fazerem obras de saneamento? Os números não sustentam a convicção do presidente sobre seu governo. Ele é tão ruim quanto os antecessores em saneamento, e é por isso que o Brasil tem um índice vergonhoso. Pelos últimos dados, o Brasil tem apenas 52% dos domicílios com esgoto, quatro pontos percentuais a mais do que no início do mandato.

No PAC II, o governo vai brandir o número R$ 1 trilhão de investimentos. É ilusionismo.

Vai somar o que poderá estar nos orçamentos dos próximos anos, acrescentar investimentos previstos pelas estatais, os que poderão ser feitos pelo setor privado.

E assim fabricará um número gigante, em que a menor parte é investimento público, mas parecerá, a quem não tenha tempo de olhar com calma, que só o continuísmo do atual governo garantirá tudo aquilo. Há muito tempo o setor público no Brasil investe muito pouco. Há anos em que não se chega a 1% do PIB, e isso não mudou no governo Lula. Só o fato de mais da metade desse número ser de obras ou possíveis investimentos do primeiro PAC já fica claro o truque: esconder o baixo desempenho, e inflar o número da suposta segunda etapa.

A lei diz que a campanha eleitoral começa em 5 de julho.

A partir de então, existem regras para o uso da máquina. O governo se aproveita de agora as normas serem difusas. O TSE bate cabeça.

Deu, num mesmo dia, dois veredictos: em um multou o governo por propaganda extemporânea, num evento em 29 de maio do ano passado, mas absolveu o governo em outra acusação idêntica. O silêncio da Justiça, e suas hesitações, convalidam o comportamento abusivo. Cada dia sem parâmetros dá ao governo mais desenvoltura. O auge do abuso tem data marcada: será segunda-feira, no lançamento do chamado PAC II.

MÔNICA BERGAMO

Alberto Goldman, senhor governador 

Folha de S.Paulo - 24/03/2010

No dia 1º de abril, o vice Alberto Goldman (PSDB-SP) acordará governador de SP no lugar de José Serra (PSDB-SP), que deixará o cargo para disputar a Presidência. Dono de personalidade forte, poderá ele se transformar num sucessor autônomo e crítico como Claudio Lembo, vice que assumiu o governo no lugar de Geraldo Alckmin, em 2006?
Lembo, que na época enfrentou a crise do PCC, criticou duramente os tucanos e chegou a dizer que o governo que herdou era como "um Fusca 68, com o motor meio fundido". Goldman defende Lembo, diz que será diferente dele -mas já deixa transparecer que seu candidato preferido para disputar o governo de SP pelo PSDB não é Geraldo Alckmin (o partido também discutiu internamente a possibilidade de Aloysio Nunes Ferreira concorrer ao cargo). O futuro governador falou à coluna:

FOLHA - Serra estaria desenhando a administração do Estado com o senhor para blindar o governo por temer o "efeito Lembo".
ALBERTO GOLDMAN - É uma criatividade, né [dos jornalistas]? Vocês são muito criativos. Os secretários que vão sair agora [do governo] não estão fazendo isso por decisão dele [Serra], mas sim por decisão pessoal. Vão sair porque são pretensos candidatos [nas eleições deste ano]. E quem vai ficar são as pessoas que vieram desde o começo do governo. Nós estamos, por enquanto, discutindo a questão federal [como a candidatura de Serra à Presidência]. Fora isso, tem poucas coisas decididas em nível estadual.

FOLHA - Mas o seu candidato ao governo de SP é o Alckmin, né?
GOLDMAN - O meu candidato? Eu vou te dar uma resposta padrão: o meu candidato é o candidato do partido. Gostou da resposta padrão? A resposta padrão é essa: o meu candidato será o candidato do partido.

FOLHA - E dentro do partido, quem é o seu candidato?
GOLDMAN - Mas esse é um problema meu dentro do partido. Você nem membro do partido é... Se você fizer uma avaliação do que ocorreu até agora em SP, ninguém se declarou candidato [ao governo do Estado e ao Senado] ainda. E quando é que vão se declarar? A partir do dia 2. O único que eu ouvi dizer "sou candidato ao Senado" foi o [deputado] José Aníbal (PSDB-SP). Aliás, não é nenhuma novidade porque ele é candidato aos cargos majoritários nos últimos 50 anos. Então, já se sabia. Mas, no geral, não tem ninguém que tenha dito "sou candidato, vou me apresentar ao partido para disputar". A partir do dia 2, isso vai ter que ser feito. E nós vamos começar a discutir essas questões.

FOLHA - E o efeito Lembo?
GOLDMAN - O Lembo pegou um quadro gravíssimo, o negócio do PCC. Ele não teve culpa de nada. Ele não fez nenhum movimento contrário à candidatura do PSDB e do Alckmin [que disputava a Presidência].

