sábado, junho 20, 2009

O VELHO SAFADO E A PUTA DA SUA FILHA


MORDOMO DE ROSEANA SARNEY É PAGO PELO SENADO:R$ 12.000,00

TÁ COM PENA? LEVE COM VOCÊ

J. R. GUZZO

REVISTA VEJA

J. R. Guzzo
Empregos secretos

"O que importa é saber se o Brasil precisa mesmo
de todos os funcionários que tem, se eles estão
nos lugares em que deveriam estar e se ganham
o que merecem pelo trabalho que fazem"

O Brasil atravessou silenciosamente, em 2007, uma fronteira que dá o que pensar: passou a marca dos 10 milhões de funcionários públicos. Tudo isso? É um número e tanto, assim à primeira vista. Qualquer coisa que chega aos 10 milhões parece grande – e no caso, quando se pensa no serviço que o público recebe em troca do que paga para sustentar essa gente toda, parece maior ainda. Seja como for, é por tais alturas que andamos. Segundo levantamento apresentado tempos atrás pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o Brasil fechou o ano de 2007 com 10 168 680 cidadãos nas folhas de pagamento da União, estados, municípios e empresas estatais, número que está crescendo a uma média de quase 1 000 novos funcionários por dia; no começo do atual governo o total era de 8,8 milhões. Nesse ritmo, pela aritmética comum, vamos chegar ao fim de 2009 nas vizinhanças dos 11 milhões de servidores.

Nenhum problema, segundo nos garante o Ipea, órgão federal que deveria servir ao público mas que ultimamente tem servido como uma espécie de braço estatístico do PT: a quantidade de gente hoje empregada pelo governo não chega a 11% da "população economicamente ativa", ou em condições de trabalhar. De acordo com os dados do mesmo levantamento, o Brasil tem menos funcionários, proporcionalmente, que a Austrália ou a Holanda, ou mesmo os Estados Unidos – onde, conforme nos esclarece a prosa utilizada pelo Ipea, a economia é "caracterizada por seu caráter privatista". A informação seria apenas uma tolice – e daí, se na Austrália é assim e na Holanda é assado? – se não fosse também uma tentativa de massagear algarismos para dar base numérica a uma ideia oficial: a de que o estado brasileiro não está inchado "por um suposto excesso de funcionários públicos".

A questão que interessa, naturalmente, não é saber se o estado brasileiro está inchado ou está murcho, em comparação com países que não têm nada a ver conosco; o que importa é saber se o Brasil precisa mesmo de todos os funcionários que tem, se eles estão nos lugares em que deveriam estar e se ganham o que merecem pelo trabalho que fazem. Não há, em relação a nenhum desses pontos, o menor sinal de resposta. O que existe, de sobra, são evidências de calamidade. Falta gente em serviços essenciais. Grande parte dos funcionários trabalha mais do que deve e ganha menos do que o seu trabalho vale. Suas chances de avançar na carreira pelo mérito são mínimas; servem a um patrão indiferente, que não recompensa quem trabalha melhor nem pune quem trabalha pior. Frequentemente, em obediência a regras ou leis que não foram escritas por eles, passam o tempo entregues a atividades inúteis, ilógicas ou prejudiciais aos cidadãos que produzem e pagam seus salários. Submetem-se a concursos em que há milhares de candidatos por vaga, enquanto veem, todos os dias, os políticos encherem o serviço público com gente que não prestou concurso nenhum – só na área federal, durante o atual governo, aumentou-se para perto de 80 000 o número de "cargos de confiança", nos quais quem manda no país pode empregar livremente amigos, parentes e associados de diversas naturezas.

Nada se compara, nesse ponto, ao espetáculo de empreguismo alucinado que o Senado Federal exibe ao público exatamente agora, dentro do processo de depravação generalizada no qual vem se afundando cada vez mais nos últimos meses. É um dos grandes momentos do pensamento oficial, sem dúvida, afirmar que o funcionalismo brasileiro está "enxuto" quando se descobre que o Senado mantinha há anos um sistema de "atos secretos" para esconder os empregos dados a parentes, contraparentes e agregados dos gigantes da vida pública nacional. A coisa fica ainda mais feia quando se constata que o desastre começa bem no topo, de onde deveria vir o bom exemplo – justo com o presidente da casa, senador José Sarney. (O ex-presidente da República é tido como um dos políticos mais bem informados do Brasil. Ao mesmo tempo, é um dos menos informados. Não sabia que um neto e a mãe do neto tinham empregos no mesmo local de trabalho frequentado por ele – além disso, tinha duas sobrinhas com cargos no Senado. Não sabia que a casa tinha 181 diretores. Não sabia que ganhava um "auxílio-moradia" de 3 800 reais por mês. Não sabia que um alto funcionário da casa, de cuja filha acaba de ser padrinho de casamento, tinha uma residência avaliada em 5 milhões de reais em Brasília. Na semana passada, fez um discurso indignado – contra a divulgação disso tudo na "mídia".)

Ainda bem que não há um "suposto excesso de funcionários" neste país.

VAMOS FUMAR?


