sábado, fevereiro 28, 2009

PARA... HIHIHIHI

BICHAS ACAMPANDO

Duas bichas 'fashion' foram acampar as margens de um rio.
Elas caminharam alegremente com suas camisas 'Armani', bermudas 'Versace', mochilas 'Victor Hugo' e botinhas 'Calvin Klein', o dia inteiro. Cansadas, resolveram acampar.
Quando terminaram de armar a barraca já era noite, e as meninas estavam 
EXAUUUSTAAAASSS! (ui!). Resolveram, então, ir para a cama. Então a mais serelepe delas disse:
-Imagine!!! Com um 
LUUUUXOOOO de céu estrelado desses, você acha mesmo que euzinha vou dormir dentro dessa barraquinha HORROOOROOOSA, minúscula e sem graça.
A outra, preocupada: 
-Mas pode ser perigoso. É Melhor ficarmos juntinhas aqui mesmo.
E a corajosa:
FUI !!!
Uma ficou na barraca e a outra foi dormir às margens do rio.
Acontece que durante a noite veio um jacaré enorme,
MÓIIINTO grande mesmo, e CRRAAAAUUUU, comeu a coitada da bicha inteira (gastronomicamente falando) numa única mordida, somente deixando fora a cabeça da alegre bicha com seu boné da 'Yves Saint Laurent'.
Na manhã seguinte, a bicha sensata se levanta: 
-Bom dia Sol, bom dia flores, bom dia natureza, e... Correu para ver a amiga aventureira. Chegou pertinho do rio e viu o jacaré parado, barrigão prá cima, todo feliz, e só a cabeça da bicha pra fora da boca do animal... 
Olhou, olhou, e exclamou:- 
GEEENTEEEEMMM!!!
Agora VC arrasouuuuuuu!!!! 
É UM ESCÂNDALO ESSE TEU SACO DE DORMIR DA LACOSTE!!!!!!!!!!!

ENVIADA POR MARTA

GOSTOSA


COMIDA FINA

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DORA KRAMER

Barbárie consetida

O Estado de São Paulo - 28/02/09

O presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, foi apenas mais explícito e retumbante devido ao peso do posto. No conteúdo, suas declarações logo após o assassinato de quatro seguranças de fazenda em Pernambuco seguiram a linha dos inúmeros alertas feitos a propósito da série de ilegalidades consentidas cometidas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra e denominações adjacentes.

O governo Luiz Inácio da Silva ignorou solenemente todos os avisos de que dia menos dia se veria na contingência de pagar o preço da leniência, seja pelo imperativo de usar a força do Estado para coibir os crimes ou pela constrangedora constatação de que o Estado é cúmplice de criminosos.

Pois eis que o presidente da corte suprema do país afirma que o governo acoberta os atos ilegais do MST e o Palácio do Planalto não tem como se defender. Presidente da República, ministro do Desenvolvimento Agrário e demais autoridades da área saíram pela tangente: silenciosos, usaram versões de assessoria para classificar de “descabida” a atitude do magistrado por falar “fora dos autos”.

Ora, a que autos se referem? Nessa altura, os únicos condizentes com a situação seriam os autos de um bom processo cobrando a responsabilidade do poder público por reiterada infração às leis em vigor no país.

Não fossem o Ministério Público, o Congresso Nacional e os partidos tão suaves diante da acintosa decisão do Executivo de dar aos sem-terra salvo-conduto para transgredir, o presidente do STF poderia falar “dentro” dos autos.

Não havendo processo, faz a sua parte assim mesmo e se manifesta contra agressões à propriedade privada, ao patrimônio público, à pesquisa científica, aos direitos e garantias individuais, às regras de convivência coletiva e, agora, à vida humana.

Começaram invadindo terras improdutivas, em seguida invadiram as produtivas, prosseguiram ocupando prédios públicos, destruindo laboratórios de pesquisa, promovendo a baderna nas dependências do Poder Legislativo, numa escalada de vandalismo cuja culminância foi o assassinato dos quatro seguranças em Pernambuco.

Em contrapartida já foram recebidos com honras de Estado no Palácio do Planalto, ganharam o controle do Incra, continuam a ser sustentados por verbas oficiais, tiveram o apoio do Ministério da Previdência Social para requerer aposentadoria rural e, façam quaisquer barbaridades, do governo federal ouvem no máximo reprimendas paternais.

Tudo em nome do “respeito” aos movimentos sociais, em flagrante desrespeito aos genuínos movimentos sociais. Todos restritos, como os demais setores da sociedade, aos limites legais.

Desde o começo do governo, o presidente Lula fez uma clara opção: entre a lei e o MST, escolheu o lado dos sem-terra.

A matriz da tolerância revelou-se já no início do ano de 2003 quando o então ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, avisava que não cumpriria a medida provisória do governo anterior, proibindo repasses de verbas e excluindo do programa de reforma agrária entidades e pessoas envolvidas em invasões.

Para Rossetto aquela era a expressão do “autoritarismo de Estado” ao qual o PT não se associaria porque, de acordo com a nova concepção, qualquer legislação punitiva representava a criminalização dos movimentos sociais.