FOLHA - Ele fez declarações...
GOLDMAN - Ele falou aquela história, "achei que ia pegar uma Ferrari e peguei um fusca velho" [na verdade, Lembo declarou que imaginara encontrar um governo que funcionasse como uma Maserati, mas herdou um Fusca 68]. O Geraldo [Alckmin] o excluiu do governo, o fato concreto é esse. No meu caso, é o inverso. Eu construí essa Ferrari. Eu participo desde o primeiro dia das decisões de governo, das escolhas de secretários. Estou a par de todos os problemas. Conheço todos os programas.

FOLHA - Não tem medo de encontrar um Fusca?
GOLDMAN - Não, não. Vou pegar uma Ferrari e transformar numa Maserati, ou vice-versa.
O meu candidato [ao governo de SP]? Eu vou te dar uma resposta padrão: o meu candidato é o candidato do partido
ALBERTO GOLDMAN
Vice e futuro governador de SP

Mas esse é um problema meu dentro do partido. Você nem membro do partido é...
IDEM

BARULHO
Caso permaneça na Secretaria da Educação, Paulo Renato Souza vai mexer em outro vespeiro até o fim do ano: ele pretende modificar o sistema de nomeações de diretores de escolas da rede estadual, hoje feitas por concurso. Pode adotar, por exemplo, uma escolha por lista tríplice e mandatos fixos para os cargos.

VESTIBULAR
O concurso aberto pelo governo de SP para a contratação de 10 mil professores, por sinal, atraiu 260 mil candidatos.

CONFIDENCIAL
A Justiça do Rio determinou que o processo em que Bradesco e Previ pedem anulação de sentença arbitral favorável ao grupo Opportunity, de Daniel Dantas, numa disputa por ações da Vale, tramite em sigilo. A discussão judicial envolve a imagem do ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Francisco Rezek, pivô da atual disputa por ter atuado como advogado para o banco de Daniel Dantas e também como árbitro da pendência judicial.

ÍDOLO TEEN
O lutador Marcelo Dourado, do reality show "Big Brother Brasil", é o preferido dos adolescentes para levar o prêmio de R$ 1,5 milhão do programa da Globo. Em enquete feita com 61.888 usuários da rede social Habbo Hotel, a maior do mundo voltada para adolescentes, o "brother" teve 43% dos votos. Em segundo lugar, com 22%, ficou o preparador físico e galã Cadu.

VIOLÊNCIA BRASILEIRA
O documentário "Sequestro", de Wolney Atalla, que fala sobre as ações da Divisão Antissequestro de São Paulo, foi selecionado para abrir o festival de cinema de Beverly Hills, nos Estados Unidos, no dia 14 de abril. Durante quatro anos, o diretor acompanhou investigações sigilosas da divisão.

BOLSA GRACINHA
O PSDB está chiando com a participação do ministro Patrus Ananias (Desenvolvimento Social) no programa de Hebe Camargo, anteontem. A apresentadora fez elogios ao programa Bolsa Família antes de passar o microfone a ele. O deputado estadual tucano Milton Flávio pediu a fita para apurar se houve propaganda eleitoral. O ministério nega. Diz que Ananias foi convidado pela produção de Hebe e que a fala dela sobre o Bolsa Família é de responsabilidade da apresentadora. O SBT não se manifestou.

MINICRAQUES
Os dois primeiros bonecos da linha de miniaturas que o São Paulo FC vai lançar no final de abril serão da saltadora Maurren Maggi, contratada recentemente pelo Tricolor, e do atacante Dagoberto.

ABUNDÂNCIA
A "bunda da Gisele Bündchen" vai ser atração de um espetáculo de balé que estreia em São Paulo no dia 9 de abril, no Teatro de Dança. Em "Bundaflor Bundamor", a dupla de bailarinos gaúchos Eduardo Severino e Luciano Tavares interpreta vários personagens em uma coreografia inteiramente inspirada na "preferência nacional", com canções como o "Melô do Piripiri", de Gretchen, na trilha sonora. No número dedicado a Gisele, um dos artistas vai dançar usando sapato de salto alto.

OLHA O QUIBE
O menu do jantar oferecido ao presidente Lula amanhã no clube Monte Líbano, em São Paulo, só terá especialidades da culinária árabe. Serão servidos, além de esfihas, homus e babaganuj, miniquibe de peixe, couve-flor com tarator e carneiro recheado com damasco. Todas as carnes das receitas são certificadas como "halal", ou seja, cujos animais foram abatidos seguindo os preceitos muçulmanos.

CURTO-CIRCUITO
O LIVRO "Nos Bastidores da Educação Brasileira", com colaboração de Antoninho e Fernando Trevisan, será lançado hoje, às 16h30, no hotel Maksoud Plaza.
O BAR VOLT comemora um ano hoje com a festa Volta, de Fabio Spavieri, a partir das 19h30, na rua Haddock Lobo. 18 anos.
O PROJETO "Entre Estantes & Panelas" promove debate hoje, às 18h30, com Carlo Petrini, do movimento "Slow Food", na Livraria Cultura do Conjunto Nacional.
A PRINCESA Paola de Orleans e Bragança é a DJ da festa Chandon Baby Disco hoje, às 23h, no clube Lions.18 anos.
O ADVOGADO Paulo José da Costa Jr. celebra seus 85 anos hoje, às 20h, com um jantar no clube Athletico Paulistano.