RUTH AQUINO

REVISTA ÉPOCA
O presidente Lula e o homem comum
RUTH DE AQUINO
Revista Época
RUTH DE AQUINO
é diretora da sucursal de ÉPOCA no Rio de Janeiro
raquino@edglobo.com.br

Foi a maior gafe de Lula desde que caiu nos braços do povo, em 1º de janeiro de 2003. Mesmo quem não votou nele se emocionou quando um homem comum chegou à Presidência pelo voto democrático e limpo. Na semana passada, Lula disse que o senador José Sarney “não pode ser tratado como se fosse uma pessoa comum”. Lula foi sincero. Amaciado pelo poder, envaidecido pelas lisonjas e pela popularidade, ele acredita que uns são mais iguais que outros. E leva o pragmatismo político às últimas consequências.

Lula nasceu em Pernambuco de uma família de oito filhos. Morou com a mãe, Eurídice, e irmãos num cômodo atrás de um bar em São Paulo. Trabalhou como engraxate e office-boy. Fez curso técnico de torneiro mecânico, perdeu um dedo numa prensa hidráulica. Em São Bernardo, tornou-se diretor do sindicato dos metalúrgicos. Testava seu carisma. Tentou cinco vezes a eleição para presidente. Uma história impressionante de persistência e sucesso.

Sempre disse o que pensava. Em 1986, chamou Sarney de “grileiro do Maranhão”. Em 1987, chamou Sarney de “ladrão” – perto dele, Maluf não passaria de “um trombadinha”. Em 1993, disse que, “de todos os deputados no Congresso, pelo menos 300 são picaretas”. Agora, Lula depende da bancada do PMDB, a maior do Senado. Em terras remotas, no Cazaquistão, defendeu Sarney e o colocou num pedestal.

O que seria hoje, em 2009, um homem comum para Lula? De que princípios, de que vísceras ele seria constituído? Um dos fundamentos da democracia é que os governantes sejam vistos e cobrados como homens comuns. Qual seria o tratamento ideal para os poderosos no Brasil de Lula? Espera-se de um presidente do Senado a mesma dignidade e retidão de caráter de um chefe de família comum? Como é punido o homem comum que cai no desvio? Como deve ser punido o político “com história suficiente para não ser tratado como uma pessoa comum”? Que valores o líder transmite para o povo, com um discurso que trai sua própria história?

Lula é hoje parte da elite que sempre criticou com ferocidade. Natural. A elite não é má por definição, já descobriu o presidente. Mas, por isso, ele se solidariza com figuras como Renan Calheiros, Severino Cavalcanti, Jader Barbalho? De vez em quando, Lula incorpora o sindicalista (lá fora) e critica os ricos e poderosos, em surtos de demagogia atabalhoada. Diante do premiê britânico, Gordon Brown, disse que “a crise foi causada por gente branca com olhos azuis”. Pegou mal.

Amaciado pelo poder, ele acredita que uns são mais iguais
que os outros. E, pragmático, defende Sarney

Foram mudanças profundas em seis anos. É saudável mudar com o aprendizado. Ao assumir a Presidência, Lula deixou a economia do país a cargo de quem entendia do assunto. Seu pragmatismo econômico manteve o Brasil nos trilhos.

Mas, e os valores essenciais? Direitos humanos, por exemplo. Como explicar sua insistência em dizer que há democracia de sobra na Venezuela censora de Chávez? Como aceitar a omissão do Brasil em relação a uma ditadura como a da Coreia do Norte? Toma lá dá cá?

O outro deslize da semana foi a reação primária e açodada de Lula aos protestos nas eleições no Irã. Além de defender o embaraçoso presidente Mahmoud Ahmadinejad, Lula minimizou a revolta contra a teocracia dos aiatolás chamando os manifestantes de “vascaínos contra flamenguistas”, uma turma que não sabe perder.

Lula aproveitou para atacar a imprensa brasileira, por, a cada dia, “arrumar uma vírgula a mais” no “denuncismo” contra o Congresso. Como se fosse um vírus denunciar malversação de verba pública, nepotismo, favorecimento ilícito, farra de passagens aéreas e atos secretos no Congresso. “Não tem fim, e depois não acontece nada”, disse Lula, como se o problema fossem as denúncias, e não a impunidade. “Vai desmoralizando todo mundo, e a imprensa corre o risco de ser desacreditada.”

Senhor presidente, a imprensa só fica desacreditada se as denúncias forem mentirosas. Ou se ela se omitir e fizer o jogo do poder. Uma imprensa medrosa e submissa ao governo – não importa o partido dominante – é uma imprensa sem credibilidade. Não faz jus a uma democracia madura como a brasileira. Ou a transparência só vale para o homem comum?

PAINEL DA FOLHA

Agacitour

RENATA LO PRETE

FOLHA DE SÃO PAULO - 20/06/09

Vai sobrar para todo mundo quando vier à tona a abrangência dos objetos dos atos secretos produzidos na era Agaciel Maia. A tática de distribuir favores para se perpetuar no poder levou o então diretor-geral a distribuir mimos a gregos e troianos.
Já se sabe que a prática ilegal cobria uma gama de assuntos muito mais variada do que a nomeação e exoneração de parentes -daí o mutismo geral a respeito do assunto. Agaciel utilizou o método sigiloso para propiciar a vários senadores (inclusive da chamada ‘ala ética’) o benefício de viagens não oficiais custeadas com dinheiro público. A lista de passageiros constitui uma espécie de farra aérea do Senado.

Substituição - Inicialmente, a comissão de sindicância anunciada ontem por José Sarney (PMDB-AP) para apurar responsabilidades pelos atos secretos do Senado seria presidida por Helena Pereira Guimarães, da Advocacia da Casa. Mas, na reta final, ela deu lugar a Maria Amália Figueiredo da Luz, diretora responsável pela seção de atas.