À falta de força política e de argumentos aceitáveis para derrubar a lei – por meio de outra medida provisória, por exemplo –, o governo escolheu simplesmente ignorá-la. E as outras instituições simplesmente aceitaram essa lógica de um grupo que chega ao poder e resolve unilateralmente cumprir ou descumprir a legislação de acordo com suas convicções.

Louvem-se as posições dos presidentes da Câmara e do Senado, que se manifestaram em acordo ao presidente do STF. Apropriada, também, a constatação do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, a respeito do destino reservado a homicidas, “a cadeia”.

Agora, cumpre lembrar a incoerência dos três que apoiam um governo insensível ao princípio constitucional da igualdade de todos perante a lei. O presidente do Senado, José Sarney, não faz coro às críticas palacianas ao comportamento do presidente do Supremo. Aponta que Gilmar Mendes defende o Estado de Direito e as liberdades públicas.

Fala do respeito aos direitos alheios, bem como o presidente da Câmara, Michel Temer, enxerga nas ações do MST violação constitucional. Esquecem, propositadamente, de estabelecer a relação de causa e efeito entre o recrudescimento gradativo da ousadia dessas hordas e a indulgência com que são tratadas recebendo, por omissão, licença para invadir, destruir, barbarizar e agora também para matar.

Não caberia ao chefe da nação nem a ninguém além da Justiça a iniciativa ou o ato de punição. A condenação moral, contudo, baliza valores no presidencialismo forte do Brasil. Feito quase imperial na era Lula, na prática, quando o Poder Executivo cala o resto consente.

EDITORIAL - O GLOBO

TUDO PELO ´SOCIAL´ 

O GLOBO - 28/2/2009

Não é pequena a herança de mazelas deixadas por qualquer ditadura. A depender da duração do regime de exceção, os quadros políticos não são renovados, e por isso cai a qualidade da representação na volta à democracia. Quanto mais longa a ditadura, pior. A repressão política e a ausência de um estado de direito democrático deixam marcas difíceis de cicatrizar no retorno às liberdades e na reconquista dos direitos civis. No caso brasileiro, várias das distorções existentes na Constituição de 88 derivam dessa herança: leniência no tratamento da criminalidade e excessiva liberalidade nas regras de funcionamento de partidos, entre tantos aleijões. 

Além disso, a sociedade saiu de 21 anos de regime fechado tolerante com tudo aquilo que leve o adjetivo "social". Em nome do "social" relaxa-se diante da favelização, da desordem urbana generalizada, de homicídios, de agressões a preceitos constitucionais no atacado e no varejo. Uma explicação pode estar no fato de que embriões desses tais movimentos enfrentaram a violência de Estado ao lado de várias outras tendências políticas e ideológicas, fizeram parte da ampla aliança de resistência à ditadura. Mas, passados 23 anos de estabilidade democrática, já é mais do que tempo de se entender que não se consolidará a democracia se o império da lei, o estado de direito não for preservado, sem concessões. Também é evidente que tendências políticas que enfrentaram a ditadura defendiam a democracia apenas como tática. Queriam - e alguns ainda querem - executar um projeto autoritário, só que com eles no poder. Nem todo "social" é a favor das liberdades democráticas. Em última análise, sequer levará o bem-estar às massas. 

Já passou da hora de agentes públicos deixarem de ser tíbios diante das ilegalidades cometidas sob o guarda-chuva do "social". Esta postura, observada também no governo FH, mas que chega ao ápice intolerável na era Lula, solapa as instituições democráticas. Particularmente, é grave ameaça quando se aproxima um período eleitoral em que há a possibilidade de grupos que drenam recursos públicos para projetos ideológicos específicos serem retirados do poder pelo voto, dentro das normas usuais numa democracia. Pavimenta-se o terreno para tentações de sabotagem às práticas eleitorais saudáveis. 

Este é o pano de fundo da correta iniciativa do presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, de alertar para a ilegalidade na atuação de organizações de sem-terra - MST à frente - e, em específico, na transferência de recursos públicos para esses grupos, que vivem na semiclandestinidade e atuam ao arrepio da lei, com a conivência de agentes públicos. 

Como noticiou O GLOBO ontem, nos últimos sete anos - inclui, portanto, a gestão FH - foram dados a essas organizações R$49,4 milhões em verbas oficiais. Claro que parte substancial desse dinheiro do contribuinte financiou ilegalidades. As mais recentes: quatro assassinatos em Pernambuco e uma onda de invasões no interior de São Paulo, fatos que motivaram o presidente do STF a se pronunciar. 

É imperioso que a Justiça, o Ministério Público, o Poder Legislativo, o Executivo e a própria sociedade façam uma reflexão séria sobre os riscos criados por esta subjugação da Lei a interesses desestabilizadores que atuam contra a democracia valendo-se do quadro social do país. 

DIOGO MAINARDI

REVISTA VEJA

Diogo Mainardi
Quatipuru, quem?

"A internet é como uma cidadezinha no interior
do Pará, assolada por parasitas que proliferam
nessas zonas insalubres do Terceiro Mundo"

PCdoB tem um blogueiro. O nome dele é Ananindeua Borges. Ananindeua Borges ou Quatipuru Borges? Agora estou meio embananado. Só sei que ele tem o nome de uma cidade no interior do Pará. Abaetetuba Borges. Paragominas Borges.