PAINEL DA FOLHA


Última instância
RENATA LO PRETE
FOLHA DE SÃO PAULO - 24/03/10

Apesar da resistência manifestada por Lula, Hélio Costa (PMDB) ainda não desistiu de emplacar o chefe de gabinete, José Artur Filardi Leite, como seu sucessor nas Comunicações. O ministro, que conta com a simpatia do presidente para se tornar o candidato único da base ao governo de Minas, alega que desde janeiro tenta promover Filardi Leite a secretário-executivo -cargo ocupado pela maioria dos substitutos dos ministros-candidatos. A Casa Civil, no entanto, teria deixado o pedido esquecido na gaveta.
Se Lula permanecer irredutível, o PMDB abraçará um plano B, para não perder o espaço. Mas, por ora, os senadores do partido seguem o roteiro de Costa.


Tudo certo. Comentário bem-humorado de Marina Silva sobre o acordo PV-PT no Acre: "Lá eu apoio o Tião Viana para governador, ele apoia a Dilma, e o povo me apoia".
Tea party. Um tucano aecista desdenha da especulação em torno da possibilidade de a senadora Kátia Abreu (DEM) vir a compor chapa com José Serra: "Seria fazer como os republicanos quando escolheram Sarah Palin para vice de John McCain".
Estante. Presidente da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), Kátia Abreu lança hoje em São Paulo o livro "2 Palavras + 11 Argumentos", coletânea de artigos sobre desenvolvimento e meio ambiente. Será às 20h, no WTC Convention Center.
Tá dentro. Em reunião ontem com siglas que devem apoiá-lo, Aloizio Mercadante (PT) frisou ter obtido de Lula o compromisso de empenho para elegê-lo em São Paulo.
Quem tem a força. O PR tentará manter em pauta o pleito de indicar o vice de Mercadante, mas o PDT está mais perto de levar a vaga.
Na real. Para além do discurso de reestruturação da carreira da Polícia Civil, a reivindicação dos delegados de SP, ora em operação-padrão, é equiparação salarial com juízes e promotores (piso atual de R$ 19 mil) e inamobilidade, ou seja, que não possam ser retirados de seus postos nem mesmo quando identificadas irregularidades de conduta.
Nada feito 1. Fracassou o esforço do Planalto, que incluiu visita ao Rio de Janeiro do chefe de gabinete Gilberto Carvalho, para evitar prévia entre Benedita da Silva e Lindberg Farias na escolha do candidato do PT ao Senado.
Nada feito 2. Benedita alega que já abriu mão em 2006 para Jandira Feghali (PC do B). Também Lindberg, prefeito de Nova Iguaçu, sustenta que não vai recuar.
Em processo. Se no Rio já jogou a toalha, a direção nacional do PT não desistiu de tentar solução de compromisso em Pernambuco, onde a disputa é acirrada mas as prévias para o Senado ainda nem foram marcadas, e em Mato Grosso, onde estão agendadas para o dia 18 de abril.
Três é demais. A despeito do encontro ontem entre Aécio Neves (PSDB) e Itamar Franco (PPS), sinalizando a candidatura de ambos ao Senado por Minas Gerais, pouca gente acredita que essa venha a ser a formação final da chapa, especialmente se José Alencar (PRB) concorrer à Casa pelo campo lulista.
Debandada. O PT não vê com bons olhos a movimentação do PMDB para lançar candidato próprio em Santa Catarina. O receio é que se o prefeito de Florianópolis, Dario Berger, vencer as prévias peemedebistas, ele consiga arrastar PSB e PC do B para seu palanque. A perspectiva de o PP substituir o PMDB na "tríplice aliança" com DEM e PSDB também preocupa os petistas.
Retrô. O governo mandou recolher, em edifícios da Esplanada, mobiliário remanescente dos anos 50 e 60 para restaurar e usar na nova decoração do Palácio do Planalto, a ser reaberto em 21 de abril.

com SILVIO NAVARRO e LETÍCIA SANDER
Tiroteio 
Como eles são bons de propaganda e lentos em execução, imagino que o "ponto central" das obras seja uma coleção de maquetes. 

Do deputado estadual SIMÃO PEDRO (PT), sobre o fato de o governo Serra minimizar o atraso em obras do metrô com o argumento de que o "ponto central" do plano de expansão será atingido no final do ano.
Contraponto 
O amor é lindo Senadores se digladiavam, em recente sessão, por um lugar na fila de oradores. O ex-presidente da Casa Garibaldi Alves (PMDB-RN) resolveu fazer um apelo:
-Tendo em vista que, às vezes, nem todos os oradores inscritos conseguem falar, gostaria de pedir licença para falar na hora das "comunicações inadiáveis"...
À frente da sessão, Mão Santa (PSC-PI) fez graça:
-Tenho uma boa notícia: você é o quinto na lista de oradores, mas o primeiro no meu coração!
Garibaldi não se deu por satisfeito:
-Ora, o primeiro no seu coração eu já sabia!