Longa data - Maria Amália foi uma das servidoras citadas nominalmente por Sarney no discurso feito como candidato a presidente do Senado, em 2 de fevereiro passado. Lembrando suas passagens anteriores pelo comando da Casa, o peemedebista agradeceu àqueles com quem trabalhou.

Duro de roer - Já Gilberto Guerzoni Filho, também nomeado para a comissão de sindicância, é tido como um servidor razoavelmente à prova da influência de grupos políticos. Consultor de carreira, tem vários trabalhos publicados na área de direito previdenciário. Chegou a ser descartado para uma comissão anterior porque o consideraram ‘sem jogo de cintura’.

Corpo fora - Com a cabeça posta a prêmio, Alexandre Gazineo tem ameaçado, nas horas de maior nervosismo, processar Agaciel Maia. Embora umbilicalmente ligado a seu antecessor na diretoria-geral do Senado, Gazineo não pretende pagar sozinho a conta dos atos secretos.

Letra fria - As seguidas desculpas apresentadas pelos envolvidos na cadeia de comando dos atos secretos não resiste a uma confrontação com a Lei 8.112/90, que fixa o regime jurídico único dos servidores públicos. Está no artigo 116, entre os deveres de um servidor: ‘Cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais’.

Mais família - Roseana Sarney (PMDB) fez do tio Ernane chefe da Assessoria de Programas Especiais da Casa Civil do Maranhão. A nomeação saiu em 7 de maio. Outra portaria tornou a decisão retroativa a 17 de abril, data da posse da governadora. O cargo tem status de secretaria.

Fauna - Diante da insistência de Carlos Minc (Meio Ambiente) de chamar Lula de ‘ecopresidente’ em reunião sobre a MP da regularização fundiária na Amazônia, anteontem, outros participantes começaram a tratar o ministro por ‘Minc Leão Dourado’.

Onde pega - Auxiliares saíram da reunião com a impressão de que, por ora, só o artigo 7 da medida provisória, que permite a transferência de terras da União para pessoas jurídicas, deve ser vetado pelo presidente. A MP será sancionada na próxima semana.

Manual - O Diretório Nacional do PT aprovou, com uma abstenção, o Código de Ética e Disciplina do partido. Um Conselho de Assuntos Disciplinares, a ser eleito, fará as eventuais sindicâncias.

Tiroteio

O PT endoidou. Veja só: o Ênio, que é gaúcho, está falando que o Ciro, nascido em Pindamonhangaba, é estrangeiro em São Paulo.
Do deputado JOSÉ MENTOR, um dos petistas que promovem a ideia de importar Ciro Gomes (PSB-CE) para a cédula eleitoral paulista, sobre o correligionário Ênio Tatto, para quem o ex-ministro é ‘estrangeiro’.

Nomeado - O diplomata Alfredo Leoni, ministro-conselheiro da embaixada do Brasil em Washington, vai para o Paquistão. Será o seu primeiro posto como embaixador. A ida acontece no momento em que aquele país vira o centro dos esforços militares do governo de Barack Obama.

Contraponto

Pais da criança

A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara discutia no início do mês se cabe ou não a deputados e senadores definir regras sobre política tarifária.
-Se não pudermos legislar nem sobre isso é melhor fechar o Congresso- reclamou Flávio Dino (PC do B-MA).
Com ideias conhecidas a respeito desse tema, Jair Bolsonaro (PP-RJ) pediu a palavra, mas foi cortado por Dino:
-Calma, deputado, eu estou apenas brincando. Não se apresse em apoiar minha proposta!
Bolsonaro riu, mas tratou de dar o fecho:
-A proposta não é sua, e sim do Cristovam Buarque!
O senador surpreendeu recentemente ao flertar com o fechamento do Congresso, mas logo voltou atrás.

DIOGO MAINARDI

REVISTA VEJA

Diogo Mainardi
Gafanhoto e a barbárie

"Lula apoiou Ahmadinejad, negando a possibilidade
de que ele tenha recorrido a meios fraudulentos para
se eleger. Nesse ponto, foi mais rápido e categórico
do que o próprio aiatolá Ali Khamenei, que encenou
a pantomima de uma recontagem parcial dos votos"

Quando penso em Lula, penso em Kung Fu. O ator protagonista da série de TV Kung Fu morreu num hotel em Bangcoc. Ele foi encontrado dentro do armário, nu, com um cadarço de sapato enrolado no pescoço. Um de seus advogados declarou que ele pode ter sido assassinado por membros de uma seita secreta de artes marciais. Mas o legista que examinou o corpo, Khunying Pornthip Rojanasunand, concluiu que sua morte foi causada por uma "asfixia autoerótica". Para tentar prolongar o prazer, o ator de Kung Fu teria se estrangulado acidentalmente.

Eu já chego em Mahmoud Ahmadinejad. E nos protestos dos iranianos na última semana. E nos manifestantes metralhados pelos paramilitares do regime dos aiatolás. Antes disso, tenho de esclarecer o paralelo estrambótico entre o ator de Kung Fu e Lula. O Mestre Kan, com sua imensa sabedoria shaolin, ensina: "Cada um deve encontrar sua trilha verdadeira e segui-la". Eu, Gafanhoto, sigo minha trilha. O prazer de Lula é o poder. Para tentar prolongá-lo por mais quatro anos, ou por mais oito anos, ou por mais doze anos, ele decidiu antecipar a campanha presidencial. A manobra é arriscada. A candidatura de Dilma Rousseff, como um cadarço de sapato enrolado no pescoço de Lula, pode conduzi-lo ao êxtase em 2010. Mas pode também asfixiá-lo, privando-o de oxigênio nesse último período de seu mandato.

