quinta-feira, novembro 05, 2009

ARI CUNHA

Justiça online

CORREIO BRAZILIENSE - 05/11/09


É unânime a opinião de que no Brasil ninguém brinca com pensão alimentícia — seja político, artista, jogador de futebol. Não pagou, cadeia. Cumpridas as obrigações, segue-se a soltura. “Pago o débito, declaro extinta a execução. Esta, certificada, deverá servir de alvará em favor do executado. Sem custas e sem honorários. Publique-se. Registre-se. Intimem-se. Arquivem-se. Edinaldo Muniz dos Santos, juiz de Direito.” Essa sentença foi registrada e expedido o alvará de soltura por torpedo. O juiz usou o celular. Estava em Rio Branco quando recebeu a informação de que o preso havia quitado o débito. A cada dia, a Justiça é brindada com ferramentas que podem torná-la mais célere. Ganha a sociedade.


A frase que não foi pronunciada

“É bom avisar que quem busca um lugar ao sol pode morrer tostado.”
» Senador Jarbas Vasconcelos, pensando enquanto vê os papagaios de pirata nos ombros do presidente Lula.




Lavanderia
Segue para o plenário o projeto do senador Álvaro Dias que põe freio nas ilegalidades no esporte. A intenção é que sócio ou qualquer cotista de clubes ou entidades será parte legítima para denunciar irregularidades ao
Ministério Público. A lavagem de dinheiro será combatida por auditoria externa. Esse é um dos resultados da CPI do Futebol.

Sujou
Se for pego, o pichador recebe o material para limpar o malfeito. Pode ficar até três anos na cadeia, além de pagar multa. Como a fiscalização é falha, Brasília está manchada com a marca dos sprays. No Plano Piloto e cidades do DF, a ação dos grupos é intensa. São necessários R$ 2 milhões por ano para desfazer o estrago.

Abandonada
Segundo o diretor do DER, Luiz Carlos Tanezini, uma passarela custa cerca de R$ 1,1 milhão. O investimento vale, porque salva vidas. Acontece que, no Varjão, por exemplo, a passarela foi imposta sem que se percebesse o hábito da comunidade. Resultado: é absolutamente inútil. O percurso feito pelas pessoas que saem do Varjão para trabalhar no Lago Norte é diferente do local em que a passarela foi instalada.

Por trás
Há mais do que se imagina por trás da cassação do senador Expedito Júnior. Ninguém reage a uma decisão do STF sem ter razão para isso. As eleições estão chegando. Os interesses velados se mostram a todo instante. Uns olham. Outros enxergam.

Cuidados
Proposta do Dnit chama a atenção. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes quer uma legislação que autorize órgãos estaduais a controlar rodovias federais nos estados. Para Luis Antonio Pagot, os órgãos ambientais são zelosos demais e não abrem mão do rigor da lei. As estradas que já existem precisam mais do Dnit do que as que estão por vir.

Apito
Passam apuros os operários de hidrelétrica no PA. Os índios declararam guerra para impedir as obras da central de Belo Monte. A licitação sai em dezembro. Sessenta e seis municípios e 11 terras indígenas, além de milhares de ribeirinhos, perderão a moradia. A represa vai inundar uma área de 440km². A carta dos índios está nas mãos do presidente Lula.

Crédito imobiliário
Para facilitar a vida de famílias com renda per capita de apenas um salário mínimo, o senador Sérgio Zambiasi propôs na CAE do Senado que a situação cadastral no SPC ou no Serasa seja ignorada por quem se inscrever no projeto Minha Casa, Minha Vida. É que os juros das dívidas as tornam impagáveis.

Implacável
No Brasil, não há a cultura de respeito ao idoso. Até o exemplo do governo reforça. Mais uma vez os aposentados amargam a força dos aliados para impedir a correção dos benefícios. Todos os que deveriam estar unidos para defender quem trabalhou pelo Brasil fazem o oposto. Governo, alguns parlamentares e centrais sindicais. Há males que vêm para o pior. O futuro é implacável.

Escamoteado
Mais cara a cesta básica em 13 de 17 capitais pesquisadas. Um cruzamento de dados com o Inmetro mostraria o quanto estão ganhando as indústrias que diminuem o tamanho e o peso dos produtos, cobrando a mais por eles.


História de Brasília

A solução do Gama nos parece a mais acertada, desde, entretanto, que o sr. Paulo de Tarso dê aos moradores um conforto relativo, que atualmente os habitantes de lá não têm nem de longe. Transporte abundante e rápido (sem passar pela Cidade Livre), hospital, água e escolas são os primeiros passos para a habitabilidade do Gama. (Publicado em 16/2/1961)

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