ELIO GASPARI

Perelman é doido, ou entendeu tudo?  

O Globo - 24/03/2010

EM 2008, quando Lady Gaga gravou seu primeiro álbum, já se tinham passados seis anos do dia em que Grigori Perelman resolvera a Conjectura de Poincaré, um dos maiores mistérios da matemática. Num mundo que consome celebridades, a história de Perelman merece cinco minutos de atenção.

Ele é um matemático russo, de 43 anos, já passou meses sem trocar de roupa, raramente corta as unhas, a barba ou o cabelo. Vive com a mãe em São Petersburgo, tem horror a jornalistas e viveu sete anos praticamente recluso. Nem e-mails respondia. Quando esteve nos Estados Unidos, a base de sua alimentação era pão preto e iogurte. Recusou cátedras nas universidades de Princeton, Berkeley, Stanford e no MIT. É um excêntrico, mas é um excêntrico que tem bastante a ensinar. Até que ponto vive-se melhor parecendo maluco do que deixando-se bafejar pela celebridade?

Superando ciúmes, intrigas e rivalidades, Perelman acaba de conquistar o prêmio dos "Problemas do Milênio", com direito a um cheque de US$ 1 milhão, concedido por uma fundação americana, por ter decifrado um dos sete grandes mistérios da matemática. Em 2006, ofereceram-lhe um honraria considerada equivalente a um Nobel de matemática. Recusou-a.

Para os leigos (como o signatário), a Conjectura de Poincaré é algo incompreensível. Ainda assim, pode-se perceber que Poincaré, um matemático francês que morreu em 1912, deixou para o mundo uma conjectura. Mais difícil será entender o que significa o segundo mistério: "A existência de Yang-Mills e a falha na massa".

Perelman resolveu a conjectura em 2002. Em vez de mandar seu trabalho para uma revista científica, onde um painel de estudiosos estudaria a consistência dos argumentos, simplesmente jogou os textos na internet, num arquivo público de trabalhos acadêmicos. O trabalho não dizia que a conjectura havia sido resolvida, essa tarefa cabia a quem o lesse. (Um matemático gastou três meses para entendê-lo.) A comunidade dos sábios consumiu dois anos estudando, invejando e, em alguns casos, buscando uma falha na explicação. Perda de tempo.

Quando Perelman foi convidado por Princeton, pediram-lhe um currículo. Respondeu que, se não sabiam quem ele era, não deveriam convidá-lo. Como o MIT chamou-o depois que resolveu a Conjectura de Poincaré, recusou porque deveriam tê-lo chamado antes. Num último convite podia ganhar quanto quisesse e fazer o que quisesse durante o tempo que bem entendesse. Respondeu que estava comprometido com seus alunos do ensino médio de São Petersburgo, o que nem era verdade.

Perelman ofendeu-se quando o "New York Times" disse que ele sustentava que resolvera a conjectura para ganhar US$ 1 milhão. Afinal, estudava o problema muito antes de o prêmio surgir e não sustentava coisa alguma. Decifrara a Conjectura de Poincaré, ponto.

Perelman é um matemático excêntrico e, pensando-se bem, Lady Gaga é uma roqueira quase convencional. Assim as coisas ficam fáceis e pode-se ir em paz ao próximo show. Contudo o mundo fica mais interessante quando se sabe que o negócio de Perelman é outro. Os matemáticos podem viver num mundo de liberdade e rigor absolutos. Ele escolheu uma vida de total integridade, sem concessões a coisa alguma. Ninguém manda nele, só a matemática, num diálogo que dispensa outras vozes.

DORA KRAMER

Politiquinha 

O Estado de S.Paulo - 24/03/2010

Os correligionários do governador de São Paulo e postulante à Presidência da República pelo PSDB, José Serra, não têm mais do que reclamar: ele dança, toca corneta africana, inspeciona maquete, inaugura placas de obras ao molde três em um e, como bom candidato, nega qualquer relação com a candidatura a ser oficializada no próximo dia 10 de abril.

Talvez a alegada "falta de tempo" guarde relação com algum fato ainda desconhecido.

Depois de meses resistindo às pressões de seus aliados para que liderasse a oposição na condição de candidato a presidente, porque considerava contraproducente tentar concorrer com os instrumentos de poder do governo federal, faltando menos de 15 dias para o prazo final, o governador de São Paulo foi de um extremo ao outro, começando a seguir os passos da adversária Dilma Rousseff.

Aderiu à vida como ela é no Brasil, onde o que conta é a batalha da propaganda, do cronograma de obras preparado para coincidir com a proximidade das eleições e das performances que não privilegiam a avaliação do conteúdo dos candidatos, mas buscam ressaltar ? ainda que de maneira artificial ? o tal "carisma" de cada um.

Para isso se recorre a qualquer expediente, até a inauguração de obras sob suspeição do Tribunal de Contas da União.