Lula apoiou Mahmoud Ahmadinejad, negando a possibilidade de que ele tenha recorrido a meios fraudulentos para se eleger. Nesse ponto, foi mais rápido e categórico do que o próprio aiatolá Ali Khamenei, que encenou a pantomima de uma recontagem parcial dos votos. Mas Lula fez algo muito pior do que isso: ele acusou as centenas de milhares de manifestantes iranianos que protestaram pacificamente nas ruas de desrespeitar o resultado das urnas. Ele as acusou de golpismo. No mesmo dia, sete pessoas foram mortas, repórteres estrangeiros foram proibidos de comparecer às passeatas e opositores do regime foram presos.

O peso internacional de Lula é nulo. Esse seu apoio à criminosa ditadura iraniana pode ser vergonhoso para os brasileiros – e é vergonhoso –, mas afortunadamente ninguém escuta o que ele diz. Só aqui dentro faz algum sentido reproduzir e analisar a barbárie de seus argumentos. Porque eles representam o cadarço de sapato enrolado em nosso pescoço, que lentamente asfixiará nossa ideia de democracia, se aceitarmos o jogo autocentrado – autoerótico? – de Lula. Mestre Kan a Gafanhoto: "O galho de salgueiro se verga diante da tempestade, porém resiste".

GOSTOSA


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INFORME JB

MP Federal cobra diretoria da Anac

Leandro Mazzini

JORNAL DO BRASIL - 20/06/09

O Ministério Público Federal expôs uma representação contra a Agência Nacional de Aviação Civil, a Anac, dia 16, por causa do imbróglio sobre o mandato do diretor Ronaldo Seroa (foto) – já relatado pela coluna. O MP quer saber da presidente da Anac, Solange Vieira, por que o mantém no cargo, já que, regimentalmente, o mandato expirou em março. A Anac, por sua vez, diz que ele só sai em agosto. O procurador paulista Osório Barbosa, da 3ª Região, expediu a representação para o MP de Brasília, que notificará a agência semana que vem. Lembra que o mandato de Seroa "terminou no dia 19/03/2009 e ele, com base em um interpretação questionável do Decreto nº 5.731/06, permanece no cargo de forma irregular".

Troca-troca À espera

"O diretor Ronaldo Seroa está complementando o mandato de Josef Barat. Embora a agência tenha sido instalada em 20/03/2006 e os primeiros diretores tenha tomado posse nesta data, Josef só foi nomeado e empossado em agosto de 2006. Este tempo anterior foi como que ‘perdido’; seus três anos de mandato já estavam sendo contados", diz o procurador.

A assessoria da Anac informou que a agência não vai se pronunciar enquanto não for notificada.

Sacode, Meirelles

O presidente do BC, Henrique Meirelles, caiu na salsa. Passou a noite de quarta, em Lausanne, Suíça, numa casa de shows, com amigos. Merece descanso, sim.

O Cara 2

O vice-presidente José Alencar tem sido citado por executivos de grandes empresas como exemplo de motivação para os empregados, por sua luta contra o câncer e a disposição no cargo.

Nabuco popular

A ABL vai lançar ano que vem, em homenagem a Joaquim Nabuco, uma edição popular do livro Minha formação. Será distribuída a estudantes do ensino público.

Vida nova

O CNJ vai começar a empregar detentos que cumprem pena em regime aberto ou semiaberto no Distrito Federal.

Brasília na foto

A capa da revista desta semana do aeroporto de Genebra, na Suíça, é... a catedral de Brasília. A edição traz quatro páginas de reportagens sobre turismo na capital. Com destaque para foto da Ponte JK.

Taxa no pneu

Em festa, o presidente da Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos, Eugenio Deliberato. O pedido de antidumping foi acatado pela Camex, e o país vai sobretaxar importação de pneu radial.

Fuso confuso

O senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) já encontrou a primeira resistência ao projeto que unifica os fusos horários do país. Foi criticado pela OAB de lá.

Turma do bem

Centenas de motociclistas do Rio doam sangue hoje, no Hemorio, em campanha voltada para crianças portadoras de HIV internadas na pediatria do Hospital Gaffrée Guinle.

COISAS DA POLÍTICA

Lula acerta uma na mosca

Villas-Bôas Corrêa

JORNAL DO BRASIL - 20/06/09

A notícia política mais importante do mês, ou do ano, foi divulgada, com 12 dias de atraso, graças à argúcia do cronista Leandro Mazzini, no Informe JB de ontem: o presidente deu uma volta por cima do picadinho das fofocas para voltar a defender a convocação de uma Assembleia Constituinte para o debate e a aprovação de uma reforma política para valer, que corte pela raiz a desmoralização do Legislativo, com o ponto final na série de escândalos do pior Congresso de todos os tempos. Não é necessário excluir o dos quase 21 anos da ditadura militar do rodízio dos cinco generais-presidente, pois Congresso sem liberdade de imprensa, com cassação de mandatos, recesso punitivo, tortura e prisões sigilosas, é um arremedo grotesco, que não se deve esquecer como lição que nunca ensina coisa nenhuma.