Ulianópolis Borges apresenta-se como membro do Comitê Central do Partido Comunista do Brasil. É como se alguém se apresentasse como membro do Terceiro Reich do Brasil. Na última semana, ele me citou em seu blog. O texto contaminou a internet, como um parasita transmissor de esquistossomose.

Parauapebas Borges disse o seguinte:

Karen Kupfer, da revista de fofocas Quem, publicou há poucos dias uma notinha reveladora: "Para comemorar o sucesso do programa Saia Justa, Suzana Villas Boas abriu sua casa para uma festança daquelas. A turma de convidados, que também era recebida por Arnaldo Jabor, marido de Suzana, reuniu políticos, artistas e jornalistas. O candidato José Serra, para quem Suzana presta assessoria, foi prestigiá-la".

E Parauapebas Borges concluiu acidamente:

O filhinho de papai Diogo Mainardi criou no início do mandato de Lula o seu tribunal macartista mainardiano, no qual promoveu abjeta cruzada contra alguns profissionais da imprensa. Será que o difamador travestido de jornalista fará barulho agora contra seus amiguinhos da TV Globo que gozam das intimidades demo-tucanas?

Itaituba Borges é jornalista. Sua principal fonte de informação: a revistaQuem. Mais precisamente: um número da revista Quem de meados de 2002. A notinha, que, segundo ele, foi publicada "há poucos dias", na verdade é de sete anos atrás. De lá para cá, Suzana Villas Boas saiu doSaia Justa e da assessoria de José Serra. Ela também já se separou de Arnaldo Jabor. Arnaldo Jabor deve ter se casado umas sete vezes desde aquela festa.

Se Mocajuba Borges fosse menos parasitário e consultasse o arquivo de Veja.com, descobriria que o colunista que mais avacalhei em minha coluna (e também no Manhattan Connection) foi o próprio Arnaldo Jabor, condenado reiteradamente pelo tribunal macarthista mainardiano.

Depois de comentar a notinha de Quem, Oriximiná Borges comentou uma notinha de Hildegard Angel. O blogueiro do PCdoB é assim: só abre o jornal para ler a coluna social. Sorry, periferia, mas Oriximiná Borges é o Ibrahim Sued do maoísmo, o Bola Branca da Revolução Cultural. De acordo com ele, além de denunciar Arnaldo Jabor, eu deveria denunciar também Miriam Leitão, cujo cunhado é irmão de Edmar Moreira, deputado do DEM. Miriam Leitão é a melhor colunista de economia do país, mas, se Curralinho Borges fosse menos parasitário e consultasse o arquivo de Veja.com, leria o que escrevi sobre o ex-marido dela, Marcelo Netto, antigo assessor de imprensa de Antonio Palocci. Bujaru Borges poderia verificar igualmente o que escrevi sobre o filho dela.

A internet é como uma cidadezinha no interior do Pará, assolada por parasitas que proliferam nessas zonas insalubres do Terceiro Mundo. Quer um conselho? Cuidado com a água parada. Quer outro conselho? Use botas de borracha.

J. R. GUZZO

REVISTA VEJA

J.R. Guzzo 
Nota zero

"Como 1 500 professores que erram todas as 
perguntas feitas num exame para avaliar sua
capacidade são autorizados a dar aulas na
escola pública? Vão ensinar o quê?"

Num artigo que escreveu para VEJA algum tempo atrás, o professor Claudio de Moura Castro, um dos peritos mais competentes do Brasil em questões de educação, relatou um fato espantoso. Numa palestra que fez para 800 professores, ele perguntou quantos, entre os presentes ali no auditório, tinham aprendido a ensinar a regra de três nas faculdades de educação que haviam frequentado. Resposta: ninguém. Nem um, pelo menos, entre os 800? Nem um. Não é preciso ser um especialista em pedagogia para ver o tamanho da encrenca em que estão metidos os alunos desses professores todos. O problema não é com "o Brasil", "a sociedade" ou a "educação nacional" – é com os alunos mesmo, em carne e osso. Se os seus professores não sabem ensinar a regra de três, os alunos não vão aprender; e, se não sabem ensinar a regra de três, é provável que não saibam ensinar uma porção de outras coisas. Para os alunos, a situação está ruim hoje e vai ficar pior amanhã. Pois, enquanto não aprendem, com certeza outros, em outras escolas e com outros professores, estão aprendendo – e são esses que, lá adiante, vão disputar com eles um lugar melhor na vida. Quem terá mais chances, então? Se já é difícil para quem sabe, imagine-se para os que não sabem. Vão ter de contar com o acaso – coisa notoriamente arriscada, pois, como se sabe, há vidas sem acaso.