Dentro dos critérios aceitos como bem-sucedidos na política, provavelmente o governador não pudesse mesmo fazer diferente. Nem a ministra Dilma, já que a estratégia adotada pelo presidente Luiz Inácio da Silva "deu certo", como "comprovam" os resultados das pesquisas, independentemente do que isso signifique em termos de educação política para a população.

Construir pontes, hospitais, escolas, linhas de metrô, estradas, complexos viários, redes de saneamento é obrigação do governante. Ocupar todo o tempo pulando de palanque em palanque exibindo-se como se fizesse um favor à população é tirar proveito da boa-fé alheia e exercer a atividade política como se fazia nos tempos do onça. Coisa de coronel do interior.

Dá certo? Até dá, mas não educa, não moderniza e não contribuiu para o avanço da cidadania. Nem ajuda o eleitor a aprender a identificar nos pretendentes a governantes as melhores qualidades substantivas.

Antes incentiva o cacoete da promessa e promove o vício da escolha referida naquilo que o candidato ou candidata será capaz de "dar" à população quando no governo. Não deixa de ser uma aspiração legítima, mas é também a perpetuação da mentalidade do Estado provedor e, quando não vem acompanhada de nenhuma outra exigência ou discussão, é o retrato de uma relação paternalista.

Há quem dê a isso o nome de pragmatismo de parte a parte. Da parte do político pode ser, mas da parte do eleitorado é conformismo. O candidato não precisa ter atributos especiais para fazer obras. Para isso tem o dinheiro do Orçamento e só pela força da inércia as coisas andam por si.

Capacidade de promover o desenvolvimento mesmo, econômico, social, político, humano, moral, tecnológico, é que são elas. É o que faz a diferença, é o que marca o governante que levará o Brasil ao futuro. Não é aquele que tem o melhor padrinho nem o mais robusto portfólio de obras. É aquele, ou aquela, que saberá dizer ao País qual é o bom e moderno caminho das pedras. O resto é conversa com prazo de validade vencida.

Linha torta. José Roberto Arruda não vai recorrer da cassação imposta pelo Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal por infidelidade partidária porque é o melhor que poderia ter-lhe acontecido. Não sendo governador, não tem poder para obstruir as investigações e, portanto, tem chance de ter relaxada a prisão preventiva.

Cassado, não precisa renunciar. Por infidelidade, não perde os direitos políticos e a Câmara Distrital arquiva a processo de impeachment. Agora fica aberto o precedente. Por analogia, quem negociar saída de partido para prevenir expulsão, como ocorreu no caso de Arruda, pode ter o mandato cassado.

ANCELMO GÓIS

Esta montagem 

O Globo - 24/03/2010

com o deputado vilão dos royalties surgiu no bar ArcoIacute;ris, ninho ancestral da turma boêmia da Lapa, ali perto do Circo Voador, e serve para simbolizar um movimento que contamina trincheiras da gaiatice, como botequins e a internet. Ibsen Pinheiro, o autor da emenda que quer levar os dividendos do nosso petróleo, virou personagem de piadas fortes e leves, dos mais variados tipos. É como se diz em Morro Agudo: “Quem semeia vento colhe tempestade”

Papéis inesperados
A Civilização Brasileira renovou o contrato de publicação da obra do argentino Julio Cortázar.
Em maio, sairá “Papéis inesperados”, inédito no Brasil.
Agora, farão parte do catálogo da editora livros como “Bestiário” e “Um tal Lucas”.

Te cuida, Porcão
Ainda este ano, desembarca no Rio uma filial da churrascaria Fogo de Chão, rede paulista com 16 filiais nos EUA.
O local ainda não foi escolhido.
Uma opção é ao lado do Botafogo, o clube. O principal investidor da rede é a GP.

Contribuinte venceu
A 3ª Câmara Cível do Rio negou aquela indenização de R$ 1 bi pedida pela Carvalho Hosken à prefeitura por causa da desapropriação de um terreno.
O empresário Carlos Carvalho, como se sabe, chegou a festejar a vitória parcial neste processo e até prometeu doar a grana para obras na Barra.

Viva Piripiri!
Do senador Heráclito Fortes, do Piauí, depois de participar da festa de aniversário de um político amigo em Piripiri, no Norte do estado: — Piripiri faz parte de minha vida pública. Nós somos, eu e Piripiri, siameses.
Ah, bom!

Jogou a toalha
O ex-ministro do STF Francisco Rezek, no meio de um tiroteio envolvendo ações da Valepar, holding que controla a Vale, renunciou ao Tribunal Arbitral.
Rezek tinha votado a favor do Opportunity na disputa. Só que teria de se declarar impedido na votação, por já ter advogado para Daniel Dantas, uma das partes, e omitiu esta informação.

Jogo duro
O xerife do choque de ordem, Rodrigo Bethlem, vai começar uma nova operação hoje com a polícia civil na Zona Sul do Rio.
O alvo: falsos flanelinhas.

Água no chope
Com o placar de 1 x 0 contra a AmBev, foi suspenso ontem, por causa de um pedido de vista, o julgamento no STJ de uma ação que pode custar à cervejaria uns R$ 550 milhões.
O processo, movido por acionistas minoritários da gigante, entre eles os fundos Previ e Funcef, se arrasta há uns dez anos.