Se a notícia chegou ao JB com atraso, ela andou escondida dos repórteres políticos num intrigante surto de amnésia coletivo. O conselho ou proposta de Lula foi passado aos líderes aliados num jantar na residência oficial do presidente da Câmara, deputado Michel Temer (PMDB-SP), dia 8, uma segunda-feira em que o Congresso também não trabalha na semana inútil de quatro dias, das terças às sextas-feiras. Lula fala pelos cotovelos, dando asas à imaginação e com o toque de vaidade de quem sabe que é fluente e ouvido com atenção. No "projeto para valer", contornou habilmente as críticas ao Congresso para sustentar a urgente necessidade de uma reforma política.

Se o apoio interessado do presidente é o dado mais importante para a viabilidade da reforma política, a traquitana andou no Congresso, com a cata de assinaturas, além das três centenas já garantidas, para uma proposta de emenda constitucional propondo a Constituinte exclusiva, para 2011, portanto depois das eleições para presidente, senadores, deputados federais e estaduais. O prazo de oito meses é uma esperta exigência para impedir que a inana se prolongue até que se esgote a verborragia dos 81 senadores e 581 deputados federais.

Alguns temas recorrentes são inevitáveis, como financiamento público de campanha, a maluqueira da lista fechada em que o eleitor votaria numa relação de candidatos – ou não votaria, no protesto do voto em branco – o voto distrital e outras obviedades.

Se a proposta de convocação de uma Constituinte de emergência para uma escovadela em regra no Congresso é oportuna e urgente, a pauta que se impõe como prioridade absoluta é a da moralização do mais democrático e o mais impopular dos poderes, recordista em toda as pesquisas de opinião pública. E a desconfiança é uma nódoa na expectativa de uma reforma política que não fuja mas enfrente os desafios éticos, responsáveis pela sua impopularidade.

Seria pedir muito, sonhar com olhos fechados, numa faxina na lista das mordomias, das vantagens, da verba indenizatória, da semana de quatro dias inúteis, das nomeações de parentes, agregados, cupinchas, cabos eleitorais para sinecuras em que a única obrigação é sacar o salário mensal para jogar na bolsa.

Desde a mudança da capital, em 21 de abril de 1960, pelo presidente JK, do Rio para Brasília em obras, que a decadência dos três poderes, em níveis diversos, só aumenta ano após ano. E o Congresso, mais exposto e mais cobrado, rolou de escada abaixo até o vexame dos últimos feitos, com o jogo de empurra das CPIs da Petrobras e das ONGs e a crise inacreditável do velho Senado, que parece que ficou caduco.

O deputado José Genoino (PT-SP) facilitou a convocação da Constituinte em 2011, com o golpe mortal na ideia do terceiro mandato. Relator da esdrúxula proposta de emenda constitucional que permite ao presidente da República, governadores e prefeitos disputarem um terceiro mandato consecutivo, entregou, na quinta-feira, o seu parecer à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) em que sustenta a inconstitucionalidade da manobra para mudar as regras no meio do jogo. O relator adverte para a urgência da votação do seu parecer antes do recesso de julho. E acredita que terá a maioria dos votos para aprovar o seu parecer.

O líder do governo, deputado Henrique Fontana (PT-RS), foi cumprimentá-lo com uma frase lapidada: "O terceiro mandato tem nome e sobrenome: Dilma Rousseff".

Um recado que carimba o apoio do presidente Lula e arrasta o do PT.

PANORAMA

REVISTA VEJA

Panorama
Holofote

Felipe Patury

Motosserra petista

Lailson Santos


O Amazonas costuma devastar o PSDB. Em 2006, o presidente Lula abriu no estado 1 milhão de votos de vantagem em relação ao tucano Geraldo Alckmin, que gastou a dianteira obtida no Sul para compensar o desastre na floresta. Como o PSDB não tem um bom candidato a governador no Amazonas, a motosserra petista ameaça derrubar o partido novamente. Por isso, o governador paulista José Serra faz de tudo para selar um acordo com o prefeito de Manaus, Amazonino Mendes, do PTB. Há dois meses, Mendes declarava que jamais o apoiaria, porque Serra é contra a Zona Franca. Agora, já admite firmar fileiras com o tucano.

Gim com vodca

Dida Sampaio/AE


Já se conhecia o apreço do governo por ressuscitar políticos caídos no limbo, como Fernando Collor e Renan Calheiros. Mas o Planalto também mostra disposição para resgatar outros que apenas chegaram à beira do abismo. É o caso do senador Gim Argello, líder do PTB. Depois de quase perder o mandato, sob a acusação de grilar terras e desviar dinheiro público, ele ganhou a extrema simpatia governamental ao se tornar defensor da candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, à Presidência da República. Gim está tão próximo do Planalto, do PT e de demais partidos de esquerda que articula disputar o governo do Distrito Federal com o apoio de seus amigos vermelhos.

O recuo da senadora

Sérgio Lima/
Folha Imagem


Por três anos, a senadora democrata Kátia Abreuanunciou aos quatro ventos que seria candidata ao governo do Tocantins. Em algumas pesquisas eleitorais, chegou até a estar tecnicamente empatada com o líder, Siqueira Campos, do PSDB. Mas ela não quer mais tocar no assunto. A senadora, que assumiu a presidência da Confederação Nacional da Agricultura em dezembro, quer concorrer à sucessão da agremiação em 2011. Por isso, adiou para 2014 o projeto de disputar o governo estadual.

Para em pé?