O Brasil seria um país de sorte se o episódio narrado pelo professor Moura Castro fosse uma exceção. Mas não é. Para qualquer lado da educação que se olhe, a qualquer momento, o que se vê é mais do mesmo – e nada poderia comprovar isso tão bem quanto a extraordinária disputa que acaba de dividir, em São Paulo, a secretaria estadual da educação e professores temporários da rede pública. Como foi noticiado, a secretaria realizou em dezembro último uma prova de avaliação, anunciada desde maio, para medir a competência desses professores e selecionar os melhores. Aconteceu que 1 500 deles tiraram nota zero no teste; conseguiram não acertar nenhuma das 25 questões a que tinham de responder. Até aí, realmente, nada capaz de causar grande surpresa, quando se leva em conta a história da regra de três já descrita. Mas conseguiu-se, no caso, um prodígio: os 1 500 professores que tiraram nota zero vão, sim, dar aulas neste ano letivo de 2009 no ensino público paulista. O sindicato da categoria alegou que se tratava de uma "provinha", recorreu à Justiça e convenceu uma juíza da Fazenda Pública a suspender, através de liminar, a aplicação dos resultados do teste. Para não tumultuar o início das aulas, a secretaria desistiu de contestar a decisão; fica assim mesmo, e depois se vê.

Os detalhes técnicos da disputa, é claro, continuarão a ser discutidos, mas fica de pé uma questão impossível de evitar: como, pela lógica mais rudimentar, poderá dar certo uma situação na qual 1.500 professores que erram todas as perguntas feitas num exame para avaliar sua capacidade são autorizados a dar aulas na escola pública? Vão ensinar o quê? A juíza e o sindicato acham justo preservar o emprego dos "nota zero". Talvez não achassem a mesma coisa se cidadãos reprovados nos testes para obter um brevê de piloto, por exemplo, recebessem licença para dirigir aviões de carreira. Mas os prejudicados no caso são apenas alunos; quem se importa? Se vão ter aulas com professores que não sabem nada, problema deles. O resultado desse tipo de atitude já está mais do que definido. Garante-se hoje, com 100% de certeza, a produção de desigualdade para amanhã.

Isso, sim, deveria espantar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva – ele, que quase caiu da cadeira, outro dia, ao citar um dado grosseiramente falso sobre o analfabetismo em São Paulo. Mas o seu interesse real, no caso, era falar mal do governo paulista, só isso; tendo conseguido o que queria, mudou de assunto e seguiu em frente. A educação brasileira, antes e depois, continuou exatamente na mesma: um mundo onde o que realmente importa são verbas, salários de professores, direitos de funcionários, partilha de cargos e só no fim, bem no fim, a função de ensinar. O governo vive dizendo que o Brasil tem, com o Bolsa Família, o "maior programa de inclusão social" do mundo. Tem também, com o conjunto do sistema público de ensino, o maior programa de exclusão social que um país seria capaz de organizar. O encontro de uma coisa com a outra, infelizmente, não acaba em zero a zero. A primeira é propaganda política; em matéria de inclusão, só faz manter os pobres incluídos na pobreza. A segunda, ao contrário, não tem nada de fantasia.

ANDRÉ PETRY

REVISTA VEJA

André Petry 
A volta dos mortos

"Até agora, morreram 4 252 americanos no Iraque e 660 no Afeganistão. Comparado com o outro lado, 
é pouca gente. Mas 4 912 caixões são 4 912 caixões"

Quem olhar por alto talvez imagine que o governo dos Estados Unidos está propondo uma discussão sobre a melhor maneira de lidar com a dor dos pais que perdem um filho na guerra do Iraque ou do Afeganistão. Quando são desembarcados na base aérea de Dover, os caixões, cobertos com a bandeira americana, devem ser fotografados e filmados pela imprensa? Ou o desembarque deve ser feito em privado, na presença apenas dos familiares? Os que defendem a presença da imprensa dizem que os soldados mortos têm direito a um tributo público da nação, em nome da qual deram a própria vida. Os que são contra a divulgação de imagens dizem que é preciso respeitar o luto, a dignidade e a intimidade dos familiares na sua hora mais dolorosa. É uma discussão bonita, mas sua embalagem é uma cascata de manipulação explícita.

Havia dezoito anos que o governo americano proibira a divulgação de imagem de caixões chegando com soldados mortos. O autor da censura foi Bush pai. A última renovação da medida foi feita por Bush filho. Até agora, morreram 4 252 americanos no Iraque e 660 no Afeganistão. Comparado com o outro lado, é pouco. Mas 4 912 caixões são 4 912 caixões. Temendo que a sociedade americana não tivesse estômago para tanto cadáver, Bush achou melhor manter a proibição das imagens. Fez isso porque era a favor da guerra e queria higienizá-la, escondendo seu custo mais alto.

Agora, Obama mandou cancelar a censura. Depois de um estudo, o governo resolveu autorizar as imagens, desde que com o consentimento dos familiares. Sendo contra a guerra no Iraque, e querendo expor seu lado mais dramático à opinião pública, Obama acha melhor divulgar as imagens. É chato que a dor das famílias esteja sempre sendo objeto de manipulação da percepção pública da guerra por parte do governo, embora seja quase sempre melhor divulgar do que esconder, expor do que ocultar.

E o que isso tem a ver com o Brasil? Apenas a lição de que é sempre útil desconfiar da boa intenção dos governos.