Caso médico
Dicró, 64 anos, o sambista gaiato, diabético, está internado desde segunda no Cardiotrauma de Ipanema, onde se recupera de uma crise de hipertensão.
O cantor deixou ontem a UTI e passa bem.

Aliás...
A saúde requer cuidados, mas o bom humor de Dicró vai bem, obrigado. O cantor tem divertido os médicos: — Doutor, foi o champanhe de R$ 75 mil que tomei em São Paulo — disse ontem, sobre o quadro que gravou para o “Fantástico”, semana passada.

ZONA FRANCA

A Cia. de Circo Crescer e Viver se apresenta hoje no V Fórum Urbano Mundial, no Circo Voador.
Eduardo Martins e Bernard Thibault venceram o torneio da Federação Francesa de Bridge.
Oito shoppings da BR Malls no Rio vão participar da Hora do Planeta.
Dr. Noel Lima ministra em Curitiba curso sobre prótese cônica.
Abre hoje, em Botafogo, o Alameda, especializado em escargot.
Rota 66 assinou bufê do “BBB”.
O empresário Antônio Carlos Amorim Junior festeja aniversário hoje.
Nívea Stelmann lança hoje sua receita de hambúrguer no Joe & Leo’s do Rio Design Center, no Leblon.
Treelip faz liquidação progressiva.
Hoje, no Fórum Social, haverá apresentação do Rio Como Vamos.

Marketing hospitalar
Giovanna Antonelli, a querida atriz, grávida de gêmeos, se diz “chocada” com a maternidade Perinatal, na Barra, no Rio.
É que foi fazer um exame na clínica, sexta, e, segundo ela, teve sua “privacidade exposta”.
Imediatamente, a notícia já estava em vários veículos de mídia” e havia repórteres na porta.

Asa delta
A Anac interditou a rampa de voo livre da Pedra Bonita, em São Conrado, no Rio.
A agência diz que alguns dos 70 voadores cobravam por voos duplos panorâmicos, o que é proibido.

Cena carioca
Ontem, por volta de 10h 20m, uma senhorinha começou a gritar na Estação Central do Metrô ao ver todas as escadas rolantes paradas: “Isto é uma vergonha! O ar-condicionado já estava pifado! Isto é uma vergonha!” De tanto gritar “isto é uma vergonha” seguranças vieram e religaram uma escada para ela.

PC do gay
Um velho bar gay chamado Plural, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, fechou e vai virar sede do... PCdoB.

Barbie faz anos
No fim de semana passado, uma festa cheia de crianças agitou o playground do condomínio vip Sonata da Lagoa, na Av. Epitácio Pessoa, no Rio, com bufê, mesa de doces, decoração, animadores, brincadeiras etc. etc. etc. Um luxo.
Nada diferente de qualquer festa da classe alta da Zona Sul se o aniversário não fosse da... boneca da anfitriã!

ÚRSULA CORONA, a Ivete de “Viver a vida”, exibirá em breve outro lado artístico: finaliza um CD para o público infantil com direção musical de Daniel Gonzaga e co-produção de Bena Lobo, seu namorado

MERVAL PEREIRA

O petróleo na política  

O Globo - 24/03/2010

A brutalidade da alteração promovida pela emenda Ibsen Pinheiro no projeto de distribuição dos royalties do petróleo, capaz de provocar uma virtual quebra da economia do estado do Rio de Janeiro, tem gerado ampla discussão sobre seus efeitos, tanto políticos quanto econômicos, caso prevaleça no seu estado atual após a votação do Senado.

Na noite de segunda-feira, participei, juntamente com o diretor do Iuperj Jairo Nicolau, do já tradicional debate sobre o Rio promovido pelo Iets, de André Urani, no restaurante Osteria Del’Angolo, em Ipanema, onde o tema suscitou boas discussões.

O aspecto político da questão é o mais imediato, diante da proximidade das eleições gerais, e a grande pergunta é se o governador Sérgio Cabral aceitará como parte do jogo um posicionamento neutro do Palácio do Planalto, ou até a aparência de intervenção governamental, mesmo que esse suposto apoio não tenha o efeito propagado.

Terá Cabral condições políticas de tentar a reeleição com o apoio do presidente Lula, caso a emenda Ibsen Pinheiro provoque prejuízos irremediáveis ao estado do Rio? Ou romperá com o governo federal para apoiar a campanha do tucano José Serra, ele que já foi do PSDB juntamente com o prefeito Eduardo Paes? De que maneira Garotinho, hoje seu principal adversário, poderá se aproveitar dessa crise para crescer na campanha, ele que tem em Campos seu reduto eleitoral, também fortemente afetado pelas mudanças dos royalties? Até que ponto o clima de revolta dos cidadãos fluminenses pode prejudicar a visão que têm do governo federal e reforçar a única candidatura oposicionista a governador, a do deputado Fernando Gabeira, pelo PV ? Se o presidente Lula não vetar a nova regra para a distribuição dos royalties do petróleo, alegando que a questão é do Congresso, o relacionamento entre o governo federal e o estadual ficará insustentável, ainda que diversos outros benefícios tenham vindo para o estado.