Valter Campanato/ABR


O Ibama pretende anunciar no fim do próximo mês o menor desmatamento da Amazônia em vinte anos. Pela primeira vez, a destruição anual terá sido inferior a 10 000 quilômetros quadrados – no levantamento anterior foi de 11 000. Esse dado já seria surpreendente, mas o presidente do Ibama, Roberto Messias, acredita que poderá exibir um número ainda melhor. Nas suas estimativas, a área desflorestada nos últimos doze meses ficará na casa dos 8 000 quilômetros quadrados. É uma previsão tão otimista que seu chefe, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, o proibiu de divulgá-la antes dos resultados consolidados.

Quebra de safra

Divulgação


O Brasil só começou a colher milho transgênico neste ano, e a nova cultura já corre risco de extinção. Alguns dos maiores compradores do grão não querem saber de transgênicos. É o caso da Kellogg’s e da PepsiCo, que pediram ao presidente da associação dos produtores de grãos convencionais, César Borges de Sousa, garantia de suprimentos anuais de 200 000 toneladas. As empresas não querem ser obrigadas a aplicar em seus produtos o selo T, que discrimina os produtos transgênicos.

Quanto rendem boas vigarices

Divulgação


As peripécias do trambiqueiroMarcelo Nascimento da Rocha são famosas desde 2001, quando ele namorou celebridades e alugou aviões fingindo ser o empresário Henrique Constantino, da Gol. E não param de render. Foram tema de um livro da jornalista Mariana Caltabiano, que inspirou um filme a ser estrelado por Wagner Moura. A jornalista também produz um documentário sobre o assunto. E, agora, o próprio Rocha quer aproveitar a oportunidade para se lançar como romancista. Seu Fábrica de Monstros foi inspirado na sua experiência como presidiário. Talento para ficção é o que não lhe falta.

RUY CASTRO

A grande impertinácia

FOLHA DE SÃO PAULO - 20/06/09

RIO DE JANEIRO - No último dia de José Sarney na Presidência da República, em 1990, Millôr Fernandes publicou num jornal do Rio a charge definitiva sobre a longa, quase interminável, passagem do homem dos "Maribondos de Fogo" pelo Planalto. O desenho mostrava um grotesco Sarney bebê, bigodes e tudo, sentado num peniquinho. E a legenda dizia: "Mamãe! Acabei!".
A charge de Millôr foi reproduzida em toda parte, xeroxes passaram de mão em mão naquele dia e ela acabou imortalizada em antologias. Seria perfeita não fosse por um detalhe: ao contrário do que Millôr e todos nós pensávamos, Sarney ainda não tinha acabado.
Em vez de pendurar o jaquetão e se dedicar à literatura, preferiu continuar nas lides. Melhor para a literatura, mas pior para as lides. Agora, quase 20 anos depois, como tri-presidente do Senado, Sarney está tendo de se explicar por um festival de contratações, aumentos e gratificações de parentes dele próprio e de seus subordinados, colegas e cupinchas, e tudo tão às escondidas que nem ele "sabia de nada".
Em 1988, quando presidente, Sarney, num discurso, patinou e pronunciou a palavra "impertinácia", que não existe. Talvez quisesse dizer "pertinácia", talvez "impertinência". Caíram-lhe em cima pela batatada, e eu próprio, na época, arrisquei uma definição para a palavra: "Impertinácia. S.f. 1. Qualidade, caráter ou ação do impertinaz. "Ele caracteriza-se pela impertinácia" (José Sarney, discurso, em solenidade). 2. Teimosia descabida, obstinação insolente, pervicácia inoportuna".
Nesta semana, ao ser acusado de conivente com a farra do Senado, o empavonado Sarney protestou: "É injustiça do país julgar um homem com tantos anos de vida pública". Nada define tão bem a impertinácia desta frase quanto a palavra que ele mesmo criou.