Adeus, leitores

Esta é a minha última coluna. Prestando contas, registro que, de abril de 2004 até agora, escrevi 209 artigos, que motivaram 3 865 cartas de leitores, contendo muitas críticas e alguns elogios. No ano passado, escrevi semanalmente até maio e, daí em diante, em edições alternadas. No primeiro período, tive a honra de ser o colunista semanal mais lido de VEJA. No segundo, fui inapelavelmente destronado pela escritora Lya Luft e sua prosa sensível que tanto cativa os leitores. É uma honra me despedir com números tão ensolarados, que não são a medida de tudo, mas me servem de consolo diante da qualidade inalcançável do plantel de VEJA, que inclui alguns dos articulistas mais brilhantes do país. Sabe do que falo quem já leu qualquer texto de Roberto Pompeu de Toledo ou J.R. Guzzo.

Obrigado.

MAÍLSON DA NÓBREGA

REVISTA VEJA

Maílson da Nóbrega
Por que o Brasil não quebra

"O Brasil poderia ter aproveitado a bonança mundial
se preconceitos ideológicos não tivessem retardado
investimentos privados em infraestrutura e as reformas
não houvessem minguado"

A crise não deve quebrar o Brasil, mas o presidente Lula diz que tem gente torcendo para que isso aconteça. Deve ser algum lunático ou um político imbecil a imaginar que é bom herdar o caos. O discurso do presidente cheira a teoria conspiratória para sensibilizar certas plateias.

Convencionou-se dizer que um país quebra quando não consegue honrar compromissos de sua dívida externa. É o resultado de erros de política econômica ou da chamada "parada súbita" de fluxos externos. Isso ocorreu com o Brasil várias vezes: na República Velha, no período Vargas, na quadra democrática de 1946-1964 e no regime militar.

Sustado o pagamento da dívida, seguem-se discussões difíceis com os credores, que podem durar anos. O pior desses episódios, o de 1982, teve várias fases até ser concluído, em 1993. Em 1987, numa dessas fases, o novo governo civil decretou uma inconsequente moratória unilateral. Realçou a quebra do país (que vinha do regime militar) e declarou que não tinha intenção de pagar. O erro tem reflexos até hoje.

A partir dos anos 1990, as quebras se tornaram raridade. Houve apenas duas: Rússia (1998) e Argentina (2001). A maioria dos países tem gestão macroeconômica responsável, evitando as crises externas de origem interna. Os gigantescos apoios do Fundo Monetário Internacional (FMI) impediram quebras via "paradas súbitas". Antes, o acordo máximo havia chegado a 6 bilhões de dólares. Em 1994, o do México inaugurou a nova realidade: mais de 50 bilhões de dólares.

A essa dupla melhoria seguiu-se uma terceira: a combinação, particularmente a partir de 2003, do crescimento espetacular da China com um vigoroso ciclo de prosperidade mundial. Países emergentes que antes quebravam se beneficiaram do aumento da demanda e dos preços de suas commodities. O Brasil ganhou mais por ser também forte exportador de produtos manufaturados.

Esses países passaram a produzir superávits externos e a acumular robustas reservas internacionais. Todos, inclusive o Brasil, pagaram a dívida com o FMI. Lula explorou politicamente o fato perante um público pouco informado e avesso ao Fundo. Teria sido um ato de coragem do presidente, que "mandou embora o FMI".

Ato efetivo de coragem foi abandonar as ideias equivocadas do PT e manter a política econômica herdada do antecessor. A continuidade preservou o processo de amadurecimento das mudanças institucionais introduzidas por governos anteriores, das quais proveio o tripé que constituiu a barreira contra a maré da crise: metas para a inflação, câmbio flutuante e superávits fiscais primários.

O Brasil poderia ter aproveitado melhor a bonança mundial se preconceitos ideológicos não tivessem retardado investimentos privados em infraestrutura – como os de energia e transporte rodoviário – e as reformas não houvessem minguado no atual governo. Mesmo assim, a estabilidade macroeconômica permitiu que tivessem curso a elevação do potencial de crescimento e a acumulação de robustas reservas internacionais.

Ao contrário de crises passadas, esta encontrou os países emergentes menos vulneráveis. Nenhum quebrou até agora, apesar da gravidade e da duração da turbulência. O Brasil não é exceção nem deve isso apenas ao atual governo, como se tenta fazer crer.

A estabilidade política, a política econômica crível – com destaque para o Banco Central – e o pagamento regular da dívida nos tornaram um risco relativamente menor. Isso é claro no prêmio de risco dos papéis brasileiros, medido pelo banco J.P. Morgan. No início de 2003, ainda sob os efeitos do "pânico Lula" (o medo de retrocesso), o prêmio era de 1.443 pontos básicos (cada 100 pontos equivalem a 1 ponto porcentual acima da taxa de juros de títulos do Tesouro americano), 89% pior do que a média dos países emergentes.

Em abril de 2007, o prêmio igualou a média e em dezembro caiu para 163 pontos. Já era 7,5% melhor do que a média. Com a crise, agora supera os 400 pontos, mas piorou menos do que o dos outros países. É 35% melhor do que a média. Maiores pioras: Equador, Venezuela e Argentina, nessa ordem. Alguma pista?