Mesmo se a base parlamentar do governo derrubar um eventual veto presidencial, estará criada uma situação política de tensão, pois a falta de controle do governo sobre sua base soará sempre como algo combinado entre as partes.

O governador Sérgio Cabral mantém-se até o momento fiel aos acordos políticos com o governo federal, e joga todas as suas fichas na atuação do presidente Lula no Senado, assim como acreditou que ele barraria as alterações na Câmara, o que não aconteceu.

Há entre seus assessores, no entanto, quem garanta que, nos bastidores, Cabral está atuando firmemente, usando para isso a influência do senador do Rio Francisco Dornelles.

A retomada da discussão sobre o marco regulatório, uma das peças substanciais do projeto do governo, seria uma estratégia para forçar o governo federal a entrar na negociação.

A mudança do sistema de concessão para o de partilha, como quer o governo, teria não apenas uma razão ideológica, mas principalmente uma razão de objetivo político, embora mesquinha: seria uma manobra para retirar da exploração do pré-sal qualquer resquício de medidas oriundas do governo de Fernando Henrique Cardoso.

Mesmo que o sistema de concessão esteja dando certo, o governo necessitaria de um sistema que pudesse chamar de seu.

O fato de ser um senador de sua base aliada a comandar os movimentos para manter o sistema anterior retira um pouco a possibilidade de o governo acusar a alteração de ser uma manobra de neoliberais, embora o senador Dornelles possa ser assim classificado.

Tudo indica que não há clima político para que a questão dos royalties seja definida neste momento, e o mais prudente é que seja adiado para uma decisão no próximo governo, provavelmente dentro de uma discussão mais ampla sobre a reforma tributária.

A oposição, no entanto, não quer postergar uma decisão, disposta a aproveitar o momento de fragilidade na própria base governista para conseguir alterar algumas propostas do governo, especialmente barrar a mudança do sistema de concessão.

O Rio de Janeiro, que produz 85% do petróleo brasileiro, fica com 45% do total das participações governamentais, que envolvem os royalties e as participações especiais.

O governo do estado do Rio deixaria de receber em torno de R$ 5 bilhões a R$ 7 bilhões anuais com a nova regra.

O pagamento de royalties, aprovado em 1985, foi confirmado e ampliado na Constituição de 1988, como maneira de compensar estados e municípios impactados pela produção de petróleo, para que esse dinheiro pudesse ajudálos a prepara seu futuro, quando o petróleo acabar.

Na Constituinte, os royalties já apareciam àquela altura também como forma de compensar os estados produtores pela impossibilidade de cobrar ICMS do petróleo na origem, pela negativa da maioria dos estados, que são importadores do óleo.

Um estudo do governo do Rio demonstra que o estado perde anualmente R$ 8,6 bilhões, porque o Imposto de Circulação de Mercadorias (ICMS) é cobrado no local de consumo, prejudicando os estados produtores de petróleo.

O ex-deputado Marcio Fortes lembra que as bancadas dos estados produtores, sobretudo o Rio, concordaram na ocasião com essa cobrança, porque passariam a receber mais dinheiro pela cobrança do ICMS sobre energia elétrica, que o estado do Rio importa.

A questão é que, há 25 anos, o petróleo não tinha a importância que tem hoje na economia brasileira, e nem a que poderá ter no futuro com as novas reservas do pré-sal.

O que atiça a cobiça dos demais estados é a possibilidade de exploração futura do petróleo, embora não se tenha ideia do valor que terá o produto nos próximos 25 anos, em um mundo que caminha para a utilização de combustíveis alternativos menos poluentes.

Por isso, a disputa mais importante é a pela manutenção das regras nas áreas já licitadas, que rendem ao estado de R$ 5 bilhões a R$ 7 bilhões anuais.

CLÁUDIO HUMBERTO

“São Paulo, Rio e Espírito Santo estão errados”
GOVERNADOR JAQUES WAGNER (BA), AO DEFENDER A NOVA DIVISÃO DOS ROYALTIES DO PETRÓLEO


NA AGENDA DE JEANY MARY, GAROTAS E FIGURÕES
A capa – um desenho da Pequena Sereia, de Walt Disney – sugere que é de uma menina, e não de uma mulher suspeita de agenciar garotas de programa, a agenda de Jeany Mary Corner, de 75 páginas, contendo telefones de mulheres e clientes, entre os quais muita gente famosa. Há nomes como Jucelino, que o MP acredita ser Juscelino Dourado, ex-auxiliar de Antonio Palocci, suposto cliente de Jeany Mary.


FORNECEDORA
Jean Mary Corner enviava garotas à “mansão de Ribeirão Preto”, usada em Brasília por lobistas ligados a Antônio Palocci.


TESTEMUNHA
Na “mansão de Ribeirão Preto” trabalhava um cidadão que se indignou com o que testemunhava. Era o caseiro Francenildo dos Santos Costa.