GOSTOSA


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ANCELMO GÓIS

DE OLHO EM CARGAS

O GLOBO - 20/06/09

O empresário German Efromovich, dono da Avianca e da Oceanair, negocia um contrato de gestão da Variglog, a empresa aérea de cargas que vive um período difícil
NÃO HÁ VAGAS
A Fifa, por intermédio de sua agência de turismo oficial, já reservou todos os apartamentos dos melhores hotéis da África do Sul para a Copa de 2010.
Agora, quem quiser lugar terá de pagar sobrepreço às agências que vão comprar as reservas da agência da Fifa.
QUER TESTAR?
Tente comprar direto pelo site www.suninternational.com.
CASSETAS AO VOLANTE
Quinta à noite, Hélio de La Peña, o nosso casseta, teve o carro, dirigido pela mulher, Ana, parado na blitz da Lei Seca, na Gávea, no Rio. Depois de beber umas, Hélio não podia assumir a direção. Ana estava sóbria, mas... cadê a habilitação? Tinha esquecido, e também foi impedida de seguir com o carro.
NO QUE...
O jeito foi o casal boa-praça ligar para uma amiga que pudesse vir conduzir o veículo.
Em socorro, 40 minutos depois, chegou a amiga, toda sorridente: “Gente, fala sério!”. Era a também casseta Maria Paula. Os três partiram com um adesivo de apoio à Lei Seca fixado no carro.
ALIÁS...
Lei Seca, eu apoio.
BOA VIAGEM
Roseana Sarney deixa hoje São Paulo com destino a Brasília. Em recuperação de uma cirurgia para retirada de um aneurisma cerebral, a governadora viaja de carro, devagarzinho, e pernoita no meio do caminho.
Chega amanhã.
BONNER E A USP
O livro que William Bonner lança em setembro para celebrar os 40 anos do Jornal Nacional terá os direitos autorais, nos quatro primeiros anos, doados à Escola de Comunicações e Artes da USP. O coleguinha diz que é retribuição à faculdade pública onde estudou.
PATAKI NO RIO
George Pataki, ex-governador de Nova York e nome forte entre os republicanos nos EUA, circula anônimo no Rio, como turista.
Quinta à noite, subiu Santa Teresa e comeu bacalhau com vinho brasileiro no Aprazível.
ANTI-INSETOS
O STF vai pôr grades metálicas e telas contra insetos nas grelhas que já existem no seu projeto original. Tudo custou R$ 28,7 mil, segundo a ONG Contas Abertas.
CRIME E CASTIGO
João Renato Guimarães Pereira, Felipe Ferreira Bispo, Leonardo Gomes Mariquito e Yuri Andrade Barbosa, jovens da classe média, foram condenados a pagar, cada um, R$ 50 mil de indenização a André Linhares Brandão Guimarães.
Eles teriam agredido André na saída de um forró num quiosque da Lagoa, no Rio, em 2005. A decisão é da 9ª Câmara Cível.
SAMPA É UM PERIGO
A consultora de moda Regina Martelli, sua assistente Ana Lúcia Quintaes e a figurinista Helena Gastal foram assaltadas ontem, em São Paulo. Depois de sair da São Paulo Fashion Week, as três pegaram um táxi e, no caminho, foram roubadas por um motoqueiro armado.

FERNANDO RODRIGUES

Kassab, uma novidade

FOLHA DE SÃO PAULO - 20/06/09

BRASÍLIA - Qualquer um seria classificado de insano há uma década se falasse na viabilidade de um prefeito do PFL na cidade de São Paulo. Um pefelista eleito contra candidatos fortes do PT e do PSDB era algo também impensável.
Haveria risco de internação em um hospício de quem arriscasse dizer que um prefeito filiado ao partido descendente da Arena, base da ditadura militar, não só comandaria São Paulo como colocaria na internet os nomes e os salários de todos os servidores.
Gilberto Kassab, do Democratas (sigla sucessora do PFL e da Arena), é esse personagem. É difícil saber se o prefeito se tornará mais popular com a decisão de divulgar a relação completa dos 162 mil servidores municipais paulistanos -com o respectivo salário de cada um. Também ainda há dúvida se a Justiça manterá os dados liberados. Mas a atitude do "demo" inaugura uma nova época de transparência nas contas públicas do país.
Nenhum dos Três Poderes em nível federal oferece esse tipo de abertura. Um presidente da República, Fernando Collor, foi eleito em 1989 para combater marajás.
Nada avançou. No Senado, premido por uma crise moral, já há a intenção de copiar a medida adotada pela Prefeitura de São Paulo.
É possível, dizem os adversários, que a atitude de Kassab tenha alguma intenção ainda oculta e não tão nobre. O site com os dados divulgados também é um pouco desorganizado, impedindo o cruzamento automático de dados -por exemplo, listar de uma vez quem recebe acima de determinado valor.
Os óbices existem. Mas nada supera o efeito profilático de expor tudo à luz do Sol. Se a Justiça der vida longa a essa abertura, uma nova ferramenta para o exercício da cidadania estará na praça. Por paradoxal que possa parecer, o responsável terá sido o mais improvável dos partidos, o Democratas.

GOSTOSA DO TEMPO ANTIGO


CLÁUDIO HUMBERTO

“[O PMDB] tentando ajustar a composição da CPI da Petrobras”
PRESIDENTE DA CÂMARA, MICHEL TEMER, QUE NEGA QUE SEU PARTIDO TENTE BARRAR A CPI