O Brasil quebra se houver uma guinada na política econômica, mas Lula é contra essa maluquice. Assim, o risco de irmos para o beleléu é muito baixo.

INFORME JB

"Quero conhecer o povo do Rio"

Leandro Mazzini

Jornal do Brasil - 28/02/09

Não é raro encontrar um paulista que deseja apaixonar-se pelo Rio, embora nem todos denunciem isso ao primeiro contato. Mas foi o que revelou à coluna o novo arcebispo do Rio, dom Orani João Tempesta (foto). "Minha missão será conhecer a realidade, quero conhecer o povo do Rio, visitar e escutar as famílias, fazer um curso do Rio", disse. Este paulista, de 59 anos, torcedor do Santos, cinéfilo nos curtos momentos de distração, visita a cidade dias 1º e 2 de abril, para um "intensivão" com dom Eusébio Sheid, a quem substitui, e volta dia 19 para a estreia. E já adianta: "Vou levar tudo para a frente com entusiasmo, e o que não está dando certo, tentar consertar". Muito simpático, mas bem linha-dura, dom Orani é crítico de programas do governo de distribuição de contraceptivos e é contra qualquer tipo de aborto. Prega a "paternidade responsável".

Até mais Novos tempos

Dom Orani passou o dia de ontem em Belém com outros bispos, padres e funcionários da Cúria, para despedir-se e rezar para enfrentar o novo desafio.

Foi-se o tempo em que cardeal e bispo eram figuras "metafísicas", cujo acesso tornava-se difícil para os fiéis. Hoje, dom Orani não abre mão do celular.

Tele-mensagem

Na caixa postal, ele inicia a mensagem: "Que a paz do Senhor esteja contigo". E termina com "o Senhor te abençoe e te guarde".

Novos baianos

O Carnaval de Salvador mudou, constatou um expert. Resume-se a jovens e adolescentes. Os soteropolitanos da orla da Vitória, Barra e Graça saíram da cidade.

Novos baianos 2

A festa baiana é chamariz de foliões do país inteiro, principalmente paulistas. O destaque este ano foram os camarotes. O de Luiz Eduardo Magalhães Filho, o Duquinho, chegou a cobrar R$ 1.500 o convite diário. E lotou, com mais de 3 mil pessoas.

PAC do minério

Cresce no país a demanda de empresas nacionais e portuguesas por topógrafos e geólogos.

Caixas fortes

O presidente do banco português Caixa Geral de Depósitos, Fernando Faria, e a presidente da Caixa Econômica Federal, Maria Fernanda Coelho, estão fechando parceria. A Caixa Geral retomou as atividades no Brasil. Inaugurou agência em São Paulo.

Cofre português

O banco português concentrará suas atividades no mercado empresarial e vai explorar as oportunidades nas empresas brasileiras que querem exportar para a Europa, África e Ásia.

Bloco da PM

Domingo à noite, a turma do bloco Balança mas Não Cai, no Centro do Rio, levou um susto. O Citroën Picasso forçava passagem na via interditada. O povo protestou, e do carro saíram dois policiais fardados. Passaram.

Trem hermano

Em reunião em Assunção, o presidente do Paraguai, Fernando Lugo, e o governador de Mato Grosso do Sul, Andre Puccinelli, deram início ao projeto de construção de um ramal ferroviário para ligar Ponta Porã a Concepción.

Estação final

Puccinelli sonha sediar a Copa de 2014. E acredita que, por fazer fronteira com o Paraguai, o estado pode atrair milhares de turistas.

FERNANDO RODRIGUES

Oposição alavanca Dilma

Folha de São Paulo - 28/02/09

BRASÍLIA - O Planalto está em êxtase por causa dos ataques da oposição à pré-candidatura de Dilma Rousseff a presidente. A leitura é simples: a favorita de Lula ganha de graça uma exposição inaudita com as reclamações de PSDB e DEM.
Dilma nunca disputou uma eleição, não é fundadora do PT (veio do PDT) e era dada só como uma especulação maluca há alguns meses. Agora, apesar de seus apenas 13% nas pesquisas, é tratada pela oposição quase como favorita. Pode ser só jogo de cena dos lulistas quando desdenham e até dizem estar felizes com a estratégia da oposição. Mas a teoria não é um despautério completo.
O cerne do chororô de tucanos e demos é o fato de Lula andar para cima e para baixo com Dilma. Em resumo, que o presidente da República faz campanha aberta para sua ministra sucedê-lo no Planalto. Como Lula tem mais de 80% de aprovação, o sonho dourado da marquetagem governista é instalar no cérebro dos eleitores a seguinte ideia-força: "Lula apoia Dilma. Eu gosto do Lula. Logo, vou votar na Dilma". Em resumo, ao atacar a estratégia lulista, a oposição obtém um efeito contrário, pois ajuda a anabolizar o principal dínamo da candidatura petista.
Como se não bastasse, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) atacou Lula, criticou o Bolsa Família e declarou seu voto no tucano José Serra para presidente. Alguns petistas tomaram champanhe e já montaram a tática eleitoral no Nordeste.
Vão sapecar no PSDB o rótulo de "partido que vai acabar com o Bolsa Família". No lodo de uma campanha, não importa se é verdade ou não. A declaração de Jarbas confundirá o eleitor -já enganado no passado quando a oposição de hoje dizia ser plano de Lula congelar o dinheiro depositado em cadernetas de poupança. Tudo considerado, a oposição parece mesmo estar errando a mão.