PODER 
Jeany Mary Corner tinha relações muito próximas com a Polícia Militar. Na sua agenda consta o telefone de vários oficiais: de capitão a coronel.


POPULAR, PERO NO MUCHO 
O Banco Popular, criado por Lula para tirar o povo da m..., amargou prejuízo de R$ 12,4 milhões em 2009. Faz companhia ao “Fome Zero”. 


CORREGEDORIA-GERAL INVESTIGA AMEAÇAS NO DF
A Corregedoria-Geral do Distrito Federal já investiga as denúncias de ameaças até de morte do secretário de Transportes, Gualter Tavares Neto, contra pessoas que o acusam de beneficiar empresas amigas na instalação de “lacres eletrônicos”. A CGDF já recebeu uma caixa de Sedex, carta e várias fotos que foram os supostos instrumentos de uma das ameaças. O material foi encaminhado à Polícia Civil para perícia.


VOLTOU ATRÁS
Gualter Tavares contra-atacou apresentando declaração de Zilda Xavier, uma das denunciantes, onde ela nega o que disse ao Ministério Público.


RAINHA DA BATERIA
A embrionária OSX, de Eike Batista, estreou na Bolsa com baixa de 12,5%. Vai ver faltou uma boa dose de silicone na novata. 


ESTOU FORA
Helio Doyle, um dos jornalistas mais respeitados de sua geração, deixou a assessoria do candidato do PT ao governo do DF, Agnelo Queiroz.


A FALÊNCIA DOS CORREIOS
A ECT no fundo do poço: anos atrás, carta do Recife era entregue no Rio às vezes em 24 horas. Estes dias, um envelope do Senado levou seis dias percorrer 15 km, em Brasília. Um telegrama, 48 horas.


A LIÇÃO DO CORREGEDOR
A frase lapidar é do ministro Gilson Dipp, do STJ, corregedor nacional de Justiça, durante palestra em Lisboa, no 1º Congresso de Advogados de Língua Portuguesa: “Juiz tem que ser magistrado e não majestade”. 


PALANQUE PARA DILMA 
Lula vai a Itabuna (BA) sexta-feira inaugurar gás e abrir licitação para a ferrovia Leste-Oeste. Os ministros (Transportes, Desenvolvimento e Minas e Energia) não foram convidados. Quem vai é Dilma Rousseff, que nada tem a ver com o caso, mas tem tudo a ver com as eleições.


CONSELHEIRO BIÔNICO 
Demitido por suspeita de corrupção, o secretário de Justiça do DF, Flávio Lemos, tinha boa reputação de ex-conselheiro da OAB-DF. Mas não eleito: na democrática OAB, vagas no conselho são preenchidas pelos conselheiros. Seu eleitor foi o deputado Alírio Neto (PPS).


IGUATEMI BRASÍLIA 
Sexta (26), às 10 horas, Carlos Jereissati Filho, presidente do Iguatemi, fará a apresentação do novo shopping do grupo, no Lago Norte, bairro de classe média alta de Brasília. Será inaugurado nas próximas semanas.


JUSTIÇA A JATO
O Tribunal de Justiça do Rio promoveu por merecimento quatro desembargadores, dois deles a jato: uma ex-contraparente de ministro do Supremo, já morto, “voou” sobre 34 à sua frente. O filho de um ex-corregedor do TJ ultrapassou 45 que o precediam na antiguidade. 


RUIM DA BOLA
Um leitor gaúcho, que só bebe chimarrão, compara Lula ao jogador paraguaio Cabañas, que levou um tiro na cabeça: sabe o nome, o dos pais e sua profissão, mas não lembra o que fez no dia anterior...


DE GRÃO EM GRÃO... 
Já passou da hora de o Ministério Público do Rio investigar a prática disseminada até em grandes redes de varejo: “A falta de troco” de até R$ 0,5. Quem protesta, recebe. Em outros países isso é roubo. 


PERGUNTA ROUBADA
A Interpol proibiu a entrada de Paulo Maluf em 181 países por Justiça ou por precaução?


PODER SEM PUDOR
A SOPA ERA UMA DROGA 
Tentando ser simpático, o que não é tarefa fácil, o então líder do governo, senador Aloízio Mercadante (PT-SP), ofereceu um prato de sopa ao líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), no intervalo da longa audiência de Henrique Meirelles no Senado, em 2004. O sabor não estava lá essas coisas, o que levou Virgílio – dono do mais rápido raciocínio do Congresso – a brincar com o colega:
– Vou denunciar você à delegacia de combate às drogas...

O ABILOLADO E A MENTIROSA

QUARTA NOS JORNAIS


Globo: Nova proposta mantém royalties, mas o Rio ainda perde R$ 3,6 bi

Estadão: Exclusividade do BB no consignado é contestada na Justiça

JB: Juros têm a maior queda em 16 anos

Correio: MP quer ouvir logo os acusados da Pandora

Valor: Mercosul faz propostas à UE para destravar acordo

Jornal do Commercio: Morte em assaltos a sulanqueiros