SENADORES “ÉTICOS” TÊM RABOS DE PALHA
Os escândalos no Senado fizeram ressurgir uma certa “bancada ética” ou “patriótica” de senadores como o radical de esquerda José Nery (PSOL-PA), que viajou de Belém a Brasília em um jatinho de um empresário para votar em Tião Viana (PT-AC), que disputava com José Sarney a presidência da Casa. O “ético” Nery tentou esconder o nome do dono do avião, mas era o ex-governador tucano do Pará Simão Jatene.
LÍDER CELULAR
Tião Viana, que se pretende líder da bancada “ética”, é aquele que deu à filha um celular do Senado para ela usar durante viagem internacional.
ÉTICA A JATO
O coronel tucano Tasso Jereissati (CE), da “bancada ética”, foi acusado de abastecer seu jatinho com crédito de passagem aérea do Senado.
OLHOS VIVOS
Ex-presidentes como Jader Barbalho (PMDB-PA) não desgrudam do noticiário contra o Senado. Ainda têm por lá vários cadáveres insepultos.
BARBAS DE MOLHO
Ao contrário de Lula, que duvidou de fraude na eleição, o amigo e ditador aposentado Fidel Castro guarda silêncio sepulcral sobre o caos no Irã.
NOMEAÇÃO DE MULHER DE SENADOR CAUSA POLÊMICA
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) atribui a “tentativa de intimidação” o vazamento da informação de que sua mulher, Gladys, foi nomeada para um cargo na liderança do PDT do Senado. O problema é que ninguém acha o ato de devolução dela à Câmara dos Deputados, onde trabalha há 26 anos, por isso insinua-se, para revolta do senador, que foi mais um dos “atos secretos” do ex-diretor-geral Agaciel Maia.
MISSÃO SEM FIM
Mais 500 militares brasileiros vão ao Haiti para a Missão de Estabilização da ONU. Ficarão lá, a partir de terça (23), por seis meses, no mínimo.
LUIZ 51 FASHION WEEK
“Tremendo Cazaquistão”, Lula deve ter pensado do pesado agasalho típico que envergou, em mais uma visita de seu incansável périplo.
LAVANDERIA
Militares já não lavam e passam a própria farda. Pelo menos no Comando do Exército, a tarefa foi terceirizada ao custo de R$ 86,9 mil.
AVISO PRÉVIO
O ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional) entregou um documento do PMDB ao governador baiano Jaques Wagner (PT) e advertiu, olho no olho: “Posso até não ser, mas me tenha como candidato a governador. E faça dos cargos do partido o que quiser”.
A BATALHA DA MINISTRA
O assunto foi tratado a sete chaves, mas uma reação alérgica provocou a internação da ministra Dilma Rousseff, mês passado. Só 1% dos pacientes têm alergia ao remédio que ela toma contra o câncer.
FIAT LUX
Técnico do setor elétrico, o deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA) abriu mão da vaga na CPI da conta de luz. Indicado pelo líder do partido Ronaldo Caiado, alegou que a comissão, comandada por Eduardo da Fonte (PP-PE), é “embrião de mais um escândalo”.
NOSSO POBRE BOLSO
A primeira-dama do Tocantins acha pouco os rolos do maridão Marcelo Miranda, o governador: pôs na conta do contribuinte dois perfumes Armani, R$ 353 cada, e três vestidos para presente a R$ 538 cada.
VIAJANDO HENRIQUE
O ex-presidente FHC visitou ontem, no Rio de Janeiro, o vice-presidente da Caixa, Moreira Franco, para se desculpar por sua ausência no casamento da filha dele, no próximo dia 26. FHC vai a Angola fazer conferência.
BANDEIRA BRANCA
Após reclamar da xenofobia europeia em Genebra, há dias, o presidente Lula se prepara para dar nova demonstração da generosidade brasileira: vai sancionar a lei que regulariza a situação de 40 mil imigrantes no País.
TUDO COMO ANTES
O governo já resolveu que pelo menos este ano não mexe no índice que determina o rendimento da poupança. Não deve sair do papel nem a redução do IR sobre os ganhos obtidos em fundos de investimentos.
MICO INTERNACIONAL
Não foi a CPI, mas por suas relações promíscuas com o governo, que a Petrobras foi rebaixada no ranking da Agência Moody’s, que norteia a captação de recursos lá fora. Considerou que o “risco político” da estatal aumentou com a dependência contraída nos empréstimos no BNDES.
CÃO SEM DONO
O presidente do Senado anunciou um caminhão de “mudanças” na Casa. Resta esperar para ver se algum cachorro cai dele.

PODER SEM PUDOR
ARMA COMPULSÓRIA
Ao chegar em Manhuaçu (MG) para iniciar a carreira de promotor, Segadas Vianna (que muitos anos depois seria ministro do Trabalho de Getúlio) foi recebido pelo prefeito com uma pergunta inesperada:
– O senhor tem arma?
– Não.
– Então vou lhe dar duas, doutor. Aqui, autoridade que não anda com duas armas na cintura não é respeitada, morre logo...

CLÓVIS ROSSI

Piscou

FOLHA DE SÃO PAULO - 20/06/09

SÃO PAULO - Viu como às vezes funciona a pressão da opinião pública? O presidente do Senado, José Sarney, aquele que dizia que a crise não é dele, mas do Senado, piscou três vezes.
Primeiro, na entrevista que concedeu à
Folha. Não funcionou. Depois, em discurso no plenário da Casa. Não funcionou. Ontem, deu a piscadela definitiva ao anunciar algumas tímidas medidas para escapar do imbróglio em que ele e o Senado se meteram.
É pouco? É. Pode nem ir adiante se a mídia se distrair? Pode. Pode acontecer de serem punidos apenas funcionários, graduados ou nem tanto, em vez de senadores, especialmente os graúdos? Pode
Mas é mais do que o "não sei", "não vi", "não há atos secretos" (embora os atos tampouco sejam públicos).
Limpar a política brasileira, mesmo que seja um tiquinho, só se fará assim, na pressão, na marcação individual. Para o meu gosto, aliás, a incrível sucessão de escândalos deste ano, tanto no Senado como na Câmara, demandaria no mínimo uma marcha como a que se fez anteontem em São Paulo contra a reitora da USP e contra a presença da polícia no campus.
Não estou dizendo que a reitora seja farinha do mesmo saco dos políticos ou que a manifestação tenha sido de anjos impecáveis. Não. O que estou dizendo é que, ou a maioria assume de uma boa vez que a rua é onde se marcam posições e se buscam soluções, ou ficaremos eternamente resmungando na internet contra os maus políticos, os baderneiros e por aí vai.
Entendo perfeitamente a dificuldade de organizar manifestações contra os senadores. Não há um só grupo partidário que esteja disposto a encabeçá-las ou ao menos aderir a elas.
E a sociedade civil parece atordoada, incapaz de reagir a não ser teclando, em casa mesmo, o e-mail de alguém para desovar o seu protesto, que cairá no silêncio.