CLÓVIS ROSSI

Chegou a mudança

Folha de São Paulo - 28/02/09

SÃO PAULO - Sérgio Dávila fez um resumo impecável sobre o primeiro Orçamento da era Obama, apresentado na quinta-feira: "Na guinada de prioridades para o dinheiro público mais radical das últimas décadas, [Obama] apresentou sua proposta de Orçamento para o ano fiscal de 2010, na qual os mais ricos pagarão mais impostos para ajudar na criação de um fundo de saúde pública de acesso universal, a verba com a diplomacia aumentará e o gasto com a Defesa desacelerará". Ousaria acrescentar que Obama fez do Orçamento a tradução concreta da promessa de mudança, uma constante na sua retórica de campanha, no discurso de posse e nas falas posteriores.
Faltava trazê-la para a vida real -e não há nada mais concreto que o Orçamento. Ousaria ainda acrescentar que se trata do primeiro esboço de verdadeira social-democracia que se tenta nos Estados Unidos, se é que social-democracia ainda é um rótulo válido. Sem falar em meio ambiente, outra faceta importante. Não parece haver, nos dias que correm, outra fórmula para criar ou expandir uma rede de proteção -a face mais necessária e mais charmosa da social-democracia europeia- do que usar os tributos não para "roubar" dos ricos (ao contrário do que insinua a qualificação de "Robin Hood"), mas para cobrar mais de quem mais pode, princípio clássico de tributação, e dar a quem menos pode, na forma de serviços e investimentos públicos.
É o que eu, na minha santa ingenuidade, pensei que fariam Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, os dois únicos presidentes que poderiam ser rotulados de social-democratas no Brasil. Não fizeram. O problema é que Obama precisa, antes de conseguir pôr em prática seu Orçamento social-democrata (só vigora a partir de outubro), domar a crise que o modelo anterior gerou e ameaça engoli-lo.

INVASORES DE CARGOS


SÁBADO NOR JORNAIS

Globo: Economia encolhe 6,2% em três meses nos EUA

 

Folha: EUA aumentam controle do Citigroup

 

Estadão: Obama anuncia retirada do Iraque e 'nova era' na região

 

JB: Justiça suspende demissões

 

Correio: Embraer vai à briga no TRT para demitir

 

Valor: Concessões de energia serão renovadas com tarifa menor

 

Gazeta Mercantil: Dresdner é vendido ao fundador do Garantia

 

Estado de Minas: Torcedor será vigiado o jogo todo nos estádios

 

Jornal do Commercio: Kombeiros vão a júri popular

sexta-feira, fevereiro 27, 2009

DIOGO MAINARDI

A Vichy do PT

VEJA ONLINE - PODCAST - TEXTO

26/02/09


A USP é a Vichy do petismo. É dominada pelos colaboracionistas do regime. Uma hora, os professores doutrinam os estudantes. Outra hora, eles montam a plataforma eleitoral do partido. Outra hora, assumem cargos no Palácio do Planalto.

Um nome? Maria Victória Benevides. Ela passou por tudo isso: já doutrinou os estudantes, já montou a plataforma do PT e já assumiu cargos no Palácio do Planalto. Com tantas medalhas no peito, ela pode ser considerada, com uma certa ligeirice, o marechal Pétain da USP.

Nos últimos anos, Maria Victória Benevides combateu destemidamente todos os insubordinados que procuraram resistir à supremacia de Lula: Em 2005, ela atribuiu o mensalão ao "sensacionalismo da imprensa", acrescentando que ninguém podia dar ensinamentos de ética a Lula. Em 2006, ela passou um pito nos petistas que defendiam outro caminho para a economia. Em 2007, ela ridicularizou as lamúrias de Fernando Henrique Cardoso. Em 2008, ela se reuniu com outros trinta hierarcas da academia e, depois de fazer propaganda do PAC, engajou-se com entusiasmo na candidatura presidencial de Dilma Rousseff.

Até recentemente, Maria Victória Benevides podia contar com uma poderosa arma. Isso mesmo: a "Folha de S. Paulo". Sempre que Lula ou o PT se metiam numa enrascada, lá ia ela, a colaboracionista do regime, o marechal Pétain da USP, oferecendo uma espécie de arrazoado ao jornal, publicado sob a forma de um artigo, ou de uma carta, ou de uma frase: num ritmo de dez, onze, doze vezes por ano.

Quando o arsenal de Maria Victória Benevides parecia estar se esgotando, seu lugar na "Folha de S. Paulo" era preenchido por outro colaboracionista do regime, comumente identificado como "intelectual do PT". Quem? Fábio Konder Comparato.Goffredo da Silva Telles. Dalmo Dallari. Maria Rita Kehl. Emir Sader. Renato Janine Ribeiro. Paul Singer. Antonio Candido. Uma gente caduca, uma gente tacanha, uma gente cabotina, que pretende ser eternamente recompensada por seus gestos durante o regime militar.

Agora tudo mudou. Alguns dias atrás, um editorialista da "Folha de S. Paulo", Vinicius Mota, empregou o termo "ditabranda" - em vez de ditadura - para caracterizar aquele mesmo regime militar. É um trocadilho antigo. Já foi usado por Márcio Moreira Alves. E já foi usado na própria "Folha de S. Paulo", num artigo de 2004. Desta vez, porém, Maria Victória Benevides decidiu espernear, ordenando ao jornal que se retratasse. E Fábio Konder Comparato esperneou junto com ela. A"Folha de S. Paulo" respondeu candidamente, recordando que a ira dos dois professores, "figuras públicas que até hoje não expressaram repúdio a ditaduras de esquerda, como aquela vigente em Cuba, é obviamente cínica e mentirosa".

Maria Victória Benevides cancelou sua assinatura da "Folha de S. Paulo" e disse que nunca mais aceitará se manifestar por meio do jornal. Fábio Konder Comparato acompanhou-a. Os outros colaboracionistas do regime publicaram um manifesto de apoio aos dois. Se eles cumprirem a promessa de nunca mais aparecer no jornal, todos nós sairemos ganhando. O melhor a fazer é tirar-lhes a voz, na"Folha de S. Paulo" e no resto dos jornais. Só assim Vichy cairá.

INFORME JB

Lula só fala no PAC, até na folia

 Leandro Mazzini
Jornal do Brasil - 27/02/2009
 

EMBALADO PELO SOM do PAC-tum-bum-PAC das baterias das escolas de samba que desfilaram na noite de domingo e madrugada de segunda na Sapucaí, Rio, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, assistindo do camarote do governo do estado, cantou nos ouvidos de quem se aproximava dele um único samba-enredo: o do PAC. Lula não tira da cabeça agora sua nova ambição. Construir 1 milhão de casas populares até o fim do mandato  só vai, espera-se, até o fim de 2010. "Vou construir 1 milhão de casas de qualquer jeito. Vou usar o governo federal, estados e prefeituras", confidenciava a todos o chefe da nação, ao som do batuque logo abaixo. O samba-enredo dele foi escrito. Falta tratar o ensaio com a rainha da bateria.

Cardeal 
Dom Orani João Tempesta, arcebispo de Belém do Pará, tornou-se forte candidato a substituir dom Eusébio Scheid no Rio. 

On the road
 
A senadora Roseana Sarney (PMDB-MA) curtiu o Carnaval carioca. Encarou de carro o percurso Brasília-Rio, em um dia de viagem. 

On the road 2
 
Proibida pelo médico de viajar de avião, por causa da pressão no cérebro  motivo da próxima cirurgia, no início de março  a senadora vai fazer Rio-São Paulo pela Via Dutra. 

Vaivém
 
Foi remarcado para terça-feira o julgamento do governador do Maranhão, Jackson Lago (PDT), acusado de abuso de poder na eleição de 2006. Se cassado, Roseana ocupa o cargo. Mas bem pé no chão, ela evita euforia.

Tropa (rosa) choque 
O governo da Argentina não só exterminou a Justiça Militar do país como também abriu as portas do Exército para os gays assumidos. Acabou com restrições ao homossexualismo nas Forças Armadas. 

Todos iguais
 
Na esteira das decisões hermanas, isso implica o fim da chamada "honra militar" na caserna. E mais: todos os militares agora serão julgados como civis. 

Por aqui
 
Diferentemente da Argentina, ontem, em pleno período de pós-Carnaval numa Brasília vazia, os militares rescaldados mostraram trabalho. Todos os ministros do Superior Tribunal Militar marcaram presença em sessão na sede.

Bloco da Toga 
O Tribunal Superior do Trabalho fez jus ao nome. Também teve sessão plenária ontem. Às 9h, os ministros da Subseção I Especializada em Dissídios Individuais já analisavam processos. As duas turmas do STF voltam na terça. 

Bloco da publicidade
 
O Planalto montou estrutura no prédio do Ministério das Cidades  que já comporta outros três ministérios  para a empresa que cuidará da conta dos R$ 15 milhões de publicidade para o exterior. Ficam numa sala no 6º andar. 

Cerco...
 
A superintendência do Incra no Pará terá de recadastrar em 30 dias todas as famílias assentadas no sudeste do estado, num acordo feito com o MP Federal. Enquanto isso, nada de repasses de verbas.

...à cerca 
O Termo de Ajuste de Conduta entre o Incra e o MP Federal foi assinado para evitar fraudes no sistema de liberação, controle e fiscalização de créditos. 

Praianos
 
Praticamente metade dos mi- nistros do governo está de miniférias no litoral, de Norte a Sul. 

Acorda, Justiça
 
A Corregedoria Nacional de Justiça realizou ontem audiência pública em Teresina e ouviu relatos sobre a "morosidade, abuso de poder, corrupção e tráfico de influência". 

Novela baiana
 
O senador Antonio Carlos Júnior (DEM) descartou ontem a saída do ex-governador Paulo Souto do seu partido para o PSDB. Diz que ele pode ser o candidato do DEM ao